Discurso durante a 129ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do centenário de nascimento de Jaime Câmara.

Autor
Kátia Abreu (DEM - Democratas/TO)
Nome completo: Kátia Regina de Abreu
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do centenário de nascimento de Jaime Câmara.
Publicação
Publicação no DSF de 12/08/2009 - Página 35282
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, JAIME CAMARA, EX-DEPUTADO, EMPRESARIO, ELOGIO, ATUAÇÃO, VIDA PUBLICA, IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, LUTA, CRIAÇÃO, ESTADO DO TOCANTINS (TO), TRANSFORMAÇÃO, MUNICIPIO, GOIANIA (GO), CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE GOIAS (GO), FUNDAÇÃO, EMPRESA, EMISSORA, RADIO, TELEVISÃO, RELEVANCIA, REGIÃO CENTRO OESTE, INSTITUIÇÃO ASSISTENCIAL, CEGO.

O SR. PRESIDENTE (Marconi Perillo. PSDB - GO) - Tenho a satisfação de ler alguns parágrafos do pronunciamento que me foi enviado para ser dado como lido pela ilustre Senadora Kátia Abreu, que também é Presidente da Confederação Nacional da Agricultura, CNA.

Diz a Senadora Kátia Abreu:

Srªs e Srs. Senadores, render homenagens ao centenário de nascimento do Deputado e empresário Jaime Câmara nos traz de volta algo a que os dias atuais têm reservado pouca importância, pela superficialidade com que, nos dias de hoje, são tratados conceitos, que terminam sofrendo degenerações do ponto de vista ético e moral.

Celebrar os cem anos de nascimento do empresário e ex-Deputado Federal Jaime Câmara, que ocupou dois mandatos neste Congresso Nacional, está assim a nos lembrar que há esperanças no homem público, no político, no empresário, e que a população brasileira é formada, em sua imensa maioria, por pessoas de bem, empreendedoras e que, no dia-a-dia, emprestam sua contribuição para o crescimento de nosso País.

Portanto, é um sopro, um facho de luz sobre o momento que vive este Congresso nos dias atuais, o que tem levado desesperança à população brasileira. Mas a maioria dos Parlamentares que estão nesta Casa seguindo o exemplo de Parlamentares da estirpe de homens públicos como Jaime Câmara, certamente, irá prevalecer.

Ético, empreendedor e generoso, Jaime Câmara deixou-nos, por certo, um legado denso, transformando-se pelo trabalho e pela perseverança ao longo de uma vida limpa, transparente e dedicada à família em um dos maiores empresários do ramo de comunicação do País.

Encerrando, diz S. Exª:

Repassemos a quantos pudermos dizer o que representa esse homem de Goiás, do Tocantins e do Brasil para o aperfeiçoamento de nossas vidas.

Jaime Câmara é um forte. Essa homenagem ao centenário de seu nascimento mostra que ele, para nosso bem e de nossas instituições, está vivo dentro de cada um dos brasileiros de bem.

Essa é a síntese do pronunciamento da ilustre Senadora Kátia Abreu. Solicito à Secretaria que providencie a sua publicação na íntegra nos Anais da Casa.

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. PRESIDENTE SENADOR MARCONI PERILLO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e§ 2º do Regimento Interno.)

A SRA. KÁTIA ABREU (DEM - TO) - Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores, render homenagens ao centenário de nascimento do deputado e empresário Jaime Câmara nos traz de volta algo que os dias atuais têm reservado pouca importância, pela superficialidade como nos dias de hoje são tratados conceitos, que terminam sofrendo degenerações do ponto de vista ético e moral.

Celebrar os cem anos de nascimento do empresário e ex-deputado federal Jaime Câmara, que ocupou dois mandatos neste Congresso Nacional, está assim a nos lembrar que há esperanças no homem público, no político, no empresário, que a população brasileira é formada em sua imensa maioria por pessoas de bem, empreendedoras e que no dia-a-dia emprestam sua contribuição para o crescimento do nosso país.

É portanto um sopro, um facho de luz sobre o momento que vive este Congresso nos dias atuais e que tem levado desesperança à população brasileira.

Mas que a maioria dos parlamentares que estão nesta Casa seguindo o exemplo de parlamentares da estirpe de homens públicos como Jaime Câmara certamente irão prevalecer.

Ético, empreendedor e generoso, Jaime Câmara por certo deixou-nos um legado denso, transformando-se pelo trabalho e perserverança, ao longo de uma vida limpa, transparente e dedicada à família, em um dos maiores empresários do ramo de comunicação do País.

Não bastasse o sistema de comunicação que criou com tanto esforço nos Estados de Goiás e Tocantins, juntamente com os irmãos, depois de deixar a pequena João Câmara, no Rio Grande do Norte, “Seu Jaime”, como era carinhosamente chamado por seus amigos e colaboradores construiu uma vida que orgulha todos os goianos e tocantinenses - e também do Brasil - pelo seu caráter, determinação e generosidade.

Os mais técnicos dizem que “Seu Jaime” era um idealista e visionário. Eu que tive a oportunidade de vivenciar de perto a história dessa família, tenho a convicção que “Seu Jaime” era tudo isso e algo mais: tinha uma ligação direta com Deus. Sabia onde queria chegar. E ali chegou nos oitenta anos de vida que dedicou a construir uma empresa de comunicação, um instrumento para garantir o sustento de sua família, ao mesmo tempo em que abria um canal para divulgação de suas idéias, lapidava um meio de transformar a sociedade, com foco centrado no bem estar do homem.

A instalação de suas empresas no Tocantins é um bom exemplo dessa visão. Contra todos os pareceres técnicos, econômicos e financeiros de sua diretoria, Jaime Câmara determinou a instalação da TV Anhanguera em Araguaína, no então Norte de Goiás, no início dos anos 70, quando a Belém - Brasilia sequer era asfaltada, numa distância de cerca de mil e quatrocentos quilômetros de Goiânia, onde estava a sede da empresa.

Mandou o seu companheiro e advogado Miguel Mendes entrar no seu fusca e correr o chão da Belém- Brasília para comprar o terreno em Araguaína, onde dias depois ele instalaria a sua televisão no Norte goiano.

Não era tarefa fácil, mas Jaime Câmara tinha um ideal delineado e do qual não se afastaria durante toda a sua vida.

O Norte de Goiás, hoje Tocantins, era uma região extremamente pobre, recebia obras e melhorias na proporção direta do que recolhia em impostos. E isto era impiedosamente insignificante.

“Seu Jaime” acreditou e deu a sua contribuição decisiva para a mudança deste paradigma da miséria na então região Norte de Goiás, que tinha uma gente de bem e trabalhadora, mas lhe faltavam instrumentos para se desenvolver. Jaime Câmara foi à luta, sendo ele próprio um dos líderes do movimento separatista que culminou com a criação do nosso Estado do Tocantins.

Jaime Câmara tinha em que se mirar para dedicar-se a fazer o bem. Dava-lhe densidade enxergar como exemplo a sua própria trajetória de vida, desde a pequena empresa em Vila Boa de Goiás ao atual complexo com 21 empresas de comunicação que ergueu com a força do seu próprio trabalho. Foram anos de muita dedicação sem perder-se no emaranhado em que costumam se embrenhar aqueles que conquistam sua independência financeira e política.

Continuou em toda a sua vida a generosidade e a simplicidade que lhe era natural e que o transformavam numa pessoa especial para todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecer-lhe as idéias e principalmente o seu caráter, exemplo para todos nós.

Enxergava longe.

Quando o governador Pedro Ludovico quis mudar a capital de Goiás e construir Goiânia, lá estava Jaime Câmara a dar-lhe apoio, entrando com toda força no movimento, por acreditar que seria o melhor para o Estado. Trabalhou para a mudança da Capital para Goiânia, onde tempos depois seria prefeito.

Deputado federal votou contra a cassação do jornalista e deputado federal Márcio Moreira Alves, naquela memorável sessão da Câmara dos Deputados, pela qual teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos por dez anos.

O ex-deputado federal Márcio Moreira Alves, como todos sabemos, foi o pivô da decretação do Ato Institucional Número 5, em 13 de dezembro de 1968.

Jaime Câmara estava aqui defendendo princípios democráticos. E voltaria mais tarde ao Congresso, já na década de 80, com a mesma verve republicana.

Ocupou outros cargos como o de superintendente da Reforma Agrária, no governo do presidente João Goulart; presidente do Banco do Estado de Goiás, e da Caixa Econômica Federal.

Escritor, ocupou a Cadeira 17 da Academia Goiana de Letras; pertenceu à União Brasileira de Escritores, Seção de Goiás; e, jornalista, criou a Associação Goiana de Imprensa, AGI.

Não bastasse o tratamento que dava a todos os seus funcionários nas empresas que era dono, dedicou- se a causas sociais como a criação do Instituto Artesanal dos Cegos, entidade que é um verdadeiro marco na ação social em Goiás.

É portanto uma homenagem justa esta que faz este Senado da República do Brasil, ao centenário de nascimento de um brasileiro exemplar e cujo legado está aí a registrar a vida e a transformar realidades ao longo de mais de sessenta anos de existência da organização que o “Seu Jaime” idealizou e ergueu usando como instrumento apenas o seu esforço e empreendedorismo, observando os princípios éticos e morais que o tornam exemplo a ser repassado a gerações e mais gerações.

Assim, hoje quando assistimos, diariamente, às seis da tarde, na TV Anhanguera, a Hora do Ângelus, a oração diária da Ave-Maria, em todos os canais de televisão criados por Jaime Câmara, interrompendo, inexoravelmente, há mais de quarenta anos, a programação nacional da Rede Globo, da qual seus veículos são afiliadas, além de rememorarmos lembranças e pararmos, por um instante, nossas vidas para um pouco de meditação, estamos sempre a lembrar do exemplo de vida de Jaime Câmara, que acredito ele quis e quer, no lugar onde está, que prossigamos.

E que repassemos a quantos pudermos dizer do que representa este homem de Goiás, do Tocantins e do Brasil para o aperfeiçoamento de nossas vidas.

Jaime Câmara é um forte. Esta homenagem ao centenário de seu nascimento mostra que ele, para o nosso bem e de nossas instituições, está vivo dentro de cada um dos brasileiros de bem.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/08/2009 - Página 35282