Pronunciamento de Inácio Arruda em 01/07/2009
Discurso durante a 110ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Voto de pesar pelo falecimento do Deputado Federal e médico José Aristodemo Pinotti.
- Autor
- Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
- Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.
:
- Voto de pesar pelo falecimento do Deputado Federal e médico José Aristodemo Pinotti.
- Publicação
- Publicação no DSF de 02/07/2009 - Página 28930
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, DEPUTADO FEDERAL, MEDICO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ESPECIALISTA, AREA, SAUDE, POLITICA, DEFESA, CAPACIDADE, SISTEMA, SAUDE PUBLICA, ATENDIMENTO, POPULAÇÃO CARENTE, BRASIL, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, COMISSÃO DE CIENCIA E TECNOLOGIA, INCENTIVO, PESQUISA, MELHORIA, CIENCIA E TECNOLOGIA, RELEVANCIA, TRABALHO, DESENVOLVIMENTO, MEDICINA, PAIS.
O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tive oportunidade de conviver com o Deputado Pinotti, um entusiasta da política. Acho que podemos colocar um adjetivo forte para Pinotti. Ele gostava de fazer política, gostava do debate, das polêmicas; e, como especialista na área da saúde, como humanista já retratado aqui por inúmeros colegas, Pinotti ficava ali com seu telefone, atendendo, fazendo consultas. Isto mesmo: ele consultava, fazia um diagnóstico preliminar do número grande de clientes que tinha.
Além desse humanista, desse especialista, do médico, ele era um homem da política que se ligava a causas; e, tendo essa especialidade, tendo esse conhecimento, ele fez política para defender um sistema público de saúde capaz de atender o conjunto da população mais pobre do Brasil.
Acho que essa era a marca do debate que Pinotti registrou na sua passagem pela Câmara dos Deputados em vários mandatos; mandatos completos, mandatos incompletos, porque assumiu várias funções na educação, na saúde, como Secretário de Estado do Governo de São Paulo. Então, foi um homem sempre muito prestigiado pela sua qualidade, pelos seus méritos, pela pessoa capaz de compreender a política, de saber o que acontece na política, de não ter receio de colocar sua opinião, de defender sua opinião. Ninguém ditava para ele como deveria se conduzir. Ele compreendia muito bem e sabia que o problema central não era só ele, não era só o Pinotti, não era só sua pessoa. Ele era um contexto e estava ligado a um partido. Tinha responsabilidades políticas com seu Estado, com sua Nação, com seu País. Não era um quixotesco, que saía a desbravar sozinho. Não. Ele tinha seus momentos de defender sua opinião, sua posição, mas sempre as colocava no contexto da vida política do seu Estado e do nosso País.
Discutimos muito na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados. Ali, trabalhamos muito com ele; também na Comissão de Educação, porque ele marcava uma pregação também muito firme de que era preciso garantir ao povo brasileiro a oportunidade do direito à formação, do direito a se educar. E um dos outros pilares da sua atuação no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados, foi sua atuação na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara. Normalmente, as Comissões de Ciência e Tecnologia são confundidas com comissões para tratar de emissão de pareceres sobre distribuição de canais de rádio e televisão. E, de certa forma, ocorre muito isso, mas o Pinotti nunca foi para ali defender projeto de distribuição de nenhum canal de rádio, nenhum canal de televisão, para lhe beneficiar ou beneficiar algum amigo, ou alguma corrente política. Ele dedicou-se, na Comissão de Ciência e Tecnologia, a tratar da ciência, da produção de ciência, da pesquisa, da pesquisa que ajudava nosso País, que ajudava o País na área da saúde, na economia brasileira; ajudava a produzir tecnologia, transformar o saber, a pesquisa e o conhecimento em tecnologia de qualidade para a Nação brasileira.
Acho que essa foi a figura do Pinotti, do homem, do cidadão, do profissional, do médico competente, respeitado, querido pelos seus colegas e pelos amigos de profissão; do homem da política, pensando sempre em beneficiar seu Estado, mas pensando no Brasil, pensando na nossa Nação. Nunca só o indivíduo Pinotti pensando na Nação brasileira, no seu País, mas colocava suas questões, suas opiniões para refletir sobre a Nação brasileira.
Por isso, Sr. Presidente, eu não poderia deixar de prestar esta homenagem, que o Senado propicia neste dia. É a oportunidade para relatarmos nossa convivência com esse médico humanista do Estado de São Paulo, que fez política para o Brasil, para a Nação brasileira.
Faço-o em meu nome, porque convivi diretamente com o Dr. Pinotti, mas também em nome do nosso Partido, porque, independentemente das opiniões que muitas vezes divergiram das de Pinotti, muitas vezes, sempre nossa relação partidária, do Partido Comunista do Brasil com Pinotti, foi fraterna, de compreendermos sua opinião e de ele também compreender a nossa; saber da opinião do PCdoB e saber que nos uníamos sempre em um ponto, que era a defesa da Nação brasileira, a defesa do nosso País. Divergíamos, mas tínhamos grande respeito mútuo, o Pinotti e o PCdoB.
Por isso, nossa homenagem, que quero deixar registrada neste momento, a sua história, a sua passagem no Congresso Nacional, na medicina, na educação, na escola, como mestre; também deixo aqui um grande abraço para toda a família do médico Pinotti.
Obrigado, Sr. Presidente.