Discurso durante a 124ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Contesta a publicação na imprensa de que alguns partidos teriam proposto ao PT a possibilidade de associar-se a uma solicitação de renúncia do Presidente Sarney.

Autor
Aloizio Mercadante (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Aloizio Mercadante Oliva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO.:
  • Contesta a publicação na imprensa de que alguns partidos teriam proposto ao PT a possibilidade de associar-se a uma solicitação de renúncia do Presidente Sarney.
Publicação
Publicação no DSF de 06/08/2009 - Página 34581
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • DESMENTIDO, INEXATIDÃO, NOTICIARIO, AUSENCIA, DISPOSIÇÃO, TOTAL, PARTIDO POLITICO, PEDIDO, RENUNCIA, PRESIDENTE, SENADO.
  • ESCLARECIMENTOS, MANUTENÇÃO, POSIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), SUGESTÃO, PRESIDENTE, SENADO, LICENCIAMENTO, PRAZO DETERMINADO, BENEFICIO, IMPARCIALIDADE, INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, PRESERVAÇÃO, REPUTAÇÃO, LEGISLATIVO, EXPECTATIVA, ATUAÇÃO, CONSELHO, ETICA, ISENÇÃO, ANALISE, REPRESENTAÇÃO, GARANTIA, DIREITO DE DEFESA.

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT - SP.

Como Líder. Sem revisão do orador.) - Agradeço-lhe,

Sr. Presidente.

Como vi que o encaminhamento predominante

é o de que iniciemos imediatamente a reunião do

Conselho de Ética - respeitarei, evidentemente, a

vontade da maioria dos Líderes -, só queria registrar,

Presidente Sarney, em primeiro lugar, que hoje parte

da imprensa publicou uma informação de que alguns

Partidos teriam oferecido ao PT a possibilidade de

nos associarmos a uma solicitação de renúncia de V.

Exª, que o PSDB estaria encaminhando essa proposta,

bem como os Democratas, o PSB e o PDT. Quero

dizer que, em nenhum momento, recebi proposta de

renúncia de nenhum desses Partidos.

Peço que as coisas sejam colocadas com transparência,

para que possamos estabelecer um caminho

de convivência e de discussão com a imprensa, com

a sociedade e com o Brasil.

O Presidente do PSDB disse hoje à imprensa que

a proposta do Partido era a de uma licença de sessenta

dias. Quanto aos Democratas, o Senador José

Agripino, desta tribuna, ontem, disse, de forma muito

transparente, que a posição deles não era a da renúncia,

que a proposta deles era a licença. O PDT e o PSB

também nos acompanharam nessa proposta.

Nossa bancada manteve, desde o início dessa

crise, a mesma posição. Todos acompanharam que

houve divergência com o Partido, com o Governo, mas

a nossa posição era muito clara: achávamos que a licença

temporária do Presidente ajudaria o ambiente da

defesa, ajudaria o ambiente da apuração, distensionaria

o Senado e preservaria a instituição. A Presidência se

associa à imagem do Senado, e já vivemos isso outras

vezes na História. Avaliamos que essa atitude evitaria

uma série de desgastes, de enfrentamentos e de tensões

que estamos vivendo. E por que a licença e não

a renúncia? Porque a licença dá o direito à defesa; a

renúncia é um prejulgamento, uma condenação, sem

o contraditório, sem a argumentação, sem a defesa.

Mantemos nossa posição de licença, achamos que

esse seria o melhor encaminhamento para essa crise, mas

iremos ao Conselho de Ética, muito atentos, para analisarmos

cada um dos argumentos da defesa e cada um dos

argumentos das representações que foram feitas. Temos

de ter critério e de aprofundar essas questões. Devemos

estar abertos às argumentações, às fundamentações,

ao contraditório, porque, sem isso, não há justiça. Não

temos de nos açodar, de nos precipitar, de tomar uma

decisão partidária, simplesmente engavetando todas as

denúncias ou mantendo-as em bloco, porque esse não é

o caminho de convivência de uma Casa que tem de, no

devido processo legal, mostrar diferença, mostrar que é

capaz de abdicar das suas paixões políticas imediatas,

dos seus vínculos mais profundos, do ponto de vista de

um projeto de poder, e de analisar com objetividade, com

isenção e com profundidade.

Por isso, a nossa disposição - e tenho certeza

de que é a dos representantes do bloco de sustentação

ao Governo, do Partido dos Trabalhadores -, no

Conselho de Ética, é a de analisar com profundidade

essas questões e de nos debruçar sobre toda a defesa

que foi apresentada aqui. Mas, igualmente, analisaremos

a natureza das denúncias e das representações

que foram feitas.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/08/2009 - Página 34581