Pronunciamento de Cícero Lucena em 20/08/2009
Discurso durante a 136ª Sessão Especial, no Senado Federal
Homenagem à Maçonaria Brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom.
- Autor
- Cícero Lucena (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PB)
- Nome completo: Cícero de Lucena Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Homenagem à Maçonaria Brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom.
- Publicação
- Publicação no DSF de 21/08/2009 - Página 37712
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, DIA NACIONAL, MEMBROS, MAÇONARIA, OPORTUNIDADE, RECONHECIMENTO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, MOVIMENTAÇÃO, DEFESA, LIBERDADE, AMERICA, ESPECIFICAÇÃO, BRASIL, PARTICIPAÇÃO, VULTO HISTORICO, PERSONAGEM ILUSTRE, RELEVANCIA, OBRA FILANTROPICA, INCENTIVO, APROXIMAÇÃO, COLABORAÇÃO, UNIÃO, SOLIDARIEDADE, MELHORIA, TRANSFORMAÇÃO, SOCIEDADE.
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O SR. CÍCERO LUCENA (PSDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mozarildo Cavalcanti, quero, nesta sessão de homenagem ao Dia do Maçom, cumprimentá-lo, por ser V. Exª o primeiro signatário desta homenagem; estendo os meus cumprimentos ao 4º Secretário da Câmara dos Deputados, Deputado Federal Nelson Marquezelli; Exmº e eterno Senador Paulo Otávio, Vice-Governador do Distrito Federal; Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, Sr. Marco José da Silva; Grão-Mestre do Grande Oriente do Distrito Federal, Sr. Jafé Torres, em nome de quem cumprimento todos os demais Grãos-Mestres aqui presentes, além do Vice-Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, Rubens Ricardo Franz; prezados Irmãos; Cunhadas; DeMolays; minhas senhoras e meus senhores, em toda a história da humanidade é difícil encontrar uma instituição que ostente tantas realizações e participações em suas conquistas mais significativas do que a Maçonaria.
Instituição multissecular, suas origens se perdem na névoa dos tempos remotos, pois, alguns estudiosos as fazem remontar às lendas de Ísis e Osíres, do antigo Egito, com vinculação posterior à ordem dos Templários. Alguns autores afirmam que o seu fundador foi Hiram Abif, arquiteto do Templo de Salomão; outros, que a Maçonaria surgiu em 715 a. C., a partir de corporações operárias, mas, as evidências mais relevantes nos conduzem a estabelecer o início da Maçonaria em meados do século XVII, prezado Senador Alvaro Dias, quando as associações de pedreiros da Inglaterra perderam a característica de associações profissionais e passaram a admitir membros da nobreza e integrantes do clero anglicano como membros honorários.
A Maçonaria não é religião, por isso não tem dogma. O credo maçônico se realiza sob a invocação do Grande Arquiteto do Universo e sobre os livros sagrados, o esquadro e o compasso. Utilizam-se vários livros sagrados no altar de juramento, o que reflete exatamente o espírito tolerante da Maçonaria universal.
A Maçonaria, como praticada mais modernamente, tem como marco inicial o ano de 1717, na cidade de Londres. O reverendo anglicano James Anderson e o huguenote refugiado Jean Theophile Desaguliers fundaram a Grande Loja da Inglaterra, que deu origem à sua forma atual. Alguns dos princípios sobre os quais se assentou a nova instituição foram: tolerância religiosa, fé no progresso da humanidade, fé em Deus, racionalismo que exclui as formas exteriores da religião organizada como Igreja e aversão ao sacerdócio oficial e à fé em milagres.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Irmão, Cunhadas e DeMolays, a Maçonaria teve papel importante em praticamente todos os movimentos de libertação na América, incluindo o Brasil. Os maçons estiveram presentes na Inconfidência Mineira, na Revolução Pernambucana de 1817, na Independência do Brasil, na Confederação do Equador, na Guerra dos Farrapos, na Abolição da Escravatura e na Proclamação da República, se nos ativermos apenas a episódios muito marcantes de nossa história. Dom Pedro I já havia sido iniciado nos Augustos Mistérios por ocasião da Independência do País. Mas a lista dos grandes homens que ajudaram a fazer a História do Brasil não caberia neste meu pronunciamento, porque inclui Presidentes da República, Governadores e outros políticos importantes, empresários, artistas, intelectuais e grandes anônimos.
Posso citar alguns nomes como exemplos, para não tomar muito tempo, alguns já citados aqui, como o Barão do Rio Branco, Bento Gonçalves, Campos Sales, Carlos Gomes, Deodoro da Fonseca, Duque de Caxias, Eleazar de Carvalho, Frei Caneca, Golbery do Couto e Silva, Hermes da Fonseca, Jânio Quadros, Joaquim Nabuco, José Bonifácio de Andrada e Silva, José do Patrocínio, José de Alencar, Júlio de Mesquita, Júlio Prestes, Lamartine Babo, Mário Covas, Nilo Peçanha, Padre Feijó, Pixinguinha, Prudente de Moraes, o nosso Rui Barbosa, Teófilo Ottoni, Vicente Celestino, Washington Luís.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a data de 20 de agosto foi escolhida como o Dia do Maçom no Brasil. A proposta para o estabelecimento de uma data comemorativa foi levada pela Grande Loja de Santa Catarina, na V Mesa Redonda das Grandes Lojas do Brasil, que ocorreu em Belém do Pará, entre os dias 17 e 22 de julho de 1957. Por sugestão da Grande Loja de Minas Gerais, foi escolhido o dia 20 de agosto. É necessário esclarecer que existe um desencontro de calendários - os maçons seguem o calendário hebreu, de origem babilônica -, e alguns registros têm essa data, no ano de 1822, como o dia da independência do Brasil.
Muito se tem discutido sobre o papel da Maçonaria na atualidade e no futuro, de forma a continuar a enorme obra que ela constrói incessantemente em favor da humanidade. Embora estejamos vivendo uma época de enormes facilidades nas comunicações, é sabido que todo o desenvolvimento tecnológico que se apresenta aos nossos olhos não é suficiente para aproximar os homens num sentimento desinteressado e fraternal. E a obra da Maçonaria tem como objetivo conseguir a aproximação, a ajuda mútua, a fraternidade e a solidariedade.
Alguns entendem que as relações humanas estão se deteriorando, mas o maçom se esforça para influir na vida diária de sua família, de seus amigos, de seus vizinhos, de seu Município, de seu Estado e de seu País, utilizando o ideário maçônico como base de sua atuação na sociedade. E o ideário, em seu aspecto mais factível, se apresenta na divisa expressa na tríade “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”.
Esse é o lema que levou o mundo a maior transformação social já experimentada, por meio da Revolução Francesa, um divisor de águas na organização política e em tudo o que hoje pensamos sobre direitos humanos.
Tenho a certeza de que a fraternidade maçônica continuará inspirando e iluminando a humanidade nas mais inauditas realizações, na busca do aperfeiçoamento e realização das obras sempre, sempre, inspiradas pelo Grande Arquiteto do Universo.
Que a data de 20 de agosto sirva para lembrar sempre a importância da comunidade maçônica para o engrandecimento da Nação brasileira e da humanidade, para que, cada vez mais, sejamos um País mais solidário, mais amigo e mais fraterno.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Meus cumprimentos à Mesa, aos irmãos, às Cunhadas e aos DeMolays. (Palmas.)
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