Discurso durante a 78ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso do Dia do Enfermeiro, em 12 de maio, especialmente os profissionais do Estado de Roraima.

Autor
Augusto Botelho (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Augusto Affonso Botelho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo transcurso do Dia do Enfermeiro, em 12 de maio, especialmente os profissionais do Estado de Roraima.
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/2009 - Página 18314
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, ENFERMEIRO, COMENTARIO, HISTORIA, PROFISSÃO, DETALHAMENTO, AREA, ATUAÇÃO, HOSPITAL, POSTO DE SAUDE, EMERGENCIA, AMBULANCIA, ENFERMAGEM OBSTETRICA, REGISTRO, INSUFICIENCIA, NUMERO, TRABALHADOR, REGIÃO NORTE, DEFESA, VALORIZAÇÃO, ENFERMAGEM.

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O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Paulo Paim, Srªs e Srs. Senadores, quero fazer uma homenagem aqui hoje, no Senado, a todos os enfermeiros e enfermeiras do Brasil, principalmente aqueles profissionais que atuam nos hospitais, clínicas e postos de saúde do meu querido Estado de Roraima.

No ano de 1938, decreto do Presidente Getúlio Vargas instituiu o dia 12 de maio como “Dia do Enfermeiro”. A escolha da data se deu por ser esse o dia de nascimento de Florence Nightingale. Nascida na Itália, filha de ingleses, Florence é considerada a fundadora da enfermagem como a conhecemos hoje. Em 1859, ela criou a primeira Escola de Enfermagem do mundo moderno.

Foi o Presidente Juscelino Kubitscheck, por decreto-lei, em 1960, quem instituiu a Semana Brasileira de Enfermagem, a ser comemorada entre os dias 12 e 20 de maio, hoje. No ano que vem, faremos 50 anos de comemoração dessa semana. Nesses dias, os Conselhos Regionais de Enfermagem promovem encontros, palestras e outras atividades para avaliar e divulgar a profissão, além de ações de esclarecimento à população sobre cuidados básicos de saúde.

Srªs e Srs. Senadores, a enfermagem é, na realidade, antigo ofício, cuja origem remonta às brumas do tempo.

Naquela época, era exercida majoritariamente por escravos, que auxiliavam os esculápios nos cuidados dos pacientes.

Com a liberalização das sociedades, tornou-se uma profissão voluntária. Hoje, em nossas complexas sociedades urbanas, a enfermagem inclui, no mínimo, dez áreas de especialização.

Na área geral, o enfermeiro organiza os serviços de enfermagem em hospitais e clínicas, além de supervisionar os trabalhos dos técnicos.

Na área médico-cirúrgica, ele atua nos centros cirúrgicos, nas unidades de terapia intensiva (UTIs), pronto-socorros e unidades de hemodiálise.

Se ele optar pela obstetrícia, deve acompanhar gestantes do pré-natal até o parto ou, então, trabalhar em programas de orientação familiar, de planejamento familiar.

Neste ponto, eu gostaria de prestar uma homenagem ao enfermeiro Eliezer, que trabalha no Serviço de Orientação Familiar de Roraima do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré, há vinte anos, prestando um trabalho diário, eficiente e de muita satisfação aos pacientes que lá procuram, juntamente com o Doutor Wilson Franco, que é um médico que trabalha junto com ele lá.

Em pediatria, os enfermeiros cuidam de crianças e recém-nascidos em berçários, nas creches, nas clínicas, nas UTIs pediátricas convencionais e nas UTIs neonatais, aquelas onde as crianças vão com 450 gramas, com 500 gramas, com 800 gramas, todas as crianças que nascem com baixo peso, que são considerados casos graves.

Na psiquiatria, a enfermagem presta assistência a pacientes com distúrbios psíquicos e de comportamento.

Na parte dos velhinhos, na geriatria, cuida dos idosos, doentes ou não-doentes que são internados nas clínicas de repouso e nos hospitais.

Atualmente, o atendimento domiciliar amplia consideravelmente o campo de trabalho da enfermagem.

Também trabalham no serviço de resgate de acidentados na rua. O Samu tem enfermeiros e enfermeiras em sua equipe para o caso de acidentes de trânsito, de incêndios e de outros acidentes na via pública.

Na área trabalhista, Senador Paim, que é a área de que o senhor gosta bastante, eles prestam serviços nas empresas geralmente em programas de prevenção de doenças e de acidentes.

Se resolve partir para a saúde pública, orienta a população sobre as enfermidades, campanhas de vacinação, além de atender pacientes de clínicas e postos da saúde em hospitais públicos. Nesse ponto, eu gostaria de homenagear também outra enfermeira antiga do meu Estado, Naiarda Bezerra, que sempre trabalhou nos programas de prevenção, de vacinação, conseguindo, inclusive, às vezes, atingir mais do que 100% das metas do Ministério da Saúde nas vacinações.

Hoje, a enfermagem é uma profissão perfeitamente consolidada, de nível superior, médio e técnico, aprendida nos bancos das universidades e das escolas especializadas. Conta com 1 milhão e 200 mil profissionais de enfermagem espalhados por todo este Brasil. Porém, um dos nossos desafios para essa área é a criação de novos postos de trabalho, inclusive para enfrentar a crise econômico-financeira que já provoca ameaças no âmbito mundial.

Infelizmente, para o nosso povo, Sr. Presidente, o espalhamento desses profissionais no Brasil não é uniforme nem em termos absolutos nem em número por habitante. Na Região Norte, correspondem a 0,48 por mil enfermeiros; na Região Sul, chega a 0,73%, que é a melhor servida no Brasil. O meu Estado, infelizmente, está abaixo da faixa média da Região Norte, que é de 0,47%, no Estado de Roraima. A pergunta que se pode fazer, desde logo, é como dar conta da assistência pública à saúde com um número tão baixo de profissionais por grupo de mil habitantes. Se levarmos em conta a dispersão existente no Norte do País, em face de sua extensão territorial, vemos o quanto ainda temos que caminhar para fazer do SUS uma realidade, um serviço bom à população.

As pessoas no Brasil têm noção exata da importância e da atuação desses profissionais no atendimento de suas necessidades de saúde. Pena que em muitos lugares essa noção é adquirida apenas pela visão em seriados de TV sobre atendimento hospitalar e ambulatorial como o famoso E.R., nos quais a participação ativa dos enfermeiros e enfermeiras é ressaltada e valorizada. Fico triste quando confrontamos com a realidade brasileira a distância da ficção televisiva, que fica espantosamente evidente, e a decepção com nossos serviços de saúde se amplia com justa razão.

Por isso mesmo, Srªs e Srs. Senadores, o dia 12 de maio e esta semana, até hoje, devem servir à dupla finalidade de louvar a nobilíssima tarefa dos enfermeiros e enfermeiras e de provocar a reflexão e a elaboração de estratégias de melhoria no atendimento da saúde de todos os brasileiros.

Sr. Presidente, deixo esta tribuna saudando os profissionais de enfermagem de todo o Brasil, principalmente os meus queridos companheiros e companheiras de Roraima, em especial aqueles que se dedicam muitas vezes com graves e grandes renúncias pessoais ao atendimento das comunidades mais carentes dos rincões mais afastados deste imenso País.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/2009 - Página 18314