O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estive nesse final de semana no meu Estado e visitei a minha cidade, a cidade de Parintins, que está a poucos dias de mais uma realização do tradicional festival folclórico de Parintins.

Na próxima sexta-feira, sábado e domingo, teremos o festival, Sr. Presidente Mão Santa, o 44º Festival, que é, sem dúvida alguma, uma das maiores manifestações culturais do nosso País. É uma festa histórica, tradicional, popular, que retrata a vida na Amazônia, a vida cabocla da Amazônia, a questão indígena, a ocupação da Amazônia. É, sem dúvida alguma, uma festa carregada de emoção por conta do lado teatral que a festa traz, faz. É uma festa que envolve milhões de pessoas na região da Amazônia. É um momento de muita alegria, de muita satisfação, principalmente por parte da população de Parintins.

         Todos se envolvem com o festival, que tem duas grandes organizações, duas grandes instituições: o Boi-Bumbá Garantido, vermelho e branco, e o Boi-Bumbá Caprichoso, azul e branco. O plenário do Senado, se os parintinenses o conhecerem, vão dizer que isto aqui é caprichoso por conta do azul, da predominância do azul.

Eu quero dizer da minha alegria, como amazonense, como parintinense, como filho de Parintins, do meu orgulho. E todos nós da cidade e do Estado temos orgulho de realizar a festa.

A festa envolve muitas mãos, um planejamento grande, com vários patrocinadores. Por isso que ela deixa de ser só de Parintins. visão,

Ela tem a participação do Governo Federal, do Governo Estadual, de empresas de televisão como a Rede Bandeirantes - é a emissora de televisão que transmite, a Globo já fez isso, o SBT também.

E há uma expectativa para a realização da festa. Jovens, mulheres, artistas, dançarinos, todos têm um envolvimento. O comércio, é um momento muito importante para o comércio da minha cidade. Então, é com orgulho que falamos e participamos da festa. O Senador Valter Pereira poderia pegar um avião e chegar até Parintins para presenciar esse teatro belíssimo que é realizado na margem direita do rio Amazonas. É uma festa poética, uma festa que traz as toadas cantadas; são dezenas de poetas que cantam a Amazônia, o seu povo, as tradições da Amazônia. Nós vamos realizar mais um festival, e eu estarei lá como todos os parintinenses, ali, participando do festival.

Agora, este ano temos uma particularidade, dolorida: a grande cheia do rio Amazonas. A nossa região... Senador Mão Santa, V. Exª registrou aqui a angústia do povo do Piauí, com as enchentes. Quero dizer que o rio Amazonas e o rio Negro, os dois grandes rios ali continuam enchendo, Senador Valter Pereira.

Então, esta festa, além de trazer a tradição, o orgulho, o parintinense fará um grande esforço para fazer a festa e receber a todos com alegria, mas com a responsabilidade de fazer a festa com o cerco desse gigante, desse imperador que é o rio Amazonas na região. Então, teremos uma festa no limite de fazer a alegria e realizar essa manifestação cultural, popular, com uma grande enchente.

Estou remetendo no dia de hoje dois ofícios: um para a Infraero e outro para o comandante da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental, para que providências sejam tomadas tanto na parte aérea quanto na parte fluvial. Precisamos garantir a segurança, a administração disso. São inúmeros os barcos que chegam das regiões para participar da festa. Quero dizer da minha preocupação, não é do meu temor. Nós vamos fazer um grande festival, mas a Infraero e a Marinha precisam olhar, essas instituições precisam... Porque a festa também é feita com a participação da Polícia Militar, da Marinha, da Aeronáutica e de muitos profissionais. Por conta da presença de milhares e milhares de pessoas, não cabe inclusive amadorismo nisso. Estou fazendo esse registro para ressaltar a importância da ajuda dessas instituições na realização de mais um festival de sucesso, bonito, que é o Festival Folclórico de Parintins.

Concedo o aparte a V. Exª.

O Sr. Valter Pereira (PMDB - MS) - Senador João Pedro, não posso negar a V. Exª a minha curiosidade de conhecer a festa de Parintins. No ano passado estive na iminência de lá comparecer, mas infelizmente um problema de última hora impediu que eu pudesse ir. Mas V. Exª, no momento em que fala com tanto orgulho, com tanto carinho e descreve as belezas da festa e da região, acaba me instigando ainda mais a conhecer essa festa, que já rompeu fronteiras e hoje ganha fama internacional. Indiscutivelmente, lá existe um povo bom, existe um povo alegre e existe uma natureza exuberante que merece ser conhecida, admirada e aplaudida por todos. Já conheço Manaus porque tive oportunidade de ir em outra ocasião e já assisti à beleza do encontro dos dois grandes rios...

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - O rio Negro e o Solimões.

O Sr. Valter Pereira (PMDB - MS) - Sim, o Negro e o Solimões. E concordo com V. Exª quando trata o rio Amazonas como o imperador daquela floresta. Então, V. Exª está de parabéns por trazer neste momento um registro de tamanha importância para o Estado do Amazonas, para toda a Região Amazônica e para o Brasil. Parabéns a V. Exª. Quero encontrar-me com V. Exª brevemente numa dessas edições da festa de Parintins.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Muito obrigado, Senador Valter Pereira. Espero que não demore V. Exª a visitar Parintins e participar de um festival.

Quero dizer que todos e todas participam do festival. Quando se adentra o Bumbódromo, que é o ambiente da festa, todos participam, todos, sem exceção. Há a apresentação dos grupos, mas há a participação dos torcedores. Não fica ninguém parado, Senador Mão Santa. Todos dançam, com a musicalidade, participam da alegria, das coreografias que compõem o cenário desse teatro, desse festival. É muito bonita a festa. Eu espero que V. Exªs possam conhecer, quem sabe, já nesse final de semana, a festa em Parintins.

O outro registro, Sr. Presidente Mão Santa, é que visitei o Município de Juruti, que fica na divisa do Pará com o Amazonas. É um Município pequeno, de 35 mil habitantes, e que já tem história: são 135 anos. Quero dizer da alegria com que fui recebido pelo Prefeito, pelos seus secretários, por dirigentes do movimento popular do Município de Juruti. Registro aqui a forma atenciosa, carinhosa e respeitosa do Prefeito, Manoel Henrique Gomes Costa; do Presidente da Câmara, o Vereador Manoel Borges dos Santos; da Secretária Municipal de Assistência Social, Maria Aparecida Barroso Camarão.

Quero registrar a discussão que fizemos no Município. Foi uma visita em que fiz questão de colocar o meu mandato para ajudar na gestão. As coisas estão acontecendo nesse Município de forma muito rápida. Ali, temos a presença da Alcoa, que trabalha com bauxita. Nesses últimos cinco anos, vem crescendo esse trabalho. Espero que a exploração da bauxita, do alumínio sirva para que a Alcoa, como empresa, tenha o seu lucro, mas que haja um compromisso com aquelas populações.

Há um fluxo de homens, de mulheres, de trabalhadores para o Município de Juruti. Espero que esse trabalho seja exemplar, do ponto de vista ambiental, do ponto de vista social, do ponto de vista econômico. Há uma expectativa grande das populações que vivem no Município de Juruti. Há uma preocupação do Prefeito Henrique.

         Tive a oportunidade de constatar os trabalhos da Prefeitura na cidade. Uma escola climatizada está sendo construída. A praça principal da cidade toda praticamente refeita, nova, uma praça muito bonita. Mas espero que esse trabalho, que é realizado por uma empresa transnacional, pois a Alcoa não é brasileira, seja um trabalho de que nós possamos, não só a população da Amazônia, mas todos nós, brasileiros, ter orgulho.

Nós não podemos ter, e essa é a minha reflexão, um trabalho de tamanho montante... É a maior reserva de bauxita, uma das maiores do mundo. São 700 milhões de toneladas de bauxita. Veja V. Exª que a Alcoa teve de montar uma infraestrutura da mina até a cidade. Já está pronta essa infraestrutura, Senador Valter Pereira, primeiro, de um porto; segundo, de uma ferrovia de 60 quilômetros. Ou seja, este bem da União, do Município, um Município pequeno, a Alcoa começa, em 2009, o primeiro carregamento. Os navios vão começar a chegar ali para receber a bauxita, que vai dar no alumínio. Ou seja, esse é um trabalho extremamente delicado do ponto de vista ambiental e do ponto de vista social.

Essa riqueza tem de se traduzir em bons laboratórios, em bons hospitais, na qualidade de vida das pessoas que vivem na Amazônia. Eu vou acompanhar o trabalho da Alcoa. Se tem de ser bom para a Alcoa, como empresa, tem de ser algo extremamente positivo para a população que vive ali. Todos merecem uma contrapartida deste bem, que é a bauxita, no sentido de melhorar a vida da mulher, da juventude, dos professores que estão ali trabalhando a educação.

É preciso melhorar a vida. É isso, Presidente.

Tocar nesse mineral, tocar nesse bem, mas traduzir isso em melhoria de vida das pessoas lá, na Amazônia, lá em Juruti.

Eu quero, aqui, neste Senado, dizer o que disse lá: colocarei o meu mandato no sentido de construir políticas públicas, de ajudar nesse debate.

E quero fazer este registro, nesta sessão, da visita que fiz ao Município. Farei essa discussão, quem sabe, na nossa Comissão, mas pretendo fazer deste mandato um fiscal, um Senador que possa ajudar na dinâmica econômico-social do Município, para que as pessoas possam viver com dignidade, com cidadania, com qualidade de vida.

Eu vou acompanhar essa experiência, porque, primeiro, a Alcoa é uma empresa de nome internacional, que já trabalhou no Maranhão. Não sei se já chegou ao Piauí, a outros pontos do Brasil, mas agora ela está ali, na Amazônia, lá numa cidade pequena, com uma população amazônida brasileira que sonha com melhores dias, que sonha com uma cidade com telefonia funcionando, os hospitais atendendo, com escolas de qualidade. Então, vou acompanhar e quero disponibilizar o meu mandato no sentido de cobrar, de acompanhar, de refletir essa que é uma experiência nova lá no Estado do Pará, no Município de Juruti, que é a exploração da bauxita por uma grande empresa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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