Discurso durante a 130ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentário acerca da decisão do Presidente do Conselho de Ética que determinou o arquivamento de representação contra S.Exa.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO.:
  • Comentário acerca da decisão do Presidente do Conselho de Ética que determinou o arquivamento de representação contra S.Exa.
Aparteantes
Cristovam Buarque, Flexa Ribeiro, Lobão Filho, Lúcia Vânia, Tasso Jereissati.
Publicação
Publicação no DSF de 13/08/2009 - Página 35636
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • ANALISE, DECISÃO, CONSELHO, ETICA, ARQUIVAMENTO, REPRESENTAÇÃO, AUTORIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ACUSAÇÃO, ORADOR, QUEBRA, DECORO PARLAMENTAR, MOTIVO, REPRESALIA, DENUNCIA, IRREGULARIDADE, PRESIDENTE, SENADO.
  • REITERAÇÃO, COMPROMISSO, COMBATE, CORRUPÇÃO, SENADO, AUSENCIA, CONCESSÃO.
  • ELOGIO, TASSO JEREISSATI, SENADOR, RECONHECIMENTO, ERRO, USO DA PALAVRA, COMPROMISSO, QUALIDADE, DEBATE, SOLIDARIEDADE, ORADOR, LUTA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), SOLUÇÃO, IMPASSE, SENADO, DIRETRIZ, REFORMULAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, DEFINIÇÃO, MANDATO, DIRETOR GERAL, PROMOÇÃO, AUDITORIA, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA, ATENDIMENTO, COBRANÇA, OPINIÃO PUBLICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente, Senador Mão Santa.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Presidente do Conselho de Ética desta Casa, Senador Paulo Duque, houve por bem fazer aquilo que a lógica e o bom senso ordenavam: mandou arquivar a representação que o PMDB havia feito contra mim naquele mesmo Conselho.

            Em primeiro lugar, voltemos ao passado bem recente. Diferentemente das denúncias e das representações - denúncias de minha lavra e representações do meu Partido - envolvendo o Presidente desta Casa, o Senador José Sarney, o PMDB deixou bem claro que representaria contra mim, autor da denúncia - e eu passaria de denunciante a réu, numa manobra artificial que não engrandece, de forma alguma, quem possa trilhar esse caminho -, mas representaria se o meu Partido endossasse, em forma de representação, as denúncias que eu havia feito. E eu fui muito claro: interferi junto ao meu Partido para que o meu Partido não recuasse. Interferi junto ao meu Partido, para que o meu Partido se mantivesse firme. Intervim junto ao meu Partido, para que o meu Partido pensasse na opinião pública, pensasse na sociedade brasileira, pensasse no decoro do Senado e não na minha questão individual.

         Então, a peça nasceu do rancor, a peça nasceu da revanche, nasceu da vindita. Não foi nada motivado por indignação; foi um cálculo. Isso, obviamente, deve ter sido observado pelo Presidente do Conselho de Ética.

            Havia um outro ponto lógico: S. Exª havia recusado onze representações densas, bem formuladas; recusou onze representações contra o Presidente da Casa. Seria um tanto estranho se resolvesse abrir um processo para eventual punição a mim por quebra de decoro depois dessa atitude que tomou, tendo sido eu... Se estamos aqui falando novamente... E as pessoas me dizem para não falar mais nisso, mas eu falo nisso a vida inteira, não tenho do que me envergonhar: um funcionário meu ficou no exterior com autorização minha. A imprensa denuncia - é bom que faça isso mesmo -, eu vou à tribuna e assumo o meu gesto, como faço com todos os fatos da minha vida, mando o Senado calcular o que havia sido gasto com os salários pagos a esse jovem e reponho aos cofres do Senado Federal.

            Eu espero até, Sr. Presidente, que isso vire jurisprudência, que todos passem a agir assim daqui para frente. Nós sabemos que não é o único caso, não foi o único caso. Peço à Mesa - e ontem pedi energicamente ao Presidente - que me desse a lista daqueles que saíram legalmente daqui, estatutários ou comissionados, que saíram daqui legalmente, com despesas pagas pelo Senado, para nós vermos o tamanho da lista. E S. Exª me disse que estava compilando a lista. Eu até disse que deveria ser um calhamaço pela demora em me darem as respostas.

            Mas muito bem. O fato é que eu arquei com as minhas responsabilidades e me sentia muito à vontade para enfrentar qualquer tormenta, qualquer momento de dificuldades.

            Eu lembro a V. Exª, Senador Tasso Jereissati, que ontem fez um belo pronunciamento, um pronunciamento que não pode ser confundido com ninguém com bandeira arriada, com acordão ou quaisquer denominações que primariamente possam supor, nós temos uma luta a travar e vamos travar essa luta, mas quero lembrar a V. Exª, que é filho de um colega de meu pai de Senado, que à altura dos sete anos de mandato do meu pai, Senador Arthur Virgílio Filho, desabou sobre o seu mandato e sobre os seus direitos políticos também a ira do AI-5 e dos generais ditadores da época que manipulavam os cordéis da Nação.

            Eu estava vendo uma coincidência muito estranha, porque, à altura dos sete anos do meu mandato de Senado, em plena democracia, desabaria contra mim, porventura, no mais absurdo e kafkiano dos processos, desabaria sobre minha cabeça a ameaça de cassação de meu mandato por denunciar desmandos, por denunciar corrupção, por denunciar o quadro de mazorca que se havia instalado aqui no Senado da República. Eu só teria orgulho; eu não teria medo em nenhum momento.

            Portanto, Sr. Presidente, gostaria de dizer que recebi com tranquilidade a decisão. Disse, nas minhas declarações à imprensa, que o bode foi retirado da sala, ou seja, era um bode e foi retirado da sala, e que a nossa luta continua. Argumentei algo simples, porque eu dizia a amigos, já falando mais informalmente: quer dizer que, se eu sou denunciado injustamente, réu sem crime, se eu sou denunciado injustamente, levando-se em conta que o Presidente havia liberado das acusações o Presidente Sarney... Se eu sou denunciado, eu viraria herói, alguém admirável, enfim. Se eu não sou - e se faz justiça no meu caso -, então se fez um acórdão; então houve alguma coisa bastarda, houve alguma coisa ilegítima, alguma coisa espúria.

            Creio que é hora de muita maturidade por parte de todos que analisam e fazem política de dentro ou de fora, mas fazem política neste País. Em primeiro lugar, eu fui alvejado, não pelo equívoco que cometi, que não é capitulável em nenhum artigo do Código Penal - e que por ele paguei, vamos ser bem claros -, mas fui alvejado porque fui o primeiro a chamar a atenção para o quadro, hoje, que é de extrema gravidade, por que passa o Senado Federal. Fui alvejado por isso. Fui alvejado por ter sido enérgico do começo até o fim dessa luta. E ninguém confunda o tom, que é um tom muito nítido pelo qual optamos, nós do PSDB e, acredito, nós que estamos nessa luta irmanados, Senador Cristovam Buarque, tantos de nós, que é o de não deixarmos de dizer as coisas que temos que dizer, mas num tom que não tem que ser nenhum tom exasperado, não, tem que ser o tom da fala de V. Exª ontem, Senador Tasso Jereissati.

            V. Exª, ontem, num gesto de humildade, digno de elogio, pediu desculpas à Nação brasileira pelo incidente de dias atrás, e só age assim quem tem nobreza no coração, só age assim quem tem decência no cérebro e na alma. Só age assim quem tem alma.

            V. Exª foi muito claro: o PSDB e seus aliados se mantêm nessa luta com firmeza até o final. Não houve e não haverá barganha, não houve e não haverá concessão. Houve e há compromisso com o decoro desta Casa. Houve e há o compromisso com tirarmos o impasse em que ela está, e vamos lutar para tirar esta Casa do impasse em que ela está. Portanto, se alguém me pergunta o que me esperava, digo que esperava mais ou menos isso, que fosse feita justiça. Teria de enfrentar uma atitude arbitrária se, porventura, ela tivesse sido adotada contra mim.

            Jamais deixei de confiar no conjunto do Conselho de Ética, jamais coloquei em dúvida o Presidente Paulo Duque. Não tenho porque pré-julgar ninguém; não pré-julgo ninguém. E jamais deixaria de confiar no Plenário desta Casa, jamais deixaria de confiar no bom-senso do Plenário, na dignidade de um Senador como o Senador Flávio Arns, que tem sido enfático, na dignidade de tantas pessoas que sabem que o que está jogo é a honra da instituição Senado Federal.

            Portanto, é hora de posições incisivas e claras. Não é hora de bazófias, não é hora de baderna. É hora de posições incisivas e muito claras, e essas posições serão mantidas e adotadas por mim, pelos meus companheiros, pelos meus liderados tucanos, na esteira da convicção que formamos. E que fique bem claro: acordo nenhum; acordão nenhum. Nada! Tenho a impressão de que esse raciocínio rebaixa quem o formule, porque eu não teria de ter o meu mandato injustamente cassado, repito, réu sem crime, para provar que não houve acordão. Seria algo descabido, algo despropositado.

            Por outro lado, registre-se que, ao longo de todo esse tempo, procurei, de maneira serena, constante e firme, Presidente Marconi Perillo, manter a mesma linha e muita linha, acima de provocações, acima de jogo rasteiro e, ao mesmo tempo, assumindo um compromisso, que é desagradável, de não deixar, no que toca modestamente a mim, esta Casa se apartar, como se tem apartado, da opinião pública.

            Ouço o Senador Cristovam Buarque. Em seguida, o Senador Tasso Jereissati.

            O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) - Senador Arthur Virgílio, não esperava de V. Exª outra coisa a não ser dizer, enfaticamente como está dizendo, que não há nenhum acordo, nenhum acobertamento. Fizeram porque fizeram. E, de fato, fizeram porque não havia a menor possibilidade, a meu ver, de arquivarem 11 processos, com a gravidade que cada um deles tinha, contra o Presidente Sarney e deixarem ir adiante esse processo contra um ato seu, reconhecido, do qual fez mea culpa, e por conta do qual está reembolsando o Senado. Então, não tinha a menor dúvida de que poderiam fazê-lo. O que me alegra é a percepção - e nunca tive dúvida disso - de que isso não é nenhum acordo, até porque o discurso de ontem do Senador Tasso Jereissati foi muito importante ao falar da paz. Mas não vai haver paz entre Senadores enquanto não houver paz dos Senadores com o povo e a opinião pública. E essa segunda paz, que é a mais importante, não está ocorrendo neste momento, haja vista o que aconteceu, há pouco, aqui em cima, quando estudantes foram maltratados pela polícia para impedir que fizessem uma manifestação. Em que lugar está escrito que uma faixa que diga “Fora Fulano de Tal” é proibida lá fora do prédio do Senado? Se houver manifestações aqui dentro, que interrompam o nosso trabalho, estou de acordo, pois é preciso por ordem. Não se pode deixar que a desordem seja feita em nome de protesto. Mas lá fora, mesmo que em cima do prédio, lá fora sem prejudicar nada do serviço, sem prejudicar passagem de ninguém? Essa é uma prova de que o Senado, talvez, esteja descobrindo o despotismo no lugar do nepotismo. Isso é muito perigoso. Precisamos fazer as pazes com o povo. E essa paz exige continuar, aqui dentro, a disputa que vimos fazendo. Claro que podemos fazer um acordo no sentido de que palavras usar, que não se pode ficar dizendo que obra na cabeça de jornalista; que não pode ficar se chamando um ao outro disso ou daquilo. Mas acordo do ponto de vista de esconder qualquer coisa, de impedir a investigação, esse acordo eu fico feliz de escutar V. Exª dizendo que não vai tolerar. O que aconteceu foi algo, claro, benéfico para todos nós, inclusive, seus amigos, mas não é parte de uma barganha. Fico feliz de ouvir isso.

            Não tenho a menor dúvida de que é assim que o senhor pensa e de que vamos continuar lutando aqui para fazer a paz com o povo e, aqui dentro, a paz entre nós. Mas não podemos fazer a paz entre nós antes de fazer a paz com o povo, até porque o povo não vai deixar. Manifestações estão arrebentando por todas as partes deste País. Amanhã, às 10 horas, na sede nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), aqui, em Brasília, haverá uma manifestação pela ética no Senado. Isso está acontecendo em muitos lugares. Há cidades em que o comércio está fechando suas portas durante algumas horas e em que estudantes estão parando as aulas para falarem do que acontece no Senado. Essa é a paz de que a gente vai precisar. Para isso, é preciso muita sabedoria, muita compreensão, mas, sobretudo, muita firmeza. E fico feliz de ver que o senhor faz parte daqueles que não abrem mão da firmeza, na luta por um Senado melhor.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador Cristovam.

            A propósito dessa história de acordão, de acordinho, o que seja, dessa mistificação, desse fetiche em torno disso, relatei ao Senador Jereissati, ainda há pouco, no gabinete da Liderança do nosso Partido, a conversa que tive com meu filho de dezessete anos, que é um futuro engenheiro, que vai fazer vestibular. Ele tem cabeça de engenheiro e disse - a cabeça dele funciona mais ou menos assim: “Vou fazer vestibular para UnB e vou passar, mas não vou cursar. Vou fazer vestibular para o IME, talvez passe, talvez não passe, mas não vou cursar. Vou fazer vestibular para o ITA, não vou passar este ano, com certeza, mas vou me preparar para, no outro ano, passar. Preciso fazer cursinho específico para o ITA”. Essa é a cabeça lógica dele. Ontem, conversando comigo sobre isso, ele me disse: “Olha, pai, não vejo, matematicamente, nenhuma possibilidade de prosperar isso contra você. O Presidente do Conselho não deixará, porque ficaria estranho liberar o Presidente Sarney de onze acusações e fazer isso contra você, gerando três reações, e uma delas é a de transformar você numa vítima brutal perante o País, transformando você numa bandeira”. Isso ele disse em outras palavras, porque, politicamente, ele não é ainda uma figura tão sofisticada assim. Mas disse: “Segundo, acirrando os ânimos, seu Partido, seus companheiros, seus amigos se levantarão. Terceiro, as coisas se tornarão imprevisíveis até para aqueles que possam ter tomado essa iniciativa contra você”.

            Estou falando nas minhas palavras aquilo que, com palavras mais simples, meu filho, de dezessete anos, disse-me ontem. Eu disse: “Olha, filho, estou absolutamente tranquilo em relação a isso. Tive a opção. A opção fui eu que fiz. Ninguém me empurrou para essa opção”. Há essa história de...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Peço a V. Exª um pouco mais de tempo, Sr. Presidente.

            Há essa história de destinos entrelaçados. Não tenho destino entrelaçado com ninguém. Sou casado pela segunda vez, e meu destino não ficou eternamente entrelaçado com o da minha primeira esposa. Tomara que seja meu último casamento! Mas não tenho destino entrelaçado com ninguém. Tenho destino entrelaçado com minha própria honra, com minha própria coerência, com minha própria vida.

            Portanto, repito, retiraram o bode da sala. Havia um bode na sala, e o bode saiu da sala. Era algo que não deveria ter existido, que não precisaria ter existido e que, se existiu, foi porque meu Partido insistiu em não se afastar da solidariedade a mim e da luta, fazendo as representações. Portanto, voltou-se à normalidade. Entendo dessa forma, com a mesma tranquilidade com que tenho aqui manifestado.

            Agradeço a V. Exª, Senador Cristovam, a solidariedade, a firmeza com que se porta, o equilíbrio que não o abandona; esse equilíbrio é fundamental. Nós temos de mostrar que é possível se travar uma luta dura, mas uma luta em que haja espaço para se ter o respeito pela opinião dos outros, o respeito pela divergência, o respeito pela diversidade, o respeito pela diferença. E V. Exª sabe, como ninguém, como fazer isso.

            Portanto, aqui vai minha homenagem e o agradecimento pela manifestação de fraternidade que sempre dedicou a este seu companheiro, ao longo de todo esse processo, e que, simplesmente, encaro de maneira muito natural, muito normal. Agradeço a V. Exª.

            Concedo aparte ao Senador Tasso Jereissati. Em seguida, eu o concederei ao Senador Flexa Ribeiro.

            O Sr. Tasso Jereissati (PSDB - CE) - Senador Arthur Virgílio, confesso a V. Exª que eu não tinha a menor preocupação em relação ao andamento da representação que foi feita contra V. Exª, até porque não era propriamente uma representação em função de um comportamento de V. Exª que viesse a ferir o decoro ou a ferir a ética nesta Casa, mas era, claramente, uma retaliação política. E o Conselho de Ética, Senador Cristovam, evidentemente, não é um fórum político. É um fórum que trata de questões específicas, acima dos partidos políticos, e que defende a instituição, não um partido ou outro. Defende o padrão mínimo que uma instituição como o Senado Federal precisa ter. Eu não tinha preocupação em relação a isso, porque isso não cabia ao Presidente do Conselho de Ética, não haveria justificativa que o pudesse levar adiante nessa atitude. Por outro lado, sei que isso é incômodo para qualquer um de nós. Por mais limpa que seja a sua vida, por mais transparência que se tenha tido em toda a vida política, pessoal, privada, não é cômodo se ver na situação de, todos os dias, ter de se explicar diante das câmeras de televisão no País inteiro, dizendo que nada fez de errado. Isso é incômodo principalmente para aqueles que têm brio, amor próprio e nome a zelar e que, nesse nome, têm seu maior patrimônio. Ninguém gosta disso, nunca ouvi alguém dizer que gostaria de ir para o Conselho, por mais tranquilo que estivesse em relação à sua vitória, à sua inocência. Diz o Senador Jarbas Vasconcelos que, em política - não é só em política, até no casamento -, se você tem de se explicar toda a vida, a situação não é boa, não é cômoda. E é isto que se tentou fazer: obrigar quem estava evidentemente na ofensiva - V. Exª estava à frente de uma ofensiva muito grande - a sair da ofensiva e a passar a se explicar. E tem se tentado fazer isso aqui com vários outros Senadores, para que eles venham aqui se explicar, igualando todo mundo nesse jogo. Diante de tudo isso, vi que V. Exª, em nenhum momento, deixou-se intimidar, mudou sua conduta, mudou sua atitude em relação aos problemas que existem aqui hoje no Senado, nem titubeou na perspectiva de que, para que tivesse alguma tranquilidade pessoal, viesse a mudar de postura e viesse a mudar de atitude. Sou seu companheiro de Partido, e V. Exª nunca me deu uma palavra no sentido de “maneirar um pouco, para que as coisas se acomodem melhor”. Está aqui o Senador Cristovam, aliado nosso constante nessas causas. Com certeza, S. Exª é testemunha de que nunca também foi procurado nesse sentindo. Nunca isso ocorreu. Sempre manteve sua coerência, sua coerência política, sua coerência pessoal, sua postura muito firme. Isso faz com que, quaisquer que sejam as ameaças que voltem a acontecer, V. Exª se torne uma figura cada vez mais impermeável a esse tipo de ameaça. Por isso, de qualquer maneira, apesar de, como eu disse, em nenhum momento ter me preocupado quanto ao destino dessa representação, eu queria parabenizá-lo. Esse fato libera sua pessoa para continuar na luta do cotidiano, na luta que vinha mantendo, sem ter de carregar esse incômodo e essa perspectiva sempre desagradável.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador Tasso Jereissati. Agradeço a V. Exª também pela amizade, nunca esquecendo aquele incidente que levou alguns a criticarem V. Exª. V. Exª nele se envolveu em minha defesa, por lealdade, por absoluta devoção fraterna a este seu companheiro.

            Mas temos visto uma certa luta que se trava na escuridão contra muitos de nós. É uma luta sibilina, traiçoeira, de certa forma covarde, porque vem de pessoas que dominam dados tolos e sem relevância, na maior parte dos casos, da vida dos Senadores, sem que nós outros detenhamos esses dados, ou seja, é o velho vício de termos um poder tão longo quanto aquele que foi exercido pela Diretoria-Geral passada nesta Casa. É uma luta sibilina, repito, uma luta traiçoeira.

            Por outro lado, se isso a mim tem causado algum tipo de aborrecimento - e não fujo deles, senão teria escolhido outra carreira -, percebo que mexeram com mais um - foi o Senador Sérgio Guerra, foi V. Exª um dia, foi o Senador Cristovam outra vez, foi não sei mais quem -, e a própria tática foi se desmoralizando, a própria tática foi não pegando mais. A maldade que intentaram contra o Senador Sérgio Guerra foi desmontada em segundos. Fico feliz de, com algum sacrifício pessoal, ter contribuído para isso, porque a tática se desmontou na medida em que obraram contra mim essa atitude, trabalharam contra mim essa atitude, que não foi a correta, que não foi a mais ética, a mais justa.

            Vamos, portanto, deixar bem nítido que há uma certa força que não quer permitir a transição desta Casa para os tempos que ela vai viver. Eu sempre disse que, se tivéssemos vencido nós as eleições, nós faríamos, sob a liderança do Senador Tião Viana, alguma mudança. Não faríamos toda a mudança ou não faríamos quase toda a mudança; faríamos alguma mudança, porque haveria limitações e injunções. O Senador Tião Viana concorda comigo, já fizemos essa análise juntos, de maneira muito fraterna, muito querida, muito amiga. Como, na verdade, havia forças que não queriam as mudanças, estas estão saindo, as mudanças estão sendo operadas.

            Aquele projeto que foi de iniciativa sua, proposto à bancada, em que tive a honra de ser o segundo signatário - o primeiro foi o Presidente Sarney -, naquele primeiro momento da crise, precisa ser votado. O projeto estabelece mandato para o Diretor-Geral, dois anos de mandato, mais um termo, no máximo, com obrigação de referendo pelo plenário e com o direito de um voto de desconfiança de 41 Senadores ou de metade mais um dos Senadores. O plenário poderá demitir também. Não é só o Presidente quem demite a partir da aprovação desse projeto aprovado; quem demite também é o plenário da Casa.

            Há outra mudança que julgo significativa. Hoje, há aqui um funcionário público que considero bastante correto, o Dr. Haroldo Tajra. Ele é bastante correto. Ele me disse algo que me chamou a atenção, e já tive ocasião de abordar aqui da tribuna isso. Ele disse que eles, funcionários públicos, devem se portar como se fossem ser auditados daqui a dois meses, daqui a dois anos ou daqui a um ano e meio, ou seja, devem estar sempre prontos para a auditagem. Devem estar sempre prontos e sempre atentos à ideia da auditagem. Não se auditava esta Casa há quinze anos! Esta Casa precisava ser auditada, está sendo auditada. Logo, as mudanças virão, as mudanças surgirão, as mudanças se imporão, até porque é uma dívida que a Casa tem para com a Nação lá fora. Temos de começar a analisar esta Casa de maneira mais profunda, mais ampla, mais lúcida. Esta Casa tem de se casar com o que dela espera nas ruas, lá fora.

            Tampouco tive qualquer receio em relação a essa coisa de Conselho de Ética. Recebi manifestações que não me surpreenderam, como a do Senador Inácio Arruda, do PCdoB, pelos jornais. Ninguém procurei, não procurei o Senador Inácio Arruda. Houve manifestações muito claras, em bloco, da Bancada do PT, reafirmadas pelo Líder Mercadante, reafirmadas pelo nosso candidato à Presidência do Senado, Senador Tião Viana. Houve a unidade do bloco de Oposição. Não sei se mesmo o Partido que fez a representação votaria inteiro contra mim numa eventualidade dessas. Tenho até a impressão de que não seria assim. O fato é que não era uma manobra fadada a chegar a bom termo. Ela apenas ampliaria o desgaste de quem a propôs, não tenho dúvida disso.

            Mas V. Exª tem muita razão quando reafirma nosso compromisso com essa luta, que é inarredável, absolutamente inarredável. Vamos cumprir com esse compromisso, vamos cumprir com esse desígnio. E vamos cumprir com esse desígnio, Senadora Lúcia Vânia, de maneira muito firme, muito honrada, com postura, com compostura, com seriedade, com respeito pela Casa, com respeito pelo decoro da Casa, com respeito pelo comportamento dentro da Casa, mas, ao mesmo tempo, exercitando, à exaustão, nosso direito de dizermos aquilo que venha ao nosso cérebro e ao nosso coração.

            E momentos muito duros... Nós tivemos oportunidade de enfrentar o regime autoritário. Não haveria como - quem quer que seja, qualquer força - tolher nossa voz, tolher nossa manifestação ou impedir que, livremente, nos postássemos ou nos colocássemos diante dos desafios que estão postos perante a Casa.

            Senador Flexa Ribeiro, com muita honra.

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Senador Arthur Virgílio, V. Exª tem o reconhecimento de toda a Nação brasileira pela forma destemida e competente com que V. Exª se coloca sempre em defesa da moralidade, da honradez, dos interesses nacionais, acima de qualquer questão. Como disse, V. Exª tem serviços prestados à Nação brasileira no Congresso Nacional, no Executivo, quando foi Ministro do Governo Fernando Henrique Cardoso, no seu Estado, e é um aguerrido defensor da moralidade. V. Exª nunca tergiversou sobre essa questão. V. Exª tem se portado de forma a não deixar dúvidas a nenhum brasileiro sobre sua postura. E, aqui, por outros companheiros seus, já foi mencionado que, em nenhuma hipótese, V. Exª faria acordo de qualquer tipo para que não prosperasse a representação no Conselho de Ética. V. Exª...

(Interrupção do som.)

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - ...já colocou que nada e coisa nenhuma vai mudar a sua postura na tribuna, de denunciar os malfeitos, de cobrar as ações que coloquem, como V. Exª bem citou, o Senado Federal em sintonia com a sociedade. É difícil, Senador Arthur Virgílio! V. Exª anda no seu Estado, como os outros Senadores também - eu, no Estado do Pará - e é difícil conviver com a situação em que nos encontramos aqui! Mas V. Exª e todos aqueles que clamam para que o Senado possa voltar à normalidade, fazendo as reformas que aqui foram citadas - e é necessário que elas possam vir o mais rápido possível -, têm o apoio da sociedade brasileira. V. Exª tem o apoio, evidentemente, do seu Estado, mas também do Brasil como um todo. Eu quero parabenizá-lo e dizer que V. Exª conta com a solidariedade e o apoio de todos os seus companheiros: companheiros de partido, que temos a honra de sermos liderados por V. Exª, mas, como V. Exª bem colocou, de outros partidos, não só da oposição, como da própria base do Governo, que estão solidários à forma como V. Exª tem se portado nesta tribuna. É uma honra, para mim, ser seu liderado. E tenha certeza absoluta de que V. Exª tem o respeito não só dos amazonenses. V. Exª tem uma ligação muito forte com o meu Estado, o Estado do Pará. V. Exª é muito querido no Estado do Pará e também é muito querido por onde anda, em todo o território brasileiro. Parabéns pela forma destemida da sua representação honrosa do Estado do Amazonas no Senado Federal!

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador Flexa. Na verdade, eu registrava hoje, no programa de televisão de que participei - gravação que vai ao ar logo mais -, que não me preocupam os e-mails que recebo que dizem que estão fartos de crise, ora na Câmara, desta vez no Senado, e que refletem saudades dos tempos da ditadura militar, porque sinto que isso é um desabafo, é um saudosismo que não cabe. A democracia é o caminho que o Brasil tem de seguir. Mas me preocupam uns poucos e-mails que já recebo dizendo que o Brasil deveria adotar o sistema unicameral. Sou completamente contra. Entendo que a tradição republicana brasileira é sábia...

(Interrupção do som.)

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - ... ao estabelecer o bicameralismo. Mas hoje, neste momento, há quem diga que o Senado é expletivo, que o Senado é desnecessário. E o nosso dever é mostrar que não, que a Casa que sempre primou pela sabedoria, à altura dos seus 183 anos de idade, à altura dos seus 183 anos de história, mais do que sesquicentenária, tem o dever de saber superar, a quaisquer custos, todas as suas crises, porque esta Casa representa um dos pilares nos quais se sustenta a democracia brasileira.

            Senador Edison Lobão Filho, por favor.

            O Sr. Lobão Filho (PMDB - MA) - Senador Arthur Virgílio, ontem assisti, com muita atenção, ao pronunciamento do Senador Tasso Jereissati nesta tribuna e ouvi, atentamente, o aparte do Senador Marconi Perillo - por coincidência, os dois estão ali, na Mesa Diretora -, quando ele afirmava que, no início da sua vida pública, se inspirou na carreira política do então Governador Tasso Jereissati. E eu senti uma pequena relação com a minha própria vida. Poucos sabem, mas, há mais de 20, 25 anos, eu, muito jovem, empresário, abri um escritório em Manaus, sua terra natal. V. Exª era Prefeito, nessa época, de lá, e foi quando nos conhecemos.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - É verdade.

            O Sr. Lobão Filho (PMDB - MA) - Desde essa época, além dos meus familiares, é claro - meu pai e minha mãe, meus genitores, que são políticos -, eu coloquei a imagem de V. Exª como também um dos meus ídolos, tal qual o Senador Marconi fez com o Senador Tasso Jereissati, que, por coincidência, também era um dos meus ídolos, o Senador Tasso Jereissati, pela revolução que fez em seu Estado, o Ceará. Como somos vizinhos, Estados vizinhos, todos os maranhenses têm uma admiração grande pelo ex-Governador Tasso Jereissati. Mas especificamente V. Exª, pela alma combativa, pelo porte do político que V. Exª é, sempre me inspirou, pela coragem que V. Exª sempre teve. E eu confesso que, nesses últimos tempos aqui, no Senado, tenho ficado muito triste em ver que V. Exª teve que passar parte do seu tempo fazendo uma defesa que acho inteiramente desnecessária, tirando o tempo que V. Exª tem para defender as verdadeiras causas do seu Estado - as quais tem defendido, ao longo dos últimos anos, com tanto vigor e tanta competência -, um Estado que precisa de defesa. O Amazonas precisa de defesa, e V. Exª tem cumprido muito bem esse papel.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador.

            O Sr. Lobão Filho (PMDB - MA) - Entristeceu-me que V. Exª tivesse essa perda de tempo, podendo se concentrar em outras coisas. Mas, hoje, confesso que meu coração está alegre, porque permite a V. Exª, de novo, poder se centrar nos grandes temas, nos temas importantes. Quando eu entrei no Senado, há um ano e tanto, não imaginei que ia perder o meu tempo ouvindo debates como os que eu ouvi aqui, nesta Casa. Eu imaginei que estava adentrando a Casa que todos diziam que era o paraíso. Eu quero confessar a V. Exª que considero isto aqui não o paraíso, mas o purgatório, aproximando-se do inferno. Mas acho que, por estarmos no purgatório, ainda temos chance de voltar ao paraíso. E o paraíso, no meu entender, é a oportunidade de nós estarmos aqui discutindo temas construtivos, com debates progressistas para o nosso País, e não discutindo coisas menores. É nisso que eu acho que V. Exª se encaixa perfeitamente, contribuindo para o crescimento do nosso País, mormente para o crescimento do seu Estado. E é essa figura que eu quero levar daqui do Senado sempre, que é a figura que eu tenho da minha infância, da minha adolescência: a do Senador combativo, que luta pelos seus ideais de vida e que acredita; luta porque acredita e luta com coragem. Essa é a imagem que eu tenho de V. Exª e é a imagem que o Brasil todo, eu tenho certeza, também tem. Quero confessar, para finalizar, que hoje estou alegre pelo fato de o Conselho de Ética ter perpetrado um ato de justiça em direção a V. Exª.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador Lobão Filho.

            Faço dois registros. Primeiro, que me recordo plenamente do tempo em que conheci V. Exª. E mais: no meu primeiro mandato de Deputado Federal, eu era do MDB, que virou PMDB, e seu pai, do PDS. Seu pai é um excelente orador, e nós tivemos momentos que considero inesquecíveis de debates. Aliás, o líder do seu pai era o Nelson Marchezan, que morreu filiado ao meu partido. E havia um grupo de vice-líderes de peso intelectual: Edison Lobão, Jorge Arbage, Amaral Neto - 1º vice-líder, homem combativo, corajoso, desabrido, enfim. Nelson Marchezan era, ele próprio, a imagem da palavra que empenhava e que cumpria quando a empenhava. Havia alguns outros, como Siqueira Campos, valente como ele só. E havia outros, era um grupo. Havia um do Piauí de cujo nome não me lembro - o Senador Mão Santa talvez se lembre -, um professor universitário. Era um grupo. O nosso grupo de vice-líderes era, modéstia à parte, bom, mas o grupo de vice-líderes do PDS era muito bom. Os debates eram muito intensos, muito intensos. Chegavam às raias - da agressão, jamais - da hipérbole, enfim. E eu travava debates com o seu pai, que, depois, adotou uma postura mais de bastidores, mas debates muito fortes, muito expressivos, dos quais eu me lembro com saudade.

            Obviamente, as contingências da vida nos levam a... Se tive coisas a explicar, passei a explicá-las, mas fique absolutamente seguro V. Exª de que, ao longo de toda a minha trajetória, procurei agir sempre com sinceridade, muitas vezes agradando, outras desagradando; muitas vezes errando, outras acertando, mas acertando, errando, agradando ou desagradando, de boa-fé.

            E o aparte de V. Exª vem no tom amigo, no tom fraterno, que me faz também ter por V. Exª e por sua família muita estima, inclusive por sua mãe, Deputada Nice Lobão, minha amiga, que foi uma boa companheira de base de apoio ao Presidente Fernando Henrique, inclusive.

            Agradeço a V. Exª pelo aparte, de coração.

            Senadora Lúcia Vânia.

            A Srª Lúcia Vânia (PSDB - GO) - Senador Arthur, acredito que o resultado do Conselho de Ética hoje era o esperado por todo o povo brasileiro. V. Exª, durante todo esse período, foi transparente, não escondeu absolutamente nada da sua vida. E, ao mesmo tempo, continuou sendo um crítico daqueles que se escondem debaixo do silêncio para enfrentar as situações. V. Exª, mais uma vez, deu uma demonstração de coragem. E sua trajetória é conhecida no Brasil inteiro. O Senador Flexa Ribeiro falava do seu prestígio no Estado do Pará. Pois saiba que, no Estado de Goiás, V. Exª é referência. Quando V. Exª sobe à tribuna aqui, no Senado da República, o Estado de Goiás para para ouvi-lo. Todos conhecem a sua lealdade, a sua determinação e a sua coragem. Portanto, o que aconteceu hoje era mais do que previsível. V. Exª vai continuar sendo aquele cobrador impertinente, que se faz todo dia presente na tribuna, e nada vai levá-lo a afastar-se do seu papel de líder da oposição. E tenha a certeza, Senador Arthur, que todos nós, seus companheiros e amigos, estamos orgulhosos. Orgulhosos da forma corajosa, da forma transparente, da forma leal que V. Exª abriu sua vida durante esse período todo na sua defesa legítima, o que resultou no desfecho que hoje aconteceu no Conselho de Ética. Leve a solidariedade de seus companheiros, especialmente a minha, que o conhece, que o admira, que o tem como um Líder extremamente competente e que o respeita profundamente! Tenho a certeza de que o meu Estado e o povo brasileiro, hoje, sabem que o que aconteceu aqui, ao contrário do que querem colocar, jamais será, ou foi, fruto de acordo, conhecendo V. Exª como todos nós conhecemos. A transparência e a coragem são atributos, sem dúvida nenhuma, inquestionáveis da personalidade e do comportamento de V. Exª. Muito obrigada. Felicidade para V. Exª!

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Muito obrigado, Senadora Lúcia Vânia. V. Exª tem sido também para mim a imagem da lealdade, da decência, da dedicação como companheira. E, nas horas difíceis por que passa um líder de bancada, V. Exª sempre tem sido aquela voz corajosa, firme, que a sua aparência frágil... Aparentemente frágil, mas sua aparência feminina, excessivamente marcante... V. Exª sabe desse contrate entre a sua feminilidade e a sua fortaleza. Nessa hora, V. Exª se manifesta. Manifesta-se sempre com muita força. Nas nossas reuniões, sua voz é sempre uma das vozes mais firmes a indicar caminhos. Esses meus seis anos, indo para sete anos, de liderança no PSDB, tempo muito longo, dá para se conhecer muito bem as pessoas. E V. Exª é alguém que eu conheço muito bem. De maneira muito clara, nós temos que continuar trilhando os nossos caminhos: de maneira respeitosa em relação ao País, de maneira respeitosa em relação ao Senado, mas de maneira exigente, cobrantina em relação ao Senado, em relação a quem tenha pecados a purgar aqui no Senado, porque - nós vamos dizer algo que é lugar comum, mas, mais do que nunca se impõe -, tenha havido o que tenha havido e haja o que houver, para nós, a luta continua, Senadora Lúcia Vânia.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

            Era o que tinha a dizer.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/08/2009 - Página 35636