Discurso durante a 70ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Importância do agronegócio para o Estado do Paraná.

Autor
Osmar Dias (PDT - Partido Democrático Trabalhista/PR)
Nome completo: Osmar Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Importância do agronegócio para o Estado do Paraná.
Publicação
Publicação no DSF de 13/05/2009 - Página 16777
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • REGISTRO, IMPORTANCIA, AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, ESTADO DO PARANA (PR), BALANÇO, RELEVANCIA, PRODUÇÃO AGRICOLA, MANUTENÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, AMBITO NACIONAL, SUPERAVIT, BALANÇA COMERCIAL, PERIODO, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL, COMENTARIO, POSSIBILIDADE, AMPLIAÇÃO, PREÇO, PRODUTO IN NATURA, MOTIVO, AUMENTO, AQUISIÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, REDUÇÃO, PRODUÇÃO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), ARGENTINA, AUSTRALIA, PREVISÃO, MELHORIA, MERCADO EXTERNO, BRASIL.

  SENADO FEDERAL SF -

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O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente Mão Santa.

Sr. Presidente Sarney, Srªs e Srs. Senadores, vou começar usando uma frase do Senador Mão Santa, que diz que “a ignorância é audaciosa”.

Sr. Presidente, lá no meu Estado, a agricultura é a base da economia. Foi por meio da agricultura que o Paraná cresceu, se desenvolveu, promoveu parte da industrialização baseada na agroindústria e construiu sua infraestrutura. No entanto, lá, emprega-se a palavra “agronegócio” em tom pejorativo, daí eu dizer que “a ignorância é audaciosa”. Em um Estado em que a agricultura é tão importante é, no mínimo, ignorância tratar aqueles que fazem do agronegócio a sua atividade com desrespeito. É um desrespeito ao Estado do Paraná, ao Brasil, tratar o agronegócio dessa forma.

Daí por que, Sr. Presidente, vou fornecer aqui alguns números que justificam o que estou dizendo. Nos quatro primeiros meses deste ano, o agronegócio brasileiro foi responsável por 44,5% das exportações. Ou seja, aquilo que é considerado por alguns um problema, aquilo que é considerado por alguns um setor que tem que ser discriminado, que não pode ser respeitado nunca, que é tratado com certa desfaçatez, com desprezo, foi responsável - o agronegócio - por 44,5% das exportações brasileiras. Enquanto as exportações caíram 17,5%, na média, no quadrimestre, foi o agronegócio que segurou os números ainda no patamar em que estão, a ponto, Sr. Presidente, de, no ano passado, a balança comercial do agronegócio ter alcançado US$60 bilhões em exportação, e a balança comercial total do Brasil ter obtido um superávit. Aliás, o superávit do agronegócio foi de US$60 bilhões e o de todas as atividades econômicas foi de US$25 bilhões. Para quem sabe fazer contas é fácil calcular que, se não fosse o agronegócio, a balança comercial teria sido negativa em US$35 bilhões. Ou seja, o déficit seria de US$35 bilhões.

Num momento de crise, quando os setores industrial, de serviços e do turismo estão em queda, a agricultura vem segurando ainda os empregos, vem segurando ainda o crescimento do País, mesmo que seja um crescimento pequeno. De toda sorte, mediante esta crise que enfrentamos, é evidente que a agricultura tem dado uma grande contribuição.

Tenho de fazer uma consideração, inclusive, em relação ao que está acontecendo lá fora. A China, vendo que os estoques estão baixos, está reforçando os seus; entrou comprando commodities e fez com que as commodities agrícolas tivessem uma reação de preços, neste primeiro quadrimestre do ano, em cerca de 12%.

Se, de um lado, a China comprando; de outro lado, os Estados Unidos têm que diminuir a área de soja em função da alta umidade do solo na zona de produção, e têm problemas, inclusive, para definir a política em relação ao uso do etanol de milho, porque etanol de milho reduz a poluição em apenas 16% se comparado ao combustível tradicional, convencional, a gasolina; enquanto o álcool de cana reduz em quase 60% a poluição se comparada à gasolina.

Então, já se chegou à conclusão de que é mais barato e melhor para o meio ambiente e para a população americana importar o álcool produzido no Brasil do que tirar o milho da ração para produzir o etanol. Com isso, nós temos uma abertura de mercado para etanol e para soja.

A Argentina, por sua vez, além de enfrentar um problema de seca imenso, enfrenta também um governo que não compreende a importância da agricultura do país, e, hoje, os agricultores estão em pé de guerra com o governo argentino. Lá também o agronegócio parece que entrou em rota de colisão com o governo e parece que o tratamento não tem sido respeitoso a ponto de ter uma queda enorme na produção de milho e também de trigo. O trigo, em particular, além de sofrer com esse adversário que é o governo da atualidade aos produtores argentinos, sofre também com a estiagem; estiagem que vai fazer com que a Argentina colha uma das suas menores safras de trigo dos últimos anos.

Alerta para o Brasil que não está cuidando da sua política de abastecimento, que não está cuidando de promover a cultura de trigo, produzindo internamente, para evitar essa importação do trigo argentino, essa dependência do trigo argentino, que pode nos levar a problemas de abastecimento de um cereal que é usado em todas as refeições do dia: no café da manhã, no almoço, no jantar e assim por diante.

Nós não podemos também esquecer que, se chove muito na região de produção de soja dos Estados Unidos, chove pouco na região de produção de cítricos dos Estados Unidos. Aquele país, também continental, tem clima diverso de uma região para outra. Com isso, também o suco de laranja brasileiro vai ganhar mercado, vai conquistar bons preços e nós teremos com isso mais um instrumento a favor do combate à crise.

E a Austrália - que também é um concorrente na produção de alimentos - está com problema gravíssimo de estiagem.

Por tudo isso, Sr. Presidente, é que o Paraná tem que comemorar e nós temos que sentir o privilégio de sermos do agronegócio, de representarmos o agronegócio e de sermos de um Estado onde o agronegócio vai tão bem graças a investimentos feitos pelos produtores rurais, pelas cooperativas agrícolas, por todos aqueles que entendem que o agronegócio é essencial para gerar cerca de 40% dos empregos do País e para dar ao Brasil 44%...

(Interrupção do som.)

O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR) - Mais um minuto para encerrar, Sr. Presidente.

Então, o Paraná é um Estado privilegiado, e eu me sinto privilegiado também por pertencer ao agronegócio, por ser de uma família de produtores rurais que a vida inteira se dedicou à produção de alimentos.

Com muito orgulho, eu quero dizer que eu represento aqui mesmo, além do agronegócio, toda a sociedade paranaense, porque vim para cá com este objetivo, de representar o meu Estado, de defender o meu Estado, porque quem ataca um setor tão fundamental para a economia paranaense é contra o Paraná. Eu sou a favor do Paraná, por isso eu sou a favor do agronegócio.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/05/2009 - Página 16777