Discurso durante a 91ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas à gestão do Governo do Pará, especialmente nas áreas da segurança e da saúde. Decepção com o fato de Belém não ter sido escolhida como uma das cidades sede de jogos da Copa do Mundo de 2014.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL. ESPORTE.:
  • Críticas à gestão do Governo do Pará, especialmente nas áreas da segurança e da saúde. Decepção com o fato de Belém não ter sido escolhida como uma das cidades sede de jogos da Copa do Mundo de 2014.
Aparteantes
Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 09/06/2009 - Página 22637
Assunto
Outros > ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL. ESPORTE.
Indexação
  • AGRADECIMENTO, PREFEITO, RECEPÇÃO, ORADOR, VISITA, INTERIOR, ESTADO DO PARA (PA), REUNIÃO, DEBATE, SITUAÇÃO, RECLAMAÇÃO, FALTA, POLITICA, GOVERNO ESTADUAL, ABANDONO, MUNICIPIOS, DETALHAMENTO, VIAGEM, ONIBUS, COMPROVAÇÃO, PRECARIEDADE, RODOVIA.
  • GRAVIDADE, VIOLENCIA, ESTADO DO PARA (PA), VITIMA, VICE-GOVERNADOR, ATENTADO, ABANDONO, MUNICIPIOS, REGISTRO, NOTICIARIO, HOMICIDIO, COMENTARIO, ASSALTO, MÃE, REPRESENTANTE, FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE FUTEBOL ASSOCIATION (FIFA), VISITA, CAPITAL DE ESTADO, EFEITO, REJEIÇÃO, ESCOLHA, SEDE, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, FRUSTRAÇÃO, POPULAÇÃO.
  • DENUNCIA, FALTA, IDONEIDADE, PRESIDENTE, CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF).
  • REITERAÇÃO, DENUNCIA, INCOMPETENCIA, GOVERNADOR, ESTADO DO PARA (PA), APRESENTAÇÃO, DADOS, PRECARIEDADE, ESCOLA PUBLICA, SAUDE, FALENCIA, ECONOMIA, EXPORTAÇÃO, MINERIO, PECUARIA, MADEIRA, GRAVIDADE, DESEMPREGO, ATRASO, PAGAMENTO, FUNCIONARIO PUBLICO, DESCUMPRIMENTO, PROMESSA, CAMPANHA ELEITORAL, COBRANÇA, ORADOR, ATENÇÃO, JUDICIARIO, GOVERNO FEDERAL.
  • PROTESTO, EXCESSO, PROMESSA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, BENEFICIO, ESTADO DO PARA (PA), FRUSTRAÇÃO, DESCUMPRIMENTO, ESPECIFICAÇÃO, REFLORESTAMENTO, ACESSO, ENERGIA ELETRICA, ILHA DE MARAJO, CONCLUSÃO, RODOVIA TRANSAMAZONICA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, inicialmente gostaria de agradecer aos prefeitos do meu Estado, o Estado do Pará, que me receberam na semana passada. Prefeitos e lideranças com quem estive reunido, Presidente, nas cidades do meu Estado. Quero aqui agradecer o carinho com que fui recebido na cidade do Moju, no nordeste do Pará, pelos companheiros Parola, Iêê - são tantos...

Em Tracuateua, encontrei o amigo Jonas, Carlinhos. Eles carinhosamente me receberam e participamos de reuniões em que discutimos os problemas daquela cidade.

Fui também a São Francisco do Pará, também nordeste do Pará, encontrei meu amigo Rol e fui a uma reunião expressiva com muitas lideranças, quase mil lideranças, reunidas para discutir os problemas do Estado e daquela cidade.

Em São Miguel do Guamá, também no nordeste do Pará, o Prefeito Nenê Lopes nos recebeu também calorosamente, junto com cerca de mil pessoas, também para discutir os problemas do nosso Estado e daquele Município.

E, no sudeste, em Goianésia, o Prefeito Itamar, os vereadores e eu estivemos reunidos na Câmara Municipal, onde estiveram também Deputados Estaduais, uma ampla reunião. Carinhosamente, ali fui recebido.

E o que mais lamentamos nessas reuniões, Sr. Presidente, foi a ausência das políticas públicas no meu Estado. E aí vem o Mário Couto a falar da Ana Júlia. É impressionante, Senador Paim, como a gente não pode deixar de falar. Senador Mão Santa, é impressionante o desleixo! É impressionante o abandono em que vive o Estado do Pará hoje!

Só indo ao Pará, visitando o Pará para perceber que o meu Estado afunda lentamente nessa Administração.

Percorri de ônibus - sabe, Senador? De ônibus! - a estrada de Brasília a Belém e visitei todos esses municípios do interior, que são distantes uns dos outros. Fui de ônibus para sentir o que acontece hoje. Não sei quanto aí vão pagar para ajeitar a parte baixa de sustentação do ônibus, porque, naquelas estradas, quase não se consegue andar. A Belém--Brasília, que outrora eu fazia de ônibus em 20 horas, 22 horas, estou fazendo em 36 horas. As estradas do Pará, principalmente essa que vai para Goianésia... Foram unânimes os pedidos para que o Senador clamasse ao Governo Federal e ao Governo Estadual a fim de ajeitarem essa estrada.

Segurança no meu Estado... O Prefeito de Goianésia, Senador, com os poucos recursos que tem - faça uma idéia, Município pequenino -, ele mesmo se dispôs a comprar veículos, motos, para fiscalizar os bandidos, para dar segurança às pessoas na sua cidade.

O Pará precisa da ajuda do Presidente Lula. Não sei até que ponto o Presidente Lula ainda tem confiança em nossa Governadora. Eu não sei.

Às vezes fico pensando que estamos num beco sem saída no Estado do Pará.

Vi agora, por exemplo, o que aconteceu com a Copa do Mundo. Parecia estar certo que a cidade de Belém seria um das subsedes da Copa do Mundo. E na hora... Com certeza absoluta, Ana Júlia não está fazendo um bom governo. Tenho certeza de que os paraenses estão arrependidos, mas a Copa do Mundo vai para Belém, porque ela é amiga do Lula. Não acredito que a Copa do Mundo não seja em Belém. Pode acontecer de tudo, pode até atirarem no carro do Vice-Governador. Está aqui, Senador Paulo Paim. Se a TV Senado puder focalizar... Olhe, Senador, como não exagero. Brasil, eu não exagero! É séria a condição de segurança no meu Estado. É um dos Estados mais procurados pelos bandidos e não merece. O Pará é um grande Estado de gente ordeira, hospitaleira, carinhosa, um Estado progressista. O Pará não merece isso, Senador. Coitado do Vice-Governador. Olhe aqui, Brasil! Até o carro do Vice-Governador foi metralhado. Metralhado!

Eu queria que os paraenses soubessem que não estou exagerando absolutamente nada. Isso é real. Isso não é história de carochinha. Isso aqui é uma realidade. É uma realidade! Eu trouxe os jornais, porque, se eu estivesse apenas falando, iam dizer que eu estava exagerando, poderiam até dizer que eu estava mentido. “Não acredito. É demais o que aquele Senador fala. Não é possível que esteja acontecendo isso no Estado do Pará. Não dá para acreditar. Carro do Vice-Governador do Estado metralhado!”

Mas eu dizia assim: duvido que a Copa do Mundo não vá para o Pará.

Houve um fórum de meio ambiente no Estado. Lá estava o Presidente Lula. Eu disse: é agora que a Governadora Ana Júlia vai mostrar o seu prestígio. Está certo que ela é má administradora, está arrebentando o Estado, mas a Copa do Mundo vem para Belém. Disso eu não tenho dúvida. Ela é do PT. O Presidente é do PT. É uma senhora. É lógico que o Presidente Lula vai levar tudo em consideração. Não acredito que essa senhora não tenha prestígio pelo menos para trazer a Copa do Mundo para o seu Estado.

Ela se negou a falar com a gente. Não veio falar com os Senadores. Nós, individualmente, mandamos ofício ao Presidente Ricardo Teixeira - que, para mim, não merece a mínima confiança. Ouviu, Ricardo Teixeira? Você me desculpe, meu amigo, mas quem tem toda razão é o Alvaro Dias. Ele tem toda razão, Ricardo Teixeira. Tu não mereces confiança de ninguém! De ninguém, Ricardo Teixeira! E aí, meu amigos paraenses, a Governadora foi lá com o Lula e disse: “Olha Lula, sou do PT; você é do PT. O meu Governo não vai bem. Essa é a grande chance de eu recuperar a minha imagem. Se a Copa do Mundo vier para cá, aí eu recupero a minha imagem”.

Vou ler algo para vocês agora. Paraenses, eu acho que vocês leram isso. Depois eu dou o resultado do papo da Ana Júlia com o Presidente, mas primeiro vou ler isto aqui.

Eu avisei. Eu avisei muitas vezes desta tribuna. Estou há um ano e meio aqui, há dois anos falando dos aposentados, e não vou abrir mão, um milímetro dessa questão. V. Exª também não, Senador Paim. Estou, há um ano e meio, dizendo que o Pará está sendo tomado de assalto pelos bandidos. Estou dizendo isso. E nenhuma atitude, nenhuma providência, nada que se possa...

Vou mostrar outro jornal para dizer que eu não estou exagerando. Aqui, TV Senado. Desculpe estar incomodando-a. Olhem aqui outro jornal: “Dez homicídios no fim de semana”.

Quando eu digo que a média de mortes por assassinato na Grande Belém no fim de semana, sábado e domingo, é de dez mortes, só na Grande Belém, ninguém acredita. Onde eu falo ninguém acredita. Isso é morte à bala, Senador Paim. Isso é uma guerra, Senador. Eu venho dizendo isso aqui há um ano e meio. “Não pode. Morrem três pessoas por dia. Morre um de oito em oito horas. Isso não existe, Mário Couto. Tu estás aumentando a coisa! Dez assassinatos a cada fim de semana? Não existe isso no Brasil.” Está aqui, existe.

“Não, mas a Copa do Mundo vai para Belém!” E aí eu duvidava. “A Copa do Mundo vai para Belém! Ana Júlia tem prestígio com o Lula!” Mas eu vou ler aqui para vocês o que um dos jornais paraenses coloca numa coluna que é bem lida no Estado do Pará. Vou ler aqui: “Sabe-se agora: o integrante da Comissão da FIFA, que, encantado com Belém (...)”

Belém é uma cidade linda! V. Exª conhece Belém, Senador Paim? Belém é uma cidade linda! Linda! Belém se transformou no Governo Almir Gabriel. Belém, se V. Exª for ao segundo casamento deste Senador, que vai ser no dia 18, vai ver como Belém é linda. É uma cidade linda! Então, prossigo com a leitura:

O integrante da Comissão da FIFA que, encantado com Belém, trouxe a mãe - e não a mulher - para conhecer a cidade, enquanto fazia a avaliação da rede hoteleira, foi assaltado ao passar na Ponte do Galo [Essa Ponte do Galo, meu filho, quem passar por lá tem que cantar. Essa, passou tem que tirar a carteira e entregar. É difícil alguém sair de lá sem ser assaltado.], a bordo de um carro do GT14,, o grupo paraense que cuidava dos preparativos para a Copa de 2014. A pobre senhora, coitada, de tão abalada, precisou de muito aconselhamento para, depois do episódio, deixar o hotel. Chegou a ser convencida e até mandou uma carta, mais tarde, agradecendo a estadia.

            Corriqueiro

O que se diz é que o Executivo, em conversa com integrantes do GT14, prometeu não relatar o nefasto episódio no relatório que encaminharia à FIFA, mas isso é tão nebuloso e incerto quanto o silêncio do GT-14, no afã de omitir um acontecimento que, cá para nós, infelizmente, é corriqueiro em Belém. Por essas e outras é que nossos vizinhos amazonenses festejam Manaus como subsede da Copa do Mundo.

Ora, o cara da FIFA que vai para Belém fazer a análise da rede hoteleira chega a Belém, leva a mãe para conhecer uma das belas cidades do norte do Brasil, e a mãe é assaltada?! O que esse rapaz vai colocar no relatório dele? O que esse rapaz vai colocar no relatório dele? Aí, o Lula disse à Ana: “Ana, a Copa vai ser em Belém.” Mas a Ana não tem mais prestígio. A Ana perdeu o prestígio. A Ana deixou os bandidos invadirem a cidade de Belém! A Ana deixou os bandidos invadirem o Estado do Pará! A Ana deixou os bandidos invadirem o interior do Estado do Pará! A Ana estraçalhou o Estado do Pará! E não é só na segurança!

Vou mostrar mais. TV Senado, desculpa por estar perturbando. Olhem aqui como não é só na segurança, paraenses... Olhem: “Metade das escolas cai aos pedaços no Estado”.

Será que o teu Governador do Estado do Piauí ganha da minha Governadora? Ganha nada! Essa aqui é recorde.

Não existe tanto descaso neste Brasil como o da Governadora para com o seu povo, no Estado do Pará! Não existe! Pago para ver! Eu aposto com quem quiser se no Brasil há um governador tão ruim quanto a minha lá no Estado do Pará. Não existe!

São 1.200 escolas, Paim, no interior do meu Estado! Dessas, 800 escolas estão quebradas. Na vigília, recebi um e-mail de uma moça, ou uma senhorita chamada Sandra Maria, dizendo que a escola foi derrubada porque os bombeiros chegaram lá, Pará, e disseram: “Esta escola vai cair!” Retiraram os alunos da escola, derrubaram a escola, e até hoje essas crianças estão abandonadas. Esse é o desprezo de um Estado.

Agora, finalmente, TV Senado, mostra como é que uma pessoa pode massacrar um povo, um Estado de sete milhões de habitantes. A metrópole da Amazônia. A maior cidade da Amazônia. A capital da Amazônia. A mais bela cidade da Amazônia, Belém do Pará, onde há a santa milagrosa, onde há uma santa que, a cada ano, vai às ruas e é acompanhada por mais de dois milhões de pessoas. Como é que se pode massacrar e enganar esse povo?

Ela ainda teve a coragem...

Ana Júlia, não faça isso, Ana Júlia! Pelo amor de Nossa Senhora de Nazaré, põe a mão na tua consciência! Tu sabias que a Copa não ia para Belém!

Ela mandou trio elétrico para a maior avenida de Belém, chamada Presidente Vargas, meu Deus do céu! Convocou o povo, dizendo, no trio elétrico, que estava garantido: “Vamos às ruas comemorar!” É uma cara de pau que não tem limite!

E olha que a multidão chorava, porque o paraense ama a sua terra. O paraense tem raízes. Milhares e milhares... Acho que, aqui, havia umas quinhentas mil pessoas nessa avenida. Sem exagero, Papaléo. Quinhentas mil pessoas concentradas, esperando o anúncio da Copa do Mundo Em Belém. Pelo menos, devia ter a hombridade de dizer: “Olha, eu fracassei; eu não preparei o meu Estado; eu não preparei a minha cidade”. O Pará, hoje, está violento. O Lula não confia mais em mim. O Lula não quer mais conversa comigo. Eu fracassei. Devia ter caráter! Devia ter caráter para dizer isso! Mas não é qualquer pessoa que faz. Não é qualquer um que tem esse caráter! Não é qualquer um que reconhece os seus erros! E ela é uma. Ela não reconhece os seus erros.

E o meu Pará a cada dia mais sofre. O meu Pará a cada dia mais está abandonado. E o meu Pará, que é o sexto - não me canso de dizer isto; outrora - , era o sexto maior exportador deste País. Minério, agora, quebrado, fechado. O boi, a agropecuária, agora, falida. Frigoríficos fechados. A madeira, um dos maiores empregadores do meu Estado, agora, acabado, fechado. A economia do Estado, acabada. O desemprego do meu Estado é algo de alarmante! O desemprego, no meu Estado, Senador Geraldo Mesquita, é algo de alarmante! O Estado do Pará era um dos Estados que mais oferecia emprego para o seu povo! Hoje, a geração de emprego, a oferta de emprego é negativa! O Pará está à beira de um colapso!

Os primeiros sinais de atraso de pagamento do funcionalismo público são evidentes. A cada mês, dão um salto de dez dias para frente. Se era dia 28 de um mês anterior, passou para o dia 5, passou para o dia 8, passou para o dia 10, passou para o dia 12... Olhe o colapso! O Estado do Pará, o gigante, um Estado rico, rico em tudo, rico em pessoas, rico em minério, rico em produção de gado, rico em produção de produtos agrícolas, rico em madeira, rico em pescado, rico em tudo!

Agora, eu vou lhe dizer uma coisa, Senador Mão Santa, sinceramente, com todo o respeito a V. Exª, estou aqui mostrando a desgraça do meu Estado. Não me tenha como uma pessoa má. Eu estou fazendo isso para o bem do meu Estado. Eu estou fazendo isso que faço aqui para alertar a população brasileira, para alertar o povo do meu Estado e, principalmente, para alertar as autoridades do meu País.

Eu quero que o Pará melhore, Governadora. Eu não quero ver a desgraça implantada no meu Estado, Governadora. Eu não posso ficar calado, Governadora! Avalie V. Exª se eu me calasse aqui e perguntasse a mim o que eu vim fazer aqui neste Senado Federal. Só receber o meu dinheiro e ir para casa? O povo do Pará sofrendo, morrendo, caindo nas ruas, morto pela bandidagem, e eu aqui calado, sem fazer nada?

Já encaminhei ofício ao Ministério Federal, Estadual, tudo, Presidente da República, tudo, já fiz tudo. E vou falar aqui constantemente, “água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”

O Lula tem que saber.

Tu sabes, Lula, tu sabes o que está acontecendo lá no meu Pará. Tu sabes Lula. Tenha coragem de fazer alguma coisa por aquele povo, tenha coragem de chamar a Governadora, de dizer para ela que ela não tem a capacidade de governar aquele Estado, que procure se assessorar melhor, que procure assessores para lhe ajudar, que procure alguém de pulso, que seja homem, macho, para combater a bandidagem no meu Estado.

É isso Lula. Faz isso. Faz isso urgentemente. Nossa Senhora de Nazaré vai olhar por ti, Lula. Faz isso logo. Não pode demorar. Ajuda a nossa Governadora. Pede a ela para parar de dançar carimbó. Se fosse concurso de carimbó, o Pará era a sede, eu lhe garanto, porque aí...

A Governadora manda jornais para mim toda semana. Geralmente, a última página é de concurso de carimbó.

Como eu falei isso na semana passada, neste jornal não veio concurso de Carimbó. Agora olhem... Veja, Geraldo Mesquita, sinceramente, se já conheceu algum político assim - é a primeira vez na minha vida -: mandar todas as semanas os jornais notícias do Governo Popular. Toda semana! Haja eu abrir folha para encontrar obras! Haja eu abrir folha para encontrar combate à criminalidade! Haja eu abrir folha para ver se tem alguma coisa na saúde! A saúde está falida! Não tem saúde, não tem hospital, não tem médico, não tem remédio! Não tem nada! Greve em cima de greve! Greve em cima de greve!

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Mário Couto.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Gente morrente em balsa, gente morrendo em caminhão - já vou lhe dar um aparte -, gente morrendo dentro de ambulância, gente morrendo nas filas dos hospitais! Hospitais fechando, hospitais de referência fechando! O Ophir Loyola está quase para fechar! Na Santa Casa de Misericórdia morreram 118 bebês naquela casa, porque estavam sendo tratados no meio de ratos e baratas. Não sou eu que estou dizendo isso. Foi uma comissão de Deputados lá, foram Senadores daqui, foram Deputados Federais da Câmara. Eles viram in loco, com os próprios olhos, a situação da saúde no meu Estado.

Pois não, Senador.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Mário Couto, ela tem de fazer um estágio no Piauí, porque o Governador do Piauí faz jornal... Tem um sistema no computador...Olha que ele já botou dois aeroportos internacionais, cinco hidroelétricas, metrô, ponte... Ele faz, mas é só ali na mentira. É tudo mentira. Então vamos mandar ela fazer um estágio com o nosso Governador. A de V. Exª dança o carimbó e o do Piauí foi dançar um samba diante da confusão que está lá. Cocal e Buriti dos Lopes arrasados pela destruição da barragem do açude Algodão II. Milhares e milhares... Eu vou lhe contar uma... Mente, mas mente... Aí foram dizer a ele: “Mas o Senador Mão Santa disse que o senhor mente muito.” Ele disse: “Não, o Senador Mão Santa é muito agressivo.” Foram perguntar o número de mortes e eles diminuíram. Todo mundo sabe. Papaléo, são 15 povoados arrasados pela água que entrou. Aí perguntaram, deram só nove, o número oficial. Tem uns aloprados lá para mentir, para dizer que não morreu gente. Aí disseram “mas vem cá, só nove”. Aí o cara me disse ali, no povoado: “Senador, nove foi numa família. Desapareceu nove só de uma família...” Quer dizer que é só na mentira. Mas tem dois aeroportos internacionais, o Piauí, dois internacionais. Agora, eu vou falar daqui a pouco sobre Jesus Tajra. É uma família de libaneses que foram lá... Ele foi constituinte, autor do livro. Mas o irmão dele, José Elias Tajra, é Presidente da Associação Comercial.

Então, ele me manda um e-mail em nome dos comerciantes. Nunca antes, como Luiz Inácio diz... Camões disse “nunca dantes”... Olhem o mapa de geografia. Imaginem, reflitam: para ir de Teresina a São Luís, tem que vir a Brasília. De Teresina para Brasília e depois São Luís. Imaginem o comerciante, o empresário... Nunca antes houve isso e o mentiroso do Governador disse que nós temos dois aeroportos internacionais. Não tem mais nem voo Teresina/São Luís. O comerciante ou empresário de São Luís tem que vir para Brasília, de Teresina para Brasília - olhem o mapa - e voltar por lá, ali, a 350 ou 400 quilômetros de distância. Nunca antes... Na minha cidade, onde ele diz que tem um aeroporto internacional, o que tem lá foi feito pela Revolução, aquele tipo caixão. Eu ampliei e pintei, ele ampliou e pintou e colocou uma maquete dele e de São Raimundo Nonato. Faz no computador e haja soltar jornal. Manda a mocinha lá fazer o Estado como ele faz o jornal. Você não quer obra? Pois ele faz, mas é tudo no jornal. Daí, um blog de uma cidade, Batalha, disse “ô mentira” e colocou todas as obras. No dia da Batalha do Jenipapo, ele fez um jornal só de mentira, de obra dessas que a gente faz hoje é no computador. Viu, Alvaro Dias? E não tem nem avião mais Teresina/São Luís nesse Governo da mentira. Então, o empresário lá, José Elias, mandou um e-mail: pelo amor de Deus! Eu vou dizer como faz isso. É porque o aloprado é aloprado demais e diz: tem voo internacional. Na minha cidade não tem nem teco-teco. Sabe o que é aquele teco-teco? Porque tinha. Eu era menino, ia para o Rio de Janeiro, parando aí, mas chegava lá. Tinha até aquela empresa da Paraense Transporte Aéreo, PTA, e a Panair. Não tem mais nada. Só mentira. Mas eu dou luz para eles. É fácil fazer. Sempre teve. É só ir bem ali no Ceará, em que há uma empresa, a TAF, que é do Ariston. É só fazer, colocar... Agora, tem que pagar. Eu e o Heráclito conseguimos uma, a OceanAir. Rapaz, mas a gente compra umas passagens e não paga também. Caloteira! Aí tiraram o voo, e ficamos assim até meio desmoralizados, porque usamos uma influência para colocar. Mas tem uma do Ceará, TAF, Transportes Aéreos Fortaleza. Ali, eu sei, porque já fui Prefeito, fiz isso, e quando Governador. Então, você coloca para Fortaleza, Sobral, Parnaíba, ela é rentável. E vai: Teresina, aí vai a São Luís e volta. Ele conseguiria, se ele tivesse luz. Como na novela diz: se tivesse umas lamparinas no cérebro. Não tem aquela novela que está aí, que tem que ter umas lamparinas no cérebro? Se ele tivesse, ia bem aí, em Fortaleza, e botava esse avião. Botava ali, é da TAF, do Ariston. Isso se chama linha mamária: Fortaleza, Sobral, uma grande cidade do Ceará, Parnaíba. É rentável. Parnaíba, Teresina, São Luís. Então, São Luís, voltava. São Luís, Teresina, Parnaíba, Sobral. E resolvia. Mas ele fica só mentindo, mentindo, e não tem, como diz na novela aí... Vocês estão assistindo, a das oito? Não tem? O homem lá diz: faltam umas lamparinas no cérebro.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Senador Mão Santa, parabenizo V. Exª pela preocupação que tem com o seu Piauí.

É assim, Senador, nós temos que ter perseverança, nós temos que fazer aquilo que o povo nos cobra, exatamente a nossa postura aqui. O povo cobra que o Senador venha aqui falar dos problemas graves que cada Estado tem por meio dos seus Governadores. E nós temos que fazer isso. É nosso obrigação, Senador. É nossa obrigação.

Sei que tem muita gente que às vezes me critica. Eu peço desculpa a essas pessoas, por não entenderem a minha posição. Eu tenho que fazer isso. Eu tenho que cobrar das autoridades. Aliás, Senador Mesquita, essas autoridades vão a palanque dizer que vão resolver os problemas...

(Interrupção do som.)

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Já vou descer, Presidente. Já vou descer, Presidente.

Eu me lembro, Senador Geraldo Mesquita, que a nossa Governadora foi a palanque e, em todos, disse: eu vou acabar com a violência no Estado do Pará. Em todos, ela disse: eu vou melhorar a educação no Estado do Pará. Em todos ela disse: eu vou melhorar a saúde no Estado do Pará. Em todos ela disse: eu vou melhorar as estradas no Estado do Pará. Nada, Senador. Só balela, só mentira.

Sabe, Senador, nós precisamos de um projeto de lei. Eu bato nisso e, um dia, vou conseguir. Precisamos de um projeto de lei que puna essas pessoas, que dê punição severa a essas pessoas que mentem para o povo, que enganam o povo descaradamente, descaradamente.

         E olhem aqui: depois de três anos de administração, olhem os jornais. Semana passada - já vou descer - me mandou um, hoje chegou outro. Primeira página: “Governo socorre desabrigados da enchente”. Segunda página: “Cacau e açaí lideram a floricultura”; “Obras ocupam lugar do sonho”. Aí eu digo: está aqui uma obra. Vou ter que elogiar. Está aqui uma obra. “Primeiro Estado a aderir ao Programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal. O Pará construirá 51 mil moradias em 13 Municípios”. Daí vamos ler: “O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva” - até que enfim, Lula - “vem lançar”. Aí já vi as casas construídas, as casas construídas e disse: ah, o programa habitacional já está sendo implantado. O Presidente ainda vai a Belém, ainda vai a Belém, lançar o programa.

Agora, olhem, se for igual a essa promessa - já vou descer, Sr. Presidente... O Presidente foi a Belém e disse: olha, acabou essa história de a Amazônia estar ameaçando o mundo por causa das derrubadas das árvores. Acabou a brincadeira, agora vou entrar - ele, o Presidente -, vou mandar plantar, aqui na Amazônia, dois bilhões de árvores.

Aí cocei a cabeça. Minha Nossa Senhora de Nazaré! Cadê as mudas? Onde estão as mudas desses dois bilhões de árvores que o Presidente manda plantar aqui? Já faz três anos, e nem se fala mais nisso.

O Presidente foi a Belém - já vou descer -: “Acabou o sofrimento. Ê, marajoaras, acabou o sofrimento de vocês”. Digo: agora falou na minha terra. Graças a Deus, graças a Deus vão olhar pela minha terra. Energia elétrica; tudo o que eu queria na minha vida era energia elétrica para o Marajó. Energia de Tucuruí para o Marajó. Isso é um milagre. Foi lá há dois anos e meio e, até hoje, nem estudos mandou fazer. Nada, absolutamente nada.

Copa do mundo vai para Belém. Fiasco total.

Transamazônica eu vou inaugurar na minha gestão. Só se for em gestação, porque gestão não dá mais tempo. Nem começou, nem começou a Transamazônica. Não tem nada, tudo parado.

E eu vou descer. Tem tanta coisa para falar, mas, Presidente Papaléo, eu sei que tem Senadores que querem subir a esta tribuna, e eu vou descer.

Alvaro Dias, sinceramente, quero te parabenizar quando tu acertastes em cheio. Esse Presidente da CBF, esse Presidente da CBF, sinceramente, é um mentiroso de mão cheia.

Vamos conversar sobre uma CPI, meu amigo. Eu sei que é duro fazer uma CPI nesta Casa. Duro. Já mandei até segurar um pouco a do Dnit, porque já sei, já sei. Segurem um pouco. É preciso muito jogo de cintura, muito.

Agora, um homem desse que não tem palavra, que não tem caráter não merecia estar administrando um órgão de tamanha importância para o nosso País.

Você está de parabéns, Alvaro Dias. Você colocou o dedo na ferida. Esse homem não presta - essa é a verdade.

Muito obrigado, Senador Papaléo.


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