Discurso durante a 131ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solicita a Polícia Federal apuração das declarações feitas pelo o Deputado Estadual Carlos Bordalo contra S.Exa.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Solicita a Polícia Federal apuração das declarações feitas pelo o Deputado Estadual Carlos Bordalo contra S.Exa.
Publicação
Publicação no DSF de 14/08/2009 - Página 36043
Assunto
Outros > ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • REGISTRO, DECISÃO, JUIZ, ESTADO DO PARA (PA), EXIGENCIA, ESCLARECIMENTOS, GOVERNADOR, PRECARIEDADE, FUNCIONAMENTO, HOSPITAL, OCORRENCIA, MORTE, ABANDONO, PACIENTE.
  • QUESTIONAMENTO, TENTATIVA, INTIMIDAÇÃO, REPRESALIA, ORADOR, MOTIVO, DENUNCIA, CONDUTA, GOVERNADOR.
  • LEITURA, OFICIO, ENDEREÇAMENTO, DIRETOR, DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL (DPF), SOLICITAÇÃO, ADOÇÃO, PROCEDIMENTO, APURAÇÃO, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, ESTADO DO PARA (PA), CONDUTA, DEPUTADO ESTADUAL, AGRESSÃO, ORADOR, REPRESALIA, CRITICA, GOVERNADOR, POSSIBILIDADE, PUNIÇÃO, RESPONSAVEL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho, mais uma vez, a esta tribuna para falar ao meu Estado. Amanhã, logicamente, falarei dos aposentados, das negociações que estão feitas, que a imprensa divulga hoje. Como o tempo será maior, eu falarei desse assunto amanhã.

            Vou falar hoje, como sempre falei aqui, Senador Tião Viana, Senador Dornelles, Senador Cafeteira, do meu Estado, do meu querido Pará.

            Todo o Brasil e os meus conterrâneos sabem da minha postura em relação à defesa do meu Estado. Tenho sido aqui um divulgador quase diário dos problemas que se alastram pelo meu Estado, como a condição da saúde. Agora mesmo, leio no jornal de hoje que uma juíza deu 72 horas para que a Governadora Ana Júlia Carepa preste informações sobre a situação do Hospital Ofir Loyola, cujo mau estado de funcionamento denunciei e também o fato de estar exportando doentes de câncer para o Piauí, para o Tocantins, para o Maranhão. A juíza interpela a Governadora como ré para responder por que o Ofir Loyola se encontra nessa situação, e os paraenses morrendo, abandonados.

            Quanto à nossa segurança, por exemplo, quem consegue conviver com a bandidagem que se implantou no Pará? Os bandidos hoje fazem o que querem no meu Estado. Ninguém consegue entender.

            Ultimamente, Senador Dornelles, reprovei a atitude da Governadora de estar constantemente - não da mulher, mas da Governadora mulher -, constantemente, em bares da nossa capital. Reprovei, aconselhei-a a mudar de atitude. E vem a represália em cima deste Senador por intermédio de Deputados do Partido dos Trabalhadores na minha querida Capital, na minha querida Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Ao ponto de um Deputado me chamar de traficante, ao ponto de um Deputado dizer ontem à imprensa que eu mandei sequestrar a filha dele, que tem problema de doença mental. A esse ponto chegaram para quererem intimidar este Senador. Não vão me intimidar jamais! Defender o povo do meu Estado custa o meu sangue se quiserem! Se quiserem, eu dou o meu sangue! Podem me acusar, a minha vida é limpa. Esta é que a razão maior do meu viver, esta é a questão maior dos meus filhos, da minha família: é a minha vida limpa, a minha vida honesta, à disposição de qualquer um.

            Já foram muito anos, Senadores! Há muitos anos correm atrás de alguma coisa para me denunciar. Não conseguiram até hoje. E eu tomo as providências. E as minhas providências são tomadas de maneira contundente para mostrar à Nação brasileira e ao meu Estado a minha dignidade.

            Faço aqui hoje, Presidente, um ofício ao Diretor do Departamento de Polícia Federal.

Confiantes na competência e constante vigilância dessa Polícia Federal, na função de defensora dos interesses públicos, e impulsionados pelas graves e levianas declarações exacerbadas pelo Sr. Carlos Bordalo, Deputado da Assembleia Legislativa do Estado do Pará...

            Coitado do Carlos Bordalo! O Carlos Bordalo foi mandado: “Olha, tu vais fazer isso, tu vais dizer isso. É uma tática antiga, velha, da época da ditadura, mas você vai fazer isso contra esse cara que está me chateando todos os dias daquela tribuna. Ele vai lá para falar da saúde, da educação, da segurança. E eu não quero que ele fale. Vamos calar a voz dele. Vamos ameaçá-lo”. Não adianta ameaça. Não vão conseguir nada. A voz vai ser a mesma - alta - em defesa do meu querido Estado.

...declarações exacerbadas pelo Sr. Carlos Bordalo, Deputado da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, na reunião do dia 11 de agosto próximo passado, ao acusar-nos de “traficante” e “de ameaças de sequestros a sua filha”, é que solicitamos a adoção de todos os procedimentos necessários para apuração dos fatos com vistas à responsabilização do culpado.

Certo da acolhida do pleito, antecipamos agradecimentos e renovamos protestos de estima e consideração.

            Estou fazendo isso ao mui digno Diretor do Departamento de Polícia Federal, para que ele apure a responsabilidade, ou minha ou do denunciante, a fim de que fique bem clara essa atitude baixa, essa atitude arcaica de poder passar por vítima, de querer se passar por vítima, ofendendo as pessoas. Não me vão calar!

(A Srª Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Já vou descer, Srª Presidenta.

            Não me vão calar! Dou meu sangue por essa causa justa. Não são um nem dois paraenses que tombam a toda hora nas ruas de Belém assassinados. São centenas, são milhares a cada mês! São milhares que tombam nos hospitais sem recursos, sem médicos, sem medicamentos, hospitais abandonados, hospitais desprezados. E o que deveriam dar para a população não estão dando; o que prometeram para a população, minha Presidenta, não estão fazendo. E agora querem que eu me cale nesta tribuna.

            Não me calarei, paraenses! Sei que vocês querem uma voz aqui, querem a defesa de cada um de vocês aqui. Eu vim para cá para isso! É minha responsabilidade! É minha obrigação! Não me calarei.

            Muito obrigado, Srª Presidenta.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/08/2009 - Página 36043