Discurso durante a 79ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Importância da Campanha Nacional de Mobilização para o Registro Civil de Nascimento e Documentação Básica, principalmente, para os estados da Amazônia Legal.

Autor
Augusto Botelho (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Augusto Affonso Botelho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL. ESTADO DE RORAIMA (RR), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Importância da Campanha Nacional de Mobilização para o Registro Civil de Nascimento e Documentação Básica, principalmente, para os estados da Amazônia Legal.
Publicação
Publicação no DSF de 22/05/2009 - Página 18817
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL. ESTADO DE RORAIMA (RR), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • COMENTARIO, DADOS, SECRETARIA ESPECIAL, DIREITOS HUMANOS, SUPERIORIDADE, INDICE, CRIANÇA, AUSENCIA, REGISTRO CIVIL, REGIÃO AMAZONICA.
  • IMPORTANCIA, LANÇAMENTO, CAMPANHA NACIONAL, MOBILIZAÇÃO, REGISTRO CIVIL, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, SECRETARIA ESPECIAL, DIREITOS HUMANOS, SOLENIDADE, PREVISÃO, SUPERIORIDADE, INVESTIMENTO, GARANTIA, CERTIDÃO, NASCIMENTO, CRIANÇA, BRASIL, REDUÇÃO, MEDIA, FALTA, REGISTRO, Amazônia Legal, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DE RORAIMA (RR).
  • ELOGIO, EMPENHO, GOVERNADOR, ESTADO DE RORAIMA (RR), REATIVAÇÃO, CARTORIO, MATERNIDADE, OBJETIVO, ERRADICAÇÃO, FALTA, REGISTRO CIVIL, NASCIMENTO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Está bem. Eu falo.

Muito obrigado, Srª Presidente Serys Slhessarenko.

Srs. Senadores, Srªs Senadoras, mesmo assegurado por lei, o direito ao registro civil é considerado artigo de luxo em vários Estados da Amazônia, inclusive em Roraima.

Infelizmente, esse problema impede a emissão de outros documentos importantes para o cidadão, como carteira de identidade e título de eleitor, e barra o acesso a programas sociais e até a matrícula em escolas.

Segundo a Secretaria Especial de Direitos Humanos, o sub-registro, ou seja, crianças que não são registradas, ainda atinge 17,4% das crianças da região Amazônica. De acordo com o Governo Federal, 400 mil crianças brasileiras estão sem registro - o índice chega a 12% da população, enquanto o padrão tolerado pela Organização Mundial de Saúde é de 5%.

O Senador Suplicy quer fazer uma comunicação, Srª Presidente.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Agradeço muito, Senador Augusto Botelho, Senador por Roraima. Srª Presidente Serys Slhessarenko, é com muita honra e alegria que estamos tendo a felicidade de receber, acompanhado do Embaixador Leogivildo da Costa e Silva, de Angola no Brasil, o Ministro João Kussumua, que é Ministro da Reinserção Social de Angola, que nos visita no Brasil. Eu estava explicando a eles o programa Bolsa-Família. Ele vai, neste instante, conversar com o Ministro Patrus Ananias, ali no Ministério do Desenvolvimento Social, sobre todos os programas sociais do Governo brasileiro e também está se inteirando da proposição da Renda Básica de Cidadania. E eu aqui me disponho a visitar Angola para tratar deste assunto, como sempre tenho feito. Mas eu queria aqui dar-lhe as boas vindas e dizer da profunda amizade que o povo brasileiro tem pelo povo de Angola. Sejam sempre bem-vindos ao Senado Federal. Agradeço muito a atenção do Senador Augusto Botelho em permitir que pudesse fazer esse registro.

O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR) - É uma honra para nós receber os representantes de Angola aqui.

Srª Presidente, eu estava falando sobre o sub-registro de crianças em nosso País, cuja média chega a 12%, enquanto o padrão aceitável pela Organização Mundial de Saúde é de 5%.

Porém, recentemente foi lançada uma mobilização nacional para reverter esse quadro. Estive presente na cerimônia do lançamento da Campanha Nacional de Mobilização para o Registro Civil de Nascimento e Documentação Básica, junto com o Presidente Lula e o Ministro Paulo Vannuchi, dos Direitos Humanos.

As dificuldades de locomoção na floresta na selva amazônica e a deficiência na rede de registro civil estão entre as principais causas do atraso amazônico no que diz respeito ao número de brasileiros e brasileiras com certidão de nascimento naquela região.

Em toda a Amazônia Legal, 64 mil crianças deixaram de ser registradas nos primeiros doze meses de vida, em 2007. O problema é mais grave nas comunidades ribeirinhas, onde barcos são os únicos meios de transporte.

Em Roraima, por exemplo, a cada dez bebês que nascem, quatro completam um ano sem ter certidão de nascimento. Com a Mobilização Nacional, a meta do Governo é reduzir a média de sub-registros na Amazônia Legal para 5% até o fim de 2010.

A taxa vem caindo desde 1997, quando chegava a 57,9%. Ou seja, de cada dez crianças, seis não tinham registro. Mas ainda é considerada alta pelo Governo.

O programa do Governo Federal prevê, até dezembro de 2010, investimentos da ordem de R$28 milhões. Junto com os recursos federais, também serão investidos, no combate ao sub-registro, recursos oriundos dos Estados e Prefeituras, em forma de espaço físico e equipamentos, para que sejam emitidas as certidões de nascimento.

Dessa forma, espero que os brasileiros e brasileiras que vivem na Amazônia, principalmente os cidadãos de Roraima, consigam reverter o quadro do sub-registro de nascimento.

Gostaria de registrar, Srª Presidente Serys Slhessarenko, que, apesar dos números ainda não refletirem grandes avanços, o combate ao sub-registro em Roraima começou antes da Campanha Nacional de Mobilização para o Registro Civil de Nascimento e Documentação Básica, do Governo Federal. O Governador Anchieta Júnior, do meu Estado, iniciou os trabalhos em maio do ano passado, com uma medida essencial e simples: a reativação do Cartório do 2º Ofício dentro do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth, em Boa Vista, nossa única maternidade pública, onde nascem praticamente 95% das crianças do meu Estado. A única maternidade pública do Estado é a Nossa Senhora de Nazareth.

A reativação do cartório faz parte do programa implantado pela Secretaria Extraordinária da Promoção Humana e Desenvolvimento do Governo de Roraima, que tem como objetivo a erradicação do sub-registro civil de nascimento no Estado, coisa que tenho certeza de que no ano que vem será conseguida. A erradicação e não só a diminuição de percentual.

No período de um ano, já foram emitidas certidões de nascimento para mais de quatro mil recém-nascidos na maternidade estadual.

Era isso o que eu tinha a dizer, Srª Presidente.

Muito obrigado pela oportunidade.


Modelo1 7/18/248:35



Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/05/2009 - Página 18817