Discurso durante a 137ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a importância do café para a economia brasileira, com uma cadeia produtiva que gera cerca de 8 milhões de empregos diretos e indiretos no País, e seus benefícios para a saúde.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • Considerações sobre a importância do café para a economia brasileira, com uma cadeia produtiva que gera cerca de 8 milhões de empregos diretos e indiretos no País, e seus benefícios para a saúde.
Publicação
Publicação no DSF de 21/08/2009 - Página 37832
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • IMPORTANCIA, CAFE, ECONOMIA NACIONAL, AUMENTO, OFERTA, EMPREGO, BENEFICIO, SAUDE, MODERAÇÃO, CONSUMO, PREVENÇÃO, DOENÇA.
  • COMENTARIO, PROGRAMA, TELEVISÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), DIVULGAÇÃO, RESULTADO, PESQUISA, COMPROVAÇÃO, VANTAGENS, CAFE, SAUDE, SUPERIORIDADE, NUTRIMENTO, ESPECIFICAÇÃO, VITAMINA, MINERAL, FERRO, POTASSIO, AUMENTO, CONSUMO, POPULAÇÃO, IMPORTANCIA, INCLUSÃO, PRODUTO, LEITE, MERENDA ESCOLAR, MELHORIA, ATENÇÃO, ATIVIDADE, ALUNO.
  • REGISTRO, ANTERIORIDADE, APRESENTAÇÃO, ORADOR, PROJETO DE LEI, FIXAÇÃO, OBRIGATORIEDADE, INCLUSÃO, CAFE, MERENDA ESCOLAR.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há muito que estão comprovados a importância do café para a economia brasileira e seus benefícios para a saúde. O programa Globo Repórter, exibido dia 7 deste mês pela Rede Globo, contribuiu para difundir nacionalmente os resultados de pesquisas que consolidam ainda mais as evidências de suas vantagens para a saúde, e também mostrou como o consumo interno vem crescendo de forma significativa.

            Hoje em dia, somos o segundo maior consumidor mundial de café, só perdendo para os Estados Unidos. Nove entre 10 brasileiros com mais de 15 anos tomam pelo menos um café por dia. Diariamente, são 430 milhões de cafezinhos consumidos. Foi-se o tempo em que todo o café de qualidade era exportado e o ruim era destinado ao consumo interno.

            Além de consumir mais, o brasileiro tornou-se exigente, e o surgimento de tecnologias modernas e eficientes barateou o custo, tornando o produto de qualidade acessível ao seu bolso. Houve uma formidável melhoria dos cafés ofertados no mercado, livres de impurezas e misturas, graças a programas de autofiscalização adotados pela indústria cafeeira.

            Um dos segmentos que maior destaque mereceu no programa foi justamente o da inclusão do café com leite na merenda escolar. O médico Darcy Lima, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ressaltou que o estudante que toma café com leite, comparado a outros que não o fazem, tem melhor desempenho escolar, fica mais atento nas aulas.

            No programa, ele enumera as propriedades do café: ele tem vitaminas, antioxidantes e mais minerais do que qualquer água mineral. Contém ferro, que evita a anemia, zinco, que fortalece o sistema imunológico, e cálcio e potássio, que agem contra a fraqueza muscular e o cansaço. Quanto aos pais que se preocupam com a cafeína, ele faz uma comparação: dois litros de refrigerante contêm a mesma quantidade de cafeína de 3 xícaras de café.

            Apresentei nesta Casa, em maio de 2007, projeto de lei que torna obrigatória a inclusão do café na merenda escolar. Desde então, acumulam-se argumentos em favor da medida, de testemunhos de professores sobre o melhor desempenho de alunos nas escolas que incorporaram o café à merenda até resultados de pesquisas científicas.

            O Globo Repórter noticia que o Incor, Instituto do Coração da Universidade de São Paulo, criou uma unidade de pesquisa especial destinada a analisar a ação do café sobre o organismo, fazendo comparações entre pessoas com doenças cardíacas, diabéticas ou saudáveis.

            Os primeiros resultados de uma das pesquisas, que ainda não chegou a conclusões definitivas, mostraram que o café não causa infarto, e evidenciaram uma redução de 70 por cento no número de extrassístoles, arritmias cardíacas, em pessoas que tinham doenças no coração. Outra constatação importante foi a de que todos os estudos epidemiológicos mostram que o consumo de café reduz significativamente a possibilidade de ficar diabético.

            Na área da neurociência, descobriu-se que, em matéria de riqueza no perfil de aromas, o café supera o vinho e os perfumes. Ele possui mais de 200 componentes que são liberados no ar e podem ser percebidos pelo olfato, agindo sobre vários circuitos cerebrais, inclusive aqueles que liberam dopamina, a substância responsável por sensações prazerosas.

            Não é propriamente uma novidade, mas a confirmação de estudos anteriores, que já apontavam a bebida como um preventivo da depressão, além de demonstrar que sua ação sobre o cérebro é ainda mais complexa do que se pensava.

            Embora não mencionados pelo programa, vale citar estudos realizados na Noruega, em que pesquisadores, depois de acompanhar, por 15 anos, mais de 27 mil mulheres com idades entre 55 e 69 anos, descobriram que as mulheres que bebiam de uma a 3 xícaras de café por dia reduziam o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em 24 por cento em relação àquelas que não bebiam café.

            O ortopedista brasileiro Fábio Ravaglia cita um estudo publicado pela revista médica norte-americana Neurology, segundo o qual a cafeína pode retardar a deterioração mental em mulheres com mais de 65 anos que consumem mais de 3 xícaras de café por dia.

            Até não muito tempo atrás, o café era apontado como um dos vilões da saúde. Nos dias de hoje, está mais do que comprovado que seu consumo moderado garante bem-estar físico e mental e previne doenças. Seus impactos positivos são amplamente reconhecidos.

            Devemos estimular o consumo do café, inclusive por crianças em idade escolar, não só devido aos inúmeros atributos da bebida - que, como as estatísticas demonstram, está incorporada aos hábitos dos brasileiros - mas também devido à importância para a economia, com uma cadeia produtiva que gera cerca de 8 milhões de empregos diretos e indiretos no País.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/08/2009 - Página 37832