Discurso durante a 127ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento do Professor Manoel Amaral, conhecido como Professor Manoelzinho, no Pará. Mobilização que os trabalhadores rurais sem-terra farão aqui em Brasília, de hoje até o dia 21 do corrente, em defesa da reforma agrária. (como Líder)

Autor
José Nery (PSOL - Partido Socialismo e Liberdade/PA)
Nome completo: José Nery Azevedo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. REFORMA AGRARIA.:
  • Pesar pelo falecimento do Professor Manoel Amaral, conhecido como Professor Manoelzinho, no Pará. Mobilização que os trabalhadores rurais sem-terra farão aqui em Brasília, de hoje até o dia 21 do corrente, em defesa da reforma agrária. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 11/08/2009 - Página 35214
Assunto
Outros > HOMENAGEM. REFORMA AGRARIA.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, PROFESSOR, ESTADO DO PARA (PA), LIDER, MOVIMENTO TRABALHISTA, HISTORIADOR, COLABORAÇÃO, MANDATO, ORADOR, DIRIGENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL), ELOGIO, VIDA PUBLICA, APRESENTAÇÃO, PESAMES, FAMILIA.
  • ANUNCIO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, SEM-TERRA, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), DEFESA, REFORMA AGRARIA, PROTESTO, CORTE, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, SETOR, COBRANÇA, EFETIVAÇÃO, PROGRAMA, BENEFICIO, FAMILIA, DISCUSSÃO, INDICE, PRODUTIVIDADE, DEFINIÇÃO, PROPRIEDADE IMPRODUTIVA.

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            O SR. JOSÉ NERY (PSOL - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mozarildo Cavalcanti, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, quero, nesta oportunidade, manifestar o meu profundo pesar pelo falecimento, no último sábado, dia 8 de agosto, do Prof. Manoel Amaral, conhecido carinhosamente como Prof. Manoelzinho. Assim era chamado nos movimentos sociais, nos movimentos sindicais, populares e estudantil de que fez parte no Estado do Pará, especialmente na capital do nosso Estado, Belém do Pará.

            Manoel foi assessor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Pará (Sintepp) durante vários anos, historiador e, no último período, cumpria tarefa junto à equipe do nosso mandato, Senador Valdir Raupp, em Belém do Pará. Todos nós que convivemos com Manoelzinho, um líder popular... Ele foi durante muitos anos integrante dos quadros do Partido dos Trabalhadores e desde 2005 integrava os quadros do PSOL no Estado do Pará, sendo um dos seus dirigentes e um dos mais animados na luta pela construção de uma alternativa socialista para o Brasil.

            Eu queria, Sr. Presidente, além de registrar este fato tão triste para nós que convivemos com um militante, um lutador do nosso povo, ao mesmo tempo, manifestar à família, aos amigos e aos companheiros de luta de Manoelzinho o nosso pesar e a nossa dor por sua perda tão jovem - ele tinha apenas 34 anos. Deixa quatro filhos, a esposa Lílian, os seus sete irmãos e familiares. A todos o nosso mais completo voto de solidariedade pelo ocorrido.

            Queria também registrar que Manoelzinho recebeu, quando da cerimônia fúnebre, manifestações e homenagens do Sindicato dos Educadores do Estado do Pará; do Sindiprev (Sindicato dos Previdenciários); da Federação Nacional dos Trabalhadores da Previdência Social; da Governadora Ana Júlia Carepa e dos dirigentes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), do Partido dos Trabalhadores, além de várias lideranças de vários movimentos sociais, como a CNBB, a Pastoral da Terra, o MST e várias outras entidades populares, porque durante muito tempo, pelo menos na última década e meia, Manoelzinho foi parte integrante das lutas e de movimentos por mudança e por transformação em nosso Estado do Pará, em Belém e em nosso País.

            Quero, por último, Sr. Presidente e ainda tratando desse fato que abalou a todos que militam no PSOL e nas organizações da educação em nosso Estado, ler um poema de despedida de autoria do ex-Presidente do Sintepp, Professor Eloy Borges, que assim se refere à morte de Manoel:

Travaste tua última batalha,

Solitário mas não sozinho.

Estávamos contigo mesmo sem estarmos junto a ti.

Quão efêmera tua vida!

Quão injusta tua partida!

Em nossa luta permanecerão teus sonhos.

Como se fora uma estrela cadente tua breve e brilhante luz jamais será esquecida.

Hoje a floresta silenciou para escutar o uirapuru lamentar a morte de um guerreiro.

            Adeus, Manoelzinho!

            Adeus, nosso mano Manoel!

            Fica aqui, então, Sr. Presidente, em nome da Liderança do Partido Socialismo e Liberdade, a homenagem de todos que conheceram, conviveram e lutaram junto com Manoel, seja no Pará, seja em outras manifestações, encontros e congressos pelo Brasil afora.

            Por último, Sr. Presidente, só queria registrar um evento importante que ocorre, nesta semana, em Brasília. Os trabalhadores rurais sem terra farão manifestações em Brasília, iniciando hoje, dia 10, até o dia 21 de agosto. O ato de abertura do Acampamento Nacional pela Reforma Agrária ocorrerá hoje, às 19h, ou seja, daqui a pouco, em frente ao estádio Mané Garrincha, Centro Poliesportivo Ayrton Senna, aqui, em Brasília, atividade em que estaremos presente, quando, Sr. Presidente, serão tratadas pelo menos três grandes questões. Primeiro, a luta pela garantia dos recursos orçamentários que foram cortados do Orçamento de 2009 - algo em torno de R$400 milhões. A discussão em relação à efetivação de um programa de reforma agrária que beneficie 90 mil famílias atualmente acampadas e 45 mil assentadas, que esperam por investimentos em habitação, infraestrutura e produção. E ainda, Sr. Presidente, os acampados querem que a utilização dos índices de produtividade, utilizados como referência para classificar o imóvel rural como improdutivo, seja, de fato, rediscutida num patamar aceitável.

            Portanto, Sr. Presidente, quero registrar a realização desse importante evento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que vem em caravana. São mais de três mil trabalhadores, de 23 Estados brasileiros, que merecem a acolhida do Parlamento, do Governo e das instituições comprometidas com um Brasil onde queremos, de fato, reforma agrária e justiça no campo.

            Muito obrigado a V. Exª.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/08/2009 - Página 35214