O SR. EXPEDITO JÚNIOR (Bloco/PR - RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Eu gostaria, Sr. Presidente, de anunciar que amanhã o Ministro Minc fará uma reunião, em seu gabinete, com autoridades do nosso Estado e com algumas lideranças da Reserva de Bom Futuro. Eu já usei a tribuna várias vezes aqui, Sr. Presidente, pedindo ao Ministro Minc, ao Ministro da Agricultura, ao Ministro da Reforma Agrária, que analisem esses processos de desapropriação com calma, com cautela e muito cuidado.

         O Ministro Minc já esteve aqui, em audiência pública que fizemos na Comissão do Meio Ambiente, e tanto ele quanto o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, assumiram um compromisso - principalmente o Ministro Minc - e disseram que na Reserva já havia mais de nove igrejas, estradas abertas, mais de cinco mil famílias, e que não teria como retirar esse pessoal do assentamento da Reserva de Bom Futuro. E ainda disse mais: disse que maior do que a responsabilidade, ou a irresponsabilidade, dos Governos anteriores em deixar que esse povo entrasse na Reserva seria a ignorância de se querer tirar hoje esse pessoal da Reserva. Teria que se buscar o entendimento para que se pudesse arrumar uma outra área, uma compensação. Como disse aqui, há pouco, o Senador nosso Líder, sobre a possibilidade de se buscar uma compensação acerca da questão das Prefeituras, da perda dos recursos das Prefeituras, temos que buscar uma compensação para a questão da floresta da Reserva de Bom Futuro. Não é justo o tratamento que está sendo dado ao povo do meu Estado. Eu venho reclamando sempre da tribuna do Senado. V. Exª tem acompanhado vários pronunciamentos nossos.

         Eu faço mais um apelo ao Ministro Minc, já que estarei aqui amanhã. Já esteve comigo o Prefeito Élson, do Município de Buritis. Está chegando o ex-Prefeito Altamiro, do Município de Alto Paraíso, e acredito que o Prefeito eleito, o Romeu. Estarão participando dessa reunião amanhã, aqui, com o Ministro Minc. Mas, pelo amor de Deus, que o bom senso prevaleça e que mantenham essas cinco mil famílias que estão lá, inclusive, algumas delas assentadas pelo próprio Incra. Que não joguem essas famílias, Sr. Presidente, infelizmente, na expectativa de outras terras, de outras oportunidades que sabemos que não existem.

            Nós não podemos mais falar em reforma agrária na Região Amazônica. Está aí a prova no jornal O Globo de ontem, que li dessa tribuna, demonstrando que o maior responsável pelo desmatamento na Região Amazônica é o Incra.

            Então, eu faço este apelo ao Ministro Minc: que aquilo que ele falou na Comissão seja honrado e seja cumprido.