Discurso durante a 107ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Realizações de S.Exa. à frente do governo do Piauí, ao tempo em que Fernando Henrique Cardoso era presidente da República, ressaltando a eletrificação do sul do Estado do Piauí. Destaque para a feira agropecuária Agroshow, no município de Bom Jesus, no Piauí, ocasião em que S.Exa. foi agraciado com o diploma Parceiros do Progresso.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL. POLITICA AGRICOLA.:
  • Realizações de S.Exa. à frente do governo do Piauí, ao tempo em que Fernando Henrique Cardoso era presidente da República, ressaltando a eletrificação do sul do Estado do Piauí. Destaque para a feira agropecuária Agroshow, no município de Bom Jesus, no Piauí, ocasião em que S.Exa. foi agraciado com o diploma Parceiros do Progresso.
Publicação
Publicação no DSF de 30/06/2009 - Página 27861
Assunto
Outros > ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • COMENTARIO, GESTÃO, ORADOR, GOVERNADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), PERIODO, GOVERNO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, REGISTRO, AMPLIAÇÃO, ACESSO, ELETRIFICAÇÃO RURAL, CONSTRUÇÃO, RODOVIA, FACILITAÇÃO, MIGRAÇÃO, POPULAÇÃO, REGIÃO SUL.
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, FEIRA, AGRICULTURA, EXPORTAÇÃO, MUNICIPIO, BOM JESUS (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), COMENTARIO, RESULTADO, VENDA, EQUIPAMENTO AGRICOLA, SAUDAÇÃO, RECEBIMENTO, PREMIO, CONTRIBUIÇÃO, ORADOR, PROGRESSO, REGIÃO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Geraldo Mesquita, que preside esta sessão de segunda-feira do Senado da República do Brasil, Parlamentares aqui presentes, brasileiras e brasileiros que nos assistem no plenário e pelo sistema de comunicação do Senado, Senador Papaléo Paes, o Governo do Piauí é muito ruim; é muito fraco - ele é do PT -, mas o povo é bravo. No povo não morreu a esperança. É como disse Ernest Hemingway: “A maior estupidez é perder a esperança”. O povo não a perdeu.

O mapa do Piauí é comprido. Eu nasci no mar e ele adentra a Bahia. São quase 1.500km disso tudo. Então, ele é dividido de forma completamente diferente. No sul do Estado temos cerrado. São 11 milhões de hectares de cerrado, Gim Argello, sendo que três milhões beirando o rio Parnaíba. É uma região cujo subterrâneo é rico em água. O Piauí, além de 19 rios - seis perenes - temos cem lagoas. Há lugares no sul do Estado onde jorra água, como em Cristino Castro. Está aí o Senador Heráclito Fortes. Nós, pela nossa profissão de médico, vivemos em centros urbanos, mas um líder que eu tinha lá, o Deputado Chico Filho, o seu irmão Zé Nordeste e uns gaúchos, chamaram a minha atenção para as perspectivas do sul do Estado.

O Senador Heráclito Fortes é testemunha de que eu, numa reunião da Sudene, interrompi o discurso de Fernando Henrique Cardoso. Você se lembra, Heráclito? O Cícero Lucena, Ministro à época, estava do meu lado, ouviu, Papaléo? A Sudene era muito majestosa - o professor Cristovam é do Pernambuco -, um auditório bonito como este (lá era em forma de lua), e Cícero Lucena, hoje Senador, era Ministro do Interior, e Fernando Henrique começou discursar. Cristovam. Atentai bem para como deve proceder um Governador, Professor Cristovam. Aí chegou um burocrata e disse assim: “Assine aqui, Governador”. Aí, eu olhei o papel e só havia pedido de açude - água, água, água. Era de um Deputado que eu até chamei de “Sapo de lagoa”. Só era açude. Era um papel para eu assinar como Governador do Estado. Aí eu olhei, Geraldo Mesquita, eu acho que baixou o seu espírito, só era água, açude... Eles tinham esses acordos com essas empreiteiras. Havia açude como o Joana, que o Heráclito conhece, há cinqüenta anos. E eu olhei aquilo - atentai bem, Cristovam! - e disse: “Eu não vou assinar, não”. E o burocrata achou que aquilo era uma ofensa. “E o que eu vim fazer aqui?” “Não. Já está tudo feito. É só para assinar”. Eu disse: “Rapaz, nós vamos morrer afogados, porque temos dezenove rios, seis perenes - há lugar que até jorra água - , cem lagoas. O Piauí só tem água - aquilo de empreiteiro -. Eu não assino isso, não.”

Cícero Lucena, que está aqui, estava lá, Ministro do Interior, do meu lado, aí eu disse assim: “Rapaz, eu vou interromper o Presidente”. Ele me disse: “Você é doido, Mão Santa?” Pois, o Cícero está aí. Eu disse: “Onde é que buzina aqui?” Ele me disse: “Eu acho que é nesse”. Meu amigo, eu taquei o dedo numa sirene. Aí, o Fernando Henrique Cardoso... Antes de ele adentrar na Sudene, a Petrobras estava em greve e houve aquelas manifestações dos grevistas. O Fernando Henrique é artista, aquela simpatia... Como o formato do auditório era em lua, quando eu olhei para frente, não se sabia quem havia tocado, e ele só ouviu a sirene. A fisionomia dele - eu estava olhando - de apreensivo, aterrorizado, pensando que era o povo da Petrobras que iria invadir, os policiais... Quando ele viu - em meia lua - que se tratava da minha pessoa, ele riu, ficou tranquilo e disse: “Mão Santa, já que você interrompeu, quebrou o protocolo, fale, diga o que você quer”. Ai eu disse: Presidente, o senhor foi eleito pela confiança do povo brasileiro. Sou Governador do Piauí. Fui convidado para cá, mas não me escutaram. Para o povo nada, e só tem negócio aqui... Parece sapo de lagoa. Só tem açude. Permita-me... Sei que o senhor é o Presidente e tal, devemos-lhe disciplina hierárquica, mas quero dizer o seguinte: o mesmo sentimento que o senhor tem com o povo do Brasil, eu tenho com o povo do Piauí. Quero dizer o seguinte: nós estamos aqui, e quem criou isso foi Juscelino Kubitscheck de Oliveira. O Juscelino, o senhor falou nele, mas se esqueceu - é gente boa o Fernando Henrique, simpático -, o senhor se esqueceu: ele governou com o binômio energia e transporte. E eu, médico como ele, cirurgião como ele, entendo que o Piauí precisa disso: energia, que não tem. O Heráclito sabe que não tinha no cerrado energia nenhuma. Havia um projeto de US$20 milhões. São João, Canto do Buritis e Eliseu Martins - a linha-tonco; e transporte, a Transcerrado. porque está chegando o povo do Sul - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná - para plantar soja. Nós somos a última fronteira. Isso já deu certo em Mato Grosso, já deu certo na Bahia, no Maranhão, e agora é a nossa vez. Mas sem energia não vai. Eu quero é energia. Eu não quero esses açudes aí. Esses Deputados são sapos de lagoa; só estão botando dinheiro para negócio de construtora. Eu o interrompi.

Realmente, o Fernando Henrique, aquele estadista, sorriu e disse: “Ô Mão Santa, você vai conseguir essa linha-tronco do cerrado, 230 quilowatts”. A minha cidade, Heráclito, tinha 69 quilowatts. Nós aumentamos para o dobro: 138. Mas na minha visão, eu fui para o sul e levei os 230, eu e o Governo Federal. Nós conseguimos de Fernando Henrique Cardoso a linha-tronco de 230 quilowatts. Aí, depois que ele deu a palavra, Heráclito, você sabe quanto foi o atraso da linha? Um mês. Porque eu dizia: “Olha, eu vou lá no Presidente. Ele me deu a palavra em público”. “Você está sabotando o Presidente”. O fato é que saiu. O fato é que eletrificamos. O fato, Gim Argello, é que, em um só dia, eu recebi trezentas famílias de gaúchos, a Cotrirosa. E aquilo cresceu e aquilo modificou. Os homens têm uma cultura de trabalho. São netos da terceira geração dos europeus que aprenderam a trabalhar e a cultivar. Educação, cultura, trabalho. E esse povo está lá, Heráclito. Fui convidado especialmente. Nada de Governo. As estradas, Heráclito, estão do jeito que eu deixei - a Transcerrado. Fui homenageado na cidade, e não sou Governo como muitos. Está aqui o convite deles, e a homenagem. Todos eles produziram, deram certo e enriqueceram. E o nosso Governo, através dessas lideranças, principalmente o Deputado Chico Filho, fomos atrás da Ceval, em Gaspar, Santa Catarina, que depois foi incorporada pela Bunge, e levamos a Bunge para lá.

A Bunge foi um verdadeiro banco: era uma multinacional emprestando dinheiro para plantadores de soja, e eles industrializaram. E aquilo mudou, mudou de tal maneira que eles convidaram, Piauí Agroshow. Mas o Heráclito, creio que por motivo de saúde e administrativos aqui... Mas eu o representei, Heráclito. Povo satisfeito, gaúcho, aquela mentalidade.

Quero dizer o seguinte: o Prefeito lá é do PTB, de João Vicente, o Dr. Alcindo, que me recebeu com todas as honras. Mas está aqui, o Piauí. Para ver, mas não tem nada de Governo. Este Governo só faz atrapalhar. Está todo mundo pedindo a Nossa Senhora das Graças, a Jesus e a Deus para haver uma alternância.

Está aqui a realização deles. Olha aqui. Heráclito, eu fiquei emocionado. V. Exª nos ajudou no Governo, em estrada, a eletrificação. V. Exª foi Líder no Governo do Fernando Henrique Cardoso.

“O cerrado piauiense, o Vale de Gurguéia, a nova fronteira agrícola do Brasil”. “Desenvolvimento para todos”. Estou só resumindo aqui, porque há um pedido do Arthur Virgílio, que quer falar.

“A semeadura da educação”. Também, Professor Cristovam, numa expansão da Universidade do Estado, implantei, em Bom Jesus, um campus avançado. Aprendi que não adianta o homem chegar sem o saber. Aprendi isso em Petrolina. Petrolina é grande porque, em Juazeiro, na Bahia, há quase 40 anos, surgiu uma faculdade de agronomia. Então, quando chegou o Governo, a tecnologia - viu, Senador Cristovam! -, tinha o saber. Então, implantei em Bom Jesus essas unidades universitárias, de tal maneira que se tornou a nova vitrine do agronegócio.

“Parceiros do Progresso”. Isso é raro, a homenagem que eles fazem.

O Senador Mão Santa é parceiro fundamental neste progresso. Primeiro, por ser um dos maiores articuladores do desenvolvimento da região; segundo, pelo fato de os cerrados piauienses serem a área que mais se desenvolve no Nordeste. Terceiro, por ser uma das maiores personalidades políticas da história do Piauí.

Por fim, parte do desenvolvimento da região provém de recursos privados, e este é o momento de firmar grandes parcerias e ser reconhecido como um grande incentivador do desenvolvimento, associando-se a iniciativas que engrandeçam tanto Bom Jesus como toda a região do Cerrado e do Vale Gurguéia.

“Parceiros do Progresso”. Quer dizer, os gaúchos, os catarinenses, os paranaenses e os mato-grossenses que foram por lá prestaram espontaneamente.

Heráclito, está aqui o parque deles. Pessoas de nível cultural, afinidade. E o Prefeito é do PTB, Partido do João Vicente.

Levei aquele livrinho que fazemos de resumo. Olha, vamos dizer, entreguei uns quatrocentos livros. Não foi além porque não tinha mais. Pessoal formado... Está aqui: é o Piauí Agroshow. Queria apenas lembrar aqui os nomes das pessoas lá que fizeram.

Então, no Piauí, nem tudo é desgraça. A riqueza é oriunda do trabalho. Quem planta colhe! Esta é a visão que só o estudo dá. É por isso que eu digo que a ignorância é audaciosa. Trazer essa multidão do Sul para, com sua cultura, vir trabalhar e engrandecer o Norte.

“Feira de Negócios em Bom Jesus, Agroshow. Sessenta e quatro empresas” - Wellington, V. Exª que é um homem empreendedor - “participaram. Valor total da comercialização: R$142 milhões”. Lá em Bom Jesus, no cerrado. De maquinarias, vi vários tratores de R$300 mil sendo vendidos assim. Há instrumental até de milhão, aquelas colheitadeiras. Eu vi: R$142 milhões. Isso é oficial. “A empresa que vendeu menos negócio vendeu R$160 mil em produtos. A empresa que vendeu mais vendeu R$23 milhões”, Heráclito! Está vendo como transformou aquilo? A estrutura do evento é privada, não tem nada com o Governo. Tem o clamor que eu faço ao Presidente da República para complementar a Transcerrado, uma que idealizamos, começamos, fizemos e, com os invernos, piorou, mas foi lá. E eles se queixam.

“Empresário responsável: Luís Martins Araújo - é o Luís Truvial, aquele do Hotel -; “Hélio Rosa” - é um desses que vieram do Sul -, “ e Ildemar Luis Couver, o Gringo. Essa é a elite que liderou esse grande evento”.

“Foi entregue pelo BNB um trator do Programa do Ministério da Agricultura, do Programa Mais Alimentos”.

Essa é que a vergonha, ô Heráclito! Ô Governadorzinho fraco, preguiçoso! Tem onze mil - o cara aqui diz - no Brasil todo, agora que chegou um - está vendo, Heráclito? - ao Piauí. Onze mil desse Programa BNDES/BNB: um trator do Programa do Ministério da Agricultura.

ô Reinhold Stephanes, precisamos olhar essa injustiça: só chegou um, de onze mil.

“O Programa foi implantado há um ano e tem como objetivo financiar tratores mais baratos, com menores juros”. E até agora, só um trator foi entregue no Piauí.

É isso, Heráclito: não estamos contra; estamos aqui para clamar contra essa injustiça, contra essa falta de apoio ao nosso Estado do Piauí.

Então, queremos agradecer ao Prefeito, que é do PTB, que fez uma... Na véspera, tinha passado o Senador João Vicente Claudino, que lidera o PTB, os Vereadores, é o Partido mais forte. Estávamos acompanhados dos nossos companheiros Chico Filho, aquele sonhador, pelo Sul, pela pecuária, pela agricultura. Foi ele, o Chico Filho, que me fez compreender, ter essa visão de riqueza lá. Eu sou do mar, do Norte, mas me tornei um apaixonado! O líder João Falcão, o Presidente do PMDB, Dr. Flávio, o Líder do PMDB, Pitombeira.

O primeiro gaúcho que me recebeu, a quem quero agradecer hoje, chama-se... Arthur, ele tem tanto amor hoje pelo Piauí que eles se chamam... Sabe qual é a raça lá? “Piúcho”. Eles vêm e mostram os filhos... Vêm mostrar os filhos com a mulher; são dois, quatro. São Piúchos! Comi arroz de carreteiro com ele, churrasco, o vinho das casas Valduga! Só não aprendi o chimarrão ainda, mas vamos voltar lá.

Então, eles contrataram o show com Amado Batista. Para você ver! Naquele carinho que nós representamos, tocou, ao final, uma música e disse: “Eu quero ver bailar Mão Santa e Adalgisa”. E nós bailamos, mostrando para aquele povo que tudo vai mudar. Vai ver a democracia que estamos defendendo é para termos uma alternância de governo no nosso querido Piauí.

Senador Heráclito, agradeço o tempo dado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/06/2009 - Página 27861