Discurso durante a 128ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do centenário de nascimento de Jaime Câmara.

Autor
Lúcia Vânia (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Lúcia Vânia Abrão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do centenário de nascimento de Jaime Câmara.
Publicação
Publicação no DSF de 12/08/2009 - Página 35273
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • CUMPRIMENTO, PRESENÇA, SENADO, AUTORIDADE, SESSÃO SOLENE, HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, JAIME CAMARA, EX-DEPUTADO, FUNDADOR, JORNAL, O POPULAR, ESTADO DE GOIAS (GO), COMENTARIO, BIOGRAFIA, IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, CONSOLIDAÇÃO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, REGIÃO CENTRO OESTE, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO CULTURAL, REALIZAÇÃO, OBRA FILANTROPICA, CRIAÇÃO, INSTITUIÇÃO ASSISTENCIAL, CEGO, COLABORAÇÃO, MANUTENÇÃO, SANTA CASA DE MISERICORDIA, ATUAÇÃO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO CARENTE.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente em exercício, Senador Marconi Perillo, primeiro signatário do requerimento pelo Senado Federal; Presidente da Assembléia Legislativa de Goiás, Exmo. Sr. Deputado Helder Valin; filho do homenageado e Presidente da Organização Jaime Câmara, Sr. Jaime Câmara Júnior; Diretor Superintendente da Organização Jaime Câmara, Sr. Tasso Câmara; Srªs e Srs. Senadores, Srs. Convidados, ocupo esta tribuna para falar de Jaime Câmara Filho, cujo centenário de nascimento é lembrado nesta sessão solene. Nada é mais lisonjeiro, para mim, do que exaltar a figura desse potiguar que se tornou um legítimo goiano por opção.

            Existem pessoas que, como Jaime Câmara, em sua trajetória, com todos os encontros e desencontros que a vida nos impõe, nunca tiveram questionadas a sua postura, a sua dignidade e a sua respeitabilidade.

            E foi sempre respeitado, em primeiro lugar, porque nunca perdeu a sua coerência. Defendeu, ao longo de toda a vida, as mesmas ideias. Empunhou, ao longo de sua trajetória, as mesmas bandeiras.

            Jaime Câmara foi o responsável pela construção e pela consolidação do maior complexo de comunicação do Centro-Oeste brasileiro, não somente em Goiás, mas em Brasília e no Tocantins.

            Ao lado de seus irmãos e familiares, deu a Goiás voz e expressão cultural nacional, tanto pelo trabalho jornalístico do jornal O Popular como pelo complexo de comunicação televisiva, através da TV Anhanguera.

            Senhoras e senhores, ao chegar a Goiás, vindo de Cauassu, mais tarde Jardim dos Angicos, depois Baixa Verde, hoje João Câmara, no Rio Grande do Norte, o potiguar Jaime Câmara foi funcionário da loteria do Estado, da Comissão de Sindicância instalada após a Revolução de 30 e do Correio oficial.

            Em 1932 participou do Batalhão Goiano, na fronteira com o Mato Grosso, para defender o território do Estado com tropas constitucionalistas paulistas.

            O ano de 1935 foi o divisor de águas na vida de Jaime Câmara. Naquele ano abriu a Jaime Câmara Cia. Ltda. em sociedade com Henrique Pinto Vieira.

            Uma pequena tipografia cujas primeiras publicações foram a revista Legislação Goiana e o jornal satírico Vossa Senhoria.

         Em 1937 adquiriu a participação de seu antigo sócio na tipografia de Goiás e se uniu aos irmãos Joaquim Câmara Filho e Vicente Rebouças Câmara para abrir, em Goiânia, a Sociedade Comercial Jaime Câmara & Irmãos. Era o início da organização Jaime Câmara.

            A Revolução de 30 havia alterado o jogo de poder, enfraquecendo oligarquias e promovendo outros atores políticos, como Pedro Ludovico Teixeira, que propôs a mudança da capital e a construção de Goiânia.

            Jaime Câmara, de início, encampou a ideia, tanto que não só apoiou a mudança da capital de Goiás como tratou imediatamente de comprar o terreno para instalar a sede da Organização Jaime Câmara.

            A par de sua empreendedora atuação empresarial, ao lado de seus irmãos Joaquim Câmara Filho e Vicente Rebouças, Jaime Câmara teve uma atuação política que se destaca no cenário histórico do Estado de Goiás.

            Aqui faço uma homenagem ao também jornalista Joaquim Câmara Filho, que também foi engenheiro agrônomo e, como tal, foi Secretário de Estado da Agricultura por duas vezes, Prefeito da cidade de Anápolis e Pires do Rio, duas das maiores cidades do Estado.

            No seu lado jornalístico, Joaquim Filho foi Diretor e Editor-Geral de O Popular até a sua morte, em 1955. A sua morte prematura não permitiu que ele visse a consolidação de Brasília, mas deu a sua contribuição como membro da Comissão de Cooperação pela Mudança da Capital Federal. Ao morrer, ele dirigia o escritório regional do Instituto Brasileiro do Café (IBC) em Goiás.

            Senhoras e senhores, Jaime Câmara, quando faleceu, deixou na direção da Organização Jaime Câmara o talento de Jaime Câmara Júnior.

            Graças à visão empresarial, à sua capacidade gestora e ao seu amor por Goiás, vem consolidando o grupo que dirige como um dos maiores complexos de comunicação do País.

            Nessa obra meritória, sob todos os aspectos, ombreiam-se com ele os familiares, que, cada vez mais, acentuam o seu amor pela terra que adotou Jaime Câmara e foi por ele adotada.

            Jaime Câmara é exemplo de idealismo, determinação e aguçada visão de futuro. Com isso, jamais perdeu o senso de realidade. Foi, inquestionavelmente, um dos maiores empreendedores da indústria de comunicação do Brasil.

            Escritor, ocupou a Cadeira 17 da Academia Goiana de Letras; pertenceu à UBE - União Brasileira de Escritores, Seção de Goiás; e, jornalista, criou a Associação Goiana de Imprensa, AGI.

            Sua generosidade era conhecida em todos os quatro cantos de Goiás. Tanto é que fundou o Instituto Artesanal dos Cegos e deu excepcional contribuição à Santa Casa de Misericórdia, através de várias campanhas de benemerência, levando, com essas iniciativas, inúmeros benefícios às camadas mais sofridas e carentes da sociedade.

            Para tanto, não hesitava em disponibilizar os veículos de comunicação de seu grupo para causas beneméritas e filantrópicas.

            Enquanto primeira dama do Estado, tive o privilégio de militar ao lado de Jaime Câmara nos primórdios das obras assistenciais por ele apoiadas e no Instituto Artesanal dos Cegos. Foi aí, aliás, que tive a inspiração para abraçar a carreira política, buscando um espaço em que pudesse, mais efetivamente, servir ao meu Estado de Goiás.

            Ao se casar com Maria Célia Câmara, em 1943, encontrou uma companheira que compartilhava das mesmas preocupações. Como marchand e galerista, Célia Câmara apoiou, descobriu e divulgou o trabalho de inúmeros artistas plásticos em Goiás.

         Por tudo isso, quero, mais uma vez, homenagear o potiguar mais goiano que tive o privilégio de conhecer e com ele conviver.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Gostaria, finalmente, de render aqui homenagem ao Cristiano Câmara Júnior, a quem eu conheço desde menino, e que, sem dúvida nenhuma, deverá ser o grande desafiante dos novos passos do futuro da Organização Jaime Câmara.

            Muito obrigada. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/08/2009 - Página 35273