O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, primeiro, quero dizer a V. Exª que, quanto mais o conheço, admiro-o mais. Hoje, V. Exª, mesmo rouco, visivelmente rouco, falando com muita dificuldade, foi o primeiro a chegar, como sempre, tomando a posição que o Regimento da Casa lhe permite, como Secretário da Mesa. Mesmo tendo muita dificuldade na voz, está aí, como Presidente interino, dando conta dos seus deveres, das suas obrigações. Mais uma vez, quero dizer da minha admiração por V. Exª. E tenho certeza absoluta de que a minha admiração é a admiração do povo do Piauí, de quem V. Exª fala com tanto amor nesta Casa.

            Mas, Presidente, quero aqui, nesta questão de ordem - aliás, não é nem questão de ordem, é pela ordem -, dizer da minha preocupação com o que está acontecendo no meu Estado. Estou encaminhando - e vou ler - um ofício ao Ministro Tarso Genro, pedindo-lhe clemência, para que possa conter as ações dos piratas. Presidente, piratas!

            Já falei, várias vezes, em ladrões, assassinos e bandidos que estão tomando conta, Senador Gilvam Borges, do meu Estado. Hoje, há um nome diferente: “piratas”. Agora, é por água, nos rios do Marajó e onde existem rios no Estado do Pará.

            Em São Caetano de Odivelas, uma cidade pacata, turística, onde vários pescadores praticam a pesca esportiva, eles não podem mais fazê-lo, porque estão lá os piratas. Na Ilha do Marajó, 60 embarcações - vou repetir, Brasil: 60 embarcações - são assaltadas por mês. Sessenta, Presidente!

            Aqui faço um apelo. Vou mostrar na tribuna todas as reportagens da imprensa, dos jornais do Estado do Pará, retratando a calamidade em que se encontra hoje o meu Estado em matéria de segurança.

            Reclamei, por várias vezes, nesta tribuna, pedi, por várias vezes, nesta tribuna, clemência em relação aos grandes centros do Estado do Pará, seja a capital, seja outras grandes cidades.

            Hoje faço um apelo ao Ministro Tarso Genro com relação a uma nova modalidade de assalto que foi criada no meu Estado: a dos piratas. Digo, pedindo ao Ministro, Presidente:

“Confiantes na competência e na constante vigilância desse Ministério da Justiça, na função de defensor dos interesses públicos e, impulsionados pelas constantes [...]”

            São notícias vinculadas pela imprensa local, pela imprensa do Estado do Pará, dando conta de que a população do arquipélago do Marajó vive momentos de total desespero em face das constantes ações de piratas e ladrões que atuam na região, onde, em média, sessenta embarcações e fazendas são roubadas mensalmente, gerando-se, logicamente, prejuízos incomensuráveis à economia local, às pessoas e à própria vida dos moradores.

            Solicito, então, a V. Exª, “a adoção de medidas urgentes em socorro do Estado do Pará, visando à reversão do atual quadro de criminalidade jamais visto” em toda a história do Estado do Pará. “Certos da acolhida do pleito, antecipamos agradecimentos e renovamos protestos de estima e consideração.”

            Vou à tribuna amanhã, para fazer referência a esses fatos, mas já estou adiantando, pedindo ao Ministro providências, já que a nossa Governadora, infelizmente, vira as costas para esse fato.

            Muito obrigado, Presidente.