Discurso durante a 116ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem a memória do Maestro Sílvio Barbato, que estava no voo 447 da Air France, no dia 31 de maio de 2009.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem a memória do Maestro Sílvio Barbato, que estava no voo 447 da Air France, no dia 31 de maio de 2009.
Publicação
Publicação no DSF de 10/07/2009 - Página 31158
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, REGENTE, COMPOSITOR, VITIMA, ACIDENTE AERONAUTICO, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, MUSICA ERUDITA, BRASIL, APRESENTAÇÃO, PESAMES, FAMILIA.

            O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, caro companheiro Senador Marconi Perillo, Senador Adelmir Santana, Senador Cristovam Buarque e demais membros da Mesa, parentes e amigos do Maestro Barbato, o Maestro Barbato vai me levar a fazer uma revelação aqui, e espero que o nosso religioso entenda o que eu vou dizer. A minha religião é a música. Os meus clérigos são os músicos. O meu Deus é o grande Jesus Cristo, mas os meus apóstolos são os maestros. Olhem a postura do Maestro Barbato ali. É a postura de Cristo. É a postura de quem diz para os seus músicos: vamos ocupar o coração dessa gente. É uma postura bonita.

            A música foi e é muito importante na minha vida. Ela me fez conhecer a minha mulher querida, que eu amo até hoje, e amigos. Tenho um muito querido, Rubens Rulli Costa, que fez Geologia na UnB do Reitor Cristovam mas era um músico fantástico. Era não; é. A gente se vê muito pouco, mas, em razão da música, ele mora no meu coração como tantos outros.

            Eu não tive o privilégio de um convívio, da companhia do Maestro Barbato, mas a música tem esse dom, ela conecta todos aqueles que amam a música em todo o mundo.

            A gente perdeu, um dia desses, um outro grande músico também, Michael Jackson.

            Um dia desses, eu estava revendo umas fitas com a minha mulher, de quando nossas crianças - as nossas crianças, que eu digo, são meus filhos, que são sempre crianças - eram realmente crianças e cantavam e dançavam lá no quintal de casa, ao som das músicas do Michael Jackson. Estão lá conversando Barbato, Michael Jackson, Vinicius de Moraes. Essa turma toda que assumiu o compromisso com a humanidade de, por meio da música, unir as pessoas.

            Eu falo que minha religião é a música porque talvez seja a única religião que não separa, que não discrimina. Pelo contrário, ela aproxima as pessoas. Ela faz com que a gente mude o estado de espírito. Ela leva a gente à exaltação, à alegria, à festa.

            É uma pena, realmente! Perder um ser humano, seja ele quem for, é uma lástima! E perder uma pessoa que foi muito importante para Brasília, então.

            Eu estava ouvindo aqui o Senador Adelmir falando dos planos dele por ocasião dos futuros festejos dos cinquenta anos de Brasília e fico imaginando o que seria essa ópera. Barbato, Renato Russo, numa simbiose, numa coisa maravilhosa, emocionando os brasilienses. E, certamente, em praça pública. Mas eu tenho certeza absoluta de que lá, Senador Adelmir, muitos músicos, muitos de seus companheiros e companheiras farão as vezes do Maestro Barbato e nos farão lembrar dele. Porque músico é assim, olha, ninguém consegue esquecer. Já disse alguém, uma vez, que músico não morre. Ele sai do nosso convívio, mas permanece além da nossa memória, no nosso coração, no nosso sentimento.

            E é com essas modestas palavras que eu queria prestar essa homenagem ao Maestro Barbato. Que Deus o tenha. Que Deus dê conforto à sua família. Que Deus permita que os amigos tenham a saudade serena e que nunca esqueçam dele. E que tenham no Maestro Barbato uma grande referência, de um homem que dedicou toda sua vida a alegrar os corações, a perpassar as nossas vidas com o som maravilhoso que ele conseguia extrair das suas orquestras. E é isso.

            Eu queria apenas não perder esta oportunidade de unir a minha alma à dele e dizer para ele que nós temos saudade, mas estamos aqui firmes, continuando a amar a música e sempre lembrando dele.

            Obrigado a todos vocês. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/07/2009 - Página 31158