O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, quero refletir, Senador Cristovam, acerca do pronunciamento feito nesta tarde pelo nosso estimado Senador Alvaro Dias, que, da tribuna, anunciou a iniciativa de se constituir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras.

Sr. Presidente, penso que é um direito de todos nós, membros do Congresso, tomarmos a iniciativa da instalação de uma CPI, que é um instrumento legítimo da Casa, do Congresso, da sociedade. Mas gostaria de refletir o contexto, a conjuntura ao propormos uma CPI para analisar justamente uma empresa que é reconhecida internacionalmente pelo que faz, pelo que fez e pelo que poderá fazer. A Petrobras é orgulho nosso. É orgulho não mais só dos brasileiros, pois tem reconhecimento internacional. Hoje, a Petrobras é a quarta maior empresa do mundo, a terceira em volume, em tamanho e em importância, atrás apenas da Esso, da General. É preciso termos mais zelo, mais prudência, para tratar uma empresa que pertence ao Brasil e que orgulha todos nós brasileiros.

Eu gostaria de fazer um apelo. E o faço não só ao Senador Alvaro Dias, homem de um Partido com a maturidade de ter sido Governo, homem de um Partido nacional, que é o PSDB, um Partido que faz uma oposição democrática, dura, justa. Mas, hoje, há o contexto, a conjuntura internacional de uma crise, que o Brasil enfrenta e que faz da Petrobras uma referência, porque essa empresa enfrenta a crise sem demissões, reafirmando suas ações, seu papel estratégico no Brasil. A Petrobras está lá na nossa Amazônia, a Petrobras concluiu o gasoduto da Floresta até Manaus, rompendo desafios, distâncias, para trazer o gás para a capital do meu Estado; a Petrobras está no Nordeste brasileiro, no Sudeste, no Sul, na costa brasileira, com referência em tecnologia.

Eu gostaria de fazer esse apelo ao PSDB, às suas Lideranças, para que buscássemos um caminho, sem esconder absolutamente nada. A Oposição merece que o Governo, que o PT responda e dialogue com ela no sentido de analisar as questões levantadas por ela, Oposição. Quero dizer da minha vontade de construir um ambiente em que os partidos da base aliada possam dialogar com a Oposição, com o PSDB, que tomou a iniciativa de propor a CPI. Que possamos dialogar com os dirigentes dessa empresa, no sentido de esclarecer, de expor e de apresentar questões levantadas pelo PSDB! Mas o momento não é propício, Senador Mão Santa, para uma CPI. A Petrobras não merece uma CPI.

Espero que possamos construir um ambiente esclarecedor. Não precisamos esconder absolutamente nada, mas precisamos estabelecer um diálogo transparente, profundo, que ajude no debate nesta Casa, mas que também ajude na caminhada dessa história do petróleo, do gás, da pesquisa, da tecnologia, que só a Petrobras tem.

Há pouco, conversei, no plenário, com o Líder Senador Arthur Virgilio, dizendo da necessidade de buscarmos uma conversa que tenha como resultado o esclarecimento, por tudo o que a Petrobras fez, por tudo o que a Petrobras faz. Inclusive, quero falar da participação dessa empresa na cultura, da presença da Petrobras na cultura brasileira, apoiando documentários, o teatro, o cinema, as festas populares, iniciativa essa que qualifica essa empresa. Se há qualquer dúvida no apoiamento às iniciativas populares, à festa de São João, no Nordeste, é perfeitamente possível e democrático que a empresa esclareça isso, para construirmos um ambiente de tranquilidade no nosso País, neste processo de enfrentarmos uma crise que não nasceu no Brasil. Precisamos enfrentar essa crise. A Petrobras é motivo de orgulho, é uma empresa que faz também, nesse aspecto, o enfrentamento da crise, nas várias ações que existem pelo Brasil afora, por este Brasil distante, em termos de pesquisa, de trabalho, de prospecção de petróleo.

Quero fazer, então, essa reflexão, essa ponderação, no sentido de dialogarmos com a Oposição e de buscarmos um caminho esclarecedor. Neste exato momento, a Petrobras não merece ser chamada no âmbito de uma CPI. Estamos praticamente encerrando as atividades do Senado nesta semana, mas, na semana que se aproxima, Sr. Presidente, espero que possamos abrir esse diálogo e conversar no sentido de não fazermos um julgamento precipitado, mas de apoiarmos essa empresa que orgulha todos nós, no Brasil, e que é referência em nível internacional.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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