O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, está demissionária a Secretária da Receita do Governo Federal. Ela fez toda uma carreira exercendo cargos da Receita no Nordeste. Inclusive, foi Secretária de Estado da Fazenda duas vezes no meu Governo, no nosso Governo e no Governo atual da Srª Wilma de Faria.

            No meu Governo, ela assumiu, na verdade, não uma Secretaria da Fazenda, mas uma Secretaria da Tributação, voltada só para arrecadação. E, no desempenho desses cargos, a Secretária Lina Vieira teve um grande êxito: aumentou as arrecadações dos Estados, melhorando sobretudo o desempenho da máquina arrecadadora. Foi ainda Superintendente Regional da Receita em Pernambuco, Recife, e novamente Lina Vieira deixou a sua marca inovadora à frente da Receita Federal Regional. Foi guindada então à Secretaria da Receita Federal do Brasil.

            E estou aqui, Sr. Presidente, não para fazer um registro de cunho regional, não porque a Secretária seja uma norte-rio-grandense por afinidade. Não por isso. Estou aqui para fazer um registro de justiça, pelo desempenho dela à frente desses cargos todos. Eu tenho certeza que ela, nesse ponto culminante da sua carreira, não iria fracassar. Pelo contrário, ela tratou de, na Receita Federal, realizar um trabalho de mudança de mecanismos, de mudança de comportamentos, de padrões da Receita Federal.

            O que se diz sobre a saída dela é alguma coisa, Sr. Presidente, que não tem a menor consistência. Diz-se que durante a sua passagem, que termina agora, pela Receita, a receita teria caído, teria despencado, quando, na verdade, se houve - e ela prova que não houve, a Secretária -, foi um pequeno decesso, em face da crise. E pergunto a V. Exªs: qual seria o comportamento de uma receita federal, estadual, municipal diante de uma crise como essa crise financeira internacional que abalou os alicerces da economia mundial, quanto mais de economias mais frágeis, a despeito de o Brasil ter sido considerado uma das economias mais resistentes à crise?

            Fora isso, Sr. Presidente, o que dizem é algo honroso para a Secretária, ou seja, que ela teria enquadrado a Petrobras dentro de determinados padrões com relação ao comportamento de arrecadação daquela empresa; de que ela teria - isso, sim, é mérito para ela - enquadrado os bancos. Os bancos estariam pagando mais.

            No Brasil, o que nós queremos? É que, cada vez mais, os bancos paguem mais impostos, porque só quem ganha mais neste País são os bancos. Então, Sr. Presidente, venho aqui, não como Senador do Rio Grande do Norte, mas sobretudo como Senador do Brasil, dizer que o País perdeu uma representante do sexo feminino, das mulheres competentes, e que esteve à altura do desafio que lhe foi confiado. Só lamento que deram pouco tempo, um tempo muito exíguo, para que ela pudesse mostrar, demonstrar, de uma maneira exuberante, o que ela fez nos cargos que até agora exerceu.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.