Discurso durante a 78ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre o Relatório de Atividades do Exercício de 2008, recebido da Agência Nacional das Águas.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.:
  • Considerações sobre o Relatório de Atividades do Exercício de 2008, recebido da Agência Nacional das Águas.
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/2009 - Página 18714
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, AGENCIA NACIONAL DE AGUAS (ANA), IMPLEMENTAÇÃO, COORDENAÇÃO, GESTÃO, RECURSOS HIDRICOS, MELHORIA, ACESSO, PROMOÇÃO, PRESERVAÇÃO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, AGUA, MANUTENÇÃO, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA, PUBLICAÇÃO, RELATORIO, ATIVIDADE.
  • COMENTARIO, BALANÇO, AGENCIA NACIONAL DE AGUAS (ANA), BUSCA, AMPLIAÇÃO, DEBATE, PRESERVAÇÃO, AGUA, APOIO, ELABORAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO, POLITICA DE SANEAMENTO BASICO, CRIAÇÃO, POLITICA NACIONAL, CONTROLE, EXCESSO, CONSUMO, RECURSOS HIDRICOS, IRRIGAÇÃO, AGRICULTURA, INCENTIVO, DESCENTRALIZAÇÃO, IMPLANTAÇÃO, ORGÃOS, AUXILIO, ADMINISTRAÇÃO, ESFORÇO, DESENVOLVIMENTO, HIDROVIA, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, REGIÃO NORDESTE.
  • IMPORTANCIA, LANÇAMENTO, CONCURSO PUBLICO, INCENTIVO, QUALIFICAÇÃO, SERVIDOR, PREENCHIMENTO, CARGO EFETIVO, ADOÇÃO, PLANO DE CARREIRA, GARANTIA, EFICACIA, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, AGENCIA NACIONAL DE AGUAS (ANA).

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O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - AL. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores., o modelo do Estado regulador, pelo qual agentes privados e a sociedade civil têm a liberdade de fazer negócios sob o monitoramento de instituições de direito público - as agências reguladoras - é uma das principais novidades introduzidas, na última década, na organização e no funcionamento dos serviços públicos no País. São agências que se caracterizam pela qualificação técnica de seus quadros e por exercer função de Estado independentemente do Governo - isto é, do grupo no Poder -, porque seus diretores são nomeados para mandatos fixos e submetidos a um regimento próprio.

            Entre as agências reguladoras criadas nos últimos anos, a Agência Nacional das Águas (ANA) é, sem a menor dúvida, uma das mais importantes. Afinal, a água é um dos bens mais escassos e de distribuição mais desigual pelas regiões do mundo. Nesse sentido, o Brasil é um país privilegiado, pois tem uma fração muito grande da água doce aproveitável da crosta terrestre. Temos algumas das maiores bacias fluviais do mundo em volume de água e o grande manancial subterrâneo constituído pelo aqüífero Guarani.

            No entanto, a desigualdade regional, a insuficiência educacional de nossa população - que se manifesta de modo muito agudo no que diz respeito às questões ambientais, principalmente na destinação de rejeitos - e, finalmente, nossos graves problemas sociais, todos esses fatos tornam problemático o aproveitamento e a preservação dessa riqueza.

            A consciência da complexidade do problema das fontes e das destinações da água está expressa na própria missão atribuída à ANA: a de “implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e regular o acesso à água, promovendo o seu uso sustentável em benefício da atual e das futuras gerações”.

            Grande é a importância das agências no funcionamento do novo modelo de Estado, porém, tão relevante quanto sua atuação regulatória, é a transparência que devem manter, publicando periodicamente os resultados de sua intervenção no campo econômico ou social de sua competência. Como órgãos de Estado independentes dos Governos, é ao público em geral que a direção das agências reguladoras deve satisfação por seus atos.

            Isso é, precisamente, o que faz a ANA ao trazer a público seu Relatório de Atividades do Exercício de 2008. Em sua mensagem introdutória, a Diretoria da ANA destaca os avanços obtidos, por uma instituição relativamente nova, em duas frentes: a das atribuições legais de regulação e de gestão, e a dos estudos técnicos que informam e subsidiam a primeira.

            A própria inserção do tema “Água” no debate sobre os caminhos do desenvolvimento nacional já é considerada, pela direção da ANA, uma conquista. Porque a ignorância sobre os limites dos recursos naturais pode conduzir a um desenvolvimentismo predatório, capaz de esgotar até as imensas reservas hídricas do Brasil. Consumo predatório que não é somente responsabilidade do capital e da grande indústria, mas do Estado e de cada cidadão que consome água e produz esgoto. Por isso, a ANA tem se engajado vivamente na formulação e na implementação de uma Política Nacional de Saneamento.

            Em todo o mundo sabe-se que a agricultura é o setor de atividade que mais consome água em relação a sua fração no PIB. Portanto, a formulação de uma Política Nacional de Irrigação, pela qual cada agricultor seja responsabilizado pecuniariamente por seu consumo e pela degradação que eventualmente cause aos consumidores a jusante, é uma das preocupações principais da ANA.

            O apoio à constituição dos comitês de bacia e dos órgãos estaduais de gestão da água tem sido também uma das linhas mestras de ação da Agência. Essa descentralização das atribuições possibilita à ANA a concentração nas atividades mais gerais de regulação e gestão.

            Um dos grandes entraves ao desenvolvimento do País, como todos sabem, é a fragilidade de nossa matriz de transportes, demasiadamente concentrada no modal rodoviário - um absurdo, em país com bacias hidrográficas caudalosas. Pois a ANA dedica parte de seus esforços no incentivo ao desenvolvimento do modal hidroviário.

            Outras ações que merecem destaque são a promoção do desenvolvimento econômico do Nordeste, com a busca de soluções definitivas para seus desequilíbrios hídricos sazonais, e a constituição de parcerias internacionais, pelas quais o Brasil compartilha experiências na gestão das águas com países como França, Espanha, Colômbia e Cuba.

            Para a consecução de suas atribuições, a ANA precisa recrutar técnicos capacitados no mercado, e para isso lançou, ano passado, um concurso nacional para preencher 152 cargos efetivos, desenvolveu e adotou um Plano de Carreira para seus servidores e continua a manter em funcionamento, para eles, um Plano de Capacitação.

            A Agência Nacional de Águas insere-se, assim, no quadro do novo modelo de gestão do Estado, mais descentralizado e profissional, pelo qual se busca a distância possível das injunções políticas imediatistas e a primazia das decisões técnicas.

            Cuidar de nosso patrimônio hídrico, preservando-o para as gerações a vir, é tarefa das mais elevadas e patrióticas. A ANA, à medida que se estrutura e implementa seus instrumentos técnicos e legais, vem dando conta desse papel com crescente proficiência, como se pode constatar em seu Relatório de Atividades.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/2009 - Página 18714