O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Zambiasi, que preside esta sessão, Parlamentares na Casa, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado da República, o Senador Marco Maciel, que está aqui, é da Academia de Letras. Monteiro Lobato falava desse negócio. Monteiro Lobato foi o escritor que educou nossa geração, Zambiasi. Ele já falava nisso.

V. Exª está na Presidência. Deus escreve certo por linhas tortas. Primeiramente, V. Exª é do PTB. Foi Getúlio Vargas que consolidou isso tudo: “O Petróleo É Nosso, em 1953; Petrobras e a vida. Então, V. Exª está aí e simboliza a grandeza deste Senado. V. Exª simboliza a figura do jornalista, do radialista, de um homem de comunicação, da imprensa falada e escrita. Eles sempre tiveram entrada na política pela credibilidade. V. Exª é um deles.

Carlos Lacerda - não sei se Marco Maciel conviveu com ele - é sempre destacado. Mas, agora, quero falar da Petrobras. Luiz Inácio tinha de aprender isso. Luiz Inácio é um privilegiado.

Estudo ele tem? Tem. Ele foi muito feliz, porque nasceu num país organizado, em que havia as escolas técnicas do Senai. São escolas modelos. Em escola, então, Luiz Inácio, nosso querido Presidente, foi um privilegiado, um abençoado de Deus, porque as escolas do Senai atingiram a perfeição.

Eu digo porque a Federação das Indústrias do Piauí foi criada pela minha família. E eu não sou empresário, industrial. Sou médico-cirurgião, mas sei bem o que é uma escola Senai, viu, Marco Maciel?

Como Governador do Estado do Piauí, a minha marca foi a expansão universitária, e eu criei a segunda. Tinha a Federal de Engenharia, fiz um convênio com o Senai de Teresina.

Então, o Senai é uma escola de excelência. Ela não é só o lado mecânico, profissional, não. Há o lado de formação. Então, o nosso Presidente Luiz Inácio foi um privilegiado, ex-aluno de Senai. Eu sei o que é Senai. Participei.

Ainda tem mais. Pois não é que tem um perto da minha casa? O nome é do meu tio, padrinho, José de Moraes Correia. Eu votava lá. Então, naquelas filas nas eleições, eu ficava perambulando nas classes onde é um Senai. Então, essa é a verdade da história.

Mas ele precisou aprender de Pedro II. Pedro II, que governou este País 49 anos, Senador Eurípedes, ficava na antessala, deixava sua coroa e o cetro e vinha aprender. E é para aprender mesmo aqui. Nós somos os pais da Pátria. Essa é a filosofia do Senado. É para pessoas experientes. Então, eu aqui, pai da Pátria, a mando do Piauí para este Senado da República... Eu falei isto várias vezes: ô Marco Maciel, é aqui, é aqui, nós é que somos a luz. Ele se arrodeou de aloprados, e está aí a confusão.

Nós somos...Nós temos experiência, nós somos é os pais da Pátria. Está aí o Marco Maciel, simbolizando a cultura, a Academia Brasileira de Letras. E vou dizer aqui, Marco Maciel: olhe aqui como esta Casa é boa. Minha Vida no Senado, os primeiros quatro anos, quero fazer uma gratidão - porque há funcionário muito bom - ao editor Paulo Rogério Moreira, que pegou todos os meus pronunciamentos, sintetizou. Está aqui. Isto é muito bom.

Se Luiz Inácio tivesse uma pessoa aqui, o Partido dos Trabalhadores e a vida aqui... Isso não é para gasto não, isso tem um sentido: nós é que temos a sabedoria. O Poder Executivo tem o dinheiro: o BNDES é deles - e quem sabe de dinheiro também é o Adelmir Santana, tem dinheiro e está aqui -, o Banco do Brasil é do Poder Executivo, a Caixa Econômica... E os aloprados usam como querem, esbanjam, roubam muito. E o Poder Judiciário tem o poder punitivo. Eles cassam, eles multam, eles prendem, eles ameaçam. Nós é que temos a sabedoria. Essa é que é a verdade. Sabedoria! Nós é que somos filhos do povo e da democracia e do voto.

Então, atentai bem, Lúcia Vânia: no dia 22 de fevereiro de 2005... Esta é a síntese do discurso. Está aqui do lado nosso Antero Paes, está aqui o Carreiro. E o que eu dizia? Atentai bem! Essa Petrobras, que ela é poderosa é. Basta assistir à novela, Luiz Inácio. Dubai! Olha Dubai ali, nos Emirados Árabes, cidade bonita. É o petróleo. Olha o Iraque! Que é rico, é, porque o petróleo é ouro negro. Então, sabemos. Olha Dubai, na televisão - você não vê lá que aquele casalzinho está fugindo com o dinheiro? Naquela cidade tem muito dinheiro.

Então: “Mão Santa critica gestão de Dutra na Petrobras”. Isso foi no dia 22 de fevereiro, viu, Zambiasi?

Ao citar trecho do articulista Diogo Mainardi intitulado “Lula, é caro demais”, publicado na edição de 19 de janeiro de 2005 na revista Veja, o Senador Mão Santa (PMDB - PI), criticou a gestão de José Eduardo Dutra, presidente da Petrobras. Ele disse que a população mais pobre do Brasil está sendo obrigada a comer alimento cru porque o preço do gás está muito alto.

O gás de cozinha hoje, no Piauí, é R$ 44; lá na Venezuela, é R$ 4.

Mão Santa também protestou contra o preço cobrado pelos combustíveis. Ele testemunhou que, em viagem à Venezuela...

Eu vi isso, Eurípides: a gente enche o tanque de um carro com R$5,00, bem ali na Venezuela. E eu denunciava:

Diversos convênios assinados pela Petrobras

nas áreas esportiva e cultural merecem críticas do Senador.

Ele opinou que os Ministérios da Cultura e dos Esportes deveriam ser canais competentes para a negociação de contrato de apoio publicitário a eventos esportivos, clube de futebol e manifestações. Referindo-se a cálculo feito por Diogo Mainardi, Mão Santa afirmou que o Governo Lula deu um prejuízo de 14,6 bilhões só por meio da Petrobras.

Quer dizer, eu aqui adverti. Nós somos pai da Pátria, Luiz Inácio. E não é isso não. Ô Suplicy, isso é porque não foi prefeito, não foi governador de Estado. Isso é malandragem. Está aí o Marco Maciel, Senhor Virtude, Senhor Decência. Para cima de mim, Suplicy? Esses aloprados vão estudar. Vinte aditamentos em uma obra? Isso se fazia quando eu fui prefeitinho e tinha inflação. Então, você tinha que aumentar, reestudar, porque demorava, e a inflação comia. Mas, com a moeda fixa, sem inflação, é um roubo e um descaramento de quem quer defender. Não existe isso. Não existe. Vinte vezes atualizar o preço de uma construtora sem inflação? É picaretagem. São os aloprados que estão a nos assaltar.

Está aqui eu, pai da Pátria, ex-prefeito, ex-governador de Estado.

Segundo, dia 22. Vamos adiante.

No dia 7 de março de 2005, uso político da Petrobras. Nós é que somos pai da Pátria. Se Luiz Inácio tivesse visto... Nós estamos preparados mesmo, não estamos para brincar não. Foi longa e sinuosa. Nós acreditamos no estudo, no trabalho. Uso político da Petrobras.

Em 2005, eu denunciava que tinha que explodir, esse aloprados aí pensando...

O Senador Mão Santa (PMDB - PI) acusou o Governo de fazer uso político da Petrobras. [Ele] afirmou que a empresa cobra pelo combustível um preço mais alto do que o necessário, para destinar dinheiro a programas sociais.

Mão Santa diz que a estatal do petróleo destinou 303 milhões para o programa Petrobras Fome Zero de combate à exclusão social e promoção dos direitos de cidadania.

O Senador informou também que a empresa fatura 28% do preço de varejo com o lucro anual de bilhões de reais. Para Mão Santa, esse valor poderia ser menor, barateando o custo de transporte para o setor produtivo da população.

Eu detectei, ô Zambiasi, que uma ONG ganhou R$260 milhões dessa Petrobras. Duzentos e sessenta milhões não é brincadeira não, aloprados. Com 20 milhões de dólares, eu terminaria o Porto de Luís Correia. É porque os aloprados estão embotados, roubam e roubam e não têm noção do que é trabalho e sem ganhar dinheiro.

Então, vamos mais adiante. No dia 20 de junho de 2005: “Mão Santa: sentido da Petrobras foi desvirtuado”.

Nós cumprimos nosso dever. O PT, que não está aqui; Luiz Inácio, que não tem noção do que seja isso... Mas nós estamos aqui para ensinar. Ele tem muitas qualidades, é o maior líder, é popular, estudou bem, estudou no Senai, uma escola padrão. Mas aqui é a escola.

Então, eu dizia: “Sentido da Petrobras foi desvirtuado”. Junho de 2005.

O preço do botijão de gás de cozinha do Nordeste, em torno de R$40,contribui para o desmatamento da região, pois a parcela mais pobre da população destrói a vegetação para a produção de fontes de energia, a exemplo do carvão. A afirmação foi feita em plenário pelo Senador Mão Santa (PMDB - PI)..

- A Petrobras foi criada por Getúlio Vargas nos anos 50, sob o lema “O petróleo é nosso”, Uma das campanhas mais bonitas que este País já viu. A gente vê que o petróleo não é nosso. E a Petrobras é da sem-vergonhice e do descaramento. O preço do botijão de gás na Venezuela custa o equivalente a R$10. O preço do gás da cozinha do Governo Lula não diminui nem para contribuir com o Programa Fome Zero - opinou.

            O Senador também criticou os gastos da Petrobras com publicidade.

- O Governo desvirtuou o sentido da criação da Petrobras. Os gastos com publicidade são enormes e servem para encarecer o petróleo brasileiro. Não tenho nada contra o presidente da empresa, José Eduardo Dutra, e também não sou contra a arte e a cultura, mas o Governo é estruturado e tem o Ministério da Educação e o Ministro da Cultura, entre outros, para cuidar da questão.

A Petrobras faz uma farra com o dinheiro alheio, promove até forró. E ainda fala em autossuficiência da produção. Só se for autossuficiência em farras e convênios e contratos para a promoção dos políticos do PT, criticou.

Mão Santa condenou os preços dos combustíveis.

O dólar baixou de R$4 para R$2, mas os preços da gasolina e do óleo diesel não baixaram. Nos Estados Unidos, o preço do litro de gasolina é a metade do nosso. E lá tem Governo que dá retorno do que é pago para a população.

Então, no dia 19 de abril de 2007, Mão Santa, eis aqui o resumo: “Uma das gasolinas mais caras do mundo”.

Mão Santa (PMDB - PI) criticou a decisão do Governo Federal de gastar R$34 milhões de publicidade da Petrobras.

Não se faz publicidade! Ô, Lúcia Vânia, tem coisa mais importante que oxigênio? Nunca vi. Hospital tudo compra. Arroz, tudo compra. Isso é marretagem, é lavagem de dinheiro. E vocês que estão me ouvindo já foram beneficiados por essa publicidade? Faixa e oxigênio, eu comprava no hospital e vivia. ... Petróleo nós precisamos mesmo, vai atrás. Não tem arroz, não tem publicidade, não; a gente precisa.

Na opinião do Senador, trata-se de uma despesa desnecessária para anunciar a autossuficiência do País na produção de petróleo, “mote” de pronunciamento do Presidente Luiz Inácio deverá fazer à Nação.

- O que ele quer mesmo é voto. Uma das coisas que ele não vai dizer nesse pronunciamento é que o brasileiro paga uma das gasolinas mais caras do mundo.

Segundo Mão Santa, o preço do galão (quase quatro litros) de gasolina no Brasil é US$3,12, enquanto a Venezuela cobra apenas US$0.12. A, gasolina brasileira é 26 vezes mais cara que do que a venezuelana”, calculou.

Vinte e seis vezes! Eu já ensinava aritmética para o Presidente da República. Simplifiquei: Presidente, isso está errado. Aqui são 26 vezes... Fiz igual ao Professor Antônio Trajano, de Aritmética Elementar, mas não aprendeu.

Com a palavra o Senador Adelmir Santana. Esse entende de dinheiro, porque é empresário.

O Sr. Adelmir Santana (DEM - DF) - Senador Mão Santa, não vou me reportar à retrospectiva dos seus pronunciamentos sobre questões como preço de petróleo, de gasolina, de gás. Vim ouvindo atentamente o discurso de V. Exª, quando fez referência às escolas do Senai. Eu não poderia perder essa oportunidade, porque V. Exª citou apenas o braço da formação profissional da indústria e não fez nenhuma referência ao braço social e ao braço da formação profissional do setor de comércio e de serviços, o Senac, que também está presente em mais de 2.800 Municípios brasileiros. Eu queria apenas dar essa colaboração, vamos dizer assim, essa contribuição ao discurso de V. Exª no que diz respeito à formação técnica no Brasil, que se dá, naturalmente, pelas escolas técnicas federais, mas também, e desde 1946, pelo Senai e pelo Senac, um na indústria, outro na área de comércio e serviço. Eu não poderia deixar de dar minha contribuição, dizendo que também as atividades de comércio, desde aquela década, portanto há mais de 60 anos, têm a preocupação com a formação profissional dos técnicos e dos profissionais que atuam no segmento de comércio, serviço, turismo e hospitalidade. É essa a minha contribuição ao discurso de V. Exª.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - V. Exª vem enriquecer o nosso pronunciamento.

Eu fui específico com relação ao Senai, porque o nosso Presidente Luiz Inácio é ex-aluno de lá, mas o Senac, o Sesc, todas são instituições que enriquecem. E lá, no Piauí, é bem dirigida pelo empresário Valdeci Cavalcante, e a área da indústria pelo meu irmão, Antônio José de Moraes Souza. Mas essas são as palavras que eu quero dizer.

A Petrobras é isso, e Luiz Inácio fala do coração. Ele foi muito correto quando disse o seguinte - atentai bem, ele disse: “A Petrobras é tão forte que hoje o Presidente do Brasil indica o Presidente da Petrobras; no futuro, é a Petrobras que vai indicar o Presidente do Brasil”. Atentai bem para essa reflexão do nosso Presidente.

Mas isso é nosso. Ela tem que ter controle nas requisições. Nós queremos vê-la cada vez mais poderosa, nós sabemos.

Então, a CPI foi oportuna, a CPI engrandece, a CPI tem a nossa assinatura e o nosso apoio, e eu já detectei no meu dever, Lúcia Vânia, que a Petrobras já deu, só para uma ONG, R$260 milhões!

Marco Maciel, que foi Governador do Nordeste... Ah! Nós, com esse dinheiro, não é? Eu fazia era dez portos lá com vinte milhões de dólares. E aí?

Então, é isso, e nós vamos, terminada a CPI, cantar: o petróleo é nosso.

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