O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE. Pela ordem. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, prefiro ocupar a tribuna mais adiante.

Neste momento, gostaria de associar-me às manifestações feitas pelo passamento do empresário João Pereira dos Santos.

Sr. Presidente, de João Santos se pode dizer que realmente foi um homem telúrico, sempre fiel à sua terra e ao seu povo.

Construiu um império industrial a partir da base pernambucana, nunca dela se esquecendo ou se afastando. Até algum tempo, costumava viajar muito para acompanhar de perto o andamento dos seus projetos cada vez maiores no campo da energia, da produção de cimento e das comunicações também. Mesmo assim, continuou residindo em Pernambuco junto à sua família e a seus auxiliares imediatos.

Era notório o gosto que João Santos tinha inclusive pela cultura popular nordestina. O cancioneiro Luiz Gonzaga foi por ele muitas vezes patrocinado, ao lado de outros importantes artistas regionais.

A industrialização do Nordeste tem uma grande dívida de gratidão a João Santos e ao grupo empresarial por ele criado. Era uma pessoa, como lembrou o Presidente José Sarney, que amava o trabalho, a família, a Nação e a região, com especial destaque a Pernambuco.

Apresentei um requerimento, que foi subscrito também pelo Senador Jarbas Vasconcelos. Ambos somos representantes de Pernambuco no Senado Federal e estamos expressando nosso sentimento. Além dos subscritores a que me reportei, outros o fizeram também, como os Senadores Roberto Cavalcanti, Renato Casagrande, Gerson Camata, Heráclito Fortes, Efraim Morais, Flexa Ribeiro e muitos que conheciam João Santos e sua obra.

Empresário nacional e até internacional, o seu grupo estendeu-se a países vizinhos.

É importante afirmar que: ele conseguiu preparar sucessores entre seus filhos e netos, que prosseguem multiplicando o patrimônio de honra e desenvolvimento que tão bem herdaram.

Desejo também chamar a atenção para uma característica de João Santos: a sua combatividade. Ele não se curvava a alguma dificuldade, ele não deixava de agir em função de algum obstáculo que surgisse nos seus empreendimentos. E em certo momento de crise econômica no País, as suas empresas enfrentaram dificuldade, mas ele fez questão de, assumindo o comando das empresas, trabalhar para que elas se recuperassem num tempo considerado recorde. Isso mostrou, mais uma vez, a sua determinação, a sua garra, a sua capacidade de trabalho. Morreu, podemos dizer, trabalhando.

Aproveito o momento para solicitar inserção em Ata de voto de profundo pesar pelo seu falecimento do empresário João Santos e que seja dado conhecimento a sua família, de modo especial, aos filhos Fernando Santos e José Santos, e às filhas Rosália Santos, Ana Maria Santos Noronha, Maria Clara Santos Tapajós e demais familiares.

Pernambuco - encerro, Sr. Presidente - perde um de seus mais ilustres filhos e o Brasil, um destacado empresário. Sertanejo nascido em Serra Talhada, morre agora, aos 101 anos, o empreendedor João Santos, que, por muitas décadas, como disse, foi um empresário na plena acepção do termo. O Grupo João Santos, além de tradição no ramo cimenteiro, hoje estendido a vários Estados, é um conglomerado industrial formado por empresas nos setores de agropecuária, comunicação (rádio, televisão e jornal) e outras menores espalhadas por praticamente todas as regiões do País.

Para João Santos empreender no Brasil, era ultrapassar muitos obstáculos. Ele enfrentou crises, como disse há pouco, e conseguiu superá-las, pois seu instinto era amar o Brasil e querer vê-lo cada vez mais forte. No momento de seu falecimento, não poderia o Senado da República deixar de manifestar o seu pesar e levar o seu sentimento aos filhos e a todos os integrantes de suas mais diferentes empresas espalhadas por esse País.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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