Discurso durante a 81ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem às empresas brasileiras pelo trabalho na formação profissional, por ocasião do transcurso, hoje, do Dia da Indústria. Destaque para a importância das universidades corporativas na formação de mão-de-obra.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA INDUSTRIAL. ENSINO PROFISSIONALIZANTE.:
  • Homenagem às empresas brasileiras pelo trabalho na formação profissional, por ocasião do transcurso, hoje, do Dia da Indústria. Destaque para a importância das universidades corporativas na formação de mão-de-obra.
Publicação
Publicação no DSF de 26/05/2009 - Página 19548
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA INDUSTRIAL. ENSINO PROFISSIONALIZANTE.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, DIA, INDUSTRIA, HOMENAGEM, EMPRESA NACIONAL, INICIATIVA, EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO PROFISSIONAL, TRABALHADOR, SAUDAÇÃO, AMPLIAÇÃO, NUMERO, UNIVERSIDADE, BUSCA, QUALIFICAÇÃO, MÃO DE OBRA, DETALHAMENTO, EXPERIENCIA, EMPRESA, ESPECIFICAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), BANCO DO BRASIL.
  • DEFESA, MELHORIA, COMPETIÇÃO INDUSTRIAL, BRASIL, AMPLIAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, MERCADO INTERNACIONAL, NECESSIDADE, INVESTIMENTO, CIENCIA E TECNOLOGIA.
  • ELOGIO, EMPRESA, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, RIO MADEIRA, ESTADO DE RONDONIA (RO), INVESTIMENTO, FORMAÇÃO, TRABALHADOR, CUMPRIMENTO, PRESIDENTE, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA (CNI), FEDERAÇÃO DAS INDUSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (FIESP), FEDERAÇÃO, INDUSTRIA, AMBITO ESTADUAL, ATUAÇÃO, SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA (SESI), SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL (SENAI).

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O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje é o Dia da Indústria, como já anunciado por V. Exª na abertura desta sessão, e nada mais justo do que homenagear as empresas brasileiras pelo trabalho que vêm fazendo frente à educação, na formação profissional, na capacitação dos seus servidores.

Sr. Presidente, em duas décadas, o número de universidades corporativas no Brasil subiu de 10 para quase 500, graças à aposta das empresas na qualificação profissional como fator de competitividade.

Essa, Sr. Presidente, é uma notícia das mais importantes para o nosso País, já que almejamos nos impor no comércio mundial como um parceiro importante. É absolutamente indispensável que a qualificação de mão de obra seja um diferencial na oferta de produtos e serviços do Brasil no exterior. Do mesmo modo, o mercado interno se torna cada vez mais exigente nesse aspecto.

As previsões dos organismos mundiais dão conta de que a participação do Brasil no comércio internacional nos próximos 20 a 30 anos não sofrerá praticamente alteração alguma, estacionada no patamar de 0,8% a 0,9% do total mundial. É muito pouco para uma nação que pretende se tornar uma das grandes ao longo deste século. E esse quadro só mudará com a elevação do padrão de qualidade de nossa mão de obra.

Precisamos investir fortemente em ciência, em tecnologia, em informação e em qualificação de mão de obra. Essas são as bases sobre as quais será possível construir uma Nação preparada para a competição e capaz de se impor no mercado internacional.

O exemplo mais antigo de nações como a Inglaterra, França ou Estados Unidos foi seguido e aperfeiçoado por Japão, Coreia, Cingapura e outros.

O Brasil ainda patina em seu projeto, apesar de ter todas as condições de rapidamente se aproximar desses países de ponta.

A ação das universidades corporativas é, sem dúvida alguma, um excelente mecanismo para alcançar esse objetivo.

A experiência brasileira com esse tipo de universidade começa em 1992, com a Academia Accor, do grupo hoteleiro francês, detentor das marcas Formule 1, Ibis, Mercure e Sofitel. Seguiram-se Brahma, McDonald´s, Alcatel, Siemens, Visa, entre outras. Hoje, catalogadas no portal de educação corporativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior existem apenas 88 universidades corporativas, mas a Associação Brasileira de Educação Corporativa estima em mais de 500 o número de instituições desse tipo.

Um dos exemplos mais marcantes de sucesso como universidade corporativa é a Valer, pertencente à brasileiríssima Vale, uma das maiores empresas do seu ramo no mundo. Pelos cursos da Valer já passaram mais de 38 mil funcionários da Vale, a gigante brasileira de siderurgia. Ela mantém convênios com o Instituto de Tecnologia de Massachussets, o famoso MIT; a Escola de Minas de Paris; o Instituto Internacional de Desenvolvimento em Gestão, na Suíça, além dos brasileiros Senai ou Ibmec, e de universidades federais. Com essas instituições, a Valer promove cursos de especialização em temas estratégicos, que não constam dos currículos das universidades tradicionais. É a tão necessária interação entre as universidades e as empresas de que o Brasil tanto carece.

As engenharias ferroviária, portuária e de minas são algumas das áreas em que a Valer investe em cursos customizados para seus executivos. Mesmo o Banco do Brasil - hoje já falamos tanto no Banco do Brasil -, que foi fundado pelo Barão de Mauá, nobre Senador Francisco Dornelles... O Senador Mão Santa, quando abriu a sessão, falou do grande empreendedor que foi o Barão de Mauá. Se todos os empresários brasileiros seguissem o exemplo do Barão de Mauá, que construiu ferrovias, implantou indústrias, siderurgias e fundou o Banco do Brasil, que foi, por um período, o banco oficial da República do Uruguai.

Mesmo o Banco do Brasil fundou, em 2007, a UniBB, com o objetivo não só de qualificar seu quadro de pessoal, como também de oferecer cursos extensivos à comunidade, aos parceiros, e aos clientes do banco.

Srªs e Srs. Senadores, a iniciativa de abrir cursos que sejam adaptados às necessidades das empresas é uma tendência mundial, iniciada nos Estados Unidos há mais de 50 anos.

Ela se consolidou graças aos excelentes resultados apresentados pelos que por eles passaram em sua atuação no mercado de trabalho.

O Brasil se iniciou nesse ramo nos anos de 1990 e tem obtido evidente benefício com a crescente qualificação de seus profissionais. Esse talvez seja um sinal para as universidades tradicionais atentarem para o fato de que, em paralelo aos estudos e geração de conhecimento, visando o enriquecimento cultural da Nação, há também que formar profissionais para atuar no mercado.

A conjugação dos objetivos de atendimento às demandas dos diferentes segmentos econômicos e de formação humanística e cidadã é, desde há muito, a maior e melhor saída para a geração de quadros qualificados para o impulsionamento econômico do Brasil.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vejo o exemplo hoje das empresas que estão em Rondônia: Energia Sustentável, que constrói a Usina de Jirau, e a Santo Antônio Energia, antiga Mesa, que constrói a Usina de Santo Antônio. São duas megausinas que vão gerar quase 7 mil megawatts de energia, que vão empregar mais de 20 mil trabalhadores diretamente nos canteiros de obras, mais de 11 mil cada uma. E elas estão formando esses trabalhadores. A meta da Odebrecht, com as suas parceiras, com as universidades, como a Uniron, com que fez parceria, é formar mais de 10 mil trabalhadores para trabalhar naquela obra.

Da mesma forma, o complexo de Jirau, liderado pela Camargo Corrêa, também pretende capacitar, treinar e formar mais de 10 mil trabalhadores. E, neste momento, está acontecendo um pequeno entrave, na Usina de Jirau, por um problema de licenciamento, uma hora do Estado, outra hora, do Ibama, da União, a obra está quase paralisada, por besteira, por pouca coisa.

E Rondônia e o Brasil não podem prescindir de uma obra tão importante de tanta geração de emprego, como essa da Usina de Jirau no Estado de Rondônia.

A Confederação Nacional da Indústria, tão bem presidida pelo nobre Deputado Armando Monteiro, por ser o órgão que congrega o segmento no Brasil, merece ser parabenizada pela visão estratégica de seus filiados na capacitação dos profissionais brasileiros. Da mesma forma, estendo os cumprimentos à Fiesp, presidida pelo nosso amigo Paulo Skaf, e também à Federação do meu Estado, que era presidida pelo engenheiro Euzébio Guareschi, agora pelo engenheiro Denis Baú, que também tem feito um trabalho significativo através do Sesi, do Senai, na formação de trabalhadores em todo o Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Só um adendo: o nosso Presidente, Luiz Inácio, é um bem-aventurado, porque teve o privilégio de estudar no Senai. O Senai é uma instituição exemplar da Federação das Indústrias, principalmente dos anos 60. Então, ele teve um país organizado e foi um estudante privilegiado das melhores escolas técnicas do País, que são as do Senai, principalmente na década de 60.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - Com certeza, milhões de trabalhadores já foram capacitados.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Então, ele teve a sua oportunidade e depois a sua carreira de liderança sindical e política. A escola Senai era padrão no Brasil.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - O Senai, além de ter formado milhões de trabalhadores, formou um Presidente da República.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Trabalhadores, mas tinha a parte cultural; não é só curso mecânico, não.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - Quantos trabalhadores tiveram as suas vidas melhoradas...

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - O Senai foi uma escolha por excelência nos anos 60.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - É verdade, e continua até hoje prestando relevantes serviços.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Daí a oportunidade que o nosso Presidente teve.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO) - É verdade.

Sr. Presidente, vou encerrar.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, falta agora que o sistema de educação formal atinja a universalidade e a qualidade que é exigida por países que pretendem se inserir no Primeiro Mundo.

E espero, sinceramente, que o nosso País logo, logo, se insira no Primeiro Mundo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/05/2009 - Página 19548