O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB - AP. Pela ordem. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, eu estava ausente do plenário quando V. Exª interpretou o sentimento da Casa e do povo nordestino pela perda do Sr. João Santos, que faleceu hoje.

            João Santos foi um símbolo de realização no Nordeste. Foi um grande empresário que semeou empreendimentos em quase todos os nossos Estados do Nordeste e também de outros Estados do Sul.

            É uma grande perda para a nossa região, sobretudo, porque ele era um símbolo de Pernambuco. Ele e José Ermírio de Moraes tinham empreendido a grande tarefa de criar a grande indústria do Nordeste, e assim o fizeram.

            João Santos morre e nem podemos dizer que ele era um desses homens que em 100 anos aparece apenas uma vez, porque ele morre com mais de 100 anos. Mas ele deixa uma obra extraordinária e certamente todos nós do Nordeste temos essa oportunidade de reverenciá-lo e de relembrar a sua passagem e o que ele fez por nossa região.

            Eu mesmo sou testemunha, porque o conheci em 1952, quando ele apenas começava a construir a sua grande indústria. Depois, estive em Pernambuco e visitei, em 1953, a fábrica de cimento Nassau, que ele estava construindo; e, depois, tive a oportunidade de privar da sua amizade e da sua família.

            Eu quero, neste instante, associar-me a todos aqueles que aqui se manifestaram sobre a morte de João Santos e à sua família; lembrar também que ele, além das suas vitórias, foi um homem de grande sofrimento. Ele perdeu, em um acidente aéreo, seu filho, João Santos Filho, que era seu herdeiro e que comandaria a sua indústria. Ele teve muitos reveses durante a sua existência, mas todos foram superados pela sua tenacidade, pelo homem público que ele foi, porque era um homem muito preocupado com as coisas do Estado brasileiro.

            Quando Presidente da República, tive a oportunidade de nomeá-lo para o Conselho Monetário Nacional, que era o representante do Nordeste naquele órgão que não era acessível aos nordestinos. Ele representava, sobretudo, a voz dos grandes empreendedores da nossa região.

            Portanto, eu quero, também, enviar à família do João Santos, especialmente à Maria Clara, sua filha, que era proprietária do Hotel Glória, onde me hospedei durante mais de 40 anos, sabendo do seu sentimento e estender a toda a sua família estas palavras.

            Muito obrigado.