Pronunciamento de José Agripino em 19/05/2009
Discurso durante a 76ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comentários sobre o discurso do Senador Arthur Virgílio, sobre o episódio da leitura do requerimento de criação da CPI da Petrobrás.
- Autor
- José Agripino (DEM - Democratas/RN)
- Nome completo: José Agripino Maia
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA PARTIDARIA.:
- Comentários sobre o discurso do Senador Arthur Virgílio, sobre o episódio da leitura do requerimento de criação da CPI da Petrobrás.
- Publicação
- Publicação no DSF de 20/05/2009 - Página 18197
- Assunto
- Outros > POLITICA PARTIDARIA.
- Indexação
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- COMENTARIO, ESCLARECIMENTOS, ARTHUR VIRGILIO, SENADOR, ESPECIFICAÇÃO, DECISÃO, ORADOR, REUNIÃO, LIDERANÇA, ADIAMENTO, LEITURA, REQUERIMENTO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), PRESERVAÇÃO, RELACIONAMENTO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), DEMOCRATAS (DEM), RECONHECIMENTO, ATUAÇÃO, LIDER, INTERPRETAÇÃO, VONTADE, BANCADA.
- ANUNCIO, ATUAÇÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, DEMOCRATAS (DEM), AMBITO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ISENÇÃO, INVESTIGAÇÃO, AUSENCIA, MANIPULAÇÃO, NATUREZA POLITICA, CRITICA, RECEBIMENTO, PEDIDO, RETIRADA, ASSINATURA, DEFESA, EXERCICIO, FUNÇÃO FISCALIZADORA.
- EXPECTATIVA, ENTENDIMENTO, AUSENCIA, DESEQUILIBRIO, ESCOLHA, PRESIDENTE, RELATOR, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pedi a palavra, pela ordem, exatamente em cima do assunto aqui abordado pelo Senador Arthur Virgílio.
Quero dizer a V. Exª ou a V. Exªs que assistimos, hoje, à uma sessão de esclarecimentos importantes. O Senador Arthur Virgílio, meu dileto amigo, até fez um mea-culpa ao final, demonstrando claramente a qualidade do seu caráter ao reconhecer um comportamento que ele próprio se atribuiu de juvenil.
Acho que as relações entre os dois Partidos de Oposição não podem e não devem ser questionadas em momento algum e por circunstância nenhuma - nem podem, nem devem, nem serão. Agora é preciso que se entenda - eu quero aqui prestar, aí, sim, o meu esclarecimento - que cada Líder interpreta o sentimento de sua Bancada: o Senador Arthur Virgílio o sentimento da Bancada do PSDB; e eu interpreto o sentimento dos meus companheiros, os Democratas.
Quarta-feira passada fizemos uma reunião de Líderes, em que eu, interpretando o sentimento da minha Bancada, que agindo com cautela - e vai continuar agindo com cautela, e não vai politizar essa CPI da Petrobras hora nenhuma, e não vai emocionalizá-la hora nenhuma, vai tratá-la com pragmatismo e com responsabilidade o tempo todo -, traduzindo o pensamento majoritário da minha Bancada - majoritário, não unânime, porque alguns queriam assinar a CPI logo, outros, em sua maioria, não, queriam ouvir o Presidente Gabrielli para tomar uma posição em seguida -, eu manifestei essa posição, foi feito um acordo e viajei para o Rio de Janeiro, onde mantive entendimento com o Dr. Ricardo Teixeira, e soube que houve um movimento pesado, e que o meu nome foi citado exaustivas vezes. Não quero fazer comentários sobre as citações, sobre a qualidade das citações, sobre delegação recebida ou não recebida; isso pouco importa, porque não faço política com ressentimento; faço política olhando para frente. Não me interessa isso, até porque as relações que eu tenho com o PSDB são muito mais robustas do que eventuais desencontros, pontuais desencontros. Mas que fique claro que o pensamento que eu expus foi a tradução da expressão majoritária da minha Bancada, como o Senador Arthur Virgílio deve ter expressado o sentimento majoritário da sua Bancada.
Muito bem. Lida a instalação da CPI - e aí eu quero fazer uma colocação - e pediria um pouco de paciência ao Senador Mercadante -: acho que entenderam que a posição que eu expressei era uma posição próxima de governismo, de anti-instalação da CPI. E eu recebi uma tonelada de pedidos.
Veja só, Sr. Presidente, ousaram ligar para mim, autoridades fortes do Governo, pedindo para eu autorizar companheiros nossos, que haviam assinado a CPI voluntariamente, porque o Partido não tomou posição como Partido político, mas, individualmente, os seus companheiros, os seus membros assinaram a CPI, vieram me pedir para retirar as assinaturas. Veja a audácia! Confundiram uma posição de equilíbrio que eu mantenho - e vou manter o tempo todo - com uma posição de proximidade com o Governo e tentaram a subtração de assinaturas, o que eu evitei. Agora, fui para linha de frente, sim: até sexta-feira, fiquei com o telefone ligado, tomando conta daquilo que é missão de oposição - governo governa; oposição fiscaliza. Na medida em que a CPI foi lida e protocolada, a obrigação da Oposição era e é fiscalizar. Se estava decidida a CPI, era fiscalizar, e para fiscalizar era preciso que houvesse as 27 assinaturas, e nós garantimos as assinaturas. Chegamos hoje. Acabamos de definir quem serão os nomes dos Democratas e dos Tucanos que integrarão a Comissão Parlamentar de Inquérito. Vamos esperar agora que outros partidos indiquem o seus membros, para que possamos começar a trabalhar com equilíbrio. O que eu defendo - defendia, defendo e vou continuar defendendo - é que não se politize essa investigação, que não se emocionalize essa investigação, nem de um lado, nem do outro, e muito menos que o Presidente da República venha colocar a responsabilidade naqueles que são oposição e que vão investigar responsabilidades por eventuais maus desempenhos da Petrobras, aqui ou lá fora. Vamos investigar, por obrigação, um patrimônio do povo brasileiro, com responsabilidade e pragmatismo, sem emoção e sem politização.
E, aí, quero fazer a colocação: é praxe dividir os postos de presidência e relatoria entre aqueles que vão estabelecer ponto e contraponto, que vão debater para procurar o melhor caminho, no caso, para a Petrobras. O Bloco da Minoria tem um candidato a presidente, apoiado por todos os integrantes do PSDB e do Democratas. O apelo que eu quero fazer é que, em nome da não politização, do desarmamento de espírito, da investigação séria - e estou falando claro, da investigação séria a que nos propomos -, mais uma vez, se distribua, de forma equitativa, poderes na CPI, para que ninguém ganhe, nem Governo, nem Oposição, mas que a Petrobras ganhe com a investigação correta que queremos fazer e para a qual habilitamos competentes companheiros que podem trabalhar, vão trabalhar e um deles pode ser o presidente, se houver entendimento entre as partes, para que possamos fazer um trabalho com o espírito desarmado, com pragmatismo, com patriotismo, com responsabilidade e com o objetivo claro de preservar um patrimônio, que é do povo brasileiro, chamado Petrobras.
É o que esperamos, é o que desejamos, e os tempos que vão se seguir mostrarão quem é que está querendo ou não politizar a discussão sobre a Petrobras.