O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu não queria roubar mais de um minuto. Quero aproveitar a presença do Senador Sérgio Zambiasi. E falo a V. Exª, Presidente: pena que eu não estava aqui na hora e V. Exª também não.

            Ontem, o Senador Sérgio Zambiasi trouxe à tribuna um drama terrível que ocorreu no Rio Grande do Sul. E, nesta noite, eu fiquei pensando, Senadora Ideli, por todo o tempo, na história que ele descreveu e que os jornais do Rio Grande do Sul comunicaram à sociedade brasileira: uma mãe cometeu um desatino, matando o próprio filho, que iniciou com agressões e a retirada forçada de dinheiro do caixa para comprar droga, crack. E S. Exª estranhava a presença e o uso do crack no Rio Grande do Sul.

            Em São Paulo, há alguns anos, já se combate. Já houve promessa de governadores e prefeitos de acabar com a “cracolândia”. Ela aumentou, Senador Sérgio. Aumentou. E tem gente, Senador Mão Santa...

            Eu pergunto, Senador Paim, se alguém tem coragem de propor a descriminalização do uso de droga, seja lá qual for. V. Exª, Sr, Presidente, é médico e sabe que drogas mais pesadas ou mais leves são sempre a entrada pela tolerância que o cidadão tem de ter o efeito desejado da maconha. Quando não mais, ele passa para cocaína e aí faz a mistura para o crack. E tudo isso trazendo algumas desgraças, como as que ontem foram descritas pelo Senador Sérgio Zambiasi, com o aparte de vários Senadores, que nos fazem pensar direito como nos comportarmos perante esse terrível sistema de uso e de combate que os ministérios responsáveis estão fazendo.

            Ontem, o próprio Senador Magno Malta descreveu a presença de uma cartilha do Ministério da Saúde que ensina como usar o crack, como usar o cachimbo, como fazer a fileira para cheirar cocaína. Eu tomei um susto, Senador. Tomei um susto. Vou me aliar ao Senador Sérgio Zambiasi para que possamos começar a discutir o assunto e saber como ajudar a população.

            NaNaNaNa lei Antidrogas que relatamos, nós deixamos uma brecha para o usuário ser tratado. E não sei se o Estado está respondendo pela responsabilidade de internar e recuperar o usuário de drogas. E, segundo a descrição dada pelo Sérgio, o resultado do tratamento é zero, porque provavelmente a infraestrutura é muito pequena para dar atendimento. E tem que haver campanha contra o uso de droga. Não adianta deixa-lo experimentar e depois achar que vão tirar o usuário com muita facilidade desse terrível vício que tem desgraçado várias famílias. E esse exemplo do Rio Grande do Sul nos entristeceu bastante.

            Peço desculpas por ter usado a palavra, mas não poderia ficar em silêncio diante dos dramas que estão ocorrendo.