O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB. Sem revisão do orador.) - É um privilégio ter a oportunidade de me dirigir a V. Exª, e gostaria de ser bastante sintético. Faz parte até da minha formação, do meu temperamento.

Hoje, pela manhã, aqui chegava às dez para as nove e confesso que não me surpreendi com a presença de V. Exª. Ao chegar na chapelaria, encontrei o carro da Presidência, e o motorista se referia: “Senador, o Presidente já está na Casa”. E eu disse para ele: “Tenho certeza. O recesso só é a partir de amanhã. Hoje, aqui, é dia de trabalho”.

E nós estamos dando testemunho disso. Estamos aqui, poucos, talvez menos de 10% do que somos, mas estamos aqui. E eu tinha certeza de V. Exª seria um deles, porque o nosso recesso, na verdade, começa amanhã.

V. Exª não me deve nada, nem durante o período que aqui estou como Senador, nem na minha vida como cidadão. Agora, o Senador Roberto Cavalcanti está há muito pouco tempo nesta Casa, está há pouco mais de 120 dias. Então, em função exatamente dessa circunstância, eu, como Senador, na verdade não tive nem tempo de dever coisas a V. Exª. Porém, como cidadão, Roberto Cavalcanti deve muito a V. Exª.

O cidadão Roberto Cavalcanti deve toda uma história de Brasil, toda uma história de homem público, em que V. Exª deu uma lição. V. Exª é uma referência aos brasileiros no tocante à vida pública. A democratização deste País em parte se deve a V. Exª.

A sucessão, os momentos que o Brasil viveu na sucessão do Tancredo Neves, a elegância, a forma, a confiabilidade que V. Exª tinha fez com que o Brasil ultrapassasse uma fase muito difícil de sua história, e isso se deve exatamente à credibilidade que V. Exª possui e possuía. Eu gostaria também de confidenciar uma singela conversa exatamente no trajeto de casa, no dia de hoje, com o nosso motorista, no sentido de que o nosso carro tem apresentado problemas técnicos, em função exatamente de mais de seis anos de aquisição, seis anos de uso, e um veículo com mais de seis anos de uso começa a apresentar problemas. E eu virei para o motorista e disse que, evidentemente, nós entendíamos que não é momento, até político e da exposição que o Senado Federal está sofrendo no momento presente, de trocar os veículos. Poderia haver a necessidade, mas a circunstância impede que se troquem os veículos. E o motorista disse: “É, doutor, o senhor está certo”. Inclusive, lá na garagem, existem vários e vários veículos que estão parados porque serviam a Diretores do Senado e que, por determinação da Presidência, foram recolhidos.

O Senador Cristovam Buarque foi meu professor de Economia e o Professor Cristovam Buarque, mesmo jovem, já me ensinava que, na vida, na Economia, na Matemática, existe uma coisa chamada curva de tendência. É inegável a curva de tendência de melhora do Senado Federal. As pessoas podem não querer reconhecer, mas várias providências estão sendo tomadas na Casa, no sentido de melhorá-la, aperfeiçoá-la.

São 14 anos de história recente, muitos e muitos anos de história de Senado, mas, nos últimos 14 anos, realmente determinados problemas foram, pouco a pouco, se avolumando e hoje, diferentemente da tendência que existia antigamente, a tendência de hoje, nós todos temos de reconhecer, é a de melhora.

Então, eu gostaria de parabenizar V. Exª pela prestação de contas, eu gostaria que V. Exª, por gentileza, encaminhasse a cada Gabinete nosso uma cópia desse relatório e que esse relatório pudesse ser divulgado na imprensa, de forma isenta, como a imprensa efetivamente o faz, e momentos como esse, que são momentos de curva para o melhor, curva para o bem, nós também possamos nos acostar à Mesa Diretora do Senado, que merece toda a nossa credibilidade.

Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

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