O SR. PRESIDENTE (Aloizio Mercadante. Bloco/PT - SP) - Parabenizo-a pela qualidade da intervenção, que não é nenhuma novidade para quem conhece a competência de Laís Abramo e acompanha sua carreira profissional.

            Nesses últimos cinco anos, analisando os dados do IBGE, que tem sessenta anos de história - não é tão longevo quanto a OIT, mas já tem sessenta anos de história -, constatamos que tivemos a maior distribuição de renda da história do Brasil. Isso foi possível porque a economia voltou a crescer com estabilidade, com controle da inflação. Geramos em torno de dez milhões de empregos com carteira de trabalho assinada porque as políticas de inclusão social foram eficientes. O salário mínimo, neste ano de crise, aumentou 6% reais acima da inflação, e aumentamos 67% o poder de compra do salário mínimo neste Governo. O Bolsa Família protege hoje onze milhões de famílias, estimulando a inclusão na escola pública - temos 49 milhões de alunos na escola pública. O Luz para Todos já levou eletricidade para oito milhões de famílias ao longo deste Governo - infelizmente ainda se fala nisso neste início do século XXI. Programas como o ProUni, a política de fortalecimento do salário mínimo, o Bolsa Família e a ampliação das parcelas do seguro desemprego para alguns setores, algumas categorias, fazem parte desse esforço de buscar criar um mercado interno forte, que é uma das formas de amortecermos esta crise.

            A crise, a partir de setembro do ano passado, vem atingindo todos os países do mundo e o mercado de trabalho em toda parte - já temos mais de trinta milhões de desempregados no Planeta. Mas o Brasil está conseguindo resistir, a América Latina e do Sul, nesta crise, estão mostrando uma capacidade de amortecimento e de enfrentamento da crise muito melhor do que a que tivemos nas crises anteriores, e isso é muito positivo.

            Mas acho que a grande diferença está no pós-crise. Podemos sair primeiro, sair melhor e, principalmente, sair perseguindo a justiça social e construindo uma sociedade onde o trabalho tenha um reconhecimento histórico bem mais relevante do que teve até então.

            Ainda somos um País muito desigual, temos muito trabalho pela frente e precisaremos sempre da OIT ajudando a formular políticas, a cobrar procedimentos e a encaminhar sugestões para criar um Brasil mais generoso com o seu povo.

            Muito obrigado a todos. (Palmas.)