Discurso durante a 92ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre os dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, referentes ao PIB brasileiro no primeiro trimestre deste ano.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Considerações sobre os dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, referentes ao PIB brasileiro no primeiro trimestre deste ano.
Aparteantes
Tião Viana.
Publicação
Publicação no DSF de 10/06/2009 - Página 22859
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, DADOS, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), ANALISE, ECONOMIA, PERIODO, CRISE, OCORRENCIA, REDUÇÃO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), INFERIORIDADE, PREVISÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), DESACELERAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, INVESTIMENTO, CONSUMO, INDUSTRIA, SERVIÇO, AGRICULTURA, AMPLIAÇÃO, RENDA, POPULAÇÃO, DEMONSTRAÇÃO, EFICACIA, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, GOVERNO FEDERAL, INCENTIVO, CREDITOS, SALARIO MINIMO, CORTE, IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI), AUTOMOVEL, APARELHO ELETRODOMESTICO, MATERIAL DE CONSTRUÇÃO, REAJUSTE, BOLSA FAMILIA, AUXILIO-DESEMPREGO.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, PERIODO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, DEMONSTRAÇÃO, DADOS, AMPLIAÇÃO, APROVAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL.
  • REGISTRO, SOLENIDADE, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PREFEITO, ASSINATURA, CONVENIO, OBRAS, DRENAGEM, PREVENÇÃO, INUNDAÇÃO, IMPORTANCIA, CRESCIMENTO ECONOMICO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Senador Mão Santa.

Em primeiro lugar, eu queria cumprimentar todos os Parlamentares que já se fazem presentes nesta sessão do Senado da República e também nossos queridos telespectadores da TV Senado.

O que me traz à tribuna, no início desta tarde, é uma notícia que foi divulgada hoje; é uma notícia muito importante porque ela traduz o que vem acontecendo no nosso País, na vida real das pessoas. Portanto, a partir de uma boa análise do significado desta notícia, Senador Paulo Paim, teremos o desenrolar de uma série de atividades e de ações. Se não fizermos a interpretação adequada, obviamente não adotaremos as medidas certas.

O crescimento ou não de uma economia é medido pelo Produto Interno Bruto, o famoso PIB. O PIB faz avaliação de tudo o que está acontecendo na indústria, na agricultura, no comércio, nos bens. É uma espécie de termômetro: se a febre é devida, se está doente ou não, se está com perspectivas de melhorar ou não.

O que o noticiário hoje apresentou foi o resultado do PIB, do crescimento, da movimentação da economia no primeiro trimestre - janeiro, fevereiro e março.

Tivemos, no último trimestre de 2008, por conta da crise econômica internacional, que chegou ao Brasil - inclusive, tardiamente; ela já vinha afetando outros países de forma avassaladora; o Brasil foi um dos últimos a ser afetado pelos efeitos da crise -, uma queda na economia bastante significativa.

Recuamos, perdemos força, e os números mostraram recuo de 3,6%. Agora, estávamos todos na expectativa do que seria o termômetro da economia do primeiro trimestre - janeiro, fevereiro e março -, exatamente para sabermos se as medidas adotadas, que não foram poucas, entre desoneração tributária, como aconteceu com os automóveis, com as motos, com os materiais de construção, com a linha branca - geladeiras, fogões, máquinas de lavar -; todas as medidas de crédito, de incentivo ao crédito; os investimentos em termos de obras, de ações, de políticas; o reajuste acima da inflação do salário-mínimo; o reajuste do salário desemprego; o reajuste do Bolsa-Família, se tudo isso teria tido o resultado esperado por todos nós, que é o de fazer com que o Brasil tenha condição de enfrentar esta crise e sair mais rapidamente dela. E o resultado do PIB, inclusive nas palavras do próprio Ministro Guido Mantega, foi muito melhor do que os mais pessimistas dos pessimistas imaginavam. Ainda um recuo de 0,8% - menos de 1% -, mas, indiscutivelmente, comparado com o recuo do último trimestre de 2008, que foi de 3,8%, ele já demonstra, de forma inequívoca, que já estamos saindo da crise. Ou seja, que a curva da crise que atingiu o Brasil e que fez com que a economia fosse desacelerada, que tivéssemos perda de emprego, que tivéssemos, inclusive, uma grande preocupação, já está saindo do ponto mais baixo, saindo da crise e fazendo aquilo que, nos gráficos matemáticos, entendemos como já ultrapassado o ponto de inflexão. Ou seja, a curva, que no último trimestre de 2008 era descendente, era de queda, no primeiro trimestre, já aponta uma recuperação.

E, além dos dados do primeiro trimestre, que apontam para um recuo muito menor do que se imaginava, do que o que os mais pessimistas imaginavam... E alguns, eu diria, estavam até na torcida, porque há pessoas torcendo para quanto pior melhor, imaginando que, se a crise econômica aumentar, a população vai se deixar afetar e, no próximo pleito, no ano que vem, a oposição pode ter alguma chance de voltar a governar o Brasil. Mas nem se confirmaram os dados pessimistas. Muito pelo contrário, o indicador do PIB foi muito melhor do que se esperava, como também a própria população continua fazendo uma avaliação extremamente positiva. Estamos na quarta pesquisa consecutiva com dados extremamente alentadores; em primeiro lugar, de avaliação positiva do Governo do Presidente Lula, que volta, na pesquisa CNI/Ibope - depois da Vox Populi, depois da CNT/Sensus, depois do Datafolha -, confirmando o crescimento da aprovação e da popularidade do Presidente Lula, o crescimento da candidatura da Ministra Dilma Rousseff, a queda dos nossos adversários e um dado a respeito do otimismo, como a população está avaliando as medidas que o Governo tem adotado para enfrentar a crise.

Então, 69%, Senador Tião Viana, na pesquisa CNI/Ibope, apontam que o Governo brasileiro está lidando muito bem, está tomando as medidas adequadas para enfrentar a crise.

E não adianta a torcida do quanto pior melhor porque já estamos saindo da crise, estamos saindo mais rápido; entramos mais tarde, vamos sair primeiro e vamos sair melhor do que entramos.

Ouço, com muito prazer, o aparte do Senador Tião.

O Sr. Tião Viana (Bloco/PT - AC) - Senadora Ideli, apenas para associar-me às considerações que V. Exª faz. V. Exª reconhece os números que dizem respeito ao PIB, analisa os outros itens que são apontados pela imprensa brasileira hoje, mas não deixa de mostrar o que há de mais precioso no nosso projeto político nacional, que é a estabilidade da economia, a capacidade de superação de uma hora difícil que o Brasil vive no cenário internacional, o horizonte que já estamos olhando, de retomada do emprego, de recuperação dos índices de crescimento, de aquecimento da produção industrial, da geração de emprego formal. E o que é mais importante: V. Exª coloca que, além da confiança no Governo do Presidente Lula, há um reconhecimento de algo inusitado na história política e econômica brasileira. Quando olhamos a crise de 1982/83, percebemos que ela gerou 7 milhões de pobres. Quando olhamos a crise do final dos anos 90, vemos que ela trabalhou com mais 3 milhões de pobres - início dos anos 90 e final do anos 80 -; e quando olhamos agora, nós estamos vendo que os indicadores sociais apontam para menos 316 mil pessoas pobres, ou seja, uma ascensão para uma escala de consumo...

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Em plena crise, nós continuamos retirando gente da miséria.

O Sr. Tião Viana (Bloco/PT - AC) - Em plena crise, reduzindo a pobreza e sendo anunciada, pelo Ministério da Ação Social, a oportunidade de mais 1,5 milhão de pessoas vinculadas ao Bolsa-Família durante este ano. Então, eu tenho muito orgulho dessa política, que não dissociou nunca a responsabilidade social das grandes responsabilidades da economia. Meus parabéns. Divido com V. Exª a alegria e o senso de realismo da nossa capacidade de superação da grave crise internacional que vivemos, hoje, sob o ponto de vista econômico.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Senador Tião, a própria mídia confirma aquilo que a pesquisa capta da sensibilidade de avaliação da população, porque R$100 bilhões a mais - R$100 bilhões a mais - nós vamos ter no consumo dos brasileiros neste ano. Para esse consumo que vai crescer R$100 bilhões neste ano, de onde virá esse dinheiro que vai movimentar ainda mais o comércio? Virá da ampliação do crédito, resultante da queda dos juros - amanhã, haverá reunião do Copom e há uma expectativa de diminuição, novamente, da taxa Selic, de 0,75% ou, talvez, até de um ponto percentual -, e do aumento global da renda, que é exatamente o que V. Exª está colocando. Ou seja, em plena crise, que estamos enfrentando e saindo dela, estamos distribuindo renda, aumentando a capacidade de compra, de consumo da população brasileira, principalmente das faixas de população de menor renda.

O próprio Ministro Guido Mantega realça que foi o mercado interno que sustentou essa retomada, essa mudança e esse início de saída da crise, porque, nos 12 últimos meses, que se encerraram em março, quando apareceu o resultado desse PIB que está sendo avaliado hoje, exatamente essa questão do mercado interno teve uma grande repercussão. Os números são: os investimentos subiram 6,3%; o consumo das famílias cresceu 4,1%; a indústria, que foi a que menos cresceu, cresceu 0,4%; os serviços, 3,9%; e a agropecuária, 4,3%, numa demonstração de que, efetivamente, o trabalho e o serviço vêm sendo feitos. E não adianta quererem utilizar um diagnóstico frio de que dois trimestres consecutivos de recuo significam recessão, como eles estão estampando nas manchetes: “O Brasil está em recessão técnica”.

O Brasil está como um dos primeiros países a sair da crise. O recuo de menos de 1% no primeiro trimestre - com os anúncios, como os que estão hoje nos jornais, de crescimento, já no mês de maio, apontando crescimento superior ao mês de abril, que foi superior ao mês de março na venda do aço, por exemplo, que é matéria-prima fundamental para toda a indústria pesada do nosso País - é um dado econômico consistente, que comprova que, no segundo trimestre, já vamos estar no positivo e que vamos crescer, significativamente, no segundo semestre deste ano ainda.

Como o Presidente Lula não está brincando de enfrentar a crise, hoje, às três horas, vamos ter mais uma solenidade, com centenas de Prefeitos.

Lá do meu Estado são 23 Prefeitos, que assinarão convênios para obras de drenagem, obras de prevenção de enchentes.

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Lamento informar que o tempo se exauriu. Já lhe dei o dobro. O tempo, agora, pertence a Paulo Paim, orador inscrito.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Eu só posso concluir a minha fala com relação ao PAC da drenagem?

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Pode, pode.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - São mais quatro bilhões de investimentos em todo o País, em convênios que serão assinados, hoje à tarde, pelo Presidente Lula com centenas de Prefeitos de todos os Estados brasileiros.

É de fundamental importância que essas obras sejam executadas, porque elas movimentam a economia, elas aumentam o consumo dos materiais que vão ser utilizados nessas obras, elas geram emprego e elas melhoram a vida das pessoas. Prevenir uma enchente, prevenir um alagamento, a entrada de água, da doença, do risco de vida na casa das pessoas é obra de fundamental importância, que será, agora, inclusive, acelerada com essas centenas de obras em todo o País.


Modelo1 5/18/242:51



Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/06/2009 - Página 22859