O SR. PRESIDENTE (José Sarney. PMDB - AP) - Antes de conceder a palavra a V. Exª, quero me associar também à manifestação que foi feita nesta Casa por todos os nossos colegas sobre o Senador Mão Santa.

            Quero dizer que conheço o Senador Mão Santa há muitos e muitos anos, desde o princípio da sua carreira política. Eu o conheci quando S. Exª era um médico lendário, cujo nome repercutia nos sertões do Nordeste, nas areias da Tutóia, nas praias do Maranhão, uma vez que Parnaíba fica entre o Nordeste seco e o Maranhão úmido. E lá era um ídolo. Construiu sua carreira política justamente com base em seu trabalho em favor dos pobres, na sua grande missão que teve na vida. E ficou como um ícone na história do Piauí, não só como político popular, mas também como político popular alicerçado na grande vocação humana que desenvolveu e que prestou na sua vida.

            Quem olha o Senador Mão Santa, aqui na tribuna, não sabe do quanto de bem S. Exª fez e do quanto é querido e foi querido durante os anos todos da sua vida dedicada ao povo daquela região, que conheço muito bem porque, como ele teve a oportunidade de dizer, bem jovem, eu era político também ali às margens do Parnaíba: de um lado, está o Maranhão, e, do outro, o Piauí.

            Mas quero ressaltar, sobretudo, o trabalho do Senador Mão Santa, o que S. Exª representa para o Senado Federal, neste momento em que o Parlamento vive uma crise tão grande no mundo inteiro, na democracia representativa. S. Exª sempre tem prestado um serviço extraordinário ao Senado. Em momentos em que esta Casa está quase deserta, S. Exª nunca deixa de, na tribuna, emitir sua voz e marcar sua presença do Senado, às vezes longamente, mantendo aquilo que é o Parlamento, cuja origem está justamente em falar, em exercer a crítica e a fiscalização pela palavra. S. Exª tem feito esse grande serviço ao Senado.

            Quando vemos, nestes tempos difíceis - não por problemas só nossos, mas do mundo inteiro -, a contestação da democracia representativa, V. Exª mantém essa chama e, sobretudo, ao mesmo tempo, essa convicção interna que expôs agora, da grandeza que é o Senado.

            Eu disse uma vez aqui nesta Casa que a soma de todos nós é muito menor do que o próprio Senado, que é muito maior, como instituição democrática, como instituição da Federação, que assegura a unidade nacional. V. Exª, hoje, faz mil discursos nesta Casa, mas não são mil discursos e, sim, mil manifestações em favor da vitalidade, da vida do Senado. Quando o Senado silenciava, a voz de V. Exª estava presente, sempre mostrando que a Casa é o coração da democracia e, portanto, nunca poderá ser silenciosa.

            Parabéns a V. Exª!