O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - V. Exª me permite, então, homenagear a Universidade Federal do Amazonas, não com todo o poema, mas um trecho do tão belo poema de Thiago de Mello, seu amigo, sobre a floresta e o exemplo extraordinário de Chico Mendes:

Não freqüentas mais,

de corpo comovido,

os espaços do mundo.

A medida do tempo não te alcança.

Já ganhaste a dimensão do sonho,

és luzeiro da esperança.

Vinte anos são só um sinal

que a memória nos serve

para dizer que te amamos,

irmão dos mananciais.

[...]

A tua própria morte

nos alcança a fundura

mais azul do peito

com um brado companheiro,

que nos chama, nos clama,

é chama que nos chama...

[...]

E termino este aceno de mão agradecida

com o abraço das crianças amazônicas

que ainda vão nascer, abençoadas

pelo majestoso arco-íris do amor,

que se ergue úmido de seiva

das terras firmes do alto Xapuri

com as cores de todas as raças humanas.

Que a poesia de Thiago de Mello desperte a magia da floresta no coração de todos nós, brasileiros, os amantes da Amazônia e todos nós para que nossas mãos possam sempre acenar amor à Terra, mãe da vida!

Muito obrigado por sua gentileza, Senador Arthur Virgílio. (Palmas.)

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