Discurso durante a 110ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Voto de pesar pelo falecimento do Deputado Federal e médico José Aristodemo Pinotti.

Autor
Marco Maciel (DEM - Democratas/PE)
Nome completo: Marco Antônio de Oliveira Maciel
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Voto de pesar pelo falecimento do Deputado Federal e médico José Aristodemo Pinotti.
Publicação
Publicação no DSF de 02/07/2009 - Página 28921
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, DEPUTADO FEDERAL, MEDICO, PROFESSOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, VIDA PUBLICA, FORMAÇÃO PROFISSIONAL, RELEVANCIA, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, MEDICINA, BRASIL, ESPECIALIZAÇÃO, CANCER, MULHER, EMPENHO, GARANTIA, ATENDIMENTO, POPULAÇÃO CARENTE, EFICACIA, EXERCICIO, ATIVIDADE POLITICA, PARTICIPAÇÃO, CARGO PUBLICO, SECRETARIO DE ESTADO, PROFESSOR TITULAR, CHEFE, DEPARTAMENTO, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP).

            O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE. Para encaminhar a votação. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente José Sarney, Srs. Senadores Suplicy, Mão Santa, Cristovam Buarque, Papaléo Paes, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, sei que V. Exª, Senador José Sarney, era amigo do Prof. José Aristodemo Pinotti e, ao vê-lo presidir a presente sessão, eu gostaria também de dizer que o que me traz á tribuna neste momento foi o passamento desse notável homem público e grande médico. Tive a oportunidade de conhecê-lo nos idos de 1985, quando V. Exª era Presidente da República, eu, Ministro da Educação, ele então Reitor da Unicamp, uma das mais florescentes universidades do nosso País.

            O Professor José Aristodemo Pinotti, além de possuir uma excelente formação acadêmica, era um autêntico humanista, para quem nada que era humano lhe era estranho e por isso, através de seus pendores para a Medicina, conseguiu se transformar num dos mais conceituados médicos do nosso País. Não era apenas um excelente médico, mas o era também uma pessoa que se preocupava com a chamada atenção integral à saúde da mulher. E nesse sentido ele fez uma experiência pioneira no Hospital Pérola Byington e conseguiu, através deste estabelecimento hospitalar, fazer com que atendessem mulheres que necessitavam de tratamento médico. E o Pérola Byington não prestava serviços só às pessoas que tinham condições financeiras para subsidiar o seu tratamento, mas atendia sobretudo, e basicamente, as pessoas mais carentes. Por isso, a sua atividade foi sempre reconhecida não somente em São Paulo, mas em todo o País, como mestre especializado em câncer de mama, ele conseguiu fazer uma grande revolução no País nesse campo.

            Anos atrás, encontrando com um especialista italiano, ele falava que, certamente, Dr. Pinotti estava incluído entre os quatro grandes médicos contemporâneos nessa área de câncer de mama, razão pela qual ele era chamado, frequentemente, a comparecer a congressos no exterior, como também a participar de atos científicos relativos à sua especialização.

            Devo também mencionar que, ao lado de sua formação médica e da vocação que tinha nesse campo, ele possuía pendor pela vida pública, pela política entendida como ciência, virtude e arte do bem comum.

            Não foi por outra razão que, em sucessivos governos, quer no plano federal, quer no plano estadual ou municipal, sobretudo de São Paulo, em sucessivas oportunidades, ele foi convocado para o exercício de cargos de secretário de Estado e em diferentes administrações, é bom lembrar.

            Ele foi Professor Titular e Chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, em duas gestões; Diretor Executivo do Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher da Unicamp; Reitor da Unicamp, como já tive ocasião de mencionar, no período 1982-1986; Secretário de Estado da Educação de São Paulo, 1986-1987; Secretário de Estado da Saúde de São Paulo e Coordenador do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) de São Paulo; Presidente da Associação Brasileira de Reprodução Humana e Nutrição Materno-Infantil; Presidente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas; Consultor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a famosa Fapesp, que é, talvez, a mais importante fundação de amparo à pesquisa de nosso País; e também foi, no campo político, Presidente da Fundação Pedroso Horta, que é o instituto de estudos políticos do PMDB, Partido que ele integrou em certo período, inclusive, tendo sido duas vezes Deputado Federal eleito pela referida legenda.

            Era casado com Dona Suely Pinotti. Atualmente Deputado Federal, estava licenciado para exercer a função de Secretário Municipal Especial da Mulher, da Prefeitura de São Paulo, e fora eleito no último mandato, pelo Democratas, Partido ao qual pertenço.

            Devo também mencionar que o seu falecimento consternou a todos nós, não somente as pessoas com as quais ele convivia, mas também muito nos sensibilizou por haver falecido quando ainda estava não somente como médico, no pleno e total exercício de sua profissão, mas também como político, sempre procurando trazer sua contribuição para a solução de problemas sociais brasileiros, especialmente no campo da Medicina, mas, eu diria, também no campo da previdência, no campo, de modo geral, de assistência aos mais carentes.

            Por isso eu venho à tribuna para, tendo em vista o seu falecimento hoje ocorrido, expressar o sentimento de pesar, creio que de todo o Senado e da Câmara dos Deputados, e solicitar que a sessão seja suspensa em homenagem ao seu falecimento. Também venho aqui para expressar os sentimentos do Democratas que muito sofre com o seu desaparecimento.

            Sr. Presidente, antes de encerrar as minhas palavras, gostaria, mais uma vez, de dizer que o Brasil perdeu um grande médico, um verdadeiro humanista, mas eu espero que o seu exemplo possa servir para aqueles que se dedicam à Medicina e também à vida pública, pois, foi um verdadeiro político mas foi também excelente profissional. E tenho, mais do que a convicção, a certeza de que ele nos deixou, portanto, uma bela lição de amor a sua profissão e uma bela lição de doação ao País e suas instituições.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/07/2009 - Página 28921