Discurso durante a 127ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Inauguração de audiências públicas, na Comissão de Serviços de Infraestrutura, para o período de 2009/2015. Esclarecimentos sobre a sessão do Senado, da última segunda-feira, quando S.Exa. fez denúncias em relação à revista Veja.

Autor
Fernando Collor (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/AL)
Nome completo: Fernando Affonso Collor de Mello
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE DESENVOLVIMENTO. IMPRENSA.:
  • Inauguração de audiências públicas, na Comissão de Serviços de Infraestrutura, para o período de 2009/2015. Esclarecimentos sobre a sessão do Senado, da última segunda-feira, quando S.Exa. fez denúncias em relação à revista Veja.
Publicação
Publicação no DSF de 11/08/2009 - Página 35170
Assunto
Outros > POLITICA DE DESENVOLVIMENTO. IMPRENSA.
Indexação
  • QUALIDADE, PRESIDENTE, COMISSÃO DE SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA, ANUNCIO, AUDIENCIA PUBLICA, DEBATE, PROBLEMA, LOGISTICA, INICIO, SIMPOSIO, ASSUNTO, RENOVAÇÃO, TECNOLOGIA, PRESENÇA, CIENTISTA, EMPRESARIO, CONTRIBUIÇÃO, VISÃO, POLITICO.
  • ANUNCIO, SIMPOSIO, REGULAMENTAÇÃO, EXPLORAÇÃO, SUPERIORIDADE, JAZIDAS, PETROLEO, PERFURAÇÃO, SAL, EXPECTATIVA, REMESSA, GOVERNO, PROPOSTA.
  • REITERAÇÃO, DECLARAÇÃO, ANTERIORIDADE, DISCURSO, DENUNCIA, FALTA, ETICA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), EXERCICIO PROFISSIONAL, JORNALISTA, INEXATIDÃO, FATO, PERIODO, IMPEACHMENT, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, ANUNCIO, DEVERES, ORADOR, ESCLARECIMENTOS, HISTORIA, EXPECTATIVA, IMPRENSA, RECONHECIMENTO, ERRO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. FERNANDO COLLOR (PTB - AL. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Vou falar daqui mesmo, Sr. Presidente, com sua permissão.

            Sr. Presidente Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, inicialmente, eu gostaria, Senador Mão Santa, Presidente desta sessão, de lhe agradecer as referências generosas a respeito da condução dos trabalhos que estamos tentando levar adiante na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal. Fico feliz por saber que o Governo Federal e a Ministra Dilma Rousseff, sensibilizada pela solicitação feita por V. Exª com muita veemência e também pelo Senador Heráclito Fortes e pelo Senador João Vicente Claudino, tenha atendido àquela solicitação na audiência pública em que esteve presente o Ministro dos Portos e que o Porto de Luiz Correia já esteja com suas obras retomadas.

            Sr. Presidente Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria de dividir esta minha comunicação inadiável em duas partes. Na primeira delas, quero comunicar ao plenário desta Casa que, hoje, a Comissão de Serviços de Infraestrutura inaugura uma série de audiências públicas sobre a agenda 2009/2015, a respeito dos gargalos, dos problemas da infraestrutura brasileira. Hoje, iniciamos a reunião às 18h com o primeiro painel, que trata de inovação e de tecnologia. Esses painéis serão sempre realizados às segundas-feiras, às 18h, na sala nº 13 do setor de Comissões, sempre com a presença de convidados ilustres, preferencialmente do mundo acadêmico ou do mundo empresarial, aqueles que possam nos trazer uma visão diferente daquela meramente oficial, das questões relacionadas à infraestrutura brasileira.

            Nos mês de outubro, estamos prevendo realizar uma série de painéis sobre o marco regulatório do Pré-Sal. Imaginamos que, até lá, o Governo Federal já envie a esta Casa, para deliberação, sua proposta de como será esse marco regulatório. Nossa Comissão de Serviços de Infraestrutura deseja estar na vanguarda dessa discussão e, por isso, já agendou para o mês de outubro uma série de painéis, para debatermos em conjunto sobre essa questão de tamanha importância para o presente e para o futuro do nosso País.

            A segunda parte, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, refere-se à sessão da última segunda-feira, na qual tive oportunidade de fazer alguns reparos históricos no que aqui foi apresentado e de fazer também duas denúncias, entre outras. Mas focalizei essas duas denúncias em relação à revista Veja. Eu disse desta tribuna que a revista Veja, na questão relacionada ao processo a que fui submetido, de afastamento da Presidência da República, havia cometido um crime por que havia surrupiado documentos e sabia que esses documentos surrupiados constituíam um crime. Assim sendo, não poderia o que constava desses documentos ser divulgado, sob pena de uma ação criminal contra o autor e contra a própria revista, o próprio hebdomadário. O resultado disso é que afinal encontraram um Deputado Federal que se juntou a essa armação e que aceitou dizer que havia recebido aqueles documentos anonimamente em seu gabinete e que, por assim dizer, daria uma garantia da publicação daqueles documentos, o que realmente aconteceu. Isso não é jornalismo. Isso não é jornalismo em lugar nenhum do mundo. Isso é crime, isso é fraude. Não vi, ao longo desta semana, nenhum desmentido desse hebdomadário sobre essa ação criminosa perpetrada pelos que tentam fazer dali um bom jornalismo.

            A segunda denúncia que fiz foi relacionada àquele que empastela a última página desse hebdomadário, que havia procurado um Ministro do Supremo Tribunal Federal e oferecido a esse Ministro ampla reportagem nas páginas desse hebdomadário, inclusive com uma foto de capa. Nesta semana, agora, a revista Veja, mais uma vez, quinchou, seja publicando matéria em que tenta me detratar, seja pelo que escreveu o jornalista Roberto Pompeu de Toledo, que, querendo demonstrar ser um bípede, bateu o pé três vezes no chão, dizendo que era mentira, mentira e mentira o que eu aqui havia dito. Quero apenas ratificar para o plenário desta Casa, para o Sr. Presidente, que esta é a pura verdade: ele lá esteve e fez essa proposta a um Ministro do Supremo Tribunal Federal. Bastaria que ele pudesse ter um pouco mais de consciência e pudesse dizer a verdade, porque só a verdade poderá libertá-lo. De qualquer maneira, estamos fazendo um esforço. Tenho obrado na sua cabeça, essa última semana, todos os dias. Venho obrando, obrando, obrando na cabeça do jornalista Roberto Pompeu de Toledo, tentando com isso fazer com que uma graxa possa, de alguma forma, melhorar seus neurônios e com que ele possa, finalmente, cair em si e trazer a verdade. Ele, sim, é que é um mentiroso. Ele, sim, é que é um salafrário. Ele, sim, é que é alguém que não merece o título de jornalista.

            Tenho aqui, Sr. Presidente, ainda a afirmar o seguinte: é necessário que todos entendam que a reação que tive no que diz respeito ao publicado por aquele hebdomadário nada mais é do que algo muito pequeno, muito pouco, de quem, durante quinze anos, vem sofrendo nas mãos deles. Durante quinze anos, disseram e falaram o que quiseram. Deram as versões as mais diversas, diferentes, diversificadas e fantasiosas que desejaram dar aos episódios que culminaram com meu afastamento da Presidência da República. Várias versões foram oferecidas à opinião pública. Livros foram escritos por estelionatários e por jornalistas outros, querendo dar sua versão com invencionices, com mentiras. E, agora, quando posso ter uma tribuna para dar a versão de quem viveu o fato - fui eu quem viveu o fato -, quando posso trazer fatos, de quando em quando, para registros e reparos da História, como foi feito na segunda-feira, há uma verdadeira ebulição, uma excitação em relação a esses fatos que trago. E me sinto no dever, diante da Nação brasileira, de assim agir, para que a Nação brasileira possa fazer o correto juízo do que aconteceu nos idos de 1992.

            Por isso, peço a esse jagodes, Roberto Pompeu de Toledo, que ele, por favor, aproveite essa grande obra que estamos colocando sobre sua cabeça, para que ele raciocine melhor e possa, finalmente, naquela lambuzada página que tenta impingir aos leitores desse hebdomadário, reconhecer que ele pecou, sim, e que somente a verdade irá libertá-lo.

            Obrigado, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.

            Era o que eu tinha a dizer.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/08/2009 - Página 35170