Discurso durante a 86ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Relato sobre visita feita por S.Exa. ao Estado do Piauí, às regiões afetadas pelo rompimento da Barragem de Algodões I, no Município de Cocal. Comentário sobre matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo, de hoje, intitulada "O Bolsa-Mídia de Lula".

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Relato sobre visita feita por S.Exa. ao Estado do Piauí, às regiões afetadas pelo rompimento da Barragem de Algodões I, no Município de Cocal. Comentário sobre matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo, de hoje, intitulada "O Bolsa-Mídia de Lula".
Publicação
Publicação no DSF de 02/06/2009 - Página 21074
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • GRAVIDADE, CALAMIDADE PUBLICA, ROMPIMENTO, BARRAGEM, ESTADO DO PIAUI (PI), SOLICITAÇÃO, ATENÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, QUESTIONAMENTO, POPULARIDADE, MOTIVO, BOLSA FAMILIA, NECESSIDADE, VINCULAÇÃO, EDUCAÇÃO, TRABALHO.
  • REGISTRO, VISITA, ORADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), COMPROVAÇÃO, INUNDAÇÃO, MUNICIPIOS, DENUNCIA, PRECARIEDADE, RODOVIA, INCLUSÃO, TRECHO, ESTADO DO CEARA (CE), ESTADO DO MARANHÃO (MA), DESTRUIÇÃO, PONTE, DIFICULDADE, LOCOMOÇÃO, COMENTARIO, EXPECTATIVA, RECURSOS, GOVERNO FEDERAL, RECUPERAÇÃO, ACESSO, INTERIOR, LITORAL, ENCONTRO, PREFEITO, ESFORÇO, PROVIDENCIA, ATENDIMENTO, VITIMA, POPULAÇÃO.
  • LEITURA, DECRETO MUNICIPAL, PREFEITURA, MUNICIPIO, COCAL (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), CRIAÇÃO, COMISSÃO, DEFESA CIVIL, CAPTAÇÃO, RECURSOS, AUXILIO, FAMILIA, DIVULGAÇÃO, NUMERO, CONTA-CORRENTE, BANCO DO BRASIL, RECEBIMENTO, DOAÇÃO, REGISTRO, GRAVIDADE, PARALISAÇÃO, ABASTECIMENTO, ENERGIA ELETRICA.
  • SOLICITAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, EDIÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), AUXILIO, ESTADO DO PIAUI (PI), RELEVANCIA, URGENCIA, CALAMIDADE PUBLICA.
  • VALORIZAÇÃO, FUNÇÃO, SENADO, COMPROMISSO, RESISTENCIA, DEMOCRACIA, ANUNCIO, IMPEDIMENTO, RENOVAÇÃO, REELEIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DENUNCIA, CRESCIMENTO, CORRUPÇÃO.
  • LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DADOS, ATUAÇÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, APLICAÇÃO DE RECURSOS, VERBA, PUBLICIDADE, AMPLIAÇÃO, PROMOÇÃO, GOVERNO, DENUNCIA, MANIPULAÇÃO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, FAVORECIMENTO, POPULARIDADE, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Geraldo Mesquita, que preside esta sessão de segunda-feira, 1º de junho, Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros aqui e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, infelizmente, não posso vir com a euforia dos Senadores do Rio Grande do Norte. Venho lamentar o que ocorreu no sofrido Estado do Piauí.

Senador Geraldo Mesquita, aqui está o Jornal do Senado, o semanário. O sistema de comunicação do Senado atinge quase as raias da perfeição. Temos um jornal diário e este semanário, temos duas emissoras de rádio - FM e AM, ou Ondas Curtas - e a TV Senado, com uma audiência ímpar, pela verdade que leva ao povo do Brasil.

Na sexta-feira, afônico, eu passei aqui. Está registrado no Jornal do Senado o Senador Heráclito Fortes, também do Piauí, lamentando: “Para Senadores, Governo do Piauí foi responsável”. Na página interna, o Jornal do Senado coloca o meu pronunciamento de sexta-feira. Ainda coloca, o Jornal do Senado, o assunto do açude Algodões.

         Mas o que importa... Não vamos, aqui, falar das trevas, da destruição, da desgraça. Nós queremos apenas despertar o Presidente da República.

         Ninguém escolhe o momento de governar, Garibaldi. Ninguém escolhe. E o momento é este.

         Geraldo Mesquita, não acredito nas pesquisas que dão isso para o Luiz Inácio, e só quem pode dizer isso é um Senador da República. Não pode, não acredito!

Agora, entendo por que, quando eu, inocentemente, citei o livro Mein Kampf (Minha luta), de Adolf Hitler... Fazia analogia do Partido de Hitler com o Partido dos Trabalhadores do Brasil. Por felicidade minha, um dos mais honrados Senadores da história do País, Jefferson Péres, tomou parte do discurso. Ele deu até a sigla partidária, pois se assemelham o Partido Trabalhista de Hitler com o Partido Trabalhista.

Olha, e tinha uma história de umas galinhas cacarejadoras, que só faziam... Aí, veio a pressão, que eu ia para o decoro... E galinha, e galinha, por que eu não botei galo... Foi uma confusão! E continuou, porque não é verdade. Aquilo está lá. Aquilo é porque calcou, ô Cristovam Buarque, bem no ponto nevrálgico. Goebbels, que instruiu Hitler, disse que uma mentira repetida se torna verdade. Então, estão a repetir essa mentira. Não é verdade.

         Que tem popularidade, tem. Que nós temos mais de 13 milhões no Bolsa Família, temos. Portugal não tem 10 milhões de habitantes, a pátria-mãe, para se ter uma noção do significado de votos que isso traz. Então, tem Estados, como o meu, que se aproximam de 70%. Não estou contra. É uma caridade. Acredito que ela deveria ser encaminhada para o estudo e para o trabalho. Assim pensou Cristovam Buarque. Não é, Cristovam, V. Exª não é o pai, pelo DNA, se fizer? Mas no estudo, e eu casaria isso com o trabalho, assim como Rui Barbosa, que disse que a primazia é do trabalho e do trabalhador. Ele veio antes, ele é quem faz a riqueza.

         Mas não acredito. Está, aqui, um artigo que vou levar para o Piauí, porque eu não acredito. Que ele tem uma popularidade, tem. Que ele foi eleito Presidente da República com 60 milhões de votos, foi. Eu aprendi com Petrônio a não agredir os fatos. Isso eu não contesto, mas isso é tudo mentira.

         Existe a opinião pública e a publicada, publicada e paga, ouviu Pedro Simon? Isso não é verdade, porque eu sou discípulo de Ulysses Guimarães, do PMDB de verdade. O PMDB é forte.

O Partido dos Trabalhadores tem dois candidatos: um é o Luiz Inácio, que não pode ter um terceiro mandato, só se cair um raio aqui no Senado; e a outra é a Drª Dilma, que está doente, mas é candidata. O PSDB tem dois. O PMDB tem três. Pedro Simon, perfil histórico, Governador do Rio Grande do Sul por três vezes, e o Michel Temer, não é para conciliar, não é conciliador? Então, vamos partir para as primárias. O Pedro Simon foi aclamado com a Presidente Íris em Goiânia. Eu o convido para ir ao Piauí, Pedro Simon. Quando quiser, vou levar o PMDB verdadeiro, autêntico, que disse: “Ouça a voz rouca das ruas!”

Então, digo que fui... Saí afônico daqui. Discursei aqui na sexta feira, o Senador Heráclito também. Fui ao Piauí ver isso. Foi na minha região. O Senador Geraldo conhece.

Fui primeiro a Cocal, ao Prefeito. Trouxe um documento dele para ler aqui. Vi Monção, do DEM, o maior líder político de lá. Vi o açude e tal. Olha, mais de uma dezena de povoados foram embora. A grande sorte do povo foi ter acontecido de dia, porque, de noite, a população não iria saber nem para onde correr. Ia correr para a água. Foi de dia, houve sistema de autofalante. Apesar de o Governo ter errado, de o Boris Casoy ter carimbado como uma atitude criminosa. Mas não vem ao caso. Mas foi de dia, houve muito voluntariado e tal, subiram para os morros. E na zona rural, ninguém sabe bem a população... Mas são perdas irreparáveis.

Bem, estive em Cocal. Tudo é mentira, esse negócio de Luiz Inácio, e vou dizer por quê. Sou do litoral, de Parnaíba, o Geraldo foi lá, convidado. Naquela estrada, a gente entra para Cocal à direita. Fomos lá, vimos o açude, o prefeito. Está aqui o documento. O maior líder de lá, da história, é o Monção, ex-Prefeito, é do DEM, e outras autoridades lá. E manda até um documento.

Para ir para Parnaíba... Agora a gente está indo por Viçosa, uma encantadora cidade do Ceará, de turismo, na serra, bem cuidada. Tianguá. Você vai de Tianguá para Granja. Ô porcaria de estrada! Eu pensei que fosse o Piauí. Não sei qual está pior, se é o Piauí, o Ceará ou o Maranhão. Andei pelos três. Três desgraçeiras! Eu acho que lá ele tem de dar 100% de Bolsa Família para ter voto...

Terminados os trabalhos de acompanhamento, de solidariedade, de ouvir as autoridades, de documento, para ir para o litoral do Piauí tive de ir por Viçosa. Tianguá e Granja. Ô porcaria de estrada! Ruim, rapaz; pior não existe! E Granja a Camocim? Ô desgraceira de estrada! É no Ceará. E essa televisão... Está tocando aqui a Oposição, mas não atenda, não. João Matos, um Deputado lá. Ele ouve e é automático, o cara quer que a gente fale. Senador Cristovam, essa televisão é poderosa e forte.

Tianguá a Granja e Granja a Camocim, ô porcarias de estradas! Mas é ruim, é ruim, e o povo conhece a gente, e tem fé na gente, e acredita na gente.

Eu vi o Pará, e tal...

Mas cheguei lá à noite. No outro dia... Mas aquela ponte perto de Parnaíba em que passa esse açude que vem do Ceará e vai rumo a Buriti dos Lopes e, na altura do que chamamos Serragem, um povoado, a ponte se rompeu, as cabeceiras... Então, para voltar, para ir a Buriti são trinta quilômetros. Olha, eu cheguei a Buriti indo pelo Maranhão. Mas está ruim! Olha, botaram que é pior o Piauí, mas eu passei por São Bernardo, pelas estradas, que porcaria de estrada! Para pegar um batelão para ir a Luzilândia e aí, entrando no Piauí, eu já falei das estradas ruins do Ceará, mas também estão uma porcaria... Eu nunca vi um negócio desse, não. Só é propaganda!

Olha, Luzilândia, Morro do Chapéu, uma cidadezinha nova que eu fiz, para ir para Bom Princípio é novela muita, é complicação muita. Olha, nós passamos muito mais de seis horas, quase sete horas pra chegar lá. Parnaíba a Buriti é meia hora, indo pelo Maranhão. E as cidades de São Bernardo, Luzilândia, Esperantina, estão todas arrasadas. As estradas ruins. Aí fomos a Buriti de Lopes, onde as águas vieram e derrubaram essa ponte e muitos povoados ribeirinhos foram devastados. A Prefeita Ivana, uma grande mulher, acolhe todos naquelas unidades escolares, dando solidariedade, apoio. Andamos também com o Prefeito de Cocal.

Por isso, quando falo com um prefeito, eu falo com muito respeito, Geraldo Mesquita, porque eu fui prefeito. Esses prefeitos todos são muito dedicados, são muito altruístas, são muito bons. Eles são extraordinários, são comprometidos, e é a família toda socorrendo porque é difícil, é muita gente, são milhares de casas caídas, tombadas, mas não falta o amor, a solidariedade, a seriedade, a devoção.

Eu fui com Ivana Fortes em vários alojamentos e vi mesmo o povo... não vou dizer que estava satisfeito, mas recebendo três alimentações, conforto, assistência médica. As igrejas evangélicas vão lá, dão um show artístico. O povo é bom, o povo é muito solidário, e eles têm recebido. Aqui de Brasília, onde vivem 300 mil piauienses, conseguimos dois aviões e levamos gêneros alimentícios, roupas e água potável às cidades que sofriam.

Mas quero ler um decreto da Prefeitura de Cocal.

“Prefeitura Municipal de Cocal

Decreto nº 149, de 28 de maio de 2009

Institui Comissão de Defesa e Captação de Recursos para ajuda às famílias desabrigadas e vitimadas pelo desastre provocado pelo rompimento da Barragem Algodões I, na zona rural do nosso município [de Cocal].

FERNANDO SALES DE SOUZA FILHO, Prefeito Municipal de COCAL/PI, no exercício de suas atribuições legais, conferidas pelo art. 64 da lei Orgânica Municipal nº 1, de 03 de fevereiro de 2001, pelo art. 17 do Decreto Federal nº 5.376, de 17 de fevereiro de 2007, e pela Resolução nº 3 do Conselho Nacional de Defesa Civil,

Considerando a tragédia com o rompimento da Barragem Algodões I na zona rural de nosso Município, com vítimas e destruição de centenas de casas e de bens domiciliares, morte de animais de portes variados e consequente contaminação ao longo do percurso da região ribeirinha;

Considerando a elevada escassez de recursos para a manutenção das famílias vitimadas nesse desastre inesperado;

DECRETA:

Art. 1º Fica criada a Comissão de Defesa e Ajuda às vítimas do rompimento da Barragem Algodões I, que será composta pelos seguintes membros:

Presidente:   a [dinâmica] Maria Betânia Rios Magalhães

Vice-Presidente:  Elisângela Pereira de Araújo

Membros:   Francisco Tadeu Pereira

     William Joseph Menezes

     Francisco Domingues

     Francisco Vieira de Carvalho

Art. 2º. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, devendo viger por um prazo de 90 (noventa) dias, revogando as disposições em contrário.

Registre-se, publique-se e cumpra-se.

Gabinete do Prefeito Municipal de Cocal (PI), aos 28 de maio de 2009. Fernando Sales de Sousa Filho.

Praça da Matriz...

Essa comissão já fez um SOS Cocal. Agência: 1777-9, conta corrente 2009-5, Banco do Brasil, para solidariedade do povo brasileiro.

Basta dizer que essa é uma pujante cidade, que se limita com o Ceará, que tem um povo trabalhador, uma atividade comercial extraordinária e que está sem energia elétrica. Imagine uma cidade de mais ou menos trinta mil habitantes sem energia elétrica. A eletrificação foi desfeita pelo próprio perigo, e cai mesmo. Então, só tem energia na Prefeitura, que tem o motor, no hospital e em duas outras unidades.

Até ontem, não tinha ido o Governo do Estado, embora tivesse ido um engenheiro vindo de Campo Maior - eu estive com ele. Há também um membro que o Geddel enviou, um coronel com helicóptero da nossa Secretaria Nacional de Defesa Civil. O Governo de Minas também mandou um helicóptero. O Governo do Ceará, vizinho Estado... O Prefeito de Teresina ajudou também com recursos e tal, e a sociedade, está mobilizada.

Essas duas cidades sofrem por conta desse desabamento. Sem dúvida nenhuma, a melhor objetividade é lembrar ao Presidente de República que isso acontece. Aconteceu em Santa Catarina. Sabe-se que ele editou uma medida provisória, mas para dez Estados brasileiros, antes.

Então nós lembramos ao Presidente Luiz Inácio que medida provisória, que mancha tanto a vida do Parlamento, tem suas razões de ser. É como Shakespeare diz: não tem bem nem mal; o que vale é a interpretação. Uma medida provisória agora é um instrumento do bem. Ela é urgente e relevante.

Então, em nome do Piauí, dos outros Senadores Heráclito Fortes e João Vicente, que também esteve lá, pedimos que Sua Excelência, o Presidente da República Luiz Inácio - nós não vamos fazer críticas, vamos poupar, não vamos falar da incompetência do Governo estadual, que é do Partido dos Trabalhadores, porque não é momento, é o momento de somarmos esforços, é apenas uma advertência - ajude mais, principalmente pela incompetência que lá há mesmo, que é notória e de que já se sabia. Que ele faça agora, o Presidente da República, uma medida provisória específica que atenda à urgência e à relevância para socorrer Cocal e Buriti dos Lopes, esses extraordinários Prefeitos Fernando de Sousa Filho e Ivana Fortes, que estão fazendo todas as ações para minimizar.

Esperamos também que cheguem aditivos para a recuperação da estrada mais importante, que liga Teresina ao litoral. Não só Parnaíba fica isolada, como a cidade de Bom Princípio e a cidade de Ilha Grande. Para chegar hoje às cidades do litoral, vai-se pelo Ceará, em estradas ruins e precárias, e pelo Maranhão, em estradas indescritíveis. Então, esta é realmente a verdade.

Então, para justificar a verdade, eu sei, Luiz Inácio, eu sei, eu sei. Mas eu lhe recordaria...

Pedro Simon, você já foi ao México? Pois no México tem a praça. Você já foi também, não é, Presidente? Pois, vá. O palácio do governo é na praça. É bom. Quando eu vi, estava lá dentro. Tem aquele grande pintor - como é, Cristovam, você que sabe tudo? - que casou com uma pintora, famoso, tem uns quadros lá. Tem até um filme sobre ela. Sim, mas não vem ao caso. O que me impressionou, além das obras de arte, foi ver no palácio uma frase do General Obregón. Então, eu lembrava do Presidente Luiz Inácio, que viaja muito. Quando for ao México, está ali na praia, entre e leia. Ali tem o General Obregón, que diz: eu prefiro um adversário que me leve a verdade a um aliado, puxa-saco, aloprado, que só faz mentir e me enganar.

Então, nós estamos aí meio como adversários. Mas quero lhe trazer essa verdade. Essa é a situação do Piauí. Estão enganando Vossa Excelência. Estão lhe enganando, Luiz Inácio, ausculte sua mulher. É, mulher diz a verdade. Não é? É o seguinte: aqui está a mídia. A gente sabe que está tudo pago. Esta aqui tem uma audiência. A gente fala porque é o único local hoje onde se diz a verdade. O Senado é para isto: é para orientar.

Então, está aqui um artigo da Folha de S.Paulo. Primeiro, esses caricaturistas são inteligentes. Botam aqui: “Terceira dentição”. É o retrato do Luiz Inácio, que ele não é assim, não. Eu o acho simpático, bacana. A esposa dele, uma encantadora senhora, Marisa, com todo o respeito. Mas aqui o caricaturista botou: “Terceira dentição”. Isso aí estão errando, Luiz Inácio. Você se lembra quando nós denunciamos aqui aquela propaganda do Banco do Brasil: “Três, três, três”. Era preparando.

Este País vai ter democracia para o Senado. Você entendeu? Eu não vou dizer como eu disse há pouco, que aconteceram certas coisas. O Pedro Simon estava dizendo ali para mim: “Mão Santa, não diga mais aquilo, que este é o melhor Senado”. E eu vou até refletir. Mas nós temos mérito, uma dívida muito forte. Só há essa democracia no Brasil por aqui. Está tudo cooptado.

Essas ONGs são uma bandalheira, uma safadeza. Está todo o mundo cooptado: igrejas, UNE, o diabo. Ali nem se fala. A Câmara... Só aqui, ó Cristovam. E nós vamos resistir como os 300 de Esparta.

Senão, aqui já estaria igual a Cuba, Venezuela. Os meninos correram ali outro dia, fizeram o dever de casa, aquele bispo reprodutor já está fazendo... Era um continuísmo. Isso não é democracia. Democracia é divisão de poder e alternância, senão seriam os reis, ficavam os reis, o poder contínuo. Então nós não podemos chamar rei Luiz Inácio. Primeiro vamos chamá-lo nosso querido Presidente.

Mas está aqui, leiam - eu advirto o Brasil - Fernando de Barros e Silva: “O Bolsa-Mídia de Lula”. Leiam isso. Não tem o Bolsa Escola deturpado, estuprado, violado? Pois tem o Bolsa-Mídia de Luiz Inácio.

Bota aí, bota bem grandão! Faz de conta que é a Ideli, o Mercadante ou o Tião. Bota bem grandão: Bolsa-Mídia. Leiam a Folha de S. Paulo! Vejam o quanto escapa. Isto aqui diz.

Ó Pedro Simon, nem Hitler, nem Goebbels fizeram um esquema publicitário desses. Esta é a verdade. Bolsa-Mídia de Lula! Eu vou ler e pronto. Eu acho que esses três minutos vão servir para o povo do Brasil fazer uma reflexão, e Luiz Inácio, ora, ninguém tem o direito de amar mais o Brasil do que o Luiz Inácio, Presidente da República por duas vezes, respeitado. Mas este País foi construído por todos nós. Essa história da democracia foi muito sacrifício.

         Então o Bolsa-Mídia de Lula... Este bicho aqui... Como é o nome dele? Este Franklin Martins... Quem vem atrás é muito mais afoito do que o Goebbels. O Duda é papel pequeno, por isso eles cassaram.

         “O Bolsa-Mídia de Lula”, Fernando de Barros e Silva:

SÃO PAULO - O jornalista Fernando Rodrigues deu uma grande contribuição ao conhecimento da máquina de propaganda do lulismo. A reportagem que publicou ontem na Folha mostra como, na atual gestão, o Planalto adotou uma política radical e sistemática de pulverização da verba publicitária destinada a promover o Governo.

Eu duvido, eu duvido, eu duvido. A Hora do Brasil era para colocar é aqui. Eu estou olhando, seus palhaços. Não sai não. Não sai não. Eu não saio não. É para transmitir do Senado. Hoje, quase não está havendo pronunciamento. Eu duvido que o Franklin Martins deixe sair o discurso do Mão Santa. Para vocês verem onde vocês estão, perdendo as liberdades, pelas famigeradas ONGs. Isso aí é uma corrupção em tudo que é instituição. Nós vimos aqui. Por que não manda? Meu amigo Heráclito pediu uma CPI. Não se reúne, não dá quorum. Porque ali é safadeza e muita.

A reportagem que publicou ontem na Folha mostra como, na atual gestão, o Planalto adotou uma política radical e sistemática de pulverização da verba publicitária destinada a promover o governo.

Em 2003, a Presidência anunciava em 499 veículos; em 2009...

        Havia 499 rádios, emissoras, jornais pagos pelo Governo.

...em 2009, foram 2.597 os contemplados - um aumento de 961%. Discriminada por tipo de mídia, essa explosão capilarizada da propaganda oficial irrigou primeiro as rádios (270 em 2003,...

Olha, olha, olha aí. Não tem. O negócio está perigoso.

Eduardo Gomes combateu a primeira ditadura de Vargas. Nós tivemos a militar. E se nós não estivermos aqui falando, mesmo roucos, vamos passar para essa ditadura proletária, pior. Eu estou dizendo. Duzentos e setenta rádios em 2003; em 2008, 2.597. Passou de 270 rádios que o Governo pagava para 2.597. Depois os jornais, de 179... Ó Pedro Simon, atentai bem, está no telefone aí, aqui está mais importante, preste atenção: de 179 jornais para 1.273. O Governo injetando dinheiro.

Ô Cristovam, você que é professor, historiador: passou de 179 para 1.273 jornais mantidos pelo Governo. “...e a seguir o que é catalogado como “outras mídias”, entre elas a internet, com 1.046 beneficiadas...” Até Internet. Um jornal vale pela verdade que diz; não dizendo a verdade, ele não vale nada.

O que isso quer dizer? A língua oficial chama de regionalização da publicidade estatal e a vende como sinal de "democratização". Na prática, significa que o governo promove um arrastão e vai comprando a mídia de segundo e terceiro escalões como nunca antes neste país.

Exagero? Eis o que diz Ricardo Barros (PP-PR), vice-líder do governo e membro da Frente Parlamentar de Mídia Regional: "Cerca de 50% das rádios e dos jornais do interior pertencem ao comunicador.

Pertencem a um dono. Em 50% do interior, o jornal pertence a um dono e a rádio a um dono.

O dono faz o jornal ou o programa de rádio. Se recebe dinheiro, passa a ter mais simpatia e faz uma comunicação mais adequada ao governo. Há uma reciprocidade".

Enquanto, na superfície, Lula trata de fazer a sua guerra retórica contra a "imprensa burguesa", que lhe dá azia, no subsolo do poder a engrenagem montada pelo ministro Franklin Martins...

O Goebbels de hoje. Cristovam Buarque, Franklin Martins é o Goebbles de hoje. Mentira repetida se torna verdade.

...se encarrega de alimentar a rede chapa-branca na base de verbas publicitárias. É o Bolsa-Mídia do Governo Lula.

Essa mídia de cabresto que se consolidou no segundo mandato ajuda a entender e a difundir a popularidade do presidente. E talvez explique, no novo mundo virtual, o governismo subalterno de certos blogs que o lulismo pariu por aí.

E tem outro castigo. Lula, certeza única é no mesmo.

Então, essas são as reflexões que esta Casa tem que fazer.

E Eduardo Gomes combateu a primeira ditadura deste País, a civil, de Vargas. Depois, tivemos a militar. A militar, diga-se de passagem, era honesta. Esta aqui é corrupta, é cheia de aloprados. Eu combati a ditadura militar. A gente podia ganhar a eleição. Fizeram o AI-5 e deixaram jogar. Agora não ganha. Você está na frente, eles dão vinte mil bolsas. Acabou-se. Dão e dão mesmo. E são aloprados? São aloprados. E entraram em todos os raios de ação.

Então, só isso, Pedro Simon. Pedro Simon, estou fazendo a reflexão, não vou mais repetir a frase. Só a de Eduardo Gomes: o preço da liberdade democrática é a eterna vigilância.

A única instituição que vigia o continuar da democracia do povo do Brasil somos nós.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/06/2009 - Página 21074