Discurso durante a 114ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Protesto contra a tentativa do Governo de impedir a fiscalização da Petrobras.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).:
  • Protesto contra a tentativa do Governo de impedir a fiscalização da Petrobras.
Publicação
Publicação no DSF de 08/07/2009 - Página 30669
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
Indexação
  • COMENTARIO, DECLARAÇÃO, LIDER, GRAVIDADE, FALTA, FUNCIONAMENTO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), CRITICA, ALEGAÇÕES, MAIORIA, IMPOSSIBILIDADE, JUSTIFICAÇÃO, QUEBRA, COMPROMISSO, SUSPEIÇÃO, TENTATIVA, UTILIZAÇÃO, CRISE, SENADO, ADIAMENTO, INVESTIGAÇÃO, EMPRESA ESTATAL, IRREGULARIDADE, APLICAÇÃO, FUNDOS PUBLICOS, ESPECIFICAÇÃO, FAVORECIMENTO, ELEIÇÕES.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós já ouvimos as Lideranças dos Partidos interessadas na CPI da Petrobras: uns a favor, outros contra. Mas quero lamentar que o Líder do PT não estivesse presente quando as Lideranças do PSDB fizeram uso da palavra, no sentido de termos essa CPI da Petrobras instalada regimentalmente e funcionando. Não da maneira que está: a Base do Governo é totalmente ausente nas reuniões fazendo com que a CPI realmente não funcione.

            Lamento muito as desculpas ou as justificativas que o Líder do PT dá quando diz que foi feito um acordo para que só abrisse, instalasse a CPI depois de ouvir o Presidente da Petrobras.

            Ora essa, não sei por que esse privilégio, Sr. Presidente. Como é que nós vamos ouvir o Presidente de uma empresa para decidir se abrimos ou não uma CPI? Essa empresa precisa ser investigada, sim, profundamente.

            O Governo está extremamente preocupado com a empresa, mas tem que entender que a Petrobras não é do Governo; a Petrobras é do Estado, e, se não tomarmos a devida cautela, se não tivermos a devida reação... Temos de entender que o Governo está engolindo o Estado. O Governo está interferindo nos outros Poderes e enfraquecendo o Estado. E este Estado não é do PT. Este Estado é dos brasileiros.

            Por isso, Sr. Presidente, lamento muito que esteja havendo aqui dentro essa quebra de palavra, de compromisso na instalação dessa CPI. E lamento muito mais ainda que o próprio Partido do Governo estivesse aqui alimentando, fomentando as críticas contra o Senado, servindo de pano de fundo para abafar a CPI da Petrobras.

            Sempre falei isto nos meus discursos: “Cuidado! O Governo tem um interesse muito grande em fomentar essa questão da briga do Senado, essa questão do Senado, que foi para as primeiras páginas, quando há um assunto extremamente sério a ser observado e fiscalizado que é a Petrobras”.

            A Petrobras brinca com o dinheiro público; a Petrobras joga fora o dinheiro público; a Petrobras é um foco de fomentação de caixa dois. Tenho certeza absoluta de que, no ano que vem, muitos candidatos do Partido dos Trabalhadores, principalmente, terão suas campanhas tranquilamente alimentadas com dinheiro da Petrobras por meio de patrocínios de festas de São João, por R$2 milhões, patrocínio de ONGs que nem existem. São milhões e milhões que estão saindo dos cofres da Petrobras sem nenhuma providência.

            Por isso, está lógico: não há um cidadão brasileiro que não entenda por que não querem CPI da Petrobras. Se a empresa está correta, abram a empresa. Não causem esse prejuízo à empresa, que é evitar a CPI. Abram a empresa.

            Mas, como a imprensa, da mesma forma que informa sobre o Legislativo, informa sobre o Executivo, temos certeza de que essas notícias são bem fundamentadas.

            Portanto, fica aqui meu protesto pela não instalação efetiva, até hoje, da CPI da Petrobras.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/07/2009 - Página 30669