O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Mão Santa, agradeço a V. Exª e ao Senador Marcelo Crivella. Serei rápido porque tenho de voltar a Belo Horizonte.

            Quero trazer, em rápidas palavras, mais uma vez, uma preocupação com relação ao transporte de massa nas grandes cidades brasileiras, em especial na minha cidade, na capital de Minas Gerais, Belo Horizonte. O que acontece é que já fizemos diversas reuniões e audiências públicas sobre esta questão do metrô. Este assunto continua; não há sensibilidade da parte governamental para avançar no processo de instalação de metrôs nas grandes capitais brasileiras. A cada dia, são milhares de novos automóveis, de novos caminhões, de novos ônibus colocados nas nossas ruas, que não são elásticas, evidentemente.

            Então, tomam providências que são temporárias, providências de um viaduto aqui, um ali e não é isso que, evidentemente, vai conseguir resolver o problema causado pelo aumento de movimento de trânsito nas grandes capitais. A solução é evidentemente um processo de transporte de massa. Transporte de massa é metrô, transporte de massa é, na verdade, o transporte ferroviário e se pode ter, como paliativo, os corredores de ônibus.

            Outro dia, eu vi um elogio ao corredor de transporte de Bogotá, que é todo com ônibus, e ninguém se lembrou de dizer que a consultoria do transporte de ônibus de Bogotá foi do ex-Prefeito e ex-Governador Jaime Lerner, que implantou esse sistema semelhante em Curitiba. A Colômbia importou de Curitiba esse sistema de corredores exclusivos de ônibus que funcionam na capital colombiana. Portanto, esse é também um caminho, mas é claro que a perspectiva com o metrô é mais adequada. Os números que são utilizados nos metrôs que estão sob a gerência do Governo Federal são números ridículos - não há outra qualificação. Veja que, no caso de Minas Gerais, é questão de R$19 milhões, para uma cidade como a nossa. Depois que o Presidente Lula entrou - são sete anos -, praticamente não houve evolução. Nós não aumentamos... A última estação inaugurada em Belo Horizonte é a Estação Venda Nova. Não houve nenhum avanço.

            Quero chamar a atenção também, no caso específico de Belo Horizonte, não só para a questão do Governo Federal, mas também para o Governo do Estado, que é dirigido por meu companheiro de Partido. O Governo do Estado precisa ter um pouco mais de ação nesse caso. Precisa agir cobrando do Governo Federal, precisa agir assumindo a sua parcela porque existe uma lei estadual, aprovada em 1997, prevendo a transferência do metrô para o Estado e para os Municípios de Belo Horizonte e Contagem, uma nova empresa que vai assumir o que é hoje o metrô dirigido pelo Governo. Portanto, o Governo do Estado de Minas Gerais precisa também agir mais nestas duas frentes: assumindo o metrô e, ao mesmo tempo, exigindo e cobrando do Governo Federal igualdade de tratamento, já que os recursos aplicados em outras capitais, como Fortaleza, também pequenos, são superiores aos aplicados em Belo Horizonte.

            Essa perspectiva de termos um transporte de massa mais adequado, transporte que seja como aqui em Brasília... Eu tinha curiosidade e, há poucos dias, fui ao metrô de Brasília. Fiquei muito bem impressionado. Quer dizer, é um metrô que funciona com grande quantidade de passageiros. Peguei o metrô na Asa Sul, e fui até Samambaia. Gastei meia hora para ir e meia hora para voltar. O metrô está funcionando plenamente. Gostei de ver que o metrô de Brasília está funcionando. E o nosso lá, de Belo Horizonte, tem um trecho que também funciona, mas funciona há muito tempo; não evoluiu, não cresceu. Há previsão de uma segunda linha, que nunca sai do papel.

            De maneira, Sr. Presidente, que eu queria fazer este registro: o sistema de metrô é o sistema adequado em todo o mundo para transporte de massa. Aqui, em Brasília, avançou-se um pouco mais; e o de Belo Horizonte continua a passos de tartaruga. Que fique, portanto, mais uma vez, a nossa demanda que tenhamos uma visão maior e que todas as grandes capitais brasileiras tenham um sistema de transporte sobre trilhos, seja metrô, seja trem de subúrbio. Eu digo isso a respeito de Belo Horizonte, mas é válido também para Fortaleza, Salvador, Recife, para todas as grandes capitais brasileiras.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

            Era o que eu queria trazer a este Plenário, agradecendo, mais uma vez, ao Senador Marcelo Crivella.

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