Pronunciamento de João Ribeiro em 11/08/2009
Discurso durante a 128ª Sessão Especial, no Senado Federal
Comemoração do centenário de nascimento de Jaime Câmara.
- Autor
- João Ribeiro (PR - Partido Liberal/TO)
- Nome completo: João Batista de Jesus Ribeiro
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Comemoração do centenário de nascimento de Jaime Câmara.
- Aparteantes
- Marco Maciel.
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/08/2009 - Página 35278
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- CUMPRIMENTO, PRESENÇA, SENADO, AUTORIDADE, SESSÃO SOLENE, HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, JAIME CAMARA, EX-DEPUTADO, ESTADO DE GOIAS (GO), FUNDADOR, EMPRESA, EMISSORA, RADIO, TELEVISÃO, IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, LUTA, CRIAÇÃO, ESTADO DO TOCANTINS (TO).
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. JOÃO RIBEIRO (Bloco/PR -TO. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Senador Marconi Perillo, cumprimento V. Exª pela feliz iniciativa de o Senado prestar esta justa homenagem a esse brasileiro que tantas histórias importantes e tanto legado deixou para todos nós. E quero, ainda, cumprimentar o Dr. Jaime Câmara Júnior, meu amigo pessoal por quem tenho muito respeito e admiração, filho de Jaime Câmara, que vem dando prosseguimento ao sucesso já alcançado pelo seu pai nas empresas de rádio, jornal e televisão, em todo o complexo empresarial. Cumprimento o Sr. Tasso Câmara também, membro da família, que o ajuda nessa missão.
Não posso deixar de registrar com alegria a presença da Drª Fátima Roriz, que comanda o complexo do Grupo Jaime Câmara. Até pediria à Mesa, se possível, para convidá-la a fazer parte da Mesa, já que ela, nossa conterrânea lá do Tocantins por adoção também, comanda o complexo do Grupo Jaime Câmara no Estado do Tocantins.
Eu gostaria também, Sr. Presidente, de aqui, in memoriam, prestar homenagem a um querido amigo que se foi há muitos anos, que chegou em Araguaína para instalar e para preparar o Grupo Jaime Câmara para o futuro Estado do Tocantins. Refiro-me a um funcionário da empresa, homem que prestou grandes serviços à Organização Jaime Câmara, o Dr. Aguinaldo Borges Pinto, de saudosa memória, que tão bem plantou as primeiras sementes do Grupo Jaime Câmara no Estado do Tocantins.
Sr. Presidente, eu até preparei aqui um discurso, mas vou abandoná-lo e procurar fazer de improviso, já que os ilustres Senadores que me antecederam disseram praticamente tudo o que eu havia escrito aqui para falar e, portanto, vou procurar não ser repetitivo.
Nós sabemos muito bem, todos os tocantinenses, todos os goianos e as pessoas que moram em Brasília, no Centro-Oeste, que, para registrar qualquer fato de nossa história, é preciso se lembrar de Jaime Câmara, daquele que chegou a Goiás, como todos aqui disseram, começou a sua vida, veio à busca do seu irmão Joaquim, saiu lá da pequena cidade do Nordeste, do Rio Grande do Norte, e chegou a Goiás, onde começou suas empresas, com uma pequena tipografia; depois, foi crescendo e implantando o seu complexo empresarial.
E para a nossa alegria, nós tocantinenses, Sr. Presidente... Todo tocantinense, a não ser aqueles que nasceram bem depois, por origem, é também goiano. Eu nasci em Goiás e sou da pequena Campo Alegre de Goiás, próximo de Catalão, mas sou tocantinense de coração.
Lembro-me aqui, meu querido Jaime Câmara Júnior, e minha querida amiga Fátima Roriz, quando eu era Deputado Estadual, do primeiro pronunciamento que fiz na Assembléia Legislativa de Goiás em defesa da criação do Estado do Tocantins. E para falar na criação do Tocantins, no Estado do Tocantins, dentre as pessoas que lutaram pela criação do Estado, se nós formos escolher cinco figuras importantes, temos que falar de Jaime Câmara sem nenhuma dúvida. Claro que nós temos que lembrar os Deputados Federais Siqueira Campos, Freire Júnior e de tantos homens e mulheres importantes que lutaram.
Mas eu me lembro, como se fosse hoje, que fui até a Organização Jaime Câmara pedir apoio para fazer um pronunciamento pela criação do Estado do Tocantins. E lá o querido amigo João Rocha Ribeiro Dias, que foi Senador da República pelo Estado do Tocantins, me ajudou a escrever o primeiro pronunciamento que fiz na Assembléia Legislativa de Goiás.
E saímos, naquela época, Senador Leomar Quintanilha, em caravana pelo Tocantins afora, percorrendo, de cidade em cidade, numa aeronave da Jaime Câmara. Não sei se ela ainda tem o mesmo avião. Deve ter outros mais modernos. Naquela época, era um Sêneca. Mas nós saímos de cidade em cidade, peregrinando, colhendo assinaturas e debatendo com a população do querido Estado do Tocantins, para colher assinaturas, aquelas 100 mil assinaturas que nós recolhemos naquela época, para apresentar na Constituinte.
Portanto, lembro-me de todos esses fatos com saudade, mas também com espírito de gratidão por aquele que tantas coisas importantes fez e que só deixou boas lembranças, não apenas a semente familiar, mas também os amigos, os empresários - ele, que foi exemplo - e como pai de família, como cidadão. Eu acho que todos nós temos que nos orgulhar de tudo que ele deixou, lembrar com alegria e com saudade, é claro.
Conversava eu, também, com o Senador Leomar Quintanilha - o Senador esteve desde o início; nós, que somos lá do Tocantins também, que somos goianos tocantinenses - das campanhas que o Dr. Jaime Câmara fez e das conversas que ele tinha com a gente durante o processo eleitoral da sua campanha. E o Dr. Aguinaldo nos convidava... eu, que era apenas um Vereador de Araguaína - aliás, eu não era ainda Vereador; eu me preparava para ser Vereador, porque a Jaime Câmara se instalou em 1976, se a memória não me trai, na cidade de Araguaína, a rádio e a televisão; depois veio o Jornal do Tocantins, veículo de importante comunicação, foi o pioneiro e ainda hoje está crescendo a cada dia, a rádio, o jornal e a televisão.
Mas eu me lembro, Dr. Jaime Câmara, das conversas do seu saudoso pai. Já na campanha, ele nos dava conselhos e dizia que queria ser eleito para ajudar aquela região pobre de Goiás. E ouvia o Senador Demóstenes Torres quando falava que Goiás, dizia no seu pronunciamento, com muita propriedade, era considerado o Estado mais pobre do Brasil. Se Goiás era o mais pobre, imaginem a região norte de Goiás, o nosso hoje querido Estado do Tocantins!
Portanto, foi exatamente lá a região que mais emocionou e mais sensibilizou o nosso querido Jaime Câmara, o Deputado Federal Jaime Câmara. Faço aqui das minhas palavras a palavra do tocantinense mais simples e mais humilde de todas as regiões do nosso Estado. E tenho certeza de que todos aqueles que o conheceram, ou pessoalmente ou a sua história, gostariam de estar aqui homenageando ao Dr. Jaime Câmara.
O Sr. Marco Maciel (DEM - PE) - Senador João Ribeiro.
O SR. PRESIDENTE (Marconi Perillo. PSDB - GO) - Senador Marco Maciel, vou passar a palavra a V. Exª logo após.
O SR. JOÃO RIBEIRO (Bloco/PR - TO) - Mas eu concedo, porque tenho certeza, Senador Marconi, que um aparte do Senador Marco Maciel será muito mais importante que o meu pronunciamento para esta sessão.
Concedo, com muito prazer.
O Sr. Marco Maciel (DEM - PE. Com revisão do aparteante.) - Não apoiado. É generosidade de V. Exª. Nobre Senador João Ribeiro, desejo, antes de mais nada, saudar o Presidente Marconi Perillo, que preside esta sessão do Senado Federal, o Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Dr. Helder Valim, e o jornalista Luís Fernando Rocha Lima, e fazer uma referência à presença do jornalista Jaime Câmara Filho. Posso dizer que tive a ventura de ser colega, durante duas legislaturas, do homenageado de hoje, o jornalista Jaime Câmara. Nele eu identificava duas grandes qualidades. Primeiro, uma grande visão empresarial. Ele, como poucos, conhecia o País, e, de modo especial, com muita lucidez os problemas do Centro-Oeste, região que se constitui em grande e expressivo processo de crescimento econômico e social. Por outro lado também, ele possuía uma visão muita nítida das questões que diziam respeito à imprensa brasileira. Prova do que afirmo é que, hoje, as Organizações Jaime Câmara estão presentes, de forma positiva, no Centro-Oeste brasileiro, com repercussão no plano nacional, não apenas por meio de jornais, mas inclusive por intermédio de rádios e televisão. Sem cometer nenhum exagero, quero dizer que O Popular, jornal de Goiânia que leio com frequência - até porque tenho filha e dois netos que moram naquela Capital -, é um dos melhores jornais do País, não apenas pelo noticiário que apresenta, mas também pelo fato de possuir comentaristas de diferentes temas, nos planos econômico, social e político. O Popular, a meu ver, é uma grande praça intelectual. Uma vez, Ortega y Gasset, filósofo espanhol, disse que um jornal tem como sua principal tarefa ser uma grande praça intelectual, e o jornal O Popular é essa grande praça intelectual. Encontramos matérias das mais diferentes questões e temas, com cobertura feita de forma muito responsável e consequente, o que não deixa de contribuir para o levantamento cultural do nosso povo, porque a mídia impressa ainda exerce um papel muito importante. O que está escrito fica. Há uma expressão latina que diz que a palavra voa, mas a palavra escrita fica: verba volat, scripta manet. A escrita permanece. Sou um gutemberguiano, gosto da mídia impressa, talvez mais do que da mídia televisiva. Daí por que dou muito importância à existência, em nosso País, de bons jornais, bons periódicos, que muito concorrem para, como eu disse, melhorar a consciência cívica de nosso povo e culturalmente enriquecer o País. O mundo de vai se dividir entre os que sabem e os que não sabem, porque essas modernas mídias estão provocando o aparecimento de novos paradigmas. Não tenho dúvida de dizer que, se o Brasil deseja - e tem condições de realizar esses objetivos -, de ser um grande país com projeção na comunidade internacional, vai necessitar, cada vez mais, de bons jornais, de bons veículos que ajudem a fazer com que a sociedade brasileira seja plenamente conhecedora dos nossos problemas e de suas soluções, contribuindo, assim, para que sejamos a nação que tanto sonhamos, atenta a tudo de que o homem precisa: pão, espírito, justiça e liberdade. Acho oportuna a iniciativa desta sessão e acredito que a homenagem que se presta ao empresário e jornalista Jaime Câmara faz com que todos reflitamos sobre o papel que tem a mídia, de modo especial, a meu ver, a mídia impressa. Portanto meus cumprimentos ao povo de Goiás e às suas lideranças aqui presentes em grande número e os votos de continuado êxito às Organizações Jaime Câmara, que tanto ajudam o País se conhecer da melhor forma. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. JOÃO RIBEIRO (Bloco/PR - TO) - Sr. Presidente, como pudemos constatar e presenciar, realmente um belo registro do querido amigo Senador Marco Maciel. Fiz questão de abrir esse espaço porque eu tinha certeza de que seria um registro muito importante para este momento, nesta homenagem tão justa.
Mas quero, Sr. Presidente, encerrar a minha fala de improviso, registrando a presença do querido amigo Luiz Fernando Rocha Lima, do Presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, das autoridades de Goiás que vieram, dos goianos - e nós somos irmãos, goianos e tocantinenses, haja vista que a empresa Jaime Câmara está fincada, com suas raízes muito bem fincadas, em território tocantinense; é o veículo de comunicação mais importante do nosso Estado.
Desejo também registrar que, lá no Jornal do Tocantins, nós temos que nos lembrar de um intelectual, Sebastião Pinheiro, o grande jornalista Sebastião Pinheiro, que realiza um grande trabalho e comanda a parte jornalística do Jornal do Tocantins.
Portanto, meus parabéns, meus cumprimentos à família e a todos que conheceram e que, com esta sessão de homenagem, passaram a conhecer um pouco mais da história daquele nordestino que tanto bem fez ao Centro-Oeste brasileiro e ao meu querido Estado do Tocantins.
Muito obrigado. (Palmas.)
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