O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gostaria de discutir ou, pelo menos, fazer um comentário sobre o requerimento, que eu assinei também, e vi que assinaram Senadores de vários partidos. Portanto, não é uma questão de oposição. É uma posição suprapartidária, realmente, daqueles que não podem, não querem aceitar esse rótulo que o Presidente colocou.

            E o Senador Cristovam foi muito claro ao falar da importância do papel educador de um Presidente da República. O que o Presidente da República afirma, ainda mais em rede nacional, numa entrevista ampla, tem um efeito realmente, como disse o Senador Cristovam, educador. Neste caso, deseducador, porque realmente o que ele falou fere inclusive a Constituição, Senador Papaléo, porque o art. 2º da Constituição Federal diz o seguinte: “São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. E o Presidente Lula já disse, algum tempo atrás, como mencionou o Senador Cristovam, que, na Câmara, existiam cerca de 300 picaretas. Há pouco tempo, já nesse mandato dele, falou que o Poder Judiciário era uma caixa-preta, querendo fazer alusão de que era, portanto, uma espécie de confraria onde existia todo tipo de atos não publicáveis, não dignos.

            E agora o Presidente se aproveita - e não é a primeira vez - do momento em que o Senado passa por uma crise. E eu tenho dito que é importante que nós estejamos atravessando esta crise para podermos realmente sair melhores dela, fortalecidos. Aqueles que tiverem contas a pagar que paguem; vão pagar essas contas, porque não vai ficar realmente aqui ninguém acobertado por nenhum tipo de manobra.

            Então, esse requerimento mostra exatamente a nossa indignação. É um voto de censura, porque normalmente se censura um filho, uma pessoa subalterna. Aqui, como nós somos iguais, são poderes iguais, nós estamos censurando o chefe do Poder Executivo, porque realmente não soube se comportar como tal e, repito, feriu um princípio constitucional. Acho até que ainda é suave um requerimento redigido nesses termos, e que eu assinei com muita tranquilidade como brasileiro, como cidadão e, principalmente, como Senador. Estou aqui representando o povo do meu Estado, que, portanto, confia em mim como homem de bem, como homem sério. Portanto, não posso aceitar esse rótulo. Daí por que assinei e apoio, de maneira firme, esse requerimento.

            Muito obrigado.