Discurso durante a 70ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a oportunidade única de se erguer definitivamente uma nova imagem do Brasil no Exterior.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA.:
  • Considerações sobre a oportunidade única de se erguer definitivamente uma nova imagem do Brasil no Exterior.
Publicação
Publicação no DSF de 13/05/2009 - Página 16907
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • COMENTARIO, ALTERAÇÃO, OPINIÃO, AMBITO INTERNACIONAL, BRASIL, ELOGIO, POLITICA INTERNACIONAL, IMPORTANCIA, RECURSOS ENERGETICOS, COMBUSTIVEL ALTERNATIVO, BUSCA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ARTICULAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, PAIS EM DESENVOLVIMENTO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU).
  • REGISTRO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), RECONHECIMENTO, EFICACIA, GOVERNO BRASILEIRO, ESTABILIDADE, ECONOMIA, BRASIL.
  • ELOGIO, EMPENHO, GOVERNO BRASILEIRO, REDUÇÃO, EFEITO, CRISE, SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL, ECONOMIA NACIONAL, VIABILIDADE, AUMENTO, CONFIANÇA, MERCADO EXTERNO.
  • DEFESA, MANUTENÇÃO, POLITICA EXTERNA, BRASIL, GARANTIA, PROTEÇÃO, SOBERANIA NACIONAL, COMBATE, ABUSO, PAIS ESTRANGEIRO, ESPECIFICAÇÃO, GOVERNO ESTRANGEIRO, BOLIVIA, PARAGUAI.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nosso país vem assumindo nos últimos anos um novo papel no cenário mundial, que envolve crescentes responsabilidades. Ninguém duvida hoje que somos uma verdadeira potência emergente, como demonstram, aliás, as reportagens publicadas por revistas de prestígio e circulação internacional.

Elas destacam, entre outros aspectos positivos, o equilíbrio da economia brasileira e, principalmente, seus recursos energéticos, como o etanol - que finalmente teve reconhecidas suas qualidades, entre as quais a de reduzir grande parte das emissões causadoras do efeito estufa e a de abrir a perspectiva para que um dia acabe a dependência dos combustíveis fósseis.

O Presidente Lula já manifestou a intenção de articular com a China, que visita esta semana, ações coordenadas no âmbito dos chamados Brics (o grupo de países que reúne Brasil, Rússia, Índia e China) e da Organização das Nações Unidas. Tudo indica que nossa voz passa a ser ouvida com uma atenção que até pouco tempo atrás não merecíamos, e que nossa reputação mudou de maneira substancial.

Como disse a revista Newsweek em uma edição recente, o presidente Lula “preside uma superpotência astuta como nenhum outro gigante emergente”. Na mesma reportagem, afirma que somos “uma sólida democracia do livre mercado, rara ilha de estabilidade”, que sabemos fazer as coisas sem precisar da bomba atômica.

Os Estados Unidos têm plena consciência de que precisam contar com a ajuda do Brasil em seu relacionamento com os demais países latino-americanos. Estes, por sua vez, reconhecem o prestígio brasileiro e seu peso nas relações internacionais. Com acerto, o chanceler Celso Amorim disse há pouco, em entrevista, que o Brasil, atualmente, “mais do que convidado, é demandado”.

A que se devem tantos elogios? O fato é que a crise econômica mundial provou o acerto das políticas seguidas desde o Plano Real, e também fez do nosso país um exemplo em matéria de invulnerabilidade aos efeitos da tempestade que se abateu sobre o planeta. Não é o caso de assegurar que sairemos imunes, e sim de que sofreremos muito menos que o restante do mundo, graças à solidez do mercado bancário, às reservas internacionais, à diversificação de mercados para nossos produtos e também à criação de um mercado interno forte.

A fase unilateralista da política externa norte-americana foi sepultada logo depois da posse do presidente Barack Obama. Com o seu fim, tornou-se indispensável para a administração democrata um entendimento mais profundo com o Brasil. Os Estados Unidos compreendem que não há como prescindir do nosso país, tanto no campo econômico quanto no político. Nenhuma melhoria no relacionamento entre os Estados Unidos e os demais países da América Latina poderá, de agora em diante, prescindir da intermediação brasileira.

Estamos, é claro, numa fase que pode ser definida como de aprendizado para a nova importância que assumimos, tanto no contexto mundial como no latino-americano. Devemos ser mais enérgicos na defesa de nossos interesses, como demonstrou o episódio da nacionalização das refinarias da Petrobras na Bolívia. Também não podemos recuar na questão da renegociação do Tratado de Itaipu, reivindicada pelo governo paraguaio. Ceder a demandas comprovadamente injustas em nada contribuirá para reforçar o prestígio do País.

Enfim, se essa etapa inicial for proveitosa, se não vacilarmos em episódios que dizem respeito diretamente à nossa soberania, estaremos diante de uma oportunidade única - a de erguermos, definitivamente, uma nova imagem do Brasil no Exterior, a de um país influente, respeitado e distante dos estereótipos que nos perseguiram durante tanto tempo, e que tanto nos prejudicaram. Financeiramente sólido, com um parque industrial de grandes dimensões e uma economia estável, o Brasil projetará uma imagem de supremacia. O povo brasileiro merece esta consagração.


Modelo1 5/18/243:39



Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/05/2009 - Página 16907