O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Senadora Serys, Srªs e Srs. Senadores, subo a esta tribuna para fazer um relato da nossa reunião do Mercosul, em Montevidéu, nos últimos dias 18 e 19, quando foram tratados assuntos de interesse do Bloco.

Eu mesmo pude usar a tribuna do Parlamento do Mercosul e defender o ingresso da Venezuela. Eu sei que nem todos são favoráveis, mas eu entendo que o Chávez vai passar, a Venezuela vai ficar. E é hoje o segundo maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul. Depois da Argentina, é a Venezuela, com superávit comercial, saldo da balança comercial em favor do Brasil de mais de US$6 bilhões. Então, um parceiro como esse não pode ser desprezado. E eu defendi, com muita determinação, não só a entrada da Venezuela, mas, talvez, a preparação da Bolívia e do Peru para entrarem também no bloco do Mercosul. São países vizinhos que fazem fronteira com a nossa região, com a região amazônica. Os nossos corredores de integração estão ficando prontos. Está na hora de esses países, tanto a Venezuela quanto o Peru e a Bolívia, ingressarem no bloco do Mercosul. E aí nós vamos ligar lá da Terra do Fogo, na Argentina, até o Caribe, todos esses países, ao Mercosul, fortalecendo o nosso mercado, fortalecendo o nosso bloco para fazer frente a outros blocos de economia mundial.

Quanto aos nossos corredores, já temos hoje a BR-364, que vai de Mato Grosso, da capital do seu Estado, Cuiabá, até Porto Velho e até Rio Branco, no Acre, e, futuramente, interligando ao Peru, aos portos do Pacífico, em especial o Porto de Ilo, que tive a oportunidade de fazer de carro. Embarquei em Rio Branco, no Acre, e fui até o Porto de Ilo, cortando todo o território peruano, onde várias empresas brasileiras estão trabalhando, vários consórcios estão trabalhando, com prazo de inauguração para 2010.

No final de 2010 nós já vamos ter um corredor bioceânico, cortando os Estados de Mato Grosso, Rondônia, Acre, e chegando ao Porto de Ilo, no Peru.

Da mesma forma outro corredor que está se formando é de Porto Velho/Guajará-Mirim/La Paz ao Porto de Arica, no Chile, talvez um corredor até mais perto do que o do Peru, mais curto e com menos subida na Cordilheira dos Andes.

Só falta a ponte, e o Presidente Lula já determinou o projeto executivo da ponte ligando Guajará a Guaiará sobre o rio Mamoré, uma extensão de mais de mil metros. É realmente uma ponte gigantesca, mas é um tratado de mais de cem anos - na verdade, 107 anos -, o Tratado de Petrópolis, em que o Governo brasileiro se comprometeu a dar à Bolívia uma saída para o Atlântico, e essa saída seria por Guajará-Mirim, por Porto Velho, pelo rio Madeira, até o Atlântico. Então esse tratado já é muito antigo e o Brasil deve essa ponte de integração ao País vizinho da Bolívia. Futuramente será mais um corredor de exportação.

E o outro, o terceiro, seria o da Venezuela, a BR-319, uma obra que tem causado tanta polêmica aqui no Congresso Nacional, pela licença ambiental e de uma obra que já foi implantada. Ela vai ser apenas restaurada porque, ao longo do tempo, ela foi se deteriorando, mas o traçado está feito. Seria mais um corredor ligando ao Caribe, ligando à Venezuela, saindo de Porto Velho, passando por Manaus, Roraima, até os portos também do Caribe. Então seriam três corredores. Essas integrações, os corredores bioceânicos, estão ficando prontos. Isso facilita o ingresso desses países no bloco do Mercosul.

E falando ainda da BR-364, nós tivemos hoje uma ótima audiência com o Ministro Alfredo Nascimento, dos Transportes, cobrando algumas ações que estão atrasadas no Estado de Rondônia, como a pavimentação da BR-429, que foi colocada no PAC. Em breve, dentro de duas a três semanas, o Ministro estará visitando o Estado de Rondônia, possivelmente Vilhena, olhando obras federais na BR-364, na BR-429, de Presidente Médici a Costa Marques, Alvorada, São Miguel, Seringueira, São Francisco, a duplicação da ponte de Ji-Paraná e o anel viário de Ji-Paraná e inaugurando a segunda ponte da cidade de Candeias. Essa ponte liga Candeias a Porto Velho. É um trecho de duplicação de 28 quilômetros de Candeias até a Universidade Federal, depois de Porto Velho.

Nessa audiência com o Ministro e com os Diretores do Dnit me acompanharam a Deputada Federal Marinha Raupp, o Prefeito de Pimenta Bueno, Augusto Plaça, o Presidente da Câmara de Pimenta Bueno, Vereador Rodnei, e o Deputado Estadual Kaká Mendonça, também de Pimenta Bueno.

Foi uma audiência altamente produtiva. O Ministro imediatamente ligou para os Diretores do Dnit - Diretor de Infraestrutura, Dr. Hideraldo, e de Planejamento, Dr. Miguel de Souza - orientando que agilizassem os trabalhos em Rondônia, sobretudo a conclusão de dois viadutos na cidade de Pimenta Bueno. Esses viadutos foram iniciados há quatro anos. Foi feita parte das travessias urbanas. O projeto básico estava incompleto, o projeto executivo demorou muito e a obra está muito atrasada, causando transtorno à população. Com esse compromisso do Ministro, com o compromisso dos Diretores do Dnit, entendo que, em breve, a solução será encontrada para resolver o problema não só dos viadutos, mas de todas as obras que estão iniciadas ou para iniciar no Estado de Rondônia e na Região Norte.

Estou concluindo, Srª Presidente. Muito obrigado.

Não quero atrapalhar o tempo dos Colegas que estão aí para subir à tribuna. Agradeço a generosidade do tempo e, mais uma vez, agradeço a acolhida do Ministro Alfredo Nascimento, a receptividade que tivemos no Ministério dos Transportes e também com os diretores do Dnit nacional.

Muito obrigado, Srª Presidente.

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