Discurso durante a 125ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre matéria do jornal O Globo, intitulada "Estagiário denuncia suposto esquema no Piauí", acerca de repasse irregular a pessoa ligada ao Partido dos Trabalhadores, partido do Governador do Estado, e as mazelas do Estado do Piauí.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Considerações sobre matéria do jornal O Globo, intitulada "Estagiário denuncia suposto esquema no Piauí", acerca de repasse irregular a pessoa ligada ao Partido dos Trabalhadores, partido do Governador do Estado, e as mazelas do Estado do Piauí.
Aparteantes
Heráclito Fortes.
Publicação
Publicação no DSF de 07/08/2009 - Página 34710
Assunto
Outros > ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), INICIATIVA, SERVIDOR, EMPRESA PUBLICA, ESTADO DO PIAUI (PI), DENUNCIA, IRREGULARIDADE, UTILIZAÇÃO, DINHEIRO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), DESTINAÇÃO, COMBATE, DOENÇA, TRANSMISSÃO, AEDES AEGYPTI, REPASSE, PARENTE, PESSOAS, VINCULAÇÃO, CANDIDATO, PREFEITURA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), REALIZAÇÃO, CONTRATO, AUSENCIA, LICITAÇÃO, REGISTRO, ORADOR, TENTATIVA, HOMICIDIO, DENUNCIANTE.
  • CRITICA, INEFICACIA, GOVERNADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), ADOÇÃO, PROVIDENCIA, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO, REGISTRO, NOTICIARIO, FECHAMENTO, EMPRESA, PRODUÇÃO, Biodiesel, EXTRAÇÃO, OLEO, MAMONA, PREJUIZO, TRABALHADOR RURAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Paulo Paim, que preside esta sessão, Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros que nos assistem aqui e que nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado Federal.

            Sr. Presidente, Senador Romeu Tuma, o Senador Mário Couto é daqueles que querem ganhar no grito. Aqui, há uma competição entre mim e ele. Ele e eu, aqui, somos competidores. O destino nos colocou... Primeiro, quero me solidarizar com aquele negócio de mulher, porque nós é que gostamos mesmo de mulher - que o diga a Adalgisa, e que o diga a sua encantadora esposa; aliás, fui até lá para ser padrinho de casamento e testemunhar aquele amor para a eternidade -. Então, não pega, né!

            O seguinte: o Romeu Tuma é um sábio. O Romeu Tuma, aí, foi o “Cirineu” do Presidente Sarney no momento mais difícil: a transição democrática. Doze mil greves. Atentai bem o que é a tolerância, a paciência e a inteligência! Mas, isso porque Romeu Tuma estava ali do lado, foi o “Cirineu”, era o xerife, o bom xerife, ícone da Polícia Federal. Mas, ele disse, ali: “Mão Santa, eu, se fosse Presidente da Comissão de Ética, arquivaria tudo”. Vai dar no que dá. Quer dizer, agora não adianta mais, não é? Esse negócio de estar um, todos os dias, acusando o outro...

            Vou dar o exemplo. Senador Paulo Paim, que é o nosso Barack Obama. A gente tem de ver que são os fatos que fazem a lei. Está ouvindo, Romeu Tuma. O meu avô - a melhor pessoa do mundo, trabalhador, teve indústria no Piauí - tinha escravo. Ele tinha escravo, Mário Couto. A lei permitia. E eu não posso... Pelo contrário, eu acho que o Paim é o mais querido aqui de todos nós. Então, aquilo era permitido no cenário da República. Isso daí era permitido. Vamos ver, agora, as novas regras e exigir que os Senadores se enquadrem.

            Vou dar um exemplo muito clássico. Conheço um Parlamentar cristão. Ele foi Presidente desta Casa. É Deputado Federal. Eu votei nele, ô Tião Viana, para Deputado estadual, eu estudava em Fortaleza. Ele era da igreja. Candidato do Cid Maria, do padre e do meu pai. Refiro-me ao Deputado Mauro Benevides. Senador Romeu Tuma, no Mauro Benevides eu votei quando ele era Deputado estadual, e eu estudava em Fortaleza, influenciado pela Igreja. Mas, naquele tempo era permitido, assim como entrou gente sem concurso! Naquele tempo não tinha. Estava no dilema. Quer dizer, ele não pode ser julgado por aquilo. Então, é longo isso aí. Nos temos de ver que aquilo ali era permitido no passado. Os fatos que fazem as leis. E, vamos dizer, exorbitaram, abusaram, e os fatos fizeram essa reforma. Mas isso não é só no Senado, não. É em todas as instituições. Estamos aqui. Todos nós acreditamos em Deus - Cristo está ali -, e a Igreja do Cristo esteve muito pior do que o Senado. Aquilo era uma confusão. Eram os bispos, os papas vendendo lugar no céu. O latifúndio. Família, filho. Lucrécia Bórgia. Tanto que um deles mesmos, Tião Viana, pegou 95 deslizes da Igreja do Cristo, a nossa Igreja. Botou na catedral. Não acabou não. Não podia acabar e não devia acabar. Veio a reforma e fizeram outros caminhos, outras igrejas que nos aproximam de Cristo. A mesma coisa foi aqui no Senado da República. Vícios houve e tal. E essa Mesa Diretora está os corrigindo.

            O Presidente Sarney é a experiência - e não adianta a inveja e a mágoa -, ele era o melhor para dirigir nesse momento. Está aí o meu amigo Tião Viana, não tenho nada contra não. Eu acho que o Tião Viana até é o melhor candidato do PT hoje, aí, que o Luiz Inácio possa lançar. Mas naquele instante era o mais experiente. Se não fosse, eu seria no lugar dele. Eu, que não quero ser? Quero. Ora, eu quero é o lugar do Luiz Inácio. Esse negócio de dizer que político não quer? Quer. Todo seminarista quer ser papa, todo soldado quer ser general. Quem não quer? Então nós nos curvamos ao Presidente Sarney pela história, pela experiência desse momento difícil. E ele começou bem. Ô Mário Couto, ele poderia ter feito chapa batida e ter ganho. Ele teve 49 votos. Mas eu já sabia. Ele fez a abertura, obedeceu à proporcionalidade, abriu as vagas, chamou o PSDB, e o PSDB mandou o melhor que ele tem nesta Casa, o Marconi Perillo. Eu conheço todos. Está lá. Está trabalhando. Chamou o PT. Mandou uma extraordinária professora. Não, é porque o outro já foi duas vezes Governador, V. Exª foi uma, o Mário Couto vai ser ainda, é o próximo Governador. Nós saímos em todas. Mas aí o DEM... mandou o Heráclito Fortes, homem de experiência administrativa extraordinária. Foi Prefeito de Teresina extraordinário. Está no estoicismo. Já emagreceu 20 quilos de trabalhar aqui. Está ali. É um orgulho do Piauí. O João Vicente foi meu Secretário de Indústria e Comércio, um empresário vitorioso, e eu, Deus me permitiu ter sido prefeitinho, Governador do Piauí duas vezes, Secretário de Saúde. E a Patrícia, que saiu, aquela encantadora mulher, que tinha que ter uma mulher lá. Mas para ver que isso funciona tão bem, que já foi requisitado, e eu o requisitei, eu o chamei, é o César Borges o suplente. V.Exª é suplente do mandato de Senador, está aqui nos honrando, assinou ali Flávio Torres, mas o suplente da Mesa Diretora de Patrícia é o César Borges, uma experiência extraordinária.

         Então, nós estamos corrigindo tudo isso que houve, deslizes, desvios, como na Igreja de Cristo houve, antes de Lutero. É isso que está havendo aqui. Foi um erro salutar. Foi a melhor coisa que houve nesta Casa.

            Olha, eu fui prefeitinho, Governador, Secretário de Saúde, trabalhei ..., a gente respirava corrupção. Não era oxigênio, não, porque eu sou médico. Isso já vinha. Não somos nós não, não temos nada com isso não. Podem fazer uma CPI na vida de cada um de nós. Que façam! Na minha cidade, onde fui Prefeito, no meu Estado, onde governei. Viu, Senador Romeu Tuma. Podem fazer uma CPI.

            Queria dizer ao Mário Couto sobre a nossa competição... V. Exª fala bem, é um orador. Lá, os romanos diziam que Cícero tinha sido o maior orador porque eles não conheceram Mário Couto.

            Senador Mário Couto, V. Exª não vai ganhar no grito não. Eu e Heráclito não vamos deixar! O Governador do Piauí, do PT, é pior do que essa daí. Não adianta, e aqui está. Olha, Heráclito, o nosso Piauí em O Globo! Olha que a gente anunciava - O Globo. Mário Couto, você trouxe a elegante Governadora, que foi até miss, no jornal, ela está lá tomando uma cervejinha, e eu trago O Globo. Quer dizer, o nosso Governador, que também é do PT. E eu disse aqui... Ouviu, Tião? Olha o PT. Tem joio e tem trigo. A gente pensava que só tinha trigo, mas tem joio. E não fale do PMDB, não, porque estou contando o joio. Daí eles estarem juntos, é mais ou menos igual. Mas olha aqui O Globo. Rapaz! Pois esse Governador leva o Piauí para O Globo. O Heráclito já viu? E eu denunciava isso, Tião. Não foi por V. Exª; não foi pelo Paim; não foi pelo Delcídio. Eu já denunciava. Está aqui, esta mos em O Globo: “Estagiário denuncia suposto esquema no Piauí”.

            Heráclito Fortes, aqui é O Globo. É aquele Efrém Ribeiro, um jornalista que todos nós conhecemos. Ele é tão... Tião Viana, quando eu governava o Estado, Heráclito, ele ia ao lixo para ver os remédios das minhas filhas, para colocar na manchete. É desses jornalistas, viu, Tião! Então, está aqui o Efrém: “Jovem de 21 anos, petista, denunciou repasses irregulares a pessoas ligadas ao PT, partido do Governador”. Jaylles Ribeiro disse estar a serviço de sua consciência.

            Então, o PT lá do Pará, que V. Exª lamentou, nós ainda estamos numa boa, porque o de São Paulo, a história denuncia que lá mentiam, roubavam e matavam. O do Piauí, desde o primeiro dia, eu dizia: como mentem! Sr. mentira é como é conhecido o Governador. Roubo, agora essa denúncia - ó Tião Viana! - é de tentativa de assassinato. Esse jovem que está aqui. Olhem onde nós estamos! Eu digo isso acreditando, como todo brasileiro, na boa fé do nosso Presidente da República, na generosidade e no meu papel de advertir. Que não aconteça no Piauí o que aconteceu em São Paulo e que todos nós sabemos. Já teve até CPI.

            Então está aqui:

Teresina. Filiado ao PT, filho de militante petista e estudante de Direito de 21 anos, o ex-funcionário da Emgerpi (Empresa de Gestão de Recursos do Estado do Piauí) Jaylles Ribeiro Fenelon se transformou na primeira pedra no sapado do governador do Estado, Wellington Dias, também petista. Jaylles denunciou que a Emgerpi [é uma supersecretaria de obras], que coordena as obras em todos os setores do Estado, estava fazendo contratos sem licitação, além de depósitos em contas de parentes e pessoas ligadas a candidatos do PT, em prefeituras no interior, de recursos do Ministério da Saúde para o combate à dengue. Em menos de um mês, essas denúncias derrubaram a diretora presidente da empresa, Lucile Moura.

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as denúncias. Lucile foi afastada do cargo pouco depois que os agentes da Polícia Federal prenderam o soldado da Polícia Militar Allan Alesse Cruz e o cinegrafista João Batista. O PM tinha um revólver calibre 38 sem registro. A mando do chefe de segurança da Emgerpi, eles tinham a missão de vigiar e filmar Jaylles. Marco Aurélio também acabou preso.

         Ora, se o soldado andava à paisana, era lá da guarda do Governador, andava armado e não tinha registro de porte de arma, e foi a Polícia Federal que flagrou, então, iam era matar o rapaz, como fizeram em São Paulo.

            Então, a Polícia Federal tinha um revólver de calibre..., sem registro o revólver. A mando do chefe de Segurança da Emgerpi, eles tinham missão de vigiar e filmar. Que nada, Efrém!

Pelos cálculos de Jaylles, foram fraudados contratos e feitas obras de serviços sem licitação em torno de R$120 milhões. [Então, é isso que nos apavora.] Ele disse que começou como estagiário e foi crescendo dentro da empresa, ocupando cargos no setor financeiro, até trabalhar na assessoria de gabinete de Lucile.

 

            Lucile lá era uma espécie de Dilma aqui. Era toda poderosa, era uma supersecretaria de obras. Estou dizendo no poder. Não vão interpretar que estou encaminhando insinuações de corrupção na Ministra Dilma. Mas era poderosa, era. Era poderosa.

        Jaylles disse que não está a serviço de políticos, e sim de sua consciência. Ele afirmou não ter medo de intimidações e que primeiro procurou Lucile para falar das irregularidades, em 22 de maio. No dia seguinte, enviou uma carta ao governador. Acabou demitido do cargo em comissão.

Jaylles disse que tem várias provas de irregularidades na Central de Controle de Licitação, a qual chamou de “Central de Falsificação”. O ex-servidor da Emgerpi afirmou ainda que as irregularidades tinham como finalidade financiar a campanha...

         Então, é isso. E o pior é o seguinte: é o atentado...

            O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI) - V. Exª me permite um aparte?

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - É com muito orgulho que recebo a participação de V. Exª, um grande líder municipalista, que inclusive conhece profundamente o Piauí e governou tão bem a sua capital.

            O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI) - Senador Mão Santa, essa denúncia feita e que agora - veja como o Piauí é forte no controle à imprensa -, somente agora, já mais de dois meses depois da primeira denúncia, esses fatos começam a ter destaque na imprensa nacional. E hoje, matéria assinada pelo jornalista Efrém Ribeiro, que não consegue repercutir na imprensa local, mas tem essa matéria dele no jornal O Globo e a repercussão no blog do jornalista Ricardo Noblat. Essa denúncia é muito séria. Acho até que a imprensa brasileira já devia estar no Piauí investigando esses fatos. Nós tivemos a perseguição do denunciante Jaylles Ribeiro por seguranças armados, funcionários do Palácio,...

(Interrupção do som.)

           O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI) - ...funcionários do Governo do Estado. Esse cidadão, que é petista, filho de petista, tem origem no Partido dos Trabalhadores, antes de tornar públicos esses fatos, procurou a Presidente do Interpi, procurou o Governador do Estado, e só fez as denúncias quando viu que ninguém o ouvia e não tinha repercussão. O que é que moveu, Senador João Pedro, esse seu correligionário a fazer essas denúncias? O fato de não admitir que o Partido dos Trabalhadores, que o pai fundou e do qual ele era militante, e que a vida inteira combateu corrupção, de repente permitir que ocorressem obras sem licitação, obras fantasmas, folha fantasma, tudo numa supersecretaria criada pelo Governador Wellington Dias para dar superpoderes a uma secretária, militante e amiga do Governador, Srª Lucille Moura - que não conheço, quero ser justo. Esse é um escândalo, um escândalo que é preciso ser passado a limpo, precisa ser apurado, Senador Mão Santa.

           O Tribunal de Contas da União precisa examinar o que está acontecendo, porque tem recurso público, de origem federal, envolvido nesse dinheiro. De forma que eu me congratulo com V. Exª por trazer, mais uma vez, à tribuna esse fato. E parabenizo o jornal O Globo e o jornalista Ricardo Noblat, por, finalmente, começar a dar destaque nacional a um escândalo que, quero crer, Senador Romeu Tuma, em toda a minha militância na política do Piauí, é o escândalo mais grave,...

(Interrupção do som.)

            O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI) - ...mais grave e mais sério que eu tive a oportunidade de presenciar. Esse rapaz, de vinte e poucos anos de idade, 21 anos, 22, entregou um vasto material à Polícia Federal. E é preciso que esses fatos sejam apurados e as pessoas punidas, porque aqui ele diz com clareza incontestável: foram recursos colocados à disposição de municípios onde o Partido dos Trabalhadores tinha interesse na eleição de 2008. Isto aqui é apenas a ponta do iceberg. Se mexer, se futucar, vai encontrar um verdadeiro mar de lama, comandado pelo Governador Wellington Dias e o Partido dos Trabalhadores, no Piauí. Muito obrigado, Senador Mão Santa.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Senador Romeu Tuma, aí está Heráclito Fortes. V. Exª se lembra, e hoje, quis Deus, o Mário Couto relembrou aquela interpretação que o Hitler, no livro Mein Kampf (Minha Luta), quando eu dizia... E quis Deus, ô Jefferson Praia, que estivesse aí Jefferson Peres, que foi o único aparte no discurso. E eu fazendo um paralelo desses aloprados que estão aí governando o Pará e o Piauí. Atentai bem, até eu dizia aquilo que o Goebbels, que era instrutor do Hitler, dizia: “Uma mentira repetida várias vezes se torna verdade”, e que eles tinham o que nós chamamos hoje de cabos eleitorais militantes, lá eles chamavam galinhas cacarejadoras, que ficavam cacarejando obras como o PAC, que não existe.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Aquilo quiseram colocar como ofensivo, e o nosso Suplicy suplicou que eu tirasse o termo “galinha cacarejadora”. Eu disse: “Eu não posso. Vão, daqui a dez horas, dizer: ‘Esse Mão Santa é doido. Eu vou botar galo? E quem é que põe ovo? Como é que está certo?”.

            Aí, entreguei o livro. Daí, a grandeza deste Senado. Veio o rolo compressor dos aloprados, e eu entreguei a esse corregedor, íntegro, correto, o livro. E está lá escrito, eu só fiz ler o livro. O partido do Hitler, num aparte, Jefferson Péres disse que era partido nazista da Alemanha, dos trabalhadores. Até o nome ele identificava. E é isso que está. E aqui nós sabemos lá no Pará como está. Mas no Piauí está pior. E tanto é pior que eles são despreparados mesmo, de pouco estudo.

            Permitam-me eu aqui invocar o nome do santo Mestrinho, bem ali. Olha, eu sempre gosto de conversar com os mais experientes. Eu estava conversando ali com o Romeu Tuma. E eu conversando com o Mestrinho, bem ali, no começo do Governo, quando comecei a ver os aloprados do Piauí. Lá, tinha, na Companhia Energética, mesada. E quando eu denunciei, saiu na crônica do Cláudio Humberto. Veio o mundo. Um mês depois, surgiu o mensalão. Quer dizer, os aloprados do Piauí são mais vorazes, mais famintos, mais audaciosos, mais ladrões, mais mentirosos. Atentai bem,...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - ...o Mestrinho, do PMDB; eu, do PMDB. Aí, eu perguntei ao Mestrinho - ele está no céu -: “Mestrinho, e esse negócio...”. Porque eu comecei a fugir, a me afastar dos aloprados do Partido dos Trabalhadores. Eu tinha votado em Luiz Inácio e no PT em 94. Aí, sabe o que é que o Mestrinho disse? Mestrinho é santo hoje, eu o chamava de “Mestrão”. Ele era do PMDB. Ele disse: “Não, Mão Santa, você é que está certo”. Eu disse: “Mas, vem cá, Mestrinho, como é que estou certo?”. Eu olho ali no voto, e é só com o Governo, o que o Governo manda. Porque eu já estava divergindo naquelas da Previdência, em que quiseram tocar fogo na Heloisa Helena. Lembra-se, Heráclito? E nós tiramos a Heloisa Helena da fogueira, naquilo em que ainda hoje sofrem os aposentados, direitos líquidos e... Aí, o Mestrinho disse: “Não, Mão Santa, você é que está certo”. Eu digo: “Mas como é que eu estou certo? E os votos ali? A gente olha e é só...”. Ele disse: “Eu já estou no fim. Não vou mais.

            E tenho umas posições dos amigos a guardar... Mas isso não vai dar certo, Mão Santa. Por quê? Porque está cheio de famintos, de desempregados, de incapazes, que vão - como diz a sabedoria - com muita sede ao pote. Está aí! Está aí, que o próprio Luiz Inácio, no desespero, disse: “Estou rodeado de aloprados”. E o Corregedor, nomeado por ele, carimbou 40 aloprados.

            Então, atentai bem! Heráclito... É, tem que aprender, o Luiz Inácio tinha de vir aqui. Eu gosto dele. Estou é aconselhando. Isto aqui: Brasil: “País Desativa Indústria e Fecha as Portas”. Justiça! Entrou em debate aqui, João Pedro... Quando eu digo que a ignorância é audaciosa... José Agripino, engenheiro, ex-Governador, uma inteligência das mais brilhantes. Começou o debate no Piauí. Aí, ele disse: “Isso não dá certo. Não tem economicidade.” E eu participei, aderi, e começamos. Heráclito, você se lembra das festas? Brasil Ecodiesel! Lá no Piauí: Floriano, Canto do Buriti; as fábricas; a mamona; a publicidade, a propaganda... Porque nós... Aqui é uma Casa que é para vir pai-de-pátria, que tem experiência... Ô, Tião, nós sabemos o medicamento como é caro; óleos vegetais, medicamentos vegetais. Então, realmente, Tuma... Há óleo que custa R$5,00 a R$6,00 o litro. Então, não tinha economicidade. Se esta Casa tivesse ouvido; se a experiência de Zé Agripino... Nós tínhamos arrasado todos os projetos. “Brasil Ecodiesel desativa indústria e fecha as portas”. “Trabalhadores rurais não sabem o que fazer com o abandono da Ecodiesel.” Aí, é só desgraceira - quer dizer, propaganda.

            Então, ao Piauí: ô Mário Couto, a Governadora ainda não inventou isto; a do Piauí já inventou, e está aqui o resultado: a desgraça, depois da mentira, a pobreza e a miséria.

            Outro, jornal Diário do Povo: “Brasil Ecodiesel desativa indústria e fecha as portas.”

            E, por último, está aqui o Prefeito de Teresina. O Heráclito Fortes é companheiro dele. É um médico muito dinâmico, foi Secretario de Saúde e com perspectivas invejáveis na política do Piauí. Ele é do PSDB. “Silvio Mendes acusa PT de se apropriar dos bens públicos.”

            Heráclito Fortes, Teresina, cidade que V. Exª governou tão bem. A nossa capital está cheia de outdoors. Sobre todas as obras que a Prefeitura e o Estado fizeram em parceria, ao longo dos anos, eles fizeram outdoors e colocaram os nomes dos Vereadores, inclusive, Heráclito Fortes, o Pronto-Socorro que V. Exª iniciou.

            Então, é isso. Mário Couto, sei que V. Exª discursa bem, emocionou-se e quis ganhar no grito. Mas V. Exª não leva isso, não: o pódio do pior Prefeito do Brasil é o do PT do Piauí. Mas Juscelino Kubitschek disse: “Governador do Piauí”. O Governador e o Prefeito são excelentes. Aliás, Teresina tem uma tradição de bons Prefeitos: Wall Ferraz, Heráclito Fortes, Francisco Gerardo, Firmino e, agora, o Silvio Mendes, considerado extraordinário Líder do Partido.

            Mas, atentai bem, a fé lá do Pará é em Nossa Senhora do Nazaré, do Sírio do Nazaré. Peço a Deus, porque aí tem que ser negócio de Deus: “Oh, Deus, ilumine o Piauí, para não perder a esperança”. A maior estupidez é perder a esperança. Então, fica a esperança da alternância do poder já, no Estado do Piauí, para acabar com essas mazelas.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/08/2009 - Página 34710