O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, eu não poderia deixar de externar a minha opinião a respeito do início das investigações nesta Casa. Para mim, elas começaram mal, porque ficou acertado que todos os passos da investigação seriam acompanhados pelo Ministério Público, e ontem a chamada Polícia do Senado ouviu o Dr. Zoghbi e o Dr. Agaciel da Silva Maia sem a presença do Ministério Público.

            Eu gostaria de propor que nós fizéssemos aqui o jogo da verdade, Presidente, porque eles são defendidos por um dos melhores advogados que há neste País, que há nesta cidade - eu tenho respeito profissional e respeito pessoal pelo advogado que está cumprindo o seu papel. Mas me parece, com muita clareza, que o que está armado é: eles vão lá, o Sr. Zoghbi desmente o que havia dito, enfim; quase nada lhe é perguntado. Aliás, estou pedindo à Mesa que mande para o meu gabinete o teor inteiro do depoimento do ex-Diretor, o Dr. Zoghbi. Mas me parece que amanhã, o advogado poderá dizer-lhe o seguinte - se amanhã tiver que entrar no caso a Polícia Federal , o advogado habilmente diz: Olhe, está aqui o depoimento do meu cliente, e o cliente, por sua vez, diz: Não tenho nada a declarar. Só vou falar em juízo. E, com isso, nós teremos resolvido, talvez, o problema do cliente do advogado, o Dr. Zoghbi, mas não teremos resolvido o problema da instituição.

            Presidente, eu estou sentindo que esta Casa está muito silenciosa, muito silenciosa mesmo. Eu, inclusive, vou começando a registrar algumas decepções porque as pessoas que sempre falaram pela ética, o tempo inteiro pela ética, não podem silenciar neste momento.