Discurso durante a 60ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solidariza-se com o povo do Maranhão no momento em que enfrenta fortes enchentes e sensibiliza a opinião pública e o governo para que se multiplique o apoio às regiões atingidas.

Autor
José Sarney (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: José Sarney
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA.:
  • Solidariza-se com o povo do Maranhão no momento em que enfrenta fortes enchentes e sensibiliza a opinião pública e o governo para que se multiplique o apoio às regiões atingidas.
Publicação
Publicação no DSF de 29/04/2009 - Página 13381
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, POVO, ESTADO DO MARANHÃO (MA), VITIMA, CALAMIDADE PUBLICA, INUNDAÇÃO, BLOQUEIO, RODOVIA, LIGAÇÃO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO PIAUI (PI), ESTADO DO PARA (PA), ISOLAMENTO, TRANSPORTE DE CARGA, ABASTECIMENTO, DETALHAMENTO, SITUAÇÃO, MUNICIPIOS, PERDA, HABITAÇÃO, REGISTRO, PROBLEMA, BARRAGEM, AUSENCIA, RETENÇÃO, RIO, RISCOS, DESABAMENTO, PEDIDO, ORADOR, ATENÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, COMANDANTE, EXERCITO, MINISTERIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, EMERGENCIA, DEFESA CIVIL, BATALHÃO, ENGENHARIA, IGUALDADE, ATENDIMENTO, REGIÃO SUL, SOLICITAÇÃO, MOBILIZAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA.

            O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB - AP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, pedi ao Senador Expedito Júnior que fizesse a gentileza de me permitir dois minutos antes que ele começasse a falar, justamente para expressar minha solidariedade ao povo do Maranhão no momento em que tantas dificuldades ele está sofrendo.

            Realmente, nós do Nordeste temos um certo complexo, porque, quando as coisas ocorrem no Sul, têm uma dimensão muito maior. Quando ocorrem no Nordeste, elas realmente têm uma dimensão menor de repercussão nacional.

            Nós estamos atravessando, no Maranhão, uma calamidade de grandes dimensões. Nós estamos com a principal estrada de São Luís a Teresina cortada. Não se fala em engarrafamento de 200 quilômetros, porque é paralisação de 200 quilômetros. Não estamos nem recebendo os caminhões que vêm do Sul com abastecimento para o Estado, nem os estamos levando de São Luís para o interior, porque essa estrada está cortada. Não somente ela, mas várias estradas. Também a estrada Maranhão-Pará está com vários cortes, além de enchente em quase todos os nossos rios.

            Como o Maranhão é uma grande planície, os rios de planície em geral são rios de curso indeciso, de maneira que facilitam enchentes, porque cada curva funciona como uma barragem na descida das águas, o que faz com que esses rios saiam dos seus leitos e ocupem vastas regiões.

            Nós estamos com mais de 30 cidades, na margem desses rios, inundadas. Tenho visto contagem de 60 mil pessoas desabrigadas, mas ninguém sabe contar quantas são, porque também há muitos vilarejos que estão profundamente atingidos.

            Por outro lado, as comportas da Barragem de Flores, que foi feita ainda no tempo em que eu era Presidente da República para reter essas enchentes, retendo nas cabeceiras do rio Mearim e do rio Flores, por um certo descuido da administração de alguns anos, suas comportas deixaram de funcionar, o que realmente inutilizou que essa barragem funcionasse como regulador de águas para evitar essas enchentes. E, neste momento, as comportas estão enferrujadas, não estão funcionando já há muito; há uns três, ou quatro, ou cinco anos elas já não funcionam, o que tem aumentado o perigo de que essa barragem possa vir a rachar, o que vai ser uma calamidade imensa, sem proporções naquela região.

            Então, eu já falei ao Presidente da República, falei com o Ministro do Exército para que ele colocasse imediatamente o Batalhão de Engenharia para que pudesse fazer uma travessia desses rios a título de emergência. Falei também com o Ministro do Interior no mesmo sentido, com a Defesa Civil Nacional e estamos mobilizando de uma maneira geral. Mas eu sinto que ainda não se teve uma certa consciência nacional do que está acontecendo naquela região, porque as coisas, como eu disse, quando acontecem a partir de todo o Nordeste, as coisas começam a sensibilizar menos o País do que quando vem das regiões do Sul.

            Evidentemente que, naquela área, por estarmos em áreas pobres, essas coisas têm muito maior dano, temos muito menores instrumentos para aliviar a sorte das populações que estão atingidas nessas regiões.

            Então, aproveito este momento no Senado Federal para, uma vez mais, pedir o apoio não somente do Governo - para que ele multiplique esse apoio - mas também da opinião pública nacional para que os outros Estados façam como têm feito nos outros casos de calamidade: um movimento de solidariedade, porque, na realidade, estamos sentindo um pouco de falta dessa solidariedade que têm sido encontrada em outros momentos em outros Estados do Brasil.

            Era o que eu queria dizer a V. Exª e agradeço.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/04/2009 - Página 13381