Discurso durante a 78ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso, dia 15 de maio, do Dia do Assistente Social, com destaque para as propostas legislativas que tramitam no Senado em favor da área e da profissão.

Autor
Flávio Arns (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Flávio José Arns
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. EXERCICIO PROFISSIONAL.:
  • Homenagem pelo transcurso, dia 15 de maio, do Dia do Assistente Social, com destaque para as propostas legislativas que tramitam no Senado em favor da área e da profissão.
Aparteantes
Augusto Botelho.
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/2009 - Página 18317
Assunto
Outros > HOMENAGEM. EXERCICIO PROFISSIONAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, ASSISTENTE SOCIAL, COMENTARIO, HISTORIA, PROFISSÃO, IMPORTANCIA, AUXILIO, POPULAÇÃO, BAIXA RENDA, BUSCA, REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, SEGURIDADE SOCIAL, POLITICA SOCIAL, PARTICIPAÇÃO, CRIAÇÃO, POLITICA, SETOR PUBLICO.
  • COMENTARIO, PROJETO, SENADO, BUSCA, VALORIZAÇÃO, RECONHECIMENTO, ASSISTENTE SOCIAL, REGISTRO, AUDIENCIA PUBLICA, COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS (CAS), PARTICIPAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, DEBATE, RETORNO, CATEGORIA PROFISSIONAL, TRABALHO, MINISTERIO DA PREVIDENCIA SOCIAL (MPS), PROPOSIÇÃO, AUTORIZAÇÃO, INSERÇÃO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, ATIVIDADE, REDUÇÃO, CARGA HORARIA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero lembrar que, na última sexta-feira, 15 de maio, celebrou-se o Dia do Assistente Social - ou da assistente social -, uma profissão que nasceu inspirada na doutrina social da Igreja Católica, tendo por marco a Encíclica Rerum Novarum, publicada exatamente nesta data no ano de 1891.

Preocupado com os graves problemas sociais que dominavam as sociedades européias naquele final de século, o Papa Leão XIII lança um documento que será assumido como base fundamental do serviço social. A profissão se estabelece no Brasil em 1936, enriquecida por uma nova encíclica social da Igreja, a do Quadragésimo Ano, publicada no advento dos 40 anos da Rerum Novarum, em 15 de maio de 1931.

Até os anos 60, perduraria a decisiva influência e contribuição da Ação Social Católica, deixando, porém, o eterno legado de imersão do assistente social nas problemáticas que revelam desigualdades sociais e econômicas. O amplo espectro de atuação desse profissional inclui o atendimento ao indivíduo ou à família afetados pela pobreza, pela violência, pela fome, pelo desemprego.

Falamos de um profissional polivalente, de formação humanista, capaz de entender e atender as carências humanas, materiais e existenciais, razão por que, sem medo de errar, podemos dizer que o ou a assistente social tem também em si o pedagogo e o psicólogo. De indiscutível competência, tem autonomia para desenvolver e propor políticas públicas que favoreçam as populações quanto a serviços e benefícios, principalmente ligados à seguridade social.

Por essa razão, as instituições que costumam contratar o serviço desse profissional - prefeituras, associações, entidades do terceiro setor, sistema judiciário e presidiário, entre muitas outras - ocupam-se de questões ligadas a conflito familiar ou conjugal, crianças em risco social, moradoras de rua, sem infância, com dificuldades escolares ou sem escola; jovens e adultos desempregados ou em conflito nas relações de trabalho; idosos doentes, asilados ou isolados socialmente; minorias éticas... Isso posto apenas para demonstrar uma parcela da atuação desse profissional, cumprindo revelar que particularmente toca-nos - pelo viés que marca nosso mandato - o trabalho do ou da assistente social junto às pessoas com deficiência.

Essa profissão vem se redefinindo, conseguindo como poucas adequar-se às demandas sociais sempre mais complexas e desafiadoras. Mais do que nunca, caracteriza o assistente social o seu interesse e sua ciência de poder intervir na gestão de políticas públicas, contribuindo hoje também na construção e na defesa dessas políticas, como bem exemplificam a participação no Sistema Único de Saúde (SUS), na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nos Conselhos das esferas Municipal, Estadual e Nacional.

Confirmando sua vocação humanista, o assistente social segue desenhando uma trajetória de respeito às pessoas em suas dificuldades e, ao mesmo tempo, de crença em suas potencialidades. Um profissional que a cada dia reafirma o compromisso com a liberdade, a justiça e a democracia, constantes em seu Código de Ética Profissional.

Portanto, o nosso reconhecimento a esse profissional que, em sua capacidade crítico-reflexiva, tanto compreende a necessidade das populações e articula-se com firmeza e sensibilidade em prol do bem comum.

Sr. Presidente, eu gostaria que meu pronunciamento estivesse direcionado, como está, para o profissional assistente social, cujo dia foi comemorado no dia 15 de maio, sexta-feira passada, conforme já enfatizado.

Quero dizer que inúmeras iniciativas dentro do Senado Federal vêm sendo tomadas a favor dessa área e reconhecendo-se o valor desse profissional na atuação com a sociedade.

Hoje mesmo, tivemos uma bela audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais com o Ministro José Pimentel, que, naquela audiência, falava do resgate da participação do assistente social nas tarefas que o Ministério da Previdência vem desempenhando pelo Brasil. Estão sendo contratados perto de mil assistentes sociais.

Outro dia, na mesma Comissão de Assuntos Sociais, aprovamos o projeto de lei que permite a inserção do assistente social, da assistente social, e do psicólogo na equipe da escola, participando do projeto político pedagógico, participando das atividades educacionais, inserindo-se no debate com os professores. E cremos firmemente que o assistente social na escola comum pode desempenhar um papel da mais alta relevância, aproximando a escola da família, aproximando a escola da comunidade, orientando a família, por exemplo, sobre os vários programas sociais, até chegarmos ao ponto de um dia a família do aluno da escola comum, quando tiver alguma dúvida em relação a benefícios da Previdência, da assistência, programa de alfabetização ou outros programas, como aquisição de casa, ou acesso ao Bolsa Família, ou o que for, poder dizer: vou à escola do meu filho, porque lá existem pessoas que podem me orientar para eu ter mais cidadania e mais dignidade.

Nesse sentido, esse projeto foi aprovado, vai retornar à Câmara dos Deputados, porque foi feito em conjunto com os Conselhos Federais de Psicologia e de Serviço Social para que houvesse uma sintonia entre aquilo que está sendo aprovado e o desejo da sociedade. E, ao mesmo tempo, no outro dia, após discussão, a Comissão de Assuntos Sociais aprovou também o projeto para que a carga horária de trabalho do assistente social ficasse na faixa de 30 horas semanais, ou seja, um grande debate vem acontecendo, com toda propriedade e justiça, com relação a esse profissional.

Por isso quero que em todo o Brasil, em função das diversas áreas em que esses profissionais atuam, que eles recebam os cumprimentos desta Casa pelo dia 15 de maio, que foi o Dia do Assistente Social. Quero, ainda, enaltecer os profissionais e os cursos de formação, lembrando que a sociedade deve ficar atenta aos belos, necessários e importantes serviços que esses profissionais podem colocar à disposição de todos, tais como: cidadania, respeito, participação e oportunidade para todos nos contextos em que essas pessoas vivem.

Congratulações ao assistente social.

Obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Augusto Botelho (Bloco/PT - RR) - Senador Flávio...

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR) - Sr. Presidente, não sei se V. Exª...

O Sr. Augusto Botelho (Bloco/PT - RR) - Só gostaria de me somar à homenagem que V. Exª faz aos assistentes sociais e dizer que eles são muito importantes. Hoje o Ministro disse que está encaminhando ao Ministério do Planejamento um pedido para contratar 900 assistentes sociais na Previdência Social - não sei se V. Exª falou nisso, porque estive um pouquinho ausente. Essa é mais uma oportunidade, é uma abertura de trabalho necessária, importante. Em nossa agência da Previdência, nós temos uma assistente social, Dona Eliana, que faz um trabalho muito importante lá em Roraima. Ela é daquelas antigas, quer dizer, não tem mais chance. E V. Exª fez um histórico da assistente social. Foi muito bom. Eu não sabia que essa profissão havia surgido em decorrência do trabalho social da Igreja Católica. A Encíclica Rerum Novarum também a estimulou. Por isso elas têm esse aspecto de anjos que estão sempre perto das pessoas. Lá em Roraima nós temos assistentes sociais em todos os hospitais, em maternidades e também em alguns postos de atendimento público. Então, eu gostaria de me somar à homenagem que V. Exª faz e dar os parabéns a esses profissionais. Sabemos que a sociedade reconhece o valor do assistente social e esperamos que também as empresas e os governos reconheçam esse valor.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Queria convidar o Senador Flávio Arns para presidir, se possível.

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR) - Solicito a V. Exª que a contribuição do Senador, amigo e médico, Augusto Botelho, do Estado de Roraima seja incorporado ao meu discurso pela beleza do pronunciamento e pela relevância e importância do mesmo.

Obrigado.


Modelo1 5/18/244:53



Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/2009 - Página 18317