O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.) - Nobre Presidente, Senador Mão Santa; Srªs e Srs. Senadores, venho esta tarde registrar, com satisfação, a posse do novo Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Antonio Fernando Saburido, beneditino, nascido, inclusive, na região metropolitana do Recife. Ele foi Bispo Auxiliar de Olinda e Recife e posteriormente, nomeado Bispo de Sobral, uma das mais antigas Dioceses do Ceará. Ontem, ele assumiu as funções, nomeado pelo Papa Bento XVI, de Arcebispo de Olinda e Recife.

            A sua posse foi extremamente concorrida. Representava o Papa Bento XVI, Dom Lorenzo Baldisseri, que, como sabemos, é o Núncio Apostólico no Brasil e Decano do Corpo Diplomático. Entre as autoridades civis presentes, gostaria de citar o Governador de Pernambuco, Eduardo Campos; o Governador do Ceará, Cid Gomes; o Prefeito do Recife, João da Costa; Deputados Federais, Deputados Estaduais, Prefeitos, Vereadores.

            Testemunharam a cerimônia vários Arcebispos e Bispos, como Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, Arcebispo de Fortaleza; Dom Matias Patrício de Macêdo, Arcebispo de Natal; Dom José Palmeira Lessa, Arcebispo de Aracaju; Dom Antonio Muniz Fernandes, Arcebispo de Maceió; Dom Aldo Pagotto, Arcebispo da Paraíba; Dom Edvaldo Amaral, Delegado Eclesiástico de Fernando de Noronha e Arcebispo Emérito de Maceió; Dom Dimas Lara, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro e Secretário-Geral da CNBB.

            Destaco entre as autoridades militares General-de-Exército Márius Texeira Neto, Comandante Militar do Nordeste, e um oficial da Aeronáutica que representava o Segundo Comar.

            O novo Arcebispo da Diocese de Olinda e Recife, constituída de 19 municípios, começou as suas palavras, fazendo uma citação de Lucas: “O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor. O Seu nome é santo, e Sua misericórdia se estende de geração em geração a todos os que o respeitam”.

            Essas palavras são atribuídas a Nossa Senhora, conforme lembrou Dom Saburido, trazidas pelo Cântico do Magnificat,

            Vou ler trechos e pedir a V.Exª, Sr. Presidente, que o discurso de Dom Antônio Fernando Saburido seja integralmente transcrito junto a este meu pronunciamento.

            Em carta aberta, distribuída no dia do anúncio de sua nomeação, ele mencionou ilustres arcebispos que o antecederam na Arquidiocese. E fez uma menção especial a Dom Antônio de Almeida Moraes Júnior, Dom Carlos Gouvêa Coelho, Dom Helder Pessoa Câmara e Dom José Cardoso Sobrinho, este, agora, Arcebispo emérito. Sem esquecer, como ele fez questão de salientar o 20º Bispo de Olinda, o “Servo de Deus”, D. Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira, cujo processo de canonização tramita na Santa Sé.

         “Foi sob a imposição das mãos de Dom Helder Câmara que, na Praça do Mosteiro de São Bento de Olinda, recebi a graça do sacerdócio. Como disse em ocasiões anteriores, considero este fato verdadeiro privilégio por tudo que Dom Helder representa para mim, para a igreja de Olinda, em Recife, do Brasil e do mundo. Grande profeta, Dom Helder costumava caminhar além do tempo, mostrando a face de uma igreja viva, solidária e comprometida com os pobres e excluídos. É para mim [estou citando Dom Antônio Fernando Saburido] motivo de alegria, no ano do centenário do seu nascimento, na solenidade litúrgica em que em 1931 ele foi ordenado presbítero, tomar posse nesta arquidiocese que o teve como sexto Bispo Metropolitano. 

        Depois ele faz uma referência também a Dom José Cardoso Sobrinho, até então bispo de Olinda e Recife, e diz:

         ...meu caríssimo irmão, ainda quando eu residia no Mosteiro de São Bento, já me confiava a administração de duas paróquias de Olinda, cujo povo muito amo: Nossa Senhora de Guadalupe e São Lucas de Outro Preto. Mais adiante, me fez Vigário Geral e Bispo Auxiliar, inclusive presidindo a celebração de minha ordenação episcopal. Aprendi muito com Dom José”.

            Acrescenta Dom Saburido:

         A ele minha gratidão pelos anos de convivência na fraternidade e unidade. Nunca tive dúvidas de sua reta intenção e desejo de ajudar. Ele continuará unido a nós na condição de Arcebispo Emérito.”

            Devo, Sr. Presidente, salientar, mais uma vez, que Dom Saburido nasceu na Arquidiocese e é o primeiro Arcebispo nascido na própria Arquidiocese, posto que é da Cidade de Cabo, um dos Municípios integrantes da região metropolitana do Recife.

         “Depois dos 4 anos na inesquecível Diocese de Sobral [cito Dom Saburido novamente], também ela, como a Cidade do Recife, marcada pela religiosidade e pela devoção à Nossa Senhora, volto enriquecido pelo muito que lá aprendi e ajudei a construir com a graça de Deus. Retorno saudoso: pelos numerosos amigos(as) que lá adquiri, pelas atividades pastorais realizadas e pelo povo simples e humilde que aprendi a amar.”

            Mais adiante, diz Dom Saburido:

         “Sei, caríssimos irmãos e irmãs, que a expectativa é grande em torno de um novo arcebispo. Basta ver a quantidade de mensagens e o grande número de pessoas que aqui se encontram na Praça do Marco Zero, no coração do Recife. Vieram testemunhar este importante momento na história da nossa arquidiocese.” (...)

            ’A esperança é de um novo tempo, como em geral acontece quando muda qualquer administração. Aproveitemos então a euforia do momento para revigorar nosso compromisso eclesial. Esse é o melhor presente que poderemos oferecer ao ‘Deus que nos reuniu no amor de Cristo’.

        Diante de tamanha expectativa, será necessário fazer uso das virtudes da prudência e da paciência e jamais ceder às tentações do imediatismo. Isso garantirá segurança e maiores chances de acerto. Lembremo-nos de que, para Deus, “mil anos é como o dia de ontem, que passou, uma vigília dentro da noite”. Precisamos viver, portanto, o verdadeiro ‘kairós’ (Tempo de Deus). (...)

            Certamente, o desejo comum e mais importante de todos nós é caminhar na santidade, conscientes das nossas fraquezas, dispostos a aprimorar os nossos passos e prontos para sempre responder SIM ao chamado de Deus. “Secundum Verbum Tuum” (Segundo a Tua Palavra), sinaliza o meu lema episcopal”.

            E também disse Dom Saburido ser defensor intransigente “da vida em suas várias expressões, sobretudo, da vida humana. A natureza se encontra ameaçada e urge por atitudes responsáveis em sua defesa, para o nosso bem e o bem de nossos filhos e filhas”.

            Dom Saburido, o novo Arcebispo, também fere uma questão considerada importante ao reforçar “a opção pelos pobres e a comprovada experiência positiva das Comunidades Eclesiais de Base. Aparecida convida a trocar pastoral de conservação por pastoral decididamente missionária, quando definiu a paróquia como ‘comunidade de comunidades evangelizadas e missionárias’”.

 Diante do Núncio Apostólico do Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, Dom Saburido expressou a honra de sua presença nessa celebração, dizendo:

 “Quero renovar o meu amor e fidelidade à Santa Igreja criada pelo sucessor de Pedro, Papa Bento XVI, a quem representa junto ao governo do Brasil. (...) 

 Ao Santo Padre [disse Dom Saburido] minha admiração, obediência e reconhecimento pela confiança demonstrada quando me nomeou para esta Arquidiocese.

E ele fez questão também de saudar de maneira especial os bispos das dioceses Sufragâneas de Olinda e Recife: Petrolina, Caruaru, Floresta, Palmares, Pesqueira, Nazaré da Mata, Garanhuns, e o Administrador Diocesano de Afogados da Ingazeira, também diocese sufragânea. Na condição de Província, nos encontraremos um pouco mais e partilharemos desafios eclesiais comuns, na vida de nossa gente pernambucana.”

 Sr. Presidente, praticamente concluído o meu pronunciamento, gostaria de lembrar mais o texto de Antônio Fernando Saburido:

      A vida religiosa, obediente ao seu carisma, oferece grande contribuição à Igreja. Em Olinda e Recife são numerosas as congregações masculinas e femininas, entre elas, minha querida família beneditina”.

            Finalmente, Sr. Presidente, ele fez um especial agradecimento pela acolhida das lideranças leigas dos novos e vários movimentos pastorais e associações vinculadas à Igreja e à sociedade. E com apelo para que “

     “caminhemos como irmãos, entendendo que a Igreja é, por excelência, ministerial, e que nenhum de nos deve se sentir mais importante do que o outro. Apoiemo-nos mutuamente e sigamos os passos do Mestre Jesus”.

            Aproveitando a ocasião, quero também dar o testemunho de que foi muito positiva a acolhida que a sociedade pernambucana ofereceu ao seu novo pastor, D. Antônio Fernando Saburido.

            Muito obrigado.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MARCO MACIEL EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

Dom Antonio Fernando Saburido.

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