O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Sarney, Srs. Senadores, eu gostaria de juntar-me a todos os Senadores que colocam aqui a sua palavra, pedindo - e até como fez o Senador José Agripino -, até apelando para que, em nome do bom relacionamento desta Casa, em nome até da autoridade política desta Casa, seja instalada a CPI da Petrobras.

            Presidente Sarney, o Brasil todo acompanhou, há cerca de trinta, quarenta dias, a discussão sobre a instalação, número legal, assinaturas etc., em cima de uma série de denúncias que vieram pelos jornais e continuaram a vir durante esses trinta dias, de maneira quase que cotidiana, sobre a questão da Petrobras.

            Hoje mesmo, os jornais falam de sindicalistas que estão colocados à frente de cargos de chefia da Petrobras e recebem de Municípios, que são beneficiários de políticas promovidas por esses sindicalistas, terrenos de graça para empresas ligadas a ele. Esse tipo de denúncia é diária, chove aqui por jornal, por e-mail, por cartas, todos os dias. Há quase um consenso nacional. Apesar de toda antipropaganda que tentaram levantar de que nós queríamos privatizar a Petrobras, ora que nós queríamos quebrar a Petrobras, ora que nós queríamos prejudicar a Petrobras, o mercado mostrou o contrário.

            No dia em que foi lido o requerimento com as assinaturas, as ações da Petrobras subiram, Senadora Patrícia. Sabe por quê? Porque, evidentemente, para o acionista, no momento em que a empresa for fiscalizada, o lucro vai aumentar. No momento em que todos esses escândalos, que todo mundo neste País sabe que acontecem dentro da Petrobras, cessarem - e só vão cessar porque há um dirigismo claramente político -, a empresa vai melhor e os resultados da empresa vão melhorar. Hoje, o que estamos fazendo aqui, Presidente Sarney, é nos colocando em uma situação praticamente de submissão total a uma maioria comandada pelo Governo. Se existem todas as condições legais para implantar, uma série de subterfúgios tem sido utilizada aqui para adiar para a semana que vem... Estou vendo ali o próprio Senador Mercadante, que vai falar já, já. Gostaria, inclusive, que ele me explicasse, porque ele me prometeu, prometeu a todos, que no dia 30, sem falta, seria instalada essa CPI, e novamente não aconteceu, foi passada para a outra semana. E tudo leva a crer que está sendo feito aqui um grande jogo de empurra para que entremos em recesso parlamentar e esfrie esse assunto e esse assunto vá por água abaixo. O Brasil todo está percebendo, nós estamos percebendo. Só que, Senador Sarney, como falou de uma maneira muito bem articulada, muito clara, o Senador Sérgio Guerra, isso para nós já está bem claro: existe toda uma manobra, ora o Senador Jucá joga para o Senador Renan, ora o Senador Renan para o Senador Aloizio Mercadante, ora o Senador Mercadante para o Senador Jucá. E fica esse jogo, evidentemente nos fazendo, e não apenas a nós, mas a opinião pública brasileira, a Casa e todos de bobos. É como se estivessem querendo fazer uma coisa que não estão fazendo. A quem interessa? Por que não querem? Também não explicam.

            Mas, agora, eu gostaria de dizer que, da minha parte, Senador Jucá, se essa CPI não for implantada nesta semana, eu acho que acabou qualquer tipo, Senador Arthur Virgílio, Senador Sérgio Guerra, de contemporização com o Governo, com a base do Governo. Nós vamos ter que entrar para realmente radicalizar imediatamente essa questão, porque não podemos nos sujeitar a isso e nós não podemos abrir mão do nosso papel de fazer oposição e fiscalizar o Governo Federal nas suas raízes, na sua integridade.

            Por isso queria colocar nas suas mãos, Presidente Sarney, também neste momento, o papel de Presidente para que seja realmente feito aquilo que tem que ser feito nesta Casa, a ponto de que não possamos ainda mais desmoralizar esta Casa do que já está acontecendo.