Discurso durante a 82ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem a memória do Senador Jefferson Peres, pelo transcurso do primeiro ano de sua morte.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem a memória do Senador Jefferson Peres, pelo transcurso do primeiro ano de sua morte.
Aparteantes
Antonio Carlos Valadares, Eduardo Azeredo, Epitácio Cafeteira, Renato Casagrande, Tasso Jereissati.
Publicação
Publicação no DSF de 27/05/2009 - Página 19624
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • CUMPRIMENTO, PRESENÇA, SENADO, AUTORIDADE, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, JEFFERSON PERES, EX SENADOR, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, LUTA, ETICA, MORAL, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, GARANTIA, JUSTIÇA SOCIAL, SEGURANÇA PUBLICA, SAUDE, EDUCAÇÃO, COMBATE, DESIGUALDADE REGIONAL, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, DENUNCIA, ADMINISTRAÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), IRREGULARIDADE, AUMENTO, PREÇO, COMBUSTIVEL, REPUDIO, CONDUTA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MANIPULAÇÃO, REAJUSTE.
  • LEITURA, OBRA LITERARIA, AUTORIA, POETA, PAIS ESTRANGEIRO, MEXICO, HOMENAGEM, JEFFERSON PERES, EX SENADOR.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Jefferson Praia, que tem a difícil missão de substituir nesta Casa o Senador Jefferson Péres e que preside esta sessão; Deputado Federal Marcelo Serafim; Vice-Prefeito de Rio Preto da Eva, no Amazonas, Sr. Manoel da Paixão; Presidente do Movimento Nacional em Defesa dos Vereadores, Sr. Amaury Rodrigues, Srªs e Srs. Senadores, todos os discursos em homenagem a Jefferson Péres são diferentes naturalmente, mas certamente todos eles convergem para um ponto comum: há aqui uma lacuna que não se preenche ao longo do tempo. A ausência de Jefferson Péres é uma ausência sentida, é uma ausência gritante. Ele imprimiu seriedade e honestidade no desempenho da atividade política e deixou esse vazio sem precedentes na história do nosso Parlamento. Podemos comparar esta ausência com a ausência de tantas figuras que marcaram época na História do Brasil e que por aqui passaram. Uma delas, com o seu busto a nos acompanhar todos os dias da nossa atuação nesta Casa do Congresso Nacional.

Conduta inteligente, dinâmica, eficaz. Um político que deveria nos inspirar, notadamente neste momento de itinerário tortuoso que percorremos diante da opinião pública brasileira, indignada com tantos escândalos que explodem no Parlamento, no Executivo, no Judiciário, comprometendo todas as instituições públicas brasileiras onde estão fincados os alicerces essenciais do Estado de direito democrático.

Jefferson Péres propugnou por reformas exatamente na esperança de edificar, sob os escombros provocados pela desesperança que se generalizou no País, novas instituições, instituições mais sérias, mais competentes, mais valorizadas e respeitadas pela população do País. Defendeu a reforma política, e ela, Senador Jefferson Praia, não acontece. Está, Senador Tasso Jereissati, empacada na Câmara dos Deputados. Não há como removê-la do pantanal de indiferença que lastimavelmente faz com que políticos não caminhem na direção que caminha a sociedade e na velocidade que avança o povo brasileiro na busca do seu futuro. Por isso, estamos atrasados e atrasados demais.

Vou conceder a V. Exª, Senador Tasso Jereissati, com prazer, o aparte, já que sei da grande amizade de V. Exª pelo saudoso Senador Jefferson Péres. Sem dúvida, V. Exª está autorizado a prestar esse depoimento em sua homenagem.

O Sr. Tasso Jereissati (PSDB - CE) - Senador Alvaro Dias, queria agradecer-lhe pela oportunidade de juntar-me a V. Exª neste pronunciamento que agora faz em reverência ao trabalho do Senador Jefferson Péres na vida pública brasileira, especialmente aqui no Senado Federal. Como V. Exª disse muito bem, aqui nesta Casa, o Senador Jefferson foi uma referência. Tratava-se de uma figura pública que era respeitada e admirada por todos os Senadores. E mesmo discordando das posições dele, ninguém poderia sequer duvidar das intenções das posições de S. Exª, que não tivessem o mais alto interesse nacional. Nos dias de hoje em que o Congresso Nacional tem sido vítima de atos, na maioria das vezes, antiéticos, alguns até ilegais, a figura do Senador Jefferson Péres é uma dessas que está acima de todas essas circunstâncias e que, sem dúvida nenhuma, faz uma falta muito grande nos nossos quadros e nos nossos debates para esclarecer e dar a sua opinião sempre firme e sempre com muita credibilidade, como costumava fazer nesta Casa. V. Exª, que teve oportunidade de ser colega dele até por muito mais tempo do que eu nesta Casa, sabe o que ele representava. V. Exª privou da sua amizade, privou do seu companheirismo e, seguramente, houve afinidade do ponto de vista ético e moral a juntá-los nos trabalhos desta Casa. Por essa razão, gostaria de deixar marcadas as minhas palavras em meu nome, juntando-me a V. Exª pelo PSDB para dizer que, apesar de o Senador Jefferson Péres ter sido do PSDB, ter saído dele em determinado momento e passado para outro partido, o PDT, a nossa admiração e o nosso respeito à seriedade com que ele levava os seus trabalhos aqui no Senado Federal nunca faltaram. Por isso, agradeço a oportunidade de juntar a minha voz à sua neste momento, Senador Alvaro Dias.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) - Senador Tasso Jereissati, V. Exª honra este pronunciamento com a autoridade de uma liderança política inquestionável, admirada no seu Estado e respeitada em todo o País; uma das lideranças políticas que poderiam perfilar, sim, ao lado de Jefferson Péres nesta caminhada em busca dos objetivos maiores do povo brasileiro, de vida digna com solidariedade, justiça social e bem-estar. V. Exª abordou a ética, que era um ponto essencial na luta de Jefferson Péres, e eu me lembro que, ao defender a reforma política, ele sempre fazia referência à importância dela para a moralização da atividade pública no Brasil.

Considerando o modelo político vigente retrógrado, superado em todos os pontos, rejeitado pela opinião pública brasileira e mantido certamente pelo oportunismo de boa parte dos políticos que ocupam mandatos no País, Jefferson Péres era a transparência e a sinceridade, e por isso seu discurso forte causava contrariedade em determinados momentos. Discurso sempre sucinto, com um poder de síntese invejável, mas discurso fulminante que atingia com muita veemência os pontos fracos da organização política e social deste País.

Ao ver trabalhadores acompanhando os trabalhos desta tarde do Senado Federal nas galerias da Casa, lembro-me de que Jefferson Péres tinha uma visão moderna da justiça social e da construção do Estado capaz de oferecer segurança pública, saúde, educação, equilíbrio regional, jamais se distanciando das reais carências da população brasileira.

Este era Jefferson Péres: o político moderno que, em um momento como este que estamos vivendo no Senado Federal, quando se questionam os procedimentos administrativos na grande empresa Petrobras, estaria ao lado daqueles que querem preservar a empresa investigando a conduta dos seus dirigentes, colocando o mal à luz para que possa ser combatido, denunciado e certamente condenado. Jefferson Péres teria assinado o requerimento. Não negaria a sua assinatura a um requerimento que propõe a instalação de uma CPI para investigar corrupção em uma empresa que é patrimônio do povo brasileiro; não retiraria, em hipótese alguma, a sua assinatura e não aceitaria nenhum tipo de acordo que pudesse transferir para a população brasileira a ideia de conchavo de bastidores para escamotear a investigação. Não admitiria, por exemplo, que se negociasse no Palácio do Planalto a composição de uma CPI. O local para essa discussão, para esse debate é o Parlamento. Não abriria mão de preservar a interdependência dos Poderes; não abriria mão das prerrogativas essenciais do Parlamento, e, sobretudo, da sua independência e autonomia na administração de uma questão que é essencial para o Parlamento, da investigação para a fiscalização do Poder Executivo.

Aliás, por falar em CPI da Petrobras, em 2008, Jefferson Péres denunciou a administração da Petrobras pelo aumento irregular e injusto no preço dos combustíveis. Acusou o Presidente Lula de manipular os reajustes, reclamou da falta de transparência nas decisões, afirmando existir uma caixa preta na empresa e sentenciou “Apesar de ser uma empresa de economia mista com acionistas privados, duvido que algum dos seus acionistas conheça realmente a estrutura de custos do petróleo no Brasil”. Palavras do saudoso Senador Jefferson Péres, cuja ausência sentimos neste momento em que debatemos os caminhos percorridos pelos gestores da Petrobras no dia de hoje.

O Sr. Epitácio Cafeteira (PTB - MA) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) - Eu vou começar a conceder os apartes pelo Senador Eduardo Azeredo; depois, V. Exª e o Senador meu querido amigo Antonio.

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Eu vou ser bem rápido, porque estou afônico hoje. Mas não poderia deixar de manifestar também todo o sentimento que tivemos com a morte do Senador Jefferson Péres. Ele que era um conhecedor, membro permanente da Comissão de Constituição e Justiça. Homem que sempre teve o interesse público em primeiro lugar. O Senador Jefferson Péres faz muita falta aqui no Senado. Ele não se rendia à hipocrisia; fazia críticas corretas, na hora certa, sem os exageros que, infelizmente, às vezes vemos. V. Exª lembra bem, Senador Alvaro Dias, dessa questão da Petrobras; seguramente, ele estaria assinando. Assim como não podemos exatamente concordar que se queira fazer um jogo de nos jogar contra a Petrobras. A CPI é em relação à diretoria da Petrobras. Não é CPI sobre a Petrobras; é sobre a diretoria da Petrobras, a atual diretoria, que faz com que sindicatos e federações sindicais sejam beneficiadas com patrocínios a todo o momento. E, por isso, talvez esteja nas ruas. Pela primeira vez na História (nunca visto na História do Brasil, como gosta de falar o Presidente), nós vemos sindicalistas contra uma CPI. De maneira que eu não tenho dúvida de que o Senador Jefferson Péres também estaria ao nosso lado, defendendo uma fiscalização correta da maior empresa brasileira, que nós precisamos fiscalizar sem hipocrisia, sem exageros, a fim de cumprirmos o nosso dever de representantes da população. A nossa homenagem ao Senador Jefferson Péres, o sentimento de não tê-lo mais aqui conosco como companheiro assíduo, companheiro competente que sabia do que falava.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) - Muito obrigado, Senador Eduardo Azeredo. V. Exª traz conteúdo ao nosso discurso e engrandece esta sessão em homenagem ao primeiro aniversário de falecimento de Jefferson Péres.

Eu concedo, com satisfação, aparte ao querido amigo Epitácio Cafeteira.

O Sr. Epitácio Cafeteira (PTB - MA) - Senador Alvaro Dias, eu tive a honra de propor a esta Casa uma homenagem para o homem mais ético que eu conheci. Foi dado o nome Jefferson Péres à sala do Conselho de Ética, o que muito me honrou, deu-me muita alegria, porque eu não conheço ninguém mais do que Jefferson Péres que tenha se pautado na ética o desempenho da vida pública. Eu me congratulo com V. Exª e faço questão de deixar registrado no discurso de V. Exª essa qualidade ímpar de Jefferson Péres.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) - Muito obrigado, Senador Epitácio Cafeteira. V. Exª tem uma trajetória de vida política prolongada e conhece o itinerário percorrido também pelo Senador Jefferson Péres.

Eu concedo, com muita satisfação, ao querido amigo Senador Antonio Carlos Valadares o aparte que solicita.

O Sr. Antonio Carlos Valadares (Bloco/PSB - SE) - Senador Alvaro Dias, eu me encorajo a interromper o discurso de V. Exª, porque sei que V. Exª é um democrata e sabe que Jefferson Péres sempre primou na sua vida pública, como condição indispensável para o exercício do cargo político, pela disponibilidade para ouvir todos. E é nessa condição de mais um colega do saudoso Jefferson Péres a homenageá-lo que me associo às palavras de V. Exª, para reconhecer as qualidades inerentes à sua personalidade, principalmente a sua coragem cívica, o seu idealismo, o seu engajamento na defesa das coisas do Brasil e, acima de tudo, a sua disposição de dizer a verdade em todos os momentos. Esta Casa foi testemunha de que em muitas ocasiões quando precisávamos de uma palavra firme e decidida, de uma palavra nascida de um coração experiente de um homem vivido, a voz de Jefferson Péres sempre funcionava como um caminho a ser seguido, como um rumo a ser traçado por cada um de nós. E não sei se V. Exª já ouviu, mas eu já ouvi em algum lugar uma frase mais ou menos assim “a vida é uma festa: chegamos depois que começou e saímos antes que se acabe”. Neste momento em que o Brasil está precisando de reafirmação política no Congresso Nacional, de readquirir a sua credibilidade, de montar uma estrutura político-partidário capaz de fortalecer os partidos, de fortalecer a ética e a decência no exercício da função pública, falta Jefferson Péres no combate quase diuturno que adotava na tribuna, sempre contando com o respeito e os ouvidos atentos de todos nós. Portanto, quero aproveitar esse ensejo para parabenizar V. Exª, que faz com palavras tão generosas e tão inteligentes uma síntese daquilo que foi Jefferson Péres no Senado e na vida pública. Agradeço a V. Exª.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) - Muito obrigado Senador Antonio Carlos Valadares. V. Exª é um dos Senadores mais dedicados desta Casa e procura em todos os momentos defender os interesses do seu Estado, evidentemente ao lado das causas do Governo, mas sempre respeitando aqueles que se opõem ao Governo como o nosso Partido, o PSDB.

O Senador Jefferson Péres deixa como legado sobretudo a ação destemida em defesa da democracia e a prontidão incansável em defesa da ética.

Eu creio que essa é uma palavra recorrente em todos os discursos de homenagem a Jefferson Péres. Não poderia, evidentemente, estar ausente em qualquer pronunciamento, porque essa foi a sua marca histórica. E nós precisamos reviver o mote da campanha dele à Presidência desta Casa em 2001, que, aliás, está ali estampado: “Quem caminha com o povo nunca está sozinho.”

Certamente a solidão há de ser a companheira daqueles que combatem implacavelmente as injustiças, a corrupção, o poder autoritário. Certamente, a solidão foi companheira de Jefferson Péres. Daí a inspiração para a frase “quem caminha com o povo nunca está sozinho”, porque se é possível estar só na multidão, certamente é possível na solidão estar ao lado de todo o povo que clama por justiça e por moralização.

Eu imagino que nos momentos solitários Jefferson Péres pudesse ouvir os aplausos da multidão. Eu creio que aqueles que proclamam, dia a dia, a democracia, que possibilita o exercício pleno da cidadania, aqueles que propugnam pela ética, pela moralidade pública, mesmo nos momentos de solidão estão a ouvir os aplausos da multidão. Essa experiência, indiscutivelmente, viveu Jefferson Péres. Da tribuna, ele nos alertava: “Veem-se bandeiras de moralização defendidas por décadas serem jogadas fora.” E perguntava: “Em quem acreditar?” No momento do desencanto fulminante, Jefferson Péres anunciou que não disputaria mais eleições.

Em discurso memorável daquela tribuna, ele afirmou: “Eu não vou me calar, não. Eu vou sair daqui, vou continuar escrevendo num jornal, vou continuar dando entrevista, vou continuar indo às universidades dar palestras, participar de debates na televisão e no rádio, mas para cá eu não quero voltar mais”. Era o desencanto do homem de bem.

Não jogava a bandeira que empalmava no lixo da história, mas não queria mais empalmá-la aqui. Este cenário o constrangia, provavelmente. Este ambiente não lhe fazia bem, provavelmente. Por isso, preferia tomar outros caminhos e, certamente, não se sentiria só, como expressou por meio da frase estampada logo acima da sua imagem no telão que todos nós neste plenário contemplamos.

Homem combativo, justo, foi crítico contundente dos desmandos éticos e morais. Possuía a exata noção do desserviço que a crítica gratuita prestava ao ambiente democrático.

Jefferson Péres, certa vez, escreveu o que leio agora: “Todo governante - Presidente, Governador ou Prefeito - deve ser julgado pelo conjunto da obra e não por sua atuação pontual nessa ou naquela área.”  E arrematava:

            Mas, se me fosse imposto avaliar um governo pelo seu desempenho nos setores escolhidos por mim como essenciais, eu não vacilaria em me fixar no trinômio educação, saúde e segurança. Claro que tudo numa administração é importante, e todos os setores merecem atenção. Mas os três citados são realmente primordiais, porque asseguram a proteção da vida e do patrimônio assim como o bem-estar físico e o futuro dos membros de uma sociedade.

A lucidez e a firmeza dos seus posicionamentos são irrefutáveis.

Sr. Presidente, vou concluir. Já o fiz aqui uma vez na primeira homenagem que se prestou a Jefferson Péres. Vou concluir com um poeta mexicano que - disseram-me - era o preferido dele, Octavio Paz. O poema intitulado Irmandade tem muito a ver com Jefferson Péres. Estas estrofes poderiam ecoar na voz do digno e honrado Senador Jefferson Péres:

Sou homem: duro pouco

e é enorme a noite.

Mas olho para cima:

as estrelas escrevem.

Sem entender compreendo:

Também sou escritura

e neste mesmo instante

alguém me soletra.

Obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Renato Casagrande (Bloco/PSB - ES) - Sr. Senador.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) - Pois não, um aparte de V. Exª, com prazer.

O Sr. Renato Casagrande (Bloco/PSB - ES) - Antes de V. Exª encerrar definitivamente e sem querer tirar o brilho da conclusão do seu pronunciamento, mas como já alongamos demais no tempo e muitos Senadores fizeram homenagem ao Senador Jefferson Péres, eu também queria fazer, rapidamente, um registro. Meu Líder, Senador Valadares, já fez, mas eu queria também fazer, em meu nome. Eu não convivi muito com o Senador Jefferson Péres, mas acompanhava seu trabalho no Senado. Convivi com ele um período no Conselho de Ética, vi a sua característica de homem preocupado com o trabalho, com a competência, com a seriedade, com a verdade. E perdemos o Senador Jefferson Péres, que foi uma grande perda para o Senado, para o Brasil. Então acho que hoje, quando estamos fazendo uma homenagem ao saudoso Jefferson Péres, precisamos lembrar sempre dele, para que ele possa ser também uma referência de trabalho no momento que estamos vivendo aqui no Senado da República. E a lembrança e a perda só não são maiores porque também no lugar do Jefferson Péres nós tivemos um outro Jefferson, que é Jefferson Praia, que tem aqui também dignificado muito o Senado com o trabalho que faz representando o Estado do Amazonas. Então, eu queria fazer este registro e agradecer pela oportunidade. Obrigado, Senador Alvaro.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR) - Foi um prazer, Senador. Nós vamos encerrar lembrando que os últimos momentos em que tive a satisfação de conviver com Jefferson Péres foram exatamente na memorável CPI dos Correios. As últimas lembranças que guardo dele foram exatamente naquele palco, que resultou na denúncia pelo Ministério Público, pelo Procurador-Geral da República, de quarenta pessoas que respondem agora no Supremo Tribunal Federal. Aquele era um campo de luta de Jefferson Péres, a luta pela moralização da atividade pública no País.

Com essas palavras, encerro as minhas homenagens ao saudoso Senador Jefferson Péres.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/05/2009 - Página 19624