Discurso durante a 80ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Celebração pelos 10 anos de ausência da febre aftosa no Estado de Rondônia.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PECUARIA. CALAMIDADE PUBLICA. SENADO.:
  • Celebração pelos 10 anos de ausência da febre aftosa no Estado de Rondônia.
Aparteantes
Arthur Virgílio, Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 23/05/2009 - Página 19122
Assunto
Outros > PECUARIA. CALAMIDADE PUBLICA. SENADO.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, PRAZO, ERRADICAÇÃO, FEBRE AFTOSA, VACINAÇÃO, REBANHO, ESTADO DE RONDONIA (RO), ELOGIO, TRABALHO, INVESTIMENTO, AUTORIDADE, TECNICO, PRODUTOR, ANIVERSARIO, CRIAÇÃO, AGENCIA, DEFESA SANITARIA, AMBITO ESTADUAL, INICIATIVA, ORADOR, EX GOVERNADOR, APRESENTAÇÃO, DADOS, PECUARIA, BOVINO, CARNE, LEITE, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), EXPORTAÇÃO, EMPREGO, SAUDAÇÃO, CONTINUAÇÃO, MOBILIZAÇÃO, RECEBIMENTO, RECURSOS, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), BUSCA, LIBERAÇÃO, AREA, DISPENSA, VACINA.
  • SOLIDARIEDADE, MORTE, CRIANÇA, VITIMA, INUNDAÇÃO, ESTADO DO AMAZONAS (AM).
  • COMENTARIO, CRISE, SENADO, OPORTUNIDADE, CORTE, ORÇAMENTO, APERFEIÇOAMENTO, ADMINISTRAÇÃO, INSTITUIÇÃO DEMOCRATICA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, que tão bem representa o Rio Grande do Sul, Srªs e Srs. Senadores, todos já conhecem os males que são trazidos pela febre aftosa e os prejuízos econômicos acarretados por essa doença para os rebanhos brasileiros.

Parece-me, no entanto, necessário dar maior divulgação ao enorme esforço em termos de dinheiro, trabalho e tempo.

Assim, creio ser bastante oportuno celebrar dez anos sem febre aftosa no Estado de Rondônia. Isso mesmo, no dia 6 de abril passado, Rondônia comemorou dez anos livre de febre aftosa com vacinação, sendo que o último caso verificado no Estado aconteceu em março de 1999.

Além disso, aquela data assinalou dois fatos marcantes e correlatos. O primeiro foi o lançamento da vigésima sexta etapa de vacinação contra a doença; o segundo foi o aniversário de dez anos da criação da Idaron - Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia, que foi criada ainda no meu Governo.

Eu, quando Governador, criei essa agência para combater a febre aftosa no Estado de Rondônia. De lá para cá, todos os governos que me sucederam deram continuidade a esse trabalho maravilhoso contra a febre aftosa no Estado de Rondônia.

Esse grande esforço, Sr. Presidente, levado a cabo por Rondônia, tem produzido resultados bastantes impressionantes. Hoje, Rondônia é o quarto maior exportador de carne do Brasil. O Estado possui 83 mil produtores rurais e rebanhos com mais de onze milhões de cabeças de gado bovino e bubalino. O setor produz 510 mil toneladas de carne e 741 milhões de litros de leite todos os anos.

Para o Estado, a agropecuária representa parte significativa da economia, é 40% do Produto Interno Bruto estadual e 56% das exportações rondonienses. Em termos de empregos, isso significa aproximadamente 250 mil pessoas envolvidas em alguma das fases produtivas do setor.

Para assegurar que a economia local não saia dos trilhos, o objetivo para este ano de 2009 é repetir a vacinação de 100% do rebanho local. Para tanto, está sendo mobilizada uma grande estrutura logística com centenas de técnicos, automóveis e barcos. E, por falar em automóveis e barcos, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Governo Federal, por intermédio do Ministério da Agricultura, do Ministro Reinhold Stephanes, que é do meu Partido, do PMDB, um grande paranaense, Deputado Federal, que já foi Ministro da Previdência Social, que tem um excelente serviço prestado ao País, destinou ao Estado de Rondônia R$12 milhões no início deste ano para a aquisição de veículos, barcos, para a campanha de vacinação.

Então, hoje, o Idaron, a Emater de Rondônia, conta com essa estrutura poderosa para dar continuidade a esse trabalho de vacinação do nosso rebanho.

Concedo, com muito prazer, um aparte ao nobre Senador Mão  
Santa, do Estado do Piauí.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Senador Valdir Raupp, quero parabenizar V. Exª porque outro dia, a pedido de empresários na área da pecuária, da caprinocultura do Piauí, eu marcava uma audiência com Reinhold Stephanes, que é do nosso Partido e tem uma larga experiência de governo, de ministérios e tal, e ele nos estimulou com o exemplo de Rondônia. Mas eu quero dizer que é uma lástima o Governo do Piauí. A essa audiência foram o Presidente da Federação da Cultura, o Caú, e vários líderes empresariais da pecuária. O Piauí caiu, como o Presidente disse, nunca dantes - era Camões - teve uma situação como essa. É risco desconhecido. Então, ele está fazendo um esforço, mas é uma lástima o governador de lá. De tal maneira que a gente pensa que é só isso, Paim. Mas, acontece que nós, do Piauí, somos orgulhosos e dizem que nós somos os gaúchos do Nordeste. A carne, a pecuária, o bovino, enquanto nos outros Estados é R$600,00 o preço por unidade, no Piauí é R$300,00, porque ele não pode comercializar com os Estados vizinhos, e comércio é oferta e procura. Então, ele só é comercializado localmente. Aquele homem do campo que vivia da pecuária, da caprinocultura... nós somos fortes em caprinocultura, o preço é muito menor do que na metade dos Estados vizinhos. Então, quero dizer o seguinte: cuidado lá. Não deixe acontecer um governador do PT lá. Assim vocês poderão sofrer as consequências que os criadores do Piauí estão agora sofrendo. A aftosa lá é de risco desconhecido. Nunca antes, Luiz Inácio, houve isso.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - Realmente é muito grave. Eu queria aproveitar esse aparte do Senador Mão Santa para convidar as autoridades sanitárias do Estado do Piauí para conhecer o programa do Estado de Rondônia. Quando fui Governador, lancei uma campanha denominada Gado Sadio, porque no passado tinha problema também. Criei essa agência de defesa sanitária e, de lá para cá, Senador Mão Santa, nunca mais Rondônia teve problema com a febre aftosa.

O Estado de Rondônia está agora prestes a entrar em uma nova fase na luta contra a febre aftosa. O objetivo é que, em dois anos, o Estado passe para o estágio de área livre de aftosa sem a necessidade de vacinação do rebanho. Isso abrirá novos mercados para a carne de Rondônia, haja vista que países como os Estados Unidos, Coreia do Sul, Rússia, Japão e tantos outros exigem como requisito para a compra que a carne seja proveniente de áreas livres da doença, sem a necessidade de vacinação.

Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Senador Valdir Raupp, V. Exª me permitiria um aparte?

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - Com muito prazer, nobre Senador Arthur Virgílio.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Antes de qualquer coisa, Senador Paim, meu prezado Presidente, e Senador Valdir Raupp, peço desculpas por ser antirregimental, porque, embora concordando e endossando as teses que V. Exª expõe e que eu as ouvia do meu Gabinete, eu tratarei de dois assuntos que faço questão de ter a honra de vê-los inseridos em seu discurso, mas que se casam com a minha necessidade de viajar para a minha terra - tenho compromissos lá. O primeiro assunto é algo de muita dor, porque as enchentes no Amazonas causaram mais uma vítima fatal. Dessa vez, uma criança de onze meses foi encontrada embaixo do assoalho, ou seja, na maromba. Na minha terra, chama-se de maromba um levantamento do assoalho que os ribeirinhos fazem para se defender das enchentes. Quando a água vai subindo, eles vão elevando o assoalho. A criança foi encontrada embaixo, enfim. Estou levantando o nome da família, o nome da criança. O Prefeito Bi Garcia, de Parintins, deverá estar lá, representando todos nós. Precisamos pensar no longo prazo, precisamos pensar em não ficar sempre correndo atrás dos prejuízos. Portanto, o meu voto de pesar chegará daqui a pouco, eu o assinarei agora, antes de viajar. Estou muito consternado. A notícia que temos e que é positiva foi a constituição da comissão externa do Senado para visitar alguns Municípios de crise. E o outro assunto, depois de eu colocar com muito sentimento o meu pesar por essa vítima, eu sempre digo que não sei se seria uma... Aliás, o nome da criança - é um menino - é Raimundo Cirilo Carneiro, de onze meses; o pai, Eder Carneiro; a mãe, a Srª Luciana Carneiro.

Segundo me informa o Prefeito Bi Garcia, ele estava sozinho, caiu na água e morreu afogado, ontem, 21 de maio, à tarde, na sede do Município. Foi encontrado abaixo do assoalho do vizinho. Ele será enterrado na Comunidade Paraíso, Cemitério Santa Maria do Paraíso, no Paraná dos Ramos. E, aí, eu faria o voto de pesar imediatamente, porque eu sei que será endossado pelo Senado como um todo. A outra questão é completamente diferente, mas tem a ver com a mesma solidariedade às pessoas humanas, porque corrupção faz mal à saúde das pessoas, das que não a praticam, das que são vítimas dela. Eu gostaria de saber quando é que vai finalmente ser feita a oitiva, na Mesa, dos Diretores Zoghbi e Agaciel. Eles têm de, se necessário, até ser acareados. E, segundo, eu estou espantado porque eles já divulgaram passagens de todos aí que... As minhas, não! Eu estou aguardando que eles façam alguma coisa parecida comigo. É possível que não façam comigo. Eu já disse que o que é meu é autorizado, podem abrir à vontade, trabalhei dentro da lei. Mas estou estranhando. Estou entendendo que os dois estão com medo de mim. Esse dropezinho que calou a boca de tanta gente aqui a minha boca não cala não, entendeu? Então, solta uma de um, outra de outro, aí o pessoal vai se encolhendo. Mas eu sou do signo de escorpião, o meu é ir para cima. Sou católico praticante, mas um péssimo cristão quando se trata de levar um tapa e oferecer a outra face. Eu respondo com outros quatro e duas joelhadas, se for necessário. Não sou do tipo que se encolhe. Então, eu estou estranhando, estranhando mesmo essa consideração dos dois acusados em relação a este modesto Senador. Eu quero que publiquem. Estão desafiados. Minha vida é um livro abertíssimo. E eu exijo que a mesa marque a oitiva dos dois, com a presença dos Líderes e dos Senadores. Não é CPI de Petrobras, não é crise internacional, não é Venezuela, não é nada que vá fazer nós esquecermos o dever que temos de limpar esta Casa. Esta Casa tem de ser limpa. Esta Casa tem de ser saneada. Esta Casa tem de ser absolutamente devolvida ao respeito da população, ao respeito do povo. Então se pensam eles que eu esqueço, eu não esqueço. Tenho memória de elefante para essas coisas. Aqui estou dizendo que estranho muito essa covardia em relação a mim. Estranho muito. Para mim é covardia mesmo. Quero que eles sejam ouvidos pelos Líderes, pelos Senadores que quiserem comparecer, pela Mesa, para nós investigarmos uma a uma as acusações deles. E mais. Gostaria de ser informado, e vou cobrar isso do Presidente Sarney no início da semana, sobre como está, se já tem Polícia Federal na história ou se não tem, o que está acontecendo. Não dá para, de repente, dado o tempo, dizerem: não houve nada, não aconteceu nada, quando milhões e milhões e milhões de reais foram desviados do Senado Federal, das finalidades fundamentais do Senado Federal, da vida do povo brasileiro, porque isso aqui é dinheiro do povo brasileiro. Dei os dois recados: o segundo com indignação, com cobrança mesmo, e o primeiro com muita dor, porque se trata de uma criança que mora numa casa muito pobre porque este Brasil tem agaciéis e zoghbis demais e aí essa criancinha tem que morar numa palafita lá em Barreirinha. Eu não consigo não ligar uma coisa à outra. Se ela é tão pobre assim, é porque tem gente que é rica demais indevidamente. Não sou contra quem trabalha, produz, gera emprego e fica rico, não sou contra não. Eu sou contra quem não trabalha, não produz e fica rico fazendo esse menininho morrer ou de fome ou de água, porque não tem uma moradia decente para sustentar. Então não pense ninguém que eu vou deixar passar. Ninguém, ninguém, ninguém, ninguém. Vou ficar até o final porque tudo na minha vida tem escada. Nada na minha vida é assim: eu não vou do primeiro grau para o décimo grau. Eu vou um, dois, três, quatro, até chegar ao décimo. Eu não sei em que grau estou. Só que não mudou nada para mim. Não estou convencido de coisa alguma aqui. Quero ver as mudanças efetivamente implementadas porque as mudanças primeiras lá, em 94, foi uma beleza de discurso mas ninguém fez nada. E conversa fiada, papo furado, eu não quero. Eu quero solução. E se tiver funcionário, diretor, comprovadamente corrupto, quem vai mostrar isso é uma investigação séria, que seja demitido. Não adianta fugir por aposentadoria, não, porque aposentadoria não esconde ninguém. Aposentadoria se anula também se ela for fraudulenta, se ela for ilegal. Eu quero conectar uma criancinha que morre porque é muito pobre com gente que acha que vai ficar impune, porque ficou muito rica sem ter trabalhado para isso. Muito obrigado a V. Exª. Perdoe-me a intromissão no seu pronunciamento. E quero registrar esse voto de pesar, que sei que virará um voto do Senado, pelo Raimundo Cirilo Carneiro, de 11 meses, este já foi punido, e não é corrupto, é um menininho de 11 meses, filho de Eder Carneiro e de Luciana Carneiro, que será enterrado hoje na sede do Município de Barreirinha, terra do poeta Thiago de Mello, no cemitério Santa Maria do Paraíso no Paraná do Ramos. Muito obrigado, Sr. Presidente.. 

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - A nossa solidariedade também a essa criança, vítima das enchentes no Amazonas. O clima está ficando meio nervoso e, por isso, temos que ter muito cuidado com o meio ambiente. Somo-me também às condolências, aos sentimentos à família, aos amigos e a todo o povo de Barreirinha, no Estado do Amazonas.

E a respeito das turbulências no Senado, nobre Senador Arthur Virgílio, eu acho que, de toda crise, tem que se tirar proveito. Lamentavelmente, a crise existe. Ela está aí. E é hora de a Mesa do Senado Federal tirar proveito dessa crise e fazer o trabalho que tem que ser feito, fazer a limpeza que tem que ser feita, a reforma que tem que ser feita.

Eu tenho ouvido que o Presidente Sarney, por meio dos estudos da Fundação Getúlio Vargas, pode chegar à redução até de 40% nos cargos, nas despesas do Senado Federal. Se existir a gordura, toda ela pode ser cortada, isso em governos, em parlamentos, em prefeituras. E se essa gordura existe aqui, no Senado, se existe um orçamento tão folgado que pode dar margem a fazer coisas erradas, essa gordura tem que ser cortada, tem que ser queimada. Eu acho que esse é o momento de queimar a gordura aqui, do Senado Federal.

Concedo, com muito prazer, um aparte ao nobre Senador Mão Santa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Arthur Virgílio, eu não posso dizer l’État c’est moi, não posso dizer la table c’est moi, a mesa sou eu, eu não posso, mas quero lhe dizer que eu posso pedir a V. Exª que o nosso Marconi Perillo vá à próxima reunião. Isso foi um requerimento como todos os Senadores mandam um requerimento. São avaliados, discutidos, julgados e aprovados. Esse requerimento de acareação dos dois altos funcionários do Senado entrou em discussão. Eu mesmo dei a minha opinião de vida, de experiência, como deveria ser. Então, nós estamos aguardando o propositor para ver se isso agrada. Marconi Perillo.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Permita-me, Senador, um contra aparte aqui? A última vez que desafiaram o Marconi...

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB -- RO) - Esta Casa é do debate, não é?

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - A última vez que desafiaram o Marconi ele veio e instalou a CPI. Então ele estará...

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Não, e eu quem convidei.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Por outro lado, por outro lado... O Senador Mão Santa assinou, sim. Por outro lado, digamos que o Senador Marconi Perillo morresse, o que eu não desejo, é um rapaz jovem que vai ser Governador de Goiás outra vez. Esse requerimento já devia ter sido assinado por outros da Mesa. O fato, aí eu vou dizer, é que eu não tolerarei que esses dois não sejam ouvidos. Isso acontecerá, tanto quanto eu tenho certeza que estou vivo neste momento. Isso acontecerá. Se vai acontecer a tal reforma eu não sei, porque, da outra vez, prometeram e não cumpriram. Isso eu não sei. Eu só sei que, assim como eu estou respirando agora, eu tenho certeza que os dois serão ouvidos. Eu vou fazer com que isso aconteça. Tenho absoluta convicção, porque, se é o Marconi Perillo, se vai ser com a assinatura também do Senador Mão Santa, do Senador Fulano ou do Senador Beltrano, vai ter que acontecer. Em outras palavras, eu só estou dando um alerta de que não vou deixar no vai-da-valsa. Não vou permitir que, como aconteceu agora na CPI da Petrobrás, aí todo mundo se vira para aquilo e não sei o quê. “A crise saiu daqui”. Não saiu, não. Só sai quando se implantar reforma, só sai quando se punir quem porventura tenha praticado corrupção. O mais para mim não é o relevante. E quanto ao meu amigo, Senador Mão Santa, fique tranquilo que, se for marcado para qualquer dia, às quatro da manhã, o primeiro a chegar será o Senador Perillo, com a mesma coragem cívica com que ele chegou àquela mesa para ler a CPI depois daquele incidente que tivemos em algum momento da semana passada. Obrigado, Senador Mão Santa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - E ele não leu no mesmo dia porque eu tinha acertado que aguentaria a sessão. É porque hierarquicamente chegou a Serys e encerrou. Eu esperaria e estava esperando chegar o voo dele.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Não tenho dúvida nenhuma.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - E da mesma maneira nós estamos lá. Houve discussão. Eu tenho até o meu ponto de vista e não vou externar aqui, porque a Mesa não decidiu. E se satisfaz o Marconi. Eu dei a minha sugestão.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Ela não poderia ter encerrado a sessão, de fato. Enfim, esses golpes não funcionam, já provamos, mais de uma vez, que esses golpes não funcionam. Eu adoro a Serys, mas ela não está com uma cara boa. A melhor coisa é você andar com a cara boa. Ela não está com a cara boa. Ela me chama de Arthur, meu querido, me beija. Ontem, estava: “Senador, não sei o quê... Quer dizer, a pessoa quando faz uma coisa que não é certa ela não fica bem, entendeu? Não fica bem. Por isso, prefiro sempre dizer o que eu penso. Aí, agradei ou desagradei, pra mim não é o relevante. E não sou candidato a miss simpatia nem a miss nenhuma. Eu não tenho nenhum jeito para miss, miss simpatia muito menos. Sou candidato a dizer as minhas ideias e pronto, enquanto o povo do Amazonas tiver paciência de me manter aqui, enquanto eu tiver paciência de ficar aqui. São duas condicionantes que dependem: uma, do povo; outra, de mim. Mas não estou aqui para fazer papel de miss simpatia, não. Esse caso vai ser investigado, vai ser apurado. Não é possível que se misture a maioria esmagadora de funcionários decentes desta Casa com meia dúzia que é prevaricadora mesmo e que está pensando que vai jogar com a falta de memória de alguns. A minha memória é de elefante, eu não vou permitir não.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Então, eu queria apenas dizer que as reuniões, normalmente, são na quinta-feira. A de ontem, publicada no Jornal do Senado, foi sobre “Transparência: cidadão terá acesso a orçamentos estaduais”. O Senado tem procurado dar transparência a tudo que aqui ocorre. Essa afirmação foi feita por José Sarney a respeito do Projeto Siga. Mas, na próxima quinta-feira, eu já advirto agora a nossa Secretária Executiva que coloque a primeira...

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Terça-feira, vou pedir uma extraordinária,...

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Pois, ótimo.

           O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - ...vou pedir uma extraordinária, porque não é possível ficarmos falando em transparência dos Estados e não cuidarmos da transparência interna da Casa, com tanto escândalo que aconteceu aqui dentro. Então, tem que ser uma coisa logo. Em outras palavras, vou falar em português: embromação; vou falar no inglês macarrônico: “embromation” não vai ter, entendeu?. Não vem que não tem. Vai ter que ter a oitiva dos dois e ponto final.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - A palavra volta ao Senador Valdir Raupp, até porque ele precisa viajar neste momento.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - Sr. Presidente, falava que o Estado de Rondônia em breve vai entrar em área de livre aftosa sem vacinação, o que poucos Estados do Brasil possui. Mas, para que isso seja possível, Sr. Presidente, trabalhei, junto ao Governo Federal, no sentido de serem liberados recursos para a vacinação do rebanho boliviano, nas regiões que fazem fronteira com o Estado brasileiro. A Bolívia, em suas fronteiras, ainda necessita controlar com maior rigidez a qualidade de seu gado.

Rondônia, espero eu, será o segundo Estado brasileiro, depois de Santa Catarina, a atingir esse objetivo. De tal maneira que, posso dizer com orgulho, Rondônia está na vanguarda da produção agropecuária brasileira. É caso de sucesso e exemplo a ser seguido por outras Unidades da Federação. Creio que essas medidas, juntamente outras, como a rastreabilidade de cada cabeça de gado, são importantes não apenas para Rondônia mas para todo o Brasil.

Sr. Presidente, ao concluir, parabenizo as autoridades, os técnicos e os produtores, que têm trabalhado duro para colocar Rondônia na vanguarda da produção pecuária brasileira.

Sr. Presidente, muito obrigado pela generosidade do tempo.

Era o que tinha para o momento.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/05/2009 - Página 19122