O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mão Santa; Srs. Senadores Paulo Paim e Mário Couto; Srªs e Srs. Senadores: “Esquecemo-nos frequentemente de ligar cidadania a patriotismo, vocábulos que deveriam andar sempre juntos, para sabermos afrontar com coragem e desprendimento certas situações adversas.” Esta frase não é minha; é uma inspirada sentença do professor, jurista e filósofo Miguel Reale.

Faço tais considerações, Sr. Presidente, ao referir-me ao trágico desastre com a aeronave do voo 447 da Air France, iniciado no Rio de Janeiro com destino a Paris, que fez tantas vítimas, entre brasileiros, franceses e outras nacionalidades, nas águas do Atlântico, entre o Brasil e a África.

As famílias enlutadas e os amigos das vítimas continuam sofrendo com as perdas, com as circunstâncias e com as falhas da tecnologia num setor onde a ciência é o maior insumo e a maior garantia de segurança e sucesso.

Convém, todavia, ressaltar, em meio a tanto infortúnio, o papel da nossa Marinha de Guerra e da Aeronáutica, juntamente com as da França, no resgate dos corpos e pertences dos passageiros e tripulantes, além dos destroços do avião.

Sempre nos emociona ver os exemplos de solidariedade com que as comunidades e organizações se mobilizam para apoiar as vítimas de catástrofes.

Destaco, no caso, o denodo, o desprendimento, a coragem pessoal, o dar-se e o dedicar-se, sem limite de tempo, de nossos marinheiros e aviadores, expressões que uso simbolicamente incluindo aí toda a escala hierárquica e especializações das Forças Armadas brasileiras no mar, no ar e em suas instalações em terra, armadas muito mais com almas do que com armas, não só por obrigação, mas também por cooperação e solidariedade.

Às suas atividades se somam às contribuições dos membros da Força terrestre, das forças auxiliares e de organizações civis - estas, afinal, reservas das Forças Armadas.

Sr. Presidente, nossos marinheiros e aviadores, num sentido mais amplo, e seus parceiros franceses comprovam o lema do mestre Miguel Reale, que citei no início das minhas palavras, isto é: “Esquecemo-nos frequentemente de ligar cidadania e patriotismo, vocábulos que deveriam estar sempre juntos, para sabermos afrontar com coragem e desprendimento certas situações adversas.”

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocorre-me, a propósito, lembrar tendência de certos governos de não priorizar o reaparelhamento das Forças Armadas e auxiliares sob a justificativa da necessidade de recursos para outros setores, esquecendo-se, muitas vezes, da enorme contribuição das Forças Armadas no tempo de paz, principalmente nas ocasiões de catástrofes, quando muitas vidas, muito mais valiosas do que os recursos financeiros economizados, são perdidas, às vezes pela demora no atendimento ou quando as equipes de socorro não estão devidamente equipadas para as atividades de salvamento.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nossas homenagens, pois, às Forças Armadas brasileiras pelas ações desenvolvidas após a queda do avião da Air France, revelando uma cultura e uma sólida formação, caracterizadas em princípios morais e éticos. Daí por que não posso deixar, neste momento, de fazer o registro do papel desempenhado pelo Brasil e pela França, no sentido de socorrer e tanto quanto possível apoiar ações que possam não somente dar uma resposta a demandas da sociedade, mas também pela contribuição que as Forças Armadas deram no sentido de apoiar os esforços que foram feitos para que fossem minimizados os impactos decorrentes da queda do referido avião.

Muito obrigado a V. Exª.

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